Momentos-chave
- Maria de Belém: "Estou convencida de que serei eu a passar uma segunda volta"
- Edgar Silva. "As políticas que interessam à senhora Merkel não são as que interessam aos portugueses"
- Maria de Belém: "Eu sou uma construtora do Estado Social"
- Muitas candidaturas à esquerda? "Não sei se todas as candidaturas serão da esquerda", diz Edgar Silva
- Marisa Matias e as regras europeias: "O que tem de valer é a nossa Lei Fundamental"
- Marisa Matias e o Banif: "Não poderia nunca assinar de cruz mais 3 mil milhões de euros de dinheiro dos trabalhadores"
- A austeridade não era inevitável, insiste Sampaio da Nóvoa
- "O país está cansado de académicos", responde Henrique Neto
- "Os portugueses estão cansados das pessoas que vêm sempre das mesmas lógicas partidárias" - Sampaio da Nóvoa
- Sampaio da Nóvoa vs. Henrique Neto
Histórico de atualizações
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Obrigado por nos ter acompanhado durante a primeira ronda de debates televisivos entre os candidatos a Belém. Amanhã será o terceiro round.
Boa noite.
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O debate entre Maria de Belém e Edgar Silva terminou há instantes. Duas ideias fundamentais: Maria de Belém defende que o país deve fazer valer a sua posição na Europa e negociar melhores condições, sempre que essa questão se colocar. Edgar Silva, por sua vez, fala em “subserviência inaceitável” do Governo português em relação às exigências europeias.
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“O Presidente da Repúbica tem o dever e a obrigação de discretamente tentar influenciar que os interesses de os portugueses sejam salvaguardados”, sublinha Maria de Belém, referindo-se não só à necessidade de encontrar soluções para evitar futuras crises do sistema bancária, mas também em relação ao papel do país em Bruxelas.
Maria de Belém termina o debate com uma ideia: “A regulação [do sistema bancário] não tem sido eficaz”.
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Edgar Silva acredita que havia uma solução melhor para o banco Banif, mas admite que viabilizaria o Orçamento Retificativo para não colocar em causa a estabilidade do novo Governo. “Era o sentido de responsabilidade” a falar mais alta.
Maria de Belém aproveita as palavras de Edgar Silva para apontar aquilo que diz ser a “incoerência” do discurso do candidato. Não faz sentido defender que é preciso rasgar com as pressões da União Europeia e, depois, dizer que o Presidente da República tem de ter “sentido de responsabilidade”, aitra a candidata.
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Maria de Belém: "Estou convencida de que serei eu a passar uma segunda volta"
A pergunta era se a ex-presidente do PS estaria disposta a apoiar a apoiar Edgar Silva numa segunda volta. Maria de Belém atirou a questão para canto. “Estou convencida de que serei eu a passar uma segunda volta” e, por isso, espera que o PCP apoie a socialista.
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Edgar Silva. "As políticas que interessam à senhora Merkel não são as que interessam aos portugueses"
Maria de Belém defende uma posição negocial mais dura do país junto das autoridades europeias. “Devemos defender os nossos interesses, exigindo um tratamento de igualdade”. O papel de Portugal na União Europeia domina agora o debate.
“Pedro Passos Coelho e Paulo Portas disseram exatamente isso nos últimos tempos”, começa por contrargumentar Edgar Silva. “O que a minha candidatura defende é que, custe o que custar, em primeira lugar nós temos obrigação de defender Portugal e os portugueses. Essa sua orientação [é] de uma subserviência inaceitável a interesses estranhos e estrangeiros de Portugal. As políticas que interessam à senhora Merkel não são as que interessam aos portugueses”.
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Os compromissos europeus são agora tema do debate. Edgar Silva confronta Maria de Belém com as palavras da ex-presidente do PS. Maria de Belém terá dito que não hesitaria em dissolver a Assembleia caso o Governo não garantisse o cumprimento dos compromissos internacionais. Edgar Silva pergunta como pode a socialista prometer defender a Constituição e ser ao mesmo tempo defensora do Tratado Orçamental. Maria de Belém garante que a acusação de Edgar Silva é infundada.
“Não digo isso de uma forma taxativa. Aquilo que eu digo é: o não cumprimento de tratados internacionais em relação aos quais Portugal esteja obrigado pode ser uma razão [para a dissolução] se ela inviabilizar a nossa participação na União Europeia, porque ela está plasmada na nossa Constituição”, esclarece Maria de Belém.
