Momentos-chave
- Biden pediu a Israel que não ocupe Gaza após derrota do Hamas: "Não cometam o mesmo erro que a América fez depois do Bin Laden"
- Biden reconhece que israelitas foram "menos do que cooperativos" no início da guerra e defende solução de dois estados
- EUA: há quilómetros a percorrer para alcançar acordo sobre Gaza
- Netanyahu acusa Hamas de fazer exigências que deixam Israel "em perigo"
- Exército israelita admite que não protegeu civis no 1.º relatório sobre ataques de 7 de outubro
- EUA anunciam sanções a grupo israelita por violência na Cisjordânia
- Há progressos nas negociações sobre Gaza, mas permanecem divisões em temas como retirada total de tropas
- Erdogan acusa EUA de “cumplicidade” nos alegados crimes de guerra de Israel em Gaza
- Acordo para cessar-fogo que inclui "governo interino" sem Hamas nem Israel mais perto de acontecer, diz colunista do Washington Post
- Número de mortes na Faixa de Gaza desde 7 de outubro sobe para 38 345. Nas últimas 24 horas morreram 50 pessoas
- Testemunhas falam em palestinianos abatidos a tiro por snipers israelitas durante evacuação em Gaza
- Israel diz ter eliminado membros do Hamas que dispararam rockets contra povoações israelitas a partir de Gaza
- Presidente eleito do Irão reafirma apoio a Palestina em mensagem ao Hamas
- Estados Unidos estão "cautelosamente otimistas" quanto a um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza
Histórico de atualizações
-
Bom dia. Obrigada por nos ter acompanhado neste liveblog, que vamos agora arquivar para atualizar as notícias sobre a guerra neste novo liveblog.
Encontrados cerca de 60 corpos após operação israelita em bairro de Gaza
-
Biden pediu a Israel que não ocupe Gaza após derrota do Hamas: "Não cometam o mesmo erro que a América fez depois do Bin Laden"
O Presidente norte-americano disse ainda que, durante a visita a Israel na sequência dos ataques do Hamas de 7 de outubro, deixou um conselho ao gabinete de guerra e ao primeiro-ministro israelita: “Não cometam o mesmo erro que a América depois do Bin Laden. Não é preciso ocupar nenhum território. Vão atrás das pessoas que fizeram isto.”
“Devem lembra-se que eu ainda sou criticado por isso, mas fui totalmente contra a ocupação. Depois de apanhar o Bin Laden devíamos ter seguido em frente porque nunca ninguém irá unir o país”, afirmou.
Biden chegou a apoiar o início da invasão do Afeganistão. Enquanto senador do estado de Delaware votou juntamente com o todo o senado norte-americano a favor da resolução de 2001 que autorizou o uso de força militar contra “nações, organizações e pessoas” que estavam por trás dos ataques terroristas do 11 de setembro.
-
Biden reconhece que israelitas foram "menos do que cooperativos" no início da guerra e defende solução de dois estados
“É tempo de acabar esta guerra”, sublinhou hoje o Presidente norte-americano numa conferência de imprensa pós-cimeira da NATO. Joe Biden respondia a uma pergunta sobre se teria feito algo de diferente no modo como lidou com o conflito.
“Eu conheço e apoio Israel”, respondeu, acrescentando que foi dos primeiros líderes a viajar para o país depois dos ataques de 7 de outubro. Notou que o gabinete de guerra israelita é dos mais conservadores na história do país, algo que descreveu como desafiante.
Biden assumiu que desejava ter sido capaz de convencer Israel a fazer mais para limitar as consequências da guerra. Notou, por exemplo, que os israelitas foram “menos do que cooperativos” no início do conflito quanto aos pedidos norte-americanos. Garantindo que está a fazer os possíveis para assegurar que ambos os lados do conflito aceitam um cessar-fogo, reiterou que a solução de dois estados é a única resposta possível.
“Em retrospetiva, há muitas coisas que desejava ter sido capaz de convencer os israelitas a fazer, mas o essencial é que é preciso acabar com esta guerra”, defendeu.
-
Na NATO, discutiu-se um avanço para a solução de dois estados
No fecho da cimeira da NATO, o primeiro-ministro britânico explicou que o conflito na Faixa de Gaza foi um dos temas em discussão. Segundo Keir Starmer, foi abordada concretamente a solução de dois estados.
Starmer respondia a uma pergunta sobre a sua visão sobre o reconhecimento da Palestina, algo que o novo governo que lidera se comprometeu a fazer, sem avançar uma linha temporal. O líder britânico respondeu que a posição do Reino Unido foi também abordado na cimeira.
Questionado sobre se considerava reconhecer a Palestina como um estado antes dos Estados Unidos, Starmer disse: “Eu vou determinar as nossas políticas, não vou seguir ninguém.”
