Momentos-chave
Histórico de atualizações
  • A cobertura do Observador a este debate da campanha presidencial francesa fica por aqui. Obrigada por ter estado connosco.

  • O debate entre Macron e Le Pen em sete pontos

    Guerra na Ucrânia, imigração e poder de compra. Se estes eram, para os franceses, os temas centrais do debate desta quarta-feira à noite entre Emmanuel Macron e Marine Le Pen — o único frente-a-frente dos dois candidatos na segunda volta das presidenciais francesas —, então esse tête-à-tête teria de pender para o lado do Presidente em funções.

    Só que de um dos lados da mesa foi possível encontrar uma Le Pen em modo “francês suave”. E isso valeu-lhe, em última análise, o ponto de equilíbrio em que acabaria por terminar o grande debate para as presidenciais do próximo domingo.

    Aqui fica a análise do Observador ao debate desta noite.

    Rússia, pensões e véu islâmico. Em sete pontos, quem venceu o debate decisivo entre Macron e Le Pen

  • Le Pen deixa uma mensagem final: "A globalização é brutal"

    Na sua mensagem de encerramento do debate, Marine Le Penapelou a importância de travar mudanças sociais e culturais no país, o que chamou de ‘uberização’. Foi uma espécie de manifesto anti-liberal.

    “A globalização é brutal e destabiliza a economia francesa. Temos de impedir os predadores ricos de dilacerarem o nosso país (…) Temos de proteger o nosso sistema social. Não devíamos estar sempre com medo do futuro”, apelou.

    As últimas palavras foram dedicadas ao que disse ser a “alma” de França: “França é o único país que temos. Todos os países iriam compreender que queremos proteger a nossa cultura, a nossa língua. Esta é a minha plataforma”.

  • Mensagem final de Macron: "Esta eleição é uma espécie de referendo sobre a UE"

    Emmanuel Macron abre a sua declaração final agradecendo a Marine Le Pen “o debate vivo” desta noite. “Respeito-a como opositora”, disse.

    O candidato do En Marche! aborda outros tópicos que gostaria de ter abordado, como a igualdade de género. “Discordamos em muitas questões, esta eleição é uma espécie de referendo sobre a UE, o ambiente, secularismo e fraternidade — porque discordamos nestes temas, como se viu agora na questão do véu”, afirma.

    Por fim, Macron termina falando “nas novas gerações e nas crianças”. “Uma coisa que me sustém é o querer construir um mundo melhor. Fui eleito para isso e se voltar a ser eleito continuarei a fazê-lo. Todos serão parte do nosso esforço no futuro.”

  • Le Pen quer leis de iniciativa popular, suportadas por referendos

    “Precisamos de uma renascença democrática”, lançou Marine Le Pen. Como? Dando à população a possibilidade de submeter propostas de leis. Se as iniciativas conseguirem 500.000 assinaturas, seriam submetidas a referendo.

    “A mensagem dos coletes amarelos foi esta, o que querem é mais democracia. Mas não foi implementada. Você podia ter avançado com isto, escolheu não o fazer”, criticou.

    A candidata da União Nacional diz que só deste modo vai ser possível “reconstruir França”, “para que todas as vozes sejam ouvidas, onde todas as pessoas têm representação, incluindo as minorias”.

    Neste ponto, Macron interrompeu, dizendo que tal proposta significaria “erradicar a assembleia nacional”. “Iria afastar completamente o parlamento. Quer leis que contornem o parlamento. Qual passaria a ser o seu objetivo?”, questionou.

    Le Pen lançou também duras palavras a Macron, acusando-o de desunir o país. “As pessoas sentem o seu desprezo, sentem que não os ouve. As suas palavras têm sido brutais. Você dividiu este país”, criticou.

    A candidata da extrema-direita referiu ainda a intenção de rever a Constituição de França, através de referendo, mas não concretizou.

  • Macron diz que Le Pen tem propostas "anticonstitucionais"

    No último tópico do debate, sobre a relação com as instituições, Emmanuel Macron começa por dizer que não aplicou nenhum referendo no seu mandato, mas considera à mesma que esse é “um mecanismo fundamental” da Constituição Francesa.

    “Mas quando se é eleito pelo povo, isso não nos dá o direito de tentar mudar a Constituição. E as propostas da senhora Le Pen são anticonstitucionais”, acrescenta.

  • Marine Le Pen é clara: quer referendo para mudar a Constituição na questão da imigração

    “Muito obrigada pela oportunidade de me deixar voltar a relembrar aos muçulmanos que não estou a travar uma guerra contra a religião deles”, diz a candidata da UN, que afirma que muitos muçulmanos são eles próprios subjugados por islamistas nas suas comunidades em França.

    Macron responde dizendo que a proibição do véu não pode ser considerada uma “proibição do radicalismo”, mas sim da própria religião. E foca-se na política de imigração da candidata da extrema-direita: “Você não pode semear a divisão no país. Quer mandar para fora do país cidadãos franceses!”

