Momentos-chave
- Resultado final: 232 votos a favor; 197 votos contra
- Lusodescendente foi um dos 10 republicanos a votar contra Trump
- Nove republicanos já votaram a favor do impeachment
- Começou a votação final
- Líder da bancada republicana diz que impeachment agora é "erro", mas afirma que Trump "tem responsabilidade pelo ataque"
- Trump divulga comunicado contra violência. "Não é isto que eu represento, não é isto que a América representa"
- Já são seis os republicanos que anunciaram publicamente um voto a favor do impeachment
- Está confirmado: se impeachment for aprovado, o julgamento será só durante Presidência de Biden
- Pelosi fala em "terroristas domésticos (...) enviados pelo Presidente"
- Petição circula entre republicanos para pedir demissão de Liz Cheney após apoio ao impeachment
- Líder da bancada democrata cita republicanos contra Trump
- Republicano lamenta processo de impeachment "apressado"
- Manifestantes foram "terroristas domésticos" que "agiram às ordens do Presidente Trump"
- Como chegámos aqui
Histórico de atualizações
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Este liveblog do Observador termina aqui. Com 232 votos a favor e 197 contra, Donald Trump sofreu um novo impeachment e tornou-se o primeiro presidente dos Estados Unidos a passar por este processo duas vezes. Pode rever tudo aqui.
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Acusação aprovada. Trump é o primeiro Presidente dos EUA a sofrer um impeachment duas vezes, com os votos de 10 republicanos
Dez republicanos ajudaram os democratas a aprovar com larga maioria a acusação de “incitamento à insurreição” contra Trump. O julgamento só arranca depois de Biden tomar posse.
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Resultado final: 232 votos a favor; 197 votos contra
A presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, acaba de anunciar o resultado final da votação:
- 232 votos a favor (222 democratas e 10 republicanos);
- 197 votos contra (todos republicanos).
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Lusodescendente foi um dos 10 republicanos a votar contra Trump
O congressista republicano David Goncalves Valadao, lusodescendente, foi um dos 10 republicanos a votar contra Donald Trump.
Valadao (os apelidos perderam a acentuação portuguesa na travessia do Atlântico) é filho de emigrantes açorianos, que emigraram para os EUA em 1969, oito anos antes do seu nascimento.
O congressista representa no Congresso o 21.º distrito do estado da Califórnia.
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Aprovado o segundo impeachment contra Trump
Está aprovada a acusação de impeachment. Embora ainda faltem alguns votos, já não são suficientes para reverter o resultado final.
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Nove republicanos já votaram a favor do impeachment
A votação ainda vai a meio, mas já é histórica. Nove republicanos já votaram a favor do impeachment de Trump. Como nota o repórter Alexander Panetta, da CBS, isto significa que este é o impeachment em que mais membros do Congresso votaram a favor da destituição de um Presidente do seu próprio partido. O recorde anterior era de 1998, ano em que cinco democratas votaram a favor do impeachment de Bill Clinton.
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Começou a votação final
Os congressistas estão agora a votar a acusação.
Tudo indica que o impeachment será aprovado, com os votos de todos os democratas e de pelo menos sete republicanos.
A votação deverá demorar algum tempo, uma vez que muitos congressistas não estão fisicamente presentes devido às medidas de distanciamento impostas pela Covid-19.
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Mais um republicano anuncia voto a favor do impeachment
Ao fim de duas horas de curtas intervenções alternadas entre democratas e republicanos, o período de debate chegou ao final. Mas, por esta altura, surge um sétimo congressista republicano a anunciar que votará a favor do impeachment.
Trata-se de Peter Meijer, do estado do Michigan, que anunciou em comunicado a sua intenção de voto.
“O Presidente Trump traiu o seu juramento ao procurar minar o nosso processo constitucional e tem responsabilidade por incitar à insurreição na semana passada. É com um peso no coração que vou votar a favor do impeachment do Presidente Donald J. Trump”, disse.
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"Traidor", a multidão enviada para "assinar Pence e Pelosi" e a "censura". Retórica acesa no debate
A retórica no debate tem estado acesa. A congressista democrata Anna Eshoo, da Califórnia, disse que Trump é um “traidor deste país”.
O também democrata Adriano Espaillat classificou a multidão que invadiu o Capitólio como tendo sido “convocada e enviada” por Donald Trump para “assassinar Pence e Pelosi”.
