Na noite de aprovação das listas de candidatos a deputados, Pedro Nuno Santos ataca a Aliança Democrática e garante “continuidade e experiência” entre os candidatos do PS.

[Ouça aqui a reportagem da Rádio Observador]

Pedro Nuno Santos: “Não inventamos falsos independentes”

Pedro Nuno Santos mantém a existência de um Compromisso de Ética para os candidatos do partido onde incluiu a necessidade de assumirem “a completa disponibilidade para renunciar à candidatura ou ao mandato quando pronunciados ou condenados em primeira instância por crime doloso contra o Estado a que corresponda pena de prisão cujo limite máximo seja superior a três anos ou quando sujeitos a medidas de coação privativas da liberdade”.

António Costa instituiu esta prática em 2015, embora com moldes diferentes.

Fazendo o seu balanço sobre estas listas, o líder socialista diz que conseguem conjugar renovação e experiência, com metade dos cabeças de lista a serem estreantes. “Conciliamos a defesa do legado da governação com a necessidade de dar um novo impulso”.

Pedro Nuno diz que o esforço por mostrar a pluralidade do PS está “retratado”. “Não há nem nunca houve intenção de fazer rutura com o passado, quem o esperava engana-se”.

Sobre a falta de aposta em independentes nas listas, atira uma farpa à Aliança Democrática dizendo que não “inventa falsos independentes” e que no fórum de debate sobre o programa eleitoral, previsto para fevereiro, se verá a sua “capacidade de envolver independentes”.

Pedro Nuno Santos fala agora aos jornalistas, rejeitando classificar o processo de elaboração das listas como “atribulado”: “São sempre processos com alguma tensão, há entradas e saídas, é normal”, nota, realçando a “votação esmagadora” com que as listas foram aprovadas.

Sobre a desistência de Álvaro Beleza, diz apenas que “há desencontros mas isso não é relevante”. Da mesma forma, quanto à saída de Daniel Adrião da lista de Coimbra frisa apenas que os processos “são sempre difíceis”.

José Luís Carneiro fala agora à saída da Comissão Política do PS. Diz que os trabalhos “fortaleceram” o PS e que houve um “diálogo construtivo” para o partido, que sai mais forte para as eleições. Deixa também uma palavra aos que saem das listas e felicita os que entram pela primeira vez.

Diz que o processo de escolhas locais e federativas nem sempre acontece num espírito de “cooperação”, mas conseguiu que houvesse “acertos em diálogo com o secretário-geral”. “Permitiu continuar esse esforço de fortalecimento do PS e da sua pluralidade”.

De acordo com as informações apuradas pelo Observador, o candidato derrotado nas eleições internas do PS ainda conseguiu que a sua secretária de Estado Isabel Oneto entrasse na lista do Porto e que Palmira Maciel ficasse em segundo lugar em Braga. André Moz Caldas também entrou na lista de Lisboa, mas num lugar difícil de eleger (21º), embora possa haver saídas para um eventual Governo ou outras funções que lhe permitam chegar a deputado.

O dirigente socialista Daniel Adrião, que juntamente com José Luís Carneiro concorreu à liderança do PS contra o atual secretário-geral, Pedro Nuno Santos, saiu hoje da lista de candidatos a deputados em Coimbra.

Na segunda-feira à noite, a Comissão Política da Federação de Coimbra do PS aprovou a lista de candidatos a deputados em que Daniel Adrião estava em quinto lugar, atrás da cabeça de lista, a ministra Ana Abrunhosa, do ex-líder federativo Pedro Coimbra, de Ricardo Lino (Coimbra) e de Raquel Ferreira (Figueira da Foz).

Nessa altura, fonte da direção do PS referiu à agência Lusa que a presença de Daniel Adrião entre os lugares potencialmente elegíveis nas eleições legislativas de 10 de março era “um sinal de unidade”, depois da recente disputa interna entre Pedro Nuno Santos, José Luís Carneiro e Daniel Adrião para a sucessão de António Costa no cargo de secretário-geral.

Hoje, ao fim da tarde, de acordo com fontes socialistas, durante o Secretariado Nacional do PS, que antecedeu a reunião da Comissão Política, que ainda decorre, o nome de Daniel Adrião foi contestado por membros da direção liderada por Pedro Nuno Santos.

Fonte da direção do PS disse à agência Lusa que foi proposto em alternativa a Daniel Adrião o sexto lugar em Coimbra, mas este dirigente socialista recusou.