    Le Pen responde-lhe dizendo que a sua proposta é a de um referendo a uma proposta de lei para alterar a Constituição, de forma a deportar estrangeiros que tenham cometido crimes e a mudar o sistema de atribuição da nacionalidade. “De momento temos um problema. Muita gente chega a França, pede asilo, não o recebe, mas fica cá na mesma!”, exalta-se a candidata.

    “Estas são pessoas que fugiram do seu país por causa da guerra, temos de ser claros e recebê-los”, responde Macron, nomeando concretamente o caso dos ucranianos. “Depois temos a imigração económica, de pessoas que querem vir para cá trabalhar e tornam o nosso país mais forte. E há imigração ilegal.” Uma questão que Macron diz que deve ser resolvida através de uma reforma europeia geral, da zona Schengen.

  • Proibição do véu aquece o debate. "Você quer polícias a correr pela rua a deter mulheres que usam hijab", critica Macron

    Perante a proposta de Marine Le Pen de proibir o uso do véu islâmico no espaço público, Macron indignou-se: “França, a nação do iluminismo, seria o primeiro país do mundo a fazê-lo!”

    O Presidente sublinhou que tal medida seria anti-Constitucional e iria “criar uma guerra civil” nas ruas.

    “Estamos a falar de usar um símbolo religioso, o véu. Comigo como Presidente não vamos proibir nenhum símbolo religioso”, garantiu.

    “Você quer polícias a correr pela rua a deter mulheres que usam hijab (…) Temos muçulmanos que morreram em ataques terroristas, e você quer tirar-lhes os véus? A lei que propõe diz que estes franceses não iam poder estar nos espaços públicos (com véu)”, criticou.

  • Le Pen e o véu: "Acredito que o hijab deve ser banido nos locais públicos, porque é um uniforme imposto pelos islamistas a estas mulheres"

    Sobre a questão do véu islâmico, Marine Le Pen tentou enquadrar a questão de forma mais lata. “Acredito que o Islamismo está no nosso país e a sua política [de Macron] contra o extremismo e o terrorismo não tem sido eficaz”, começou por dizer.

    De seguida repetiu o esclarecimento que tem feito nos últimos dias: “Não estou a lutar contra uma religião, não estou a lutar contra o Islão. Estou a lutar contra a ideologia islamista (…) que quer impor a sharia.” E como? Deportações são uma das armas, explica a candidata. “A carta de princípios do Islão é um princípio, mas os que se recusaram a assiná-la continuam por aí livres. Não temos sido duros o suficiente nesta questão.”

    Quanto ao véu, Le Pen foi clara: “Acredito que o hijab deve ser banido nos locais públicos, porque é um uniforme imposto pelos islamistas a estas mulheres e raparigas.” A candidata diz ainda que considera muitas destas mulheres vítimas, que são obrigadas a usar o véu: “Temos de as libertar”, pede.

  • Macron diz que a segurança em França melhorou e ataques terroristas foram evitados

    Em matéria de segurança, Macron diz ter feito promessas que cumpriu. “Mais 10 mil polícias e Reduzimos os pequenos crimes”, apontou como exemplos.

    “Todo o trabalho dos nossos polícias esta a dar frutos”, garantiu, afirmando que vários ataques terroristas foram também evitados.

    Em avanços de segurança, o Presidente apontou para a maior formação da polícia francesa para lidar com a violência doméstica.

  • Le Pen culpa imigração pelos "comportamentos bárbaros" de insegurança nas ruas francesas

    Na questão da segurança, Le Pen coloca-a como “principal preocupação dos franceses”, a par do poder de compra: “O nosso país está nas ruas da amargura e estou a medir as palavras. Estamos a assistir a comportamentos bárbaros.”

    Até nas zonas rurais, diz a candidata, “há cada vez mais insegurança”. “Pessoas a roubar combustível, a roubar ovelhas, a roubar fertilizantes!”, diz.

    Para combater esse problema, Le Pen diz claramente que é preciso “acabar com a imigração de larga escala”. É por isso que quer sugerir um referendo “para mudar radicalmente a nossa política de imigração”. “Os franceses devem poder decidir quem vem, quem fica, quem sai do país”, declara.

    Para além disso, a candidata da UN quer mais reforço para as forças policiais, que diz estarem a ser “desprezadas” pelo governo de Macron: “Eles precisam que lhes demonstremos algum amor”. E pede que as sentenças sejam revistas e que sejam construídas mais prisões.

  • Macron promete aumentos para os professores que ganham menos

    A fechar a temática das escolas, Macron garantiu continuar a aumentar do professores em particular os que ganham menos de dois mil euros.

    “Jà tinha prometido isso antes”, comentou Le Pen.

    O Presidente disse estar consciente das dificuldades que crianças e famílias enfrentaram durante a pandemia, e defendeu a decisão do governo francês em manter as escolas abertas. “Se não tivéssemos aberto as escolas não podíamos ajudar as crianças, há crianças que não iam ter o que comer se não abríssemos as escolas. Foi o graças ao investimento que fizemos que pudemos continuar a educar as nossas crianças. Acredito em manter as escolas da República francesa abertas”, afirmou.