Do lado republicano, destacou-se a intervenção da congressista Marjorie Taylor Greene, conhecida por apoiar teorias da conspiração como o QAnon, feita com uma máscara com a palavra “Censura” — e vários jornalistas presentes notaram a ironia da situação em que alguém se queixa de censura enquanto discursa na Câmara dos Representantes dos EUA, com transmissão internacional.
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Líder da bancada republicana diz que impeachment agora é "erro", mas afirma que Trump "tem responsabilidade pelo ataque"
Dentro da Câmara dos Representantes, os congressistas continuam a discursar à vez. Com intervenções de 30 segundos a 1 minuto, o conteúdo tem sido relativamente pouco profundo, com os democratas a apelarem ao impeachment e os republicanos a oporem-se à medida.
De um lado e de outro, parece haver uma conclusão em comum: Trump não foi alheio à violência no Capitólio na semana passada.
Uma das intervenções mais significativas dos últimos minutos foi a do congressista republicano Kevin McCarthy, que é o líder da bancada republicana na Câmara dos Representantes.
Apesar de classificar o impeachment como “um erro”, McCarthy sublinhou que “o Presidente tem responsabilidade pelo ataque de quarta-feira”.
“Ele devia ter imediatamente ter denunciado a turba quando viu o que estava a acontecer. Estes factos requerem ação imediata do Presidente Trump”, disse McCarthy. Contudo, o líder republicano salientou que fazer um impeachment “num período tão curto seria um erro”.
“Não foram ainda terminadas quaisquer investigações, não houve audiências”, argumentou.
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Trump divulga comunicado contra violência. "Não é isto que eu represento, não é isto que a América representa"
Enquanto o debate continua na Câmara dos Representantes, o Presidente Donald Trump (que continua banido do Twitter) acabou de divulgar um breve comunicado pelos canais da Casa Branca.
“Na sequência de notícias sobre novos protestos, apelo a que NÃO haja mais violência, NÃO haja mais violações da lei e NÃO haja nenhum vandalismo de qualquer tipo. Não é isto que eu represento, não é isto que a América representa. Peço a TODOS os americanos que ajudem a acalmar as tensões e os ânimos. Obrigado”, lê-se na breve nota.
Trump statement pic.twitter.com/ufdgSCInVC
— Jim Acosta (@Acosta) January 13, 2021
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Já são seis os republicanos que anunciaram publicamente um voto a favor do impeachment
Há mais um republicano a juntar-se às fileiras democratas no voto pelo impeachment. O congressista Dan Newhouse, do estado de Washington, divulgou há minutos um comunicado a garantir que votará a favor do impeachment.
“A multidão [que invadiu o Capitólio] foi inflamada pela linguagem e desinformação do Presidente dos Estados Unidos”, disse. “Fechar os olhos a este assalto brutal à nossa república não é uma opção.”
Newhouse apontou também aos seus colegas republicanos, salientando que “um voto contra este impeachment é um voto para validar a violência inaceitável que testemunhámos na capital da nossa nação”.
My full statement on the House impeachment vote: pic.twitter.com/X74Sgq1Nqu
— Rep. Dan Newhouse (@RepNewhouse) January 13, 2021
Isto significa que já são seis os republicanos que anunciaram publicamente o voto alinhado com os democratas:
- Dan Newhouse, de Washington
- John Katko, de Nova Iorque
- Jamie Herrera Beutler, de Washington
- Adam Kinzinger, do Illinois
- Fred Upton, do Michigan
- Liz Cheney, do Wyoming
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Republicanos questionam impeachment a 7 dias do fim do mandato; democratas dizem "chega"
Os argumentos na Câmara dos Representantes continuam a repetir-se: enquanto os democratas exigem um impeachment imediato para expulsar Trump assim que possível, os republicanos argumentam que o impeachment é a via errada por ser inútil (Trump termina o mandato na próxima semana) e criar ainda mais divisão no país.
“Num momento em que o nosso país necessidade unidade, é preocupante que os meus colegas do Partido Democrata tenham escolhido começar os procedimentos de impeachment contra um Presidente que já só tem sete dias para governar”, disse a republicana Debbie Lesko durante o debate.
A discussão ficou marcada também pela intervenção do congressista democrata Adam Schiff, que no ano passado chefiou a equipa de acusação no impeachment relacionado com o caso da Ucrânia. Schiff classificou o ataque ao Capitólio como “o momento mais perigoso da nossa democracia num século” e sublinhou que o impeachment é “o remédio dos fundadores para um Presidente fora da lei”.