-
EUA: há quilómetros a percorrer para alcançar acordo sobre Gaza
Depois de um porta-voz da Casa Branca assumir que os EUA estão “cautelosamente otimistas” quanto a um acordo sobre a Faixa de Gaza, o conselheiro de segurança nacional, Jake Sullivan, admitiu que ainda há “quilómetros a percorrer antes de se fechar um acordo, se for possível fazê-lo”.
“Não quero dizer que está logo ali ao virar da esquina, mas não tem de estar tão longe assim se toda a gente tiver a vontade de fazer isto”, disse Sullivan aos jornalistas esta tarde.
Num comunicado divulgada esta quinta-feira o Hamas afirmou que os mediadores do conflito ainda não tinham dado atualizações sobre as negociações desde as concessões da semana passada em resposta à proposta israelita, apoiada pelos EUA.
-
Netanyahu acusa Hamas de fazer exigências que deixam Israel "em perigo"
O primeiro-ministro israelita disse que, durante as negociações para um possível cessar-fogo em Gaza, o Hamas fez exigências contrárias ao quadro do acordo mediado pelos Estados Unidos.
“Estou comprometido com o quadro do acordo para a libertação dos reféns, mas os assassinos do Hamas estão a agarrar-se a exigências que contrariam esse quadro, que colocam Israel em perigo”, disse Benjamin Netanyahu numa cerimónia militar em Israel.
As declarações surgem no dia em que o diretor da agência de segurança nacional israelita Shin Bet está a viajar para o Cairo para prosseguir as negociações.
-
Exército israelita admite que não protegeu civis no 1.º relatório sobre ataques de 7 de outubro
O exército israelita publicou hoje o primeiro relatório sobre a investigação à sua resposta aos ataques de 7 de outubro do Hamas. Reconhece que não protegeu os civis de um dos Kibbutz mais atingidos, o Be’eri, onde morreram mais de 100 pessoas e foram raptadas 32 — 11 ainda estão a ser mantidas na Faixa de Gaza.
O exército reconhece que não estava preparado para um cenário de infiltração de tais proporções e que o número de forças no local era inadequado. Admite também que não tinham uma noção clara sobre o que se estava a passar até por volta do meio dia, horas depois do ataque ter começado, que não alertou adequadamente os civis de Be’eri e que a ação dos militares foi descoordenada.
“Os defensores do Kibbutz de Be’eri estiveram sozinhos durante as primeiras sete horas”, disse numa conferência de imprensa o porta-voz das forças israelitas, Daniel Hagari, na sequência da publicação do relatório.
O relatório também faz menção ao momento em que os militares israelitas atingiram com um disparo de tanque uma casa onde membros do Hamas mantinham 15 reféns. O incidente gerou uma onda de críticas face à atuação do exército que, no entanto, não se responsabilizou.
“Depois de se ouvir disparos vindos da casa e os terroristas terem anunciado a intenção de se matarem e de matarem os reféns, as forças decidiram entrar para salvar os reféns”, refere o relatório, citado pela Reuters. O texto diz ainda que a equipa verificou que os civis não ficaram feridos pelos disparos do tanque, acrescentando que é necessário investigar melhor como os reféns morreram, com tudo que a causa da morte terão sido disparos dos membros do Hamas.
-
EUA anunciam sanções a grupo israelita por violência na Cisjordânia
A administração Biden impôs sanções a um grupo de extrema-direita israelita por violência na Cisjordânia, noticiou hoje a agência Reuters.
As autoridades norte-americanas, que também aplicaram sanções a três indivíduos israelitas, apelou ao governo de Israel que tome ações para responsabilizar os extremistas por ações que dizem estar a prejudicar as expectativas de uma solução de dois estados.
-
Há progressos nas negociações sobre Gaza, mas permanecem divisões em temas como retirada total de tropas
Há progressos nas negociações sobre o conflito na Faixa de Gaza quanto à libertação de reféns e à retirada de tropas israelitas do enclave palestiniano, segundo revelaram duas fontes egípcias com conhecimento do processo.
Em declarações à agência Reuters, sob condição de anonimato, as duas fontes explicaram que há acordo nas preparações para libertar reféns israelitas e prisioneiros palestinianos, bem como na retirada de militares israelitas de áreas residenciais do sul de Gaza durante as primeiras seis semanas de uma proposta em discussão. Também há acordo para um mecanismo relacionado com a administração do território no pós-guerra, indicaram, sem divulgar pormenores.
Ainda assim, as mesmas fontes confirmaram que há questões centrais que continuam a ser trabalhadas. Permanecem posições diferentes nomeadamente quanto a questões de segurança nas passagens para a Faixa de Gaza e a retirada total das forças israelitas da região.