Eventuais revisões das regras europeias cabem ao Governo, insiste Maria de Belém. “É uma negociação que cabe ao Governo. Não temos o poder unilateral de alterar as regras”.
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Maria de Belém: "Eu sou uma construtora do Estado Social"
Maria de Belém afasta o centro do debate da questão “esquerda/direita”. O mais importante para definir um bom Presidente da República é o “perfil” e não o espetro político onde se encontra.
A candidata, de resto, lembra a grande abstenção das últimas eleições, para explicar o quão importante é o perfil de candidato. “O meu programa é a Constituição da República Portuguesa”.
É a vez de Maria de Belém puxar os galões. A candidata presidencial acredita que pode existir uma segunda volta e admite que gostaria de contar com o apoio da esquerda para uma segunda volta. E lembra o que fez nos útlimos 40 anos de vida política.
“Há tempo para uma primeira volta e para uma segunda volta. Claro que gostaria de ter o apoio da esquerda na minha candidatura e de todas as pessoas que se revejam na minha candidatura. Eu não surgi aqui de repente. Eu tenho mais de 40 anos de vida pública e política. Eu não digo o que fiz e o que não fiz. Eu falo sobre aquilo que foram as minhas lutas. Eu sou uma construtora do Estado Social”.
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Muitas candidaturas à esquerda? "Não sei se todas as candidaturas serão da esquerda", diz Edgar Silva
A primeira pergunta é para Edgar Silva. A sucessão de candidatos à esquerda pode ser um problema. O que é que falta à esquerda para se unir em torno de um candidato? “Não sei se todas as candidaturas serão da esquerda. A minha candidatura é desenvergonhadamente da esquerda”, garantiu o madeirense e candidato apoiado pelo PCP.
O candidato não responde, porém, à pergunta mais importante: está disposto a desistir da corrida para assegurar a vitória de um candidato da esquerda? “O mais importante para mim é cirar todas as condições para que os valores de abril possam triunfar no dia 24 de janeiro”. Edgar Silva refere-se a Marcelo Rebelo de Sousa como “candidato apoiado por Pedro Passos Coelho, Paulo Portas e Cavaco Silva”.
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O debate entre Paulo Morais e Marisa Matias chegou ao fim. É agora a vez de Maria de Belém e Edgar Silva, na SIC Notícias.
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Marisa Matias fala numa contradição profunda entre um sistema que permite “enterrar” 3 mil milhões de euros na banca sem que sejam contabilizados no défice do país e que não permita que o mesmo aconteça se esses 3 mil milhões de euros na Saúde.
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“Um dos problemas dos últimos Presidentes é que passaram um pouco a ideia que os Presidentes devem ser os ‘Inúteis da República”. Paulo Morais acredita que os últimos Chefes de Estado não defenderam, como podiam, a Constituição da República.
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Marisa Matias e as regras europeias: "O que tem de valer é a nossa Lei Fundamental"
O debate centra-se agora nas regras do Tratado Orçamental. Marisa Matias já afirmou que o país não pode ter uma posição de subserviência em relação a Bruxelas. Se for Presidente da Repúlbica. “O Presidente da República deve suscitar debates essenciais para o país. Não há nenhum outro país na União Europeia que deixe que a sua Lei Fundamental seja ultrapassada em nome dos supostos compromissos. Se houver conflito vale a Constituição da República. O que tem de valer é a nossa Lei Fundamental”.
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“A privatização da EDP foi um caso de corrupção incalculável" - Paulo Morais
Acusações duras de Paulo Morais, que quis dar um exemplo de como a corrupção tomou a Assembleia. “A privatização da EDP foi um caso de corrupção incalculável. Havia vários deputados [da comissão parlamentar] que estavam diretamente ligado ao negócio. Adolfo Mesquita Nunes, que estava ligado a uma sociedade de advogados que representava a EDP e, em particular, o caso de Miguel Frasquilho, que sendo vice-presidente da comissão, era simultaneamente trabalhava no GES, ainda por cima na ESI, que assessorava os chineses na compra da EDP”. O candidato presidencial acusa os deputados, inclusive os do Bloco de Esquerda, de nada terem feito.
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Paulo Morais teria vetado o Retificativo
Numa coisa, os dois candidatos estão de acordo: teriam vetado o Orçamento Retificativo. Paulo Morais explica: “Com a minha assinatura, jamais se pegaria em 2 mil milhões de euros para meter num grupo económico. Isto é completamente imoral”.