“Mais importante ainda, hoje começamos o longo caminho rumo ao restauro. Para preservar este lugar sagrado, esta cidadela da democracia, para nós e para a prosperidade. Digamos chega. Chega”, disse Schiff.
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Está confirmado: se impeachment for aprovado, o julgamento será só durante Presidência de Biden
Enquanto no plenário da Câmara dos Representantes os argumentos se vão repetindo na linha do que foi debatido da parte da manhã, chega uma notícia a partir do Senado: não haverá julgamento de Trump antes da tomada de posse de Biden.
Se hoje a acusação de impeachment for aprovada — e tudo indica que será —, o processo segue depois para o Senado, onde o Presidente é julgado.
De acordo com o calendário legislativo, o Senado encontra-se atualmente em pausa dos trabalhos, só retomando a atividade no dia 19 de janeiro, o dia anterior à tomada de posse de Joe Biden — altura em que as maiorias se vão inverter na câmara alta do Congresso.
Chegaram a circular rumores de que o líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, poderia retomar a atividade do Senado antes desse dia, já nesta sexta-feira, para acelerar o julgamento de Trump.
Porém, está agora confirmado que não será isso a acontecer. O porta-voz de Mitch McConnell confirmou pelo Twitter que o Senado não retoma a atividade antes do dia 19, o que significa que o julgamento já só arrancará sob a Presidência de Biden.
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Em resposta, o congressista republicano Jim Jordan acusou o Partido Democrata de querer “cancelar o Presidente”.
“Será que temos uma 1.ª emenda funcional quando a cultura do cancelamento só permite que um lado fale? Quando nem se consegue ter um debate neste país?”, questionou o congressista.
“Dentro de sete dias vamos ter uma transferência pacífica do poder tal como em todos os outros momentos neste país, mas os democratas vão fazer um impeachment ao Presidente Trump outra vez. Isto não une o país. De nenhuma maneira isto ajuda a nação a lidar com os acontecimentos trágicos e terríveis da semana passada que todos condenamos”, diz.
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Pelosi fala em "terroristas domésticos (...) enviados pelo Presidente"
A presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, foi a primeira a abrir o debate sobre o conteúdo da acusação.
Classificando Trump como “um perigo claro e atual” para os EUA, Pelosi defendeu que o Presidente “incitou esta insurreição, esta rebelião armada contra o nosso país”.
“Ele tem de ir embora”, disse Pelosi.
“Os rebeldes não eram patriotas. Eram terroristas domésticos e a justiça tem de prevalecer”, disse Pelosi. “Mas eles não apareceram do vácuo. Foram enviados para aqui pelo Presidente com palavras como ‘lutar como o inferno’. As palavras importam. A verdade importa. A responsabilidade importa.”
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Estão aprovados os formalismos, num processo de votação que demorou mais do que o debate em si. Isto significa que arranca agora um debate de duas horas sobre o conteúdo da acusação contra Donald Trump: incitamento à insurreição, pelo discurso que fez antes da violenta invasão do Capitólio.
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Petição circula entre republicanos para pedir demissão de Liz Cheney após apoio ao impeachment
Do lado do Partido Republicano, está instalado o desconforto por causa das várias figuras que já vieram publicamente expressar o seu apoio à iniciativa de impeachment.
Uma das figuras mais importantes do partido a pronunciar-se a favor do impeachment foi a congressista Liz Cheney: é a número 3 da hierarquia republicana na Câmara dos Representantes e o apelido não engana — faz parte de uma influente família republicana, sendo filha do ex-vice-presidente Dick Cheney.
Dentro do Partido Republicano, circula uma petição apelando à demissão de Liz Cheney do cargo que ocupa na bancada parlamentar republicana. A petição foi lançada pelo congressista Andy Biggs, do Arizona.
This petition is being sent around by @RepAndyBiggsAZ’s team pic.twitter.com/S3eoLlEYXE
— Alayna Treene (@alaynatreene) January 13, 2021
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Depois de uma primeira votação relacionada com os procedimentos, os congressistas estão a fazer uma segunda votação destinada a aprovar as regras do debate.
Tudo indica que também nesta votação o “sim” vai vencer, com o apoio dos democratas.
Aprovados os procedimentos, seguir-se-á um debate de duas horas sobre a própria acusação. Só no final desse debate haverá uma votação final sobre a acusação contra Trump.
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Os congressistas estão agora a fazer uma primeira votação sobre os procedimentos a adotar durante o debate desta quarta-feira.