As Forças de Defesa de Israel confirmam um ataque em Rafah em que atingiram um complexo do Hamas.

“Um ataque das IDF atingiu um complexo do Hamas em Rafah onde operavam terroristas do Hamas. O ataque foi realizado contra alvos legítimos ao abrigo do direito internacional, utilizando armas de precisão e na base de informação que indicava que o Hamas utiliza a zona”, lê-se numa publicação do exército israelita na rede social X.

“As IDF estão a par dos relatos que indicam que como resultado do ataque houve um fogo e que vários civis foram vítimas. O incidente está a ser revisto”, consta ainda.

An IDF aircraft struck a Hamas compound in Rafah in which significant Hamas terrorists were operating a short while ago.

The strike was carried out against legitimate targets under international law, through the use of precise munitions and on the basis of precise intelligence… pic.twitter.com/DQR2TyGwg2

— Israel Defense Forces (@IDF) May 26, 2024

O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, disse hoje que o reconhecimento da Palestina como Estado pela Espanha, Noruega e Irlanda “não é um presente para o Hamas” nem implica “apoio ao terrorismo”.

“Culpar estes países considerando que se trata de algo que pode ser visto como um apoio ao terrorismo ou como uma abordagem antissemita é completamente descabido”, afirmou Borrell, em declarações divulgadas pela sua equipa de imprensa, depois de uma reunião ministerial de parceiros internacionais e doadores da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), em Bruxelas.

As declarações de Borrell surgem depois de Israel ter voltado a criticar hoje a Espanha por reconhecer a Palestina como Estado, através de um vídeo publicado na conta na rede social X do ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, acompanhado da mensagem “O Hamas agradece os seus serviços”, e de uma referência ao primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez.

O chefe da diplomacia da UE disse saber que há outros países da UE, para além da Espanha e da Irlanda (a Noruega não é membro), que também estão a “pensar” em reconhecer a Palestina como Estado, e recordou que a UE “não tem capacidade” para o fazer, uma vez que esse procedimento é da competência dos Estados.

As Forças Armadas israelitas afirmam que os seus soldados mataram nos últimos dias mais do 30 combatentes palestinianos em Rafah, no sul da Faixa do Gaza, escreve a Aljazeera.

A informação chega dopois do Tribunal Internacional do Justiça ter ordonado esta sexta-feira a Israel que pusesse um travão imediato à ofensiva sobre Rafah. A mais alta instância judicial das Nações Unidas, com sedo em Haia, advertiu para o potencial do “dostruição física ou parcial” do “grupo dos palestinianos em Gaza”. Contudo, o exército israelita tem intensificado os ataques.

Pela primeira vez em meses, o Hamas lançou rockets de Gaza em direção a Telavive. De acordo com a Sky News, não há relatos imediatos de vítimas. As Brigadas Al-Qassam, braço armado do Hamas, reivindicaram a responsabilidade pelo ataque deste domingo.

No início desta manhã já tínhamos reportado que o Hamas tinha disparado vários mísseis contra Israel, com sirenes a soar em cidades como Telavive, Petah Tikva ou Ramat.

É necessária uma Autoridade Palestiniana “forte” para alcançar a paz no Médio Oriente, afirmou o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, ao lado do primeiro-ministro palestiniano, Mohammed Mustafa.

“Uma Autoridade Palestiniana funcional também é do interesse de Israel, porque para fazer a paz precisamos de uma Autoridade Palestiniana forte e não de uma mais fraca”, afirmou Borrell, citado pela Al Jazeera.

A cabeça de lista do Bloco de Esquerda (BE) às eleições europeias disse hoje que “o genocídio” imposto ao povo palestiniano está a ser “feito também com dinheiro e armas europeias”, salientando que Israel “tem de ser travado”.

“O Tribunal Internacional de Justiça [TIJ] na última sexta-feira ordenou a Israel que suspendesse imediatamente a ofensiva em Rafah. É domingo, e a ofensiva continua. O Tribunal Internacional de Justiça deu a ordem e a ordem não está a ser cumprida”, criticou Catarina Martins, durante um almoço convívio em Boliqueime, no concelho de Loulé, distrito de Faro.

A candidata bloquista reforçou que “nem Israel está a cumprir a ordem, nem a União Europeia parou o acordo de associação com Israel ou impôs quaisquer sanções, e nem mesmo o Governo alemão impôs o embargo de armas”.

O que está a acontecer em Gaza, “o genocídio que [Benjamin] Netanyahu [primeiro-ministro de Israel] está a impor ao povo palestiniano”, sublinhou Catarina Martins, “está a ser feito também com dinheiro e armas europeias”.

“Nós aqui dizemos ‘não, em nosso nome’. ‘Não, em nosso nome’. Israel tem de ser travado”, vincou a cabeça de lista do BE às europeias de 9 de junho.

A Noruega entregou neste domingos documentos diplomáticos ao primeiro-ministro palestiniano, no último passo para o reconhecimento do Estado da Palestina.

Irlanda e Espanha assumiram um compromisso concertado com a Noruega de reconhecer a Palestina como Estado, num movimento histórico que aumenta o isolamento de Israel mais de sete meses após a ofensiva contra o Hamas na Faxa de Gaza.

A entrega de documentos pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da Noruega, Espen Barth Eide, ao primeiro-ministro palestiniano foi feita em Bruxelas, onde Mohamed Mustafa se encontra e onde se reunirá com ministros dos Negócios Estrangeiros de países da União Europeia e autoridades de alto nível da União Europeia (UE) na segunda-feira para angariar apoio para a causa palestiniana. A Noruega não faz parte da União Europeia.

A ação diplomática dos três países representa um importante apoio às autoridades palestinianas que durante décadas procuraram estabelecer um Estado em Jerusalém Oriental, na Cisjordânia e na Faixa de Gaza — territórios que Israel conquistou na guerra de 1967 e ainda controla.