A corrupção volta a ser tema. Marisa Matias reconhece que esse é um problema “endémico” e diz respeitar o combate travado por Paulo Morais, mas realça: “Quando se coloca tudo ou todos dentro mesmo saco dos corruptos, estamos a fazer um favor aos corruptos. Não são todos iguais”.
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"Há estimativas que mais de 20% da dívida pública deve-se a casos de corrupção", diz Paulo Morais
É a vez de Paulo Morais. O candidato presidencial e ex-número 2 de Rui Rio na Câmara do Porto tem acusado a classe política de ser, de uma forma geral, corrupta. Esse discurso não pode, em si mesmo, ferir a credebilidade do sistema político? “Este discurso não é simpático. Mas é a verdade”, sublinha Paulo Morais.
O candidato presidencial acusa uma parte da classe política e governante de “utilizar o Orçamento do Estado para alimentar os interesses alguns grupos económicos”. E vai mais longe: “Há estimativas que mais de 20% da dívida pública deve-se a casos de corrupção que, aliás, são feitos à vista de toda a gente até de uma forma insultuosa: o BPN, o BPP, o BES, o Banif, as PPP’s, os submarinos… Cada um destes casos custa aos portugueses milhares de milhões de euros”.
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Marisa Matias e o Banif: "Não poderia nunca assinar de cruz mais 3 mil milhões de euros de dinheiro dos trabalhadores"
A primeira pergunta é para Marisa Matias, eurodeputada e candidata apoiada pelo Bloco. Se Cavaco Silva foi, como já disse Marisa Matias, um Presidente do PSD, não será ela, caso vença as eleições, uma Presidente do Bloco?. “É muito claro que Cavaco Silva foi um Presidente do partido” que tentou garantir a estabilidade dos “grandes interesses económicos”. “A minha postura e a minha posição é defender o país e aqueles que aqui vivem, independentemente de partidos”.
Ainda assim, Paulo Magalhães, jornalista da TVI, volta à carga: depois de Marisa Matias ter admitido na sexta-feira que chumbaria o Orçamento Retificativo, não será essa a prova de que, se for eleita, a bloquista vai ser um elemento causador de “ruído”? “Repare, ruído foi o que nós tivemos nos últimos anos”.
Sobre o Banif, a candidata diz que “toda a gente sabe” que a vontade deste Governo e da atual maioria parlamentar era a de reintegrar o banco na Caixa Geral de Depósitos. “O que faltou à nova maioria foi ter um Presidente que pudesse ter sido um parceiro fundamental para que não voltássemos a ter dinheiro dos contribuintes enterrado no sistema financeiro. Não poderia nunca assinar de cruz mais 3 mil milhões de euros de dinheiro dos trabalhadores. Era preciso devolver a palavra à Assembleia da República”.
“Só em Portugal é que foram sempre os contribuintes a pagar a fatura. Precisámos de quebrar este ciclo”, atira Marisa Matias.
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Uma pequena adenda: o segundo debate desta noite é entre Marisa Matias e Paulo Morais, na TVI24. Está prestes a começar.
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O debate entre Henrique Neto e Sampaio da Nóvoa chegou ao fim e saltou à vista uma diferença de estratégia clara: Henrique Neto quer afirmar-se como o candidato do país real, Sampaio da Nóvoa vai usar a sua experiência de intervenção cívica e de antigo reitor da Universidade de Lisboa como trunfo. O empresário acusou Nóvoa de ser o candidato do vazio; o antigo reitor acusou Neto de não dizer uma palavra sobre o futuro. O próximo debate vai colocar frente-a-frente Maria de Belém e Edgar Silva.
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A austeridade não era inevitável, insiste Sampaio da Nóvoa
“As grandes revoluções do século XX começaram nas universidades”, contra-argumenta Sampaio da Nóvoa. É, até ao momento, o grande ponto de discórdia entre os dois candidatos: Henrique Neto diz que Sampaio da Nóvoa pensa num país sem reconhecer o papel fundamental das empresas, Nóvoa rebate.
Agora Nóvoa critica Henrique Neto, que defendeu que a “austeridade foi inevitável”. “Acho que em 2011 era totalmente possível” ter escolhido outro caminho que não um “experimentalismo ideológico” da troika. “Devíamos ter capacidade para negociar de outra maneira aquilo que foi este programa de ajustamento”.
“Mais uma vez o senhor candidato não sai da universidade”, respondeu Henrique Neto.