-
Erdogan acusa EUA de “cumplicidade” nos alegados crimes de guerra de Israel em Gaza
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou hoje o governo norte-americano de “cumplicidade” com alegados crimes de guerra em Gaza por parte de Israel, cujos ataques já mataram mais de 38 mil pessoas em nove meses.
“O que há entre Israel e Gaza não é uma guerra, mas sim ataques de Israel contra Gaza que não respeitam os Direitos Humanos ou o Direito Internacional”, disse Erdogan, em resposta à revista Newsweek, à margem da sua participação na cimeira da NATO, que termina hoje em Washington.
Nesse sentido, Erdogan criticou os Estados Unidos por ignorarem as “violações” que Israel comete na Faixa de Gaza contra os palestinianos, que “estão simplesmente a defender as suas casas, as suas ruas e a sua pátria”, argumentou.
-
Acordo para cessar-fogo que inclui "governo interino" sem Hamas nem Israel mais perto de acontecer, diz colunista do Washington Post
O colunista e especialista em Assuntos Externos do Washington Post David Ignatius escreve que a administração Biden está perto de conseguir finalmente fechar acordo para um cessar-fogo que inclua a libertação de reféns e um aumento de ajuda humanitária para “civis palestinianos desesperados”. Segundo o colunista, na fase dois desse plano estará incluída a aceitação tanto por Israel como pelo Hamas de um governo “interino” e alheio a ambas as partes.
Segundo a coluna de Ignatius, com base em declarações de responsáveis norte-americanos, os “moldes estão acordados” e as partes estão agora a negociar “detalhes sobre como serão implementados”. Ainda assim, frisam as mesmas fontes, um “pacto final” ainda não será uma realidade “iminente”, uma vez que os detalhes são complexos e levarão tempo a acertar.
Os “moldes” a que se refere seriam os seguintes: seria um acordo em três partes para a resolução do conflito, que começaria com um cessar-fogo de deis semanas em que o Hamas libertaria 33 reféns (mulheres, homens com mais de 50 anos e feridos) e Israel libertaria centenas de palestinianos das suas prisões, retirando também tropas de áreas muito populadas ao pé da fronteira de Gaza. Só depois de reunidas todas as condições se passaria à fase dois, para a qual está prevista a tal “governação interina” em que nem o Hamas nem Israel controlariam Gaza e em que os Estados Unidos enviaram uma força de segurança, com o apoio de aliados árabes “moderados”.
A terceira fase seria um “plano de vários anos de reconstrução” de Gaza.
O porta-voz da Casa Branca, John Kirby, já tinha dito esta quarta-feira que os Estados Unidos estão “cautelosamente otimistas” com os progressos das negociações com vista a um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza.
-
Número de mortes na Faixa de Gaza desde 7 de outubro sobe para 38 345. Nas últimas 24 horas morreram 50 pessoas
Desde o início do atual conflito entre Israel e o Hamas, no dia 7 de outubro de 2023, já morreram 38 345 palestinianos na Faixa de Gaza.
Os números são divulgados pelo Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, liderado pelo Hamas, que dão ainda conta de 88 295 feridos desde o início do conflito.
Só nas últimas 24 horas morreram 50 pessoas.
-
Testemunhas falam em palestinianos abatidos a tiro por snipers israelitas durante evacuação em Gaza
Vários palestinianos terão sido abatidos a tiro por franco-atiradores israelitas na Faixa de Gaza durante a evacuação de várias zonas da Cidade de Gaza, de acordo com a Al Jazeera, que cita os relatos de vários civis daquela cidade no centro da Faixa de Gaza.
Segundo a estação, os ataques dos snipers ocorreram esta quarta-feira, depois de as forças israelitas terem dado uma nova ordem de evacuação da Cidade de Gaza e instruído os civis a dirigirem-se para a zona humanitária no sul da Faixa de Gaza, de modo a intensificar os ataques na cidade.
Uma testemunha disse à Al Jazeera que viu um franco-atirador israelita a abater a tiro um homem que seguia numa bicicleta, em que transportava comida enlatada: “O sniper abateu-o diretamente.”
“Não conseguimos mover o corpo dele. Nem os paramédicos puderam ir à rua. Não podiam retirar o corpo desta pessoa”, acrescentou a mesma fonte, salientando que as ambulâncias não puderam aproximar-se por terem recebido indicação, da parte dos israelitas, de que qualquer pessoa que se aproximasse do corpo seria abatida.
Outra testemunha disse que numa das ruas da cidade estavam vários corpos de palestinianos abatidos pelos franco-atiradores. “Viemos pedir ajuda aos paramédicos e bombeiros para, pelo menos, os corpos não ficarem na rua. Precisam de ser enterrados”, disse.
