Os autocarros já arrancaram e a comitiva leonina já está de saída da Praça do Município, rumo ao Estádio José Alvalade.

Ainda na Câmara Municipal de Lisboa, Luís Neto deixa mais umas palavras. “Quero agradecer a demonstração de sportinguismo. Espero que domingo tenhamos o mesmo apoio que tivemos toda a época para podermos disputar e vencer o troféu”, começou por dizer, antes de comentar a provável continuidade de Rúben Amorim.

“O mister é um garante de estabilidade no clube, de competência. É um dos nossos trunfos no universo sportinguista. Pode ser um detalhe que diferencia ganhar ou não ganhar”, explicou o central, que está de saída dos leões.

Adán, que também vai deixar Alvalade no verão, também falou aos jornalistas. “Há três anos estávamos ainda com a pandemia, a malta não podia andar na rua. Foi um bocadinho diferente do que é hoje. Este ano estamos a desfrutar à altura do Campeonato que conseguimos, guardando cada momento como uma recordação”, disse o guarda-redes.

“Acho que os títulos são para serem celebrados ao máximo. Um título como este, em que tudo correu bem e fizemos uma grande temporada… Para mim é guardar esses momentos para o futuro”, terminou o espanhol.

Por fim, também Coates deixou algumas palavras. “Vamos tentar regressar com a Taça. Vai ser um jogo difícil, mas vamos fazer de tudo para tentar regressar”, explicou, antes de também comentar a alegada continuidade de Rúben Amorim.

“Foi o presidente que disse, então estamos todos contentes por ele continuar aqui. Ainda temos um jogo, mas estamos muito felizes com ele. Isto é bom para o Sporting. Amorim poderá ser um trunfo para manter jogadores? Não sei, há que falar com o Hugo Viana, que certamente terá muito trabalho durante o verão”, acrescentou.

Sobre o início de uma “nova era” no Sporting, o central lembrou que o clube “já ganhou muitas coisas ao longo da sua história”. “Conseguimos em quatro anos, quando o mister chegou, ser campeões duas vezes e é positivo para nós. Sabemos que para o ano será novamente difícil mas tentaremos”, disse o uruguaio.

Depois de alguns jogadores se dirigirem aos adeptos a partir da varanda, como Gyökeres, Hjulmand ou Pedro Gonçalves, a comitiva leonina já está a descer para voltar a entrar nos autocarros. Destaque para Luís Neto, que deixou a ideia de que Nuno Santos poderá ser um dos capitães na próxima temporada.

Rúben Amorim dirige-se aos adeptos a partir da varanda da Câmara. “Acho que já fizemos a festa, temos jogo domingo…”, começa por brincar.

“Queria agradecer o vosso apoio. Muito obrigado, principalmente aos jogadores. Quero que saibam que o nosso corpo está aqui, mas a nossa cabeça já está no Jamor. Queremos muito ganhar a Taça”, sublinha o treinador.

Cuca Roseta entoa agora “O Mundo Sabe Que”, música que se ouve antes de todos os apitos iniciais em Alvalade, a partir da varanda da Câmara Municipal de Lisboa.

A comitiva leonina, liderada por Coates, já está na varanda da Câmara Municipal de Lisboa em comunhão total com os adeptos que enchem a Praça do Município.

“A minha última palavra vai para o meu Conselho Diretivo e restantes Órgãos Sociais. A estabilidade ímpar que hoje o Sporting tem, deve-se a vocês. Muito obrigado, o mérito é vosso. O Sporting é hoje um clube estruturado, sustentável, saudável, jovem, pujante e… Campeão! Leões demolidores, Sportinguistas… Manteremos a nosso rumo, continuaremos a crescer, continuaremos a vencer”, refere o presidente leonino.

“Meu caro presidente, muito obrigado por esta receção e espero voltar a vê-lo daqui a uma semana pois domingo temos uma final e é para… Vencê-los! Sporting sempre!”, terminou, antes de oferecer uma camisola do Sporting a Carlos Moedas.

Já perto do fim, Frederico Varandas deixa uma aparente farpa ao FC Porto, mencionando a falta de necessidade de uma “guarda pretoriana paga”.

“Gostaria de realçar os milhares e milhares de jovens e crianças que festejaram esta vitória e que nos dias de hoje saem à rua vestidos, orgulhosamente, de leão ao peito. Vencer ajuda muito, mas não há nada mais forte, mais aglutinador e inspirador do que vencer sob os nossos valores. O Sporting demonstra que é possível vencer com coragem, com dignidade, com integridade, sem a mancha de processos judiciais e sem qualquer guarda pretoriana paga. Apenas com o nosso sonho, com a nossa visão, com os nossos valores e com os nossos adeptos a caminharem lado a lado connosco apenas por amor ao nosso Sporting”, afirma.

De forma natural, Frederico Varandas dirige-se agora a Rúben Amorim. “Também me lembro de em 2018 quase nenhum treinador querer vir treinar o Sporting. Hoje temos um dos melhores treinadores do mundo. Temo-lo hoje, temo-lo há quatro anos e temo-lo para o ano. E não é pela vertente financeira nem pela falta de interesse de outros clubes que ele permanece aqui, ano após ano. Permanece aqui porque o Sporting é um clube que lhe dá proteção, estabilidade, condições para ter sucesso e sobretudo ser feliz. Obrigado, mister Amorim. O mérito é teu”, atira.

Frederico Varandas dedica-se agora ao ano de 2018, quando subiu à liderança do Sporting na sequência da destituição de Bruno de Carvalho depois da invasão da Academia.

“No futebol diz-se que não há memória, mas eu tenho. E nem é preciso muito esforço de memória para me lembrar o que era este clube há seis anos. Lembro-me de em 2018 o clube estar numa guerra civil e éramos falados pelos piores motivos e por episódios de violência. Hoje somos falados e louvados por um comportamento exemplar numa festa de campeão com mais de 100 mil pessoas na rua unidas exclusivamente pelo amor ao nosso Sporting”, começa por referir, continuando com a mesma lógica.

“Lembro-me em 2018 de o Sporting não ser campeão há um longo e um penoso jejum. Hoje acabámos de celebrar o 2.º Campeonato desde essa altura e já vencemos mais outros cinco títulos só no futebol desde 2018. Lembro-me que em 2018 o clube detinha apenas 66% da SAD e que em 2026 íamos perder a maioria do capital para os bancos. Hoje detemos 88% da SAD e o Sporting é livre e dono do seu futuro”, acrescenta.

“Lembro-me que em virtude dos acontecimentos de 2018 a SAD chegou a ter capitais próprios negativos de 23 milhões de euros. No último relatório semestral apresentámos capitais próprios positivos de 67 milhões, o melhor de sempre. Lembro-me que em 2018 tínhamos cerca de 80 mil sócios com quotas em dia, hoje temos 110 mil de um universo de 150 mil sócios. Lembro-me que em 2018 o Sporting fazia 8 milhões euros em cotização. Este ano fazemos 12 milhões de euros”, afirma.

Lembro-me que em 2018 o Sporting fazia cinco milhões de euros em receitas de merchandising. Este ano vamos fazer 14 milhões de euros de receitas. Lembro-me que em 2018 o Sporting tinha um estádio feio com cadeiras esquisitas. Hoje temos um estádio cada vez mais bonito, mais verde, mais funcional e em 2026 sem fosso”, termina.