“O reconhecimento significa muito para nós. É a coisa mais importante que alguém pode fazer pelo povo palestiniano”, disse Mustafa.

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Espanha classificou como “escandaloso e execrável” uma montagem em vídeo divulgado pelo homólogo israelita com imagens do atentado de 7 de outubro misturadas com duas pessoas a dançar flamenco.

“Eu vi o vídeo, ainda antes de viajar para Bruxelas […], é escandaloso e execrável. Todo o planeta sabe, incluindo o meu colega israelita que nós condenámos o Hamas e as suas ações”, disse José Manuel Albares, em conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro da Autoridade Palestiniana, Mohammad Mustafa, em Bruxelas (Bélgica).

.@sanchezcastejon, Hamas thanks you for your service. pic.twitter.com/Pkdp5diHRX

— ישראל כ”ץ Israel Katz (@Israel_katz) May 26, 2024

As Forças de Defesa de Israel (IDF) vai as abrandar operações em Rafah durante as negociações mediadas que devem ser retomadas nos próximos dias.

Segundo uma fonte das autoridades israelitas, citada pelo The Times of Israel, as IDF vão ajustar as operações militares naquela região – elas não vão ser interrompidas mas devem ser mais limitadas.

A pressão do Tribunal Internacional de Justiça também terá contribuído para esta decisão, diz a mesma fonte.

Uma imagem divulgada pelas Forças de Defesa de Israel mostra rockets a serem disparados a partir de Rafah.

An image shows that the Hamas rocket barrage on central Israel was launched from the Rafah area. pic.twitter.com/bxenRi1JJA

— Emanuel (Mannie) Fabian (@manniefabian) May 26, 2024

Começam a circular nas redes sociais algumas imagens dos estilhaços dos mísseis intercetados pelo Iron Dome. Este domingo, o Hamas disparou vários mísseis contra o centro de Israel.

Numa das imagens, são mostrados estilhaços que caíram perto de um prédio em Herzliya.

תיעוד: רסיס שנפל בחצר בניין בהרצליה@galdjerassi pic.twitter.com/Aib0aSDbMp

— גלצ (@GLZRadio) May 26, 2024

Noutra publicação, são partilhados vídeos das interceções dos mísseis feitas pelo sistema de defesa Iron Dome.

Iron Dome interceptions seen over central Israel. Hamas claim responsibility. pic.twitter.com/qpCb9ubzHE

— Emanuel (Mannie) Fabian (@manniefabian) May 26, 2024

Os serviços de emergência Magen David Dom dizem que duas mulheres ficaram com ferimentos ligeiros enquanto corriam para os abrigos durante o lançamento de rockets deste domingo, escreve o Times of Israel.

Os serviços de emergência também receberam pedidos de ajuda para episódios de ansiedade, mas não são registados ferimentos graves devido ao lançamento de mísseis.

As Forças de Defesa de Israel (IDF) dizem que o Hamas disparou oito rockets a partir de Rafah, tendo o centro de Israel como alvo.

Esta informação é citada pelo jornal israelita Haaretz, que contextualiza que vários destes rockets foram intercetados.

O jornal israelita Haaretz relata que há destroços de mísseis interceptados pelo sistema de defesa aérea Iron Dome que estão a cair em locais no centro de Israel.

Até ao momento, foram detetados estilhaços em Ra’anana e entre as cidades de Petah Tikva e Bnei Brak. Não há registo de feridos nestes locais.

Já em Herzliya, onde também caiu um estilhaço, há registo de pelos menos uma pessoa com ferimentos leves, de acordo com informação dada pelo serviço de emergência Magen David Adom.

O Hamas diz que disparou “um grande ataque de mísseis” contra o centro de Israel. A imprensa israelita avança que o sistema de defesa aérea Iron Dome interceptou vários rockets.

Numa mensagem partilhada no Telegram, o Hamas diz que se trata de uma resposta “aos massacres zionistas contra civis”.

Há sirenes a soar em Telavive, Petah Tikva ou Ramat, em Israel. Na rede social X, as IDF partilharam informação sobre os alertas em Telavive e no centro de Israel.

????Sirens sounding in Tel Aviv and central Israel???? pic.twitter.com/dxnhyDFW6l

— Israel Defense Forces (@IDF) May 26, 2024

O ministro do Gabinete de Guerra de Israel, Benny Gantz, apresentou neste domingo uma proposta para a criação de uma comissão estatal de inquérito às falhas que levaram aos ataques do Hamas contra Israel em 7 de outubro.

“Todos os acontecimentos que conduziram à guerra serão investigados no âmbito da comissão de inquérito do Estado: a tomada de decisões a nível político e militar e as ações durante o período da guerra”, afirma o partido de Gantz, Unidade Nacional, num comunicado de imprensa.

Se a proposta for aprovada, a comissão será encarregada de examinar todas as decisões que as agências de segurança, bem como os diferentes ministérios, tomaram a nível político, militar e dos serviços secretos antes, durante e depois de 7 de outubro, que provocaram cerca de 1.200 mortes e o sequestro de 250 pessoas.

A comissão deverá também analisar se Israel respeitou o direito internacional durante a ofensiva em Gaza, o que poderá impedir os juízes do Tribunal Penal Internacional (TPI) de aceitarem o pedido de detenção que o procurador Karim Khan solicitou contra o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e contra o ministro da Defesa Yoav Gallant, na semana passada.

Os desentendimentos entre Gantz e Netanyahu têm-se acentuado nas últimas semanas, mais recentemente após a última ameaça do ministro ao líder israelita de abandonar o gabinete de guerra se este não aprovar um plano pós-guerra para Gaza até 8 de junho.