Numa declaração enviada à agência Lusa, Daniel Adrião refere que aceitou o convite do secretário-geral do PS “para ocupar o quinto lugar da lista de Coimbra, como posição limite, de boa-fé e por espírito de compromisso, em nome da unidade do partido”.

“A lista tinha sido aprovada [segunda-feira] em reunião da Comissão Política Distrital de Coimbra, com o meu nome em quinto lugar. Sou hoje surpreendentemente confrontado à hora da reunião da Comissão Política com a decisão de que o Secretariado Nacional decidira colocar outra pessoa nesse lugar. Os factos falam por si próprios”, escreveu.

As listas de deputados do PS já estão aprovadas pela Comissão Política Nacional por ampla maioria. A votação final foi de 72 votos a favor, três contra e 11 abstenções, apurou o Observador.

Esta é a lista completa dos cabeças de lista pelo PS. A maior parte já estava confirmada, sendo novidades o nome de Nuno Fazenda em Castelo Branco, de Elza Pais em Viseu e de Isabel Ferreira em Bragança. Fátima Pinto vai por Vila Real, depois de Álvaro Beleza ter desistido — era a segunda da lista.

Açores – Francisco César
Aveiro – Pedro Nuno Santos
Beja – Nélson Brito
Braga – José Luís Carneiro
Bragança – Isabel Ferreira
Castelo Branco – Nuno Fazenda
Coimbra – Ana Abrunhosa
Évora – Luís Dias
Faro – Jamila Madeira
Guarda – Ana Godinho
Leiria – Eurico Brilhante Dias
Lisboa – Mariana Vieira da Silva
Madeira – Paulo Cafôfo
Portalegre – Ricardo Pinheiro
Porto – Francisco Assis
Santarém – Alexandra Leitão
Setúbal – Ana Catarina Mendes
Viana do Castelo – Marina Gonçalves
Vila Real – Fátima Correia Pinto
Viseu – Elza Pais
Europa – Paulo Pisco
Fora da Europa – Augusto Santos Silva

À entrada da Comissão Política do PS, Álvaro Beleza explica a sua desistência da candidatura como cabeça de lista pelo círculo de Vila Real. Lembrando a reforma do sistema eleitoral é o “combate da [sua] vida”, o socialista assegura que “seria o último dos paraquedistas” e que “é preciso dar lugar aos mais novos”.

E continua dizendo que seria uma “honra” para si ser deputado, ainda que um “sacrifício da vida pessoal”. Tendo acabado por recuar, diz-se seguro de ter “tomado a decisão correta”: “Gosto de dormir com a consciência tranquila e compreendo a reação dos camaradas de Vila Real”, que contestaram a escolha de Pedro Nuno Santos.

Aos jornalistas, Beleza diz que é um homem “de convicções” e que continua a defender a reforma do sistema eleitoral, através de um acordo do centrão político. “Isto que se passa nas listas só me dá razão”, remata.

Na chegada à Comissão Política Nacional do PS, Augusto Santos Silva não quis comentar a desistência de Álvaro Beleza.

Sobre a indicação de ex-ministros para integrarem as listas do partido, disse apenas que “O PS tem um ciclo de governação a defender” e que “essa lógica de continuidade e renovação reside”.

A deputada socialista Fátima Pinto vai encabeçar a lista do PS em Vila Real nas próximas eleições legislativas e Paulo Pisco repete a sua candidatura como “número um” no círculo da Europa, disse à Lusa fonte socialista.

Fátima Pinto, deputada de Chaves, vai ser “número um” por Vila Real, depois de o médico e presidente da Sedes, Álvaro Beleza, ter desistido não apenas de ser “número um” neste círculos eleitoral, como também de se candidatar à Assembleia da República nas eleições antecipadas de 10 de março.

Na terceira posição, pelo círculo de Vila Real, lugar que os socialistas consideram elegível, entra o atual deputado Agostinho Santa.

Em relação ao círculo eleitoral da Europa, fonte socialista adiantou à agência Lusa que o deputado Paulo Pisco vai ser novamente o cabeça de lista.

Nas eleições de 2022, o PS elegeu os dois deputados em disputa no círculo da Europa — eleições que foram repetidas após protesto do PSD.

O líder do PAN/Açores reafirmou hoje a necessidade de se atribuírem suplementos ou bonificações a profissionais de saúde para os fixar na região, de forma a contrariar o resultado dos concursos para médicos, que estão a ficar vazios.

Após uma reunião com a administração do Hospital da Horta, Pedro Neves afirmou que se continua com a “prática comum do pensamento anterior de que não é necessário dar algum suplemento ou uma bonificação aos médicos” para os fixar nos Açores.