Outras testemunhas disseram à Al Jazeera ter visto um homem a ser abatido a tiro por um sniper que estava numa torre enquanto caminhava pela rua. “Esta pessoa estava a andar pacificamente e dispararam-lhe uma bala na cabeça”, disse uma das testemunhas.
-
Israel diz ter eliminado membros do Hamas que dispararam rockets contra povoações israelitas a partir de Gaza
As Forças de Defesa de Israel dizem ter eliminado os militantes do Hamas responsáveis pelo disparo de vários rockets esta manhã, a partir de Rafah (no sul da Faixa de Gaza) contra povoações israelitas na fronteira com o território palestiniano.
Numa nota divulgada pelas redes sociais, as forças israelitas dizem ter “atacado e eliminado, em 30 minutos, os terroristas que levaram a cabo os disparos desta manhã”. Os israelitas atacaram “pelo solo e pelo ar”, com artilharia e aeronaves, “alvos terroristas na área a partir do qual foram feitos os lançamentos”.
בסגירת מעגל מהירה של חיל האוויר ואוגדה 162, כלי טיס תקף וחיסל תוך 30 דקות את המחבלים שביצעו הבוקר את השיגורים לעוטף עזה ממרחב רפיח.
בנוסף, כוחות חטיבת האש 215 וחיל האוויר תקפו מהקרקע ומהאוויר, בארטילריה ובאמצעות כלי טיס ומטוסי קרב, מטרות טרור במרחב ממנו בוצעו השיגורים pic.twitter.com/6jcM7omcmz
— צבא ההגנה לישראל (@idfonline) July 11, 2024
Esta manhã, as forças israelitas já tinham anunciado que tinham intercetado cinco rockets disparados contra o sul de Israel a partir da Faixa de Gaza — depois de se terem ouvido sirenes de aviso em várias povoações israelitas nas proximidades da Faixa de Gaza.
-
Presidente eleito do Irão reafirma apoio a Palestina em mensagem ao Hamas
O Presidente eleito do Irão, Masoud Pezeshkian, assegurou que o país vai continuar a apoiar a Palestina na luta contra Israel, numa mensagem dirigida ao líder político do grupo palestiniano Hamas, Ismail Haniyeh.
“A República Islâmica do Irão, de acordo com os princípios e objetivos da Revolução Islâmica e com as ideias do Imã Khomeini, bem como com as diretivas do líder supremo, considera um dever humano e islâmico apoiar a nação palestiniana na luta contra a ocupação e o apartheid do regime sionista”, afirmou Pezeshkian na mensagem, citado na quarta-feira à noite pela agência de notícias estatal IRNA.
O responsável notou que, graças à resistência do povo palestiniano e ao heroísmo de quem combate, “a vitória divina será para a amada Palestina”.
-
Estados Unidos estão "cautelosamente otimistas" quanto a um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza
O porta-voz da Casa Branca, John Kirby, disse esta quarta-feira que os Estados Unidos estão “cautelosamente otimistas” com os progressos das negociações com vista a um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza.
“Estamos cautelosamente otimistas de que as coisas estão a avançar na direção certa”, disse Kirby. “Ainda há uma distância entre os dois lados. Acreditamos que essa distância pode ser reduzida, e é o que Brett McGurk e o diretor da CIA, Bill Burns, estão a tentar fazer neste momento.”
Brett McGurk, enviado especial dos EUA para o Médio Oriente, e o diretor da CIA estão nesta altura no Qatar a participar nas rondas negociais mediadas pelo Qatar e pelo Egipto com vista à obtenção de um acordo de cessar-fogo em Gaza.
Na quarta-feira, uma delegação israelita que incluiu o líder dos serviços secretos do país, David Barnea, partiu para o Qatar para quatro dias de negociações.
Em cima da mesa continua a estar uma proposta avançada pelo Presidente dos EUA, Joe Biden, que inclui três fases para a resolução do conflito: libertação de reféns e prisioneiros, retirada de Israel de Gaza e reconstrução do território.
A incompatibilidade das posições entre Israel e Hamas prendia-se, até agora, com o facto de o grupo extremista exigir a retirada permanente de Israel da Faixa de Gaza e Israel recusar desistir dos seus objetivos — que passam pela eliminação do Hamas.
Se as “linhas vermelhas” de Israel forem respeitadas, o governo israelita diz-se disposto a assinar um acordo para um cessar-fogo temporário.
-
Bom dia.
O Observador continua esta quinta-feira a acompanhar ao minuto os desenvolvimentos da guerra entre Israel e o Hamas, na Faixa de Gaza.
O liveblog de quarta-feira está arquivado aqui.