    Nesta altura, Marine Le Pen interrompeu para criticar o Presidente de apenas ter investido nas escolas das grandes cidades esquecendo as zonas mais rurais, algo que Macron negou.

  • Le Pen envolve escândalo da McKinsey no debate sobre a educação

    “Nos últimos dois anos e meio os nossos jovens não puderam socializar, estiveram longe das famílias… Os problemas de saúde mental aumentaram por causa da pandemia e por isso os jovens são uma das minhas prioridades”, promete Marine Le Pen. Para isso, sugere medidas como programas de estágios. “O senhor fez isso, mas foi apenas temporário”, diz a Macron.

    Para além disso, Le Pen diz que tem de haver mais apoios aos trabalhadores-estudantes: “Devem receber uma bolsa de até 200 a 300 euros e poderem ter transportes gratuitos”.

    “É preciso haver respeito pelos professores”, acrescenta a candidata da UN. E sobre a redução dos salários dos professores, questiona: “Foi uma sugestão da McKinsey?” — uma referência à consultora que trabalhou para o Estado francês e que está envolvida num escândalo de fuga ao fisco.

    Para além disso, Le Pen fala na insegurança nas escolas, provocada “por uns quantos bullies“. “É preciso haver respeito para com os professores e parar de empurrar os problemas para debaixo do tapete”, afirma.

  • Proposta de Macron para a educação: Matemática até ao fim do secundário e educação física todos os dias

    No tema da educação, Emmanuel Macron afirmou a intenção de aumentar os professores, dado o seu empenho durante a pandemia – mas não deu pormenores.

    Para as escolas prometeu medidas novas: “Quero garantir que os alunos estudam matemática até ao fim do secundário, quero educação física todos os dias, expandir aulas de arte”.

  • Candidatos acusam-se mutuamente de não terem apoio dos sindicatos

    Marine Le Pen acusa agora Emmanuel Macron de ter alienado os sindicatos. “Eles sentem o seu desprezo”, diz.

    O candidato do En Marche! responde-lhe dizendo que a CGT, uma das maiores centrais sindicais de França, rejeita totalmente Le Pen: “Eles não querem falar consigo”, acusa.

  • "Não invoque Charles de Gaulle", pede Macron a Le Pen

    Numa parte morna do debate sobre inovação tecnológica, Le Pen cita Charles de Gaulle e é rapidamente interrompida por Macron. “Senhora Le Pen, não invoque Charles de Gaulle!”, pede-lhe o candidato do En Marche!

    “Invoco sim”, responde calmamente a candidata da UN. De seguida, passa a explicar que a UE tem promovido uma economia de “uberização” que necessita de regulação. “Tento colocar-me nos sapatos das pessoas. Falamos da Europa ter a sua própria Google, mas muita gente vive em zonas que nem sequer têm fibra ótica.”

  • Marine Le Pen quer nuclear no centro da política energética

    Marine Le Pen critica o foco nas renováveis da presidência Macron — “Falei com todos os pescadores que relataram o impacto daquelas turbinas nas suas zonas” — e defende que a energia nuclear deve ser “o centro” da combinação de fontes de energia usadas por França. “E também olhar para o hidrogénio verde”, acrescenta.

    “O hidrogénio não é uma fonte de energia”, responde-lhe Emmanuel Macron. “Para isso precisa-se sempre de nuclear ou renováveis.”

  • "Nuclear e renováveis, tem de ser as duas", diz Macron sobre energias alternativas

    Ainda na pasta ambiental, Macron sublinhou a importância de investir em energias renováveis e nuclear, como alternativas. “Nuclear e renováveis, tem de ser as duas”, defendeu.

    Além de energia eólica terrestre, Macron sublinhou o potencial desta energia no mar também.

  • Le Pen responde: "Você é que é um hipócrita do clima"

    “Não sou cética [do clima]. Você é que é um hipócrita do clima, responde Le Pen.

    “As pessoas não têm meios de fazer outras escolhas, com as zonas de emissões as pessoas que têm um carro antigo não podem ir a estas zonas para se dirigir a um hospital, por exemplo”, enumera a candidata, falando numa “política punitiva”. “Sim à transição [climática], mas é preciso que ela seja muito menos rápida do que tem sido imposto aos franceses”, declarou.

    A candidata da UN foca-se de seguida na questão da energia nuclear e na decisão de Macron de fechar centrais nucleares, dizendo que o foco na energia eólica é errado. “É um atentado à biodiversidade e que faz baixar os preços imobiliários nas imediações. E quando não existe vento não funcionam”, diz.

  • Macron atira a Le Pen: "Você é uma cética climática"

    Na temática do ambiente, Macron resume a opositora numa frase: “Você é uma cética climática”

    O Presidente francês apontou o que considerou uma inconsistência no discurso de Le Pen, que criticou o comércio livre e as importações excessivas, como causas da crise climática. “O desequilíbrio na verdade é no petróleo e no gás. O seu manifesto e programa não faz sentido, propôs uma descida de IVA no petróleo e gás”, comentou.

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