Em declarações à Lusa, via telefone, o também candidato do PAN pelos círculos eleitorais de São Miguel e da compensação — que era deputado no parlamento regional — recordou que a sua candidatura defende um reforço do trabalho para a fixação dos médicos no arquipélago, face à concorrência da Madeira e do continente, que “está maior”.

Álvaro Beleza desistiu de ser cabeça de lista por Vila Real. Como o Observador tinha noticiado, o presidente da Sedes era a escolha de Pedro Nuno Santos. Mas acabou por desistir, dizendo agora ao Público estar “sensibilizado” com o convite mas não poder aceitar, depois de “muito refletir”.

Perante a contestação das estruturas de Vila Real, que não ficaram satisfeitas com a escolha, Beleza diz “compreender” a revolta: ” “Se há pessoa que compreende isso sou eu, que, há 30 anos, luto pelos círculos uninominais e pela regionalização”.

Já é oficial: José Luís Carneiro será o cabeça de lista do PS por Braga. Após uma negociação tensa que se prolongou até à última hora (decorre agora uma reunião do secretariado nacional do partido para acertar a composição final das listas), e que na perspetiva dos pedronunistas funcionou como uma manobra de pressão final, Carneiro decidiu aceitar. “Não decidiu antes de saber como estavam a ser incluídos vários nomes com qualidade política em várias regiões do país”, diz ao Obsevador fonte próxima do ministro, garantindo que Carneiro quis também assegurar que “o esforço conjunto para a elaboração do programa se mantém intacto”.

“Hoje, e depois de vários esforços desenvolvidos de parte a parte, há condições para aceitar o convite para encabeçar a lista por Braga”, conclui a mesma fonte. A negociação terá resultado na inclusão de alguns nomes que afetos a Carneiro que as estruturas não tinham, num primeiro momento, aprovado.

O candidato do PS a presidente do Governo dos Açores nas eleições legislativas regionais, Vasco Cordeiro, acusou hoje o executivo (PSD/CDS-PP/PPM) de inércia e incapacidade em obras na ilha das Flores.

Numa visita ao porto das Lajes das Flores, que em outubro de 2019 sofreu avultados danos devido ao furacão Lorenzo, Vasco Cordeiro começou por explicar que as obras em curso ou concluídas, exceto as relativas ao furacão Efrain, foram lançadas pelo executivo a que presidiu.

O cabeça de lista do PS pelos círculos de São Miguel e de compensação referiu que, durante os três anos deste Governo Regional, “a única coisa que avançou” na obra de recuperação do cais comercial do porto das Lajes das Flores “foi o lançamento do concurso público”.

O coordenador do Bloco de Esquerda/Açores, António Lima, defendeu hoje “efetivos reforços” no apoio aos media regionais, mas sem “qualquer tipo de subjetividade”, preconizando a oferta de uma assinatura para os jovens consumirem jornais.

À margem de uma ação de campanha eleitoral para as legislativas regionais no canil do concelho da Ribeira Grande, em São Miguel, António Lima considerou que o partido está disponível para “ouvir os responsáveis pelos órgãos de comunicação social, as suas preocupações e propostas”.

De acordo com a Antena-1 Açores, 16 órgãos de comunicação social privados dos Açores enviaram aos partidos que concorrem às eleições regionais uma carta alertando para a “dramática situação” vivida no setor e sugerindo um “acordo de regime” sobre os apoios a atribuir.

O cabeça de lista do JPP por São Miguel às eleições regionais dos Açores, Carlos Furtado, defendeu hoje que tem de haver um ponto de equilíbrio nos apoios à comunicação social privada, para garantir a sua imparcialidade.

“É importante que a comunicação social faça o seu trabalho com imparcialidade e para ser feito com imparcialidade, obviamente há um ponto de equilíbrio. Se (um órgão de comunicação) for demasiado apoiado pelas entidades públicas, pode-se levar à linha de pensamento de que está a ser comprado. Isso depois põe em cheque a posição e o pensamento de cada jornalista”, afirmou Carlos Furtado.

O líder da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, considerou hoje que os nomes escolhidos para encabeçar as listas do PS nas eleições legislativas revelam “mais do mesmo”, apesar da mudança recente na liderança do partido.

“Eu creio que, é evidente, há uma coisa que muda, que é a liderança do PS, mas tudo mais é o mesmo. As caras são as mesmas, as ideias são as mesmas. As pessoas que não resolveram problemas como a habitação, mas também da Saúde, da Educação. Toda a situação que conhecemos da degradação dos serviços públicos”, afirmou Rui Rocha.