O Crescente Vermelho Palestiniano (PRCS) divulgou esta noite várias imagens em que mostra as equipas de emergência a atuarem no ataque israelita em Rafah, que matou três pessoas e feriu outra.

????Palestine Red Crescent ambulance teams transport three martyrs and one injury during the occupation's shelling of a house in #Rafah.
????Filmed by: PRCS volunteer, Mohammed Alsiksik pic.twitter.com/uy0pXHAj3u

— PRCS (@PalestineRCS) February 8, 2024

Um ataque das tropas israelitas matou dois palestinianos que se encontravam numa casa de família, em Deir el-Balah, no centro da Faixa de Gaza, relata a agência estatal Wafa.

Segundo o jornalista palestiniano Mohammed Akram Al Helo, aqui citado pela Al Jazeera, um médico sofreu um ferimento no peito, provocado por uma bala, enquanto se encontrava dentro da sala de cirurgia.

Tudo terá acontecido na sequência de um tiroteio registado no Hospital Nasser, em Khan Younis. O médico encontra-se em estado crítico.

“Até os médicos agora são alvo das forças de ocupação enquanto desempenham as suas responsabilidades nas salas de operações. Quanto tempo durará este silêncio?”, questionou o jornalista palestiniano.

Os militares israelitas disseram à AFP que cerca de 30 mísseis atingiram o norte de Israel com origem do sul do Líbano, confirmando os relatos anteriores (ver entrada das 21h30).

“Podemos confirmar que cerca de 30 mísseis foram disparados do Líbano em direção às áreas de Ein Zeitim e Dalton, no norte de Israel”, afirmou um porta-voz das forças israelitas àquela publicação.

O departamento de Estado norte-americano disse ter conhecimento dos relatos que dão conta que dois dos seus cidadãos foram detidos pelas forças israelitas.

Num comunicado citado pela Reuters, o departamento de Estado refere que está a tentar obter informações adicionais sobre a situação.

A declaração surge depois de os familiares de dois palestinianos com dupla nacionalidade terem revelado que estes tinham sido detidos durante uma incursão israelita na cidade de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza. Os homens foram identificados como Hashem e Borak Alagha, de 20 e 18 anos, respetivamente.

Yasmeen Elagha, primo dos jovens, disse que estes foram detidos juntamente com o pai, de nacionalidade canadiana, e com um tio. Revelou também que os primos nasceram em Chicago e estavam a tentar partir da Faixa de Gaza através da passagem de Rafah, mas ainda não tinham recebido autorização — é necessária luz verde de Israel e do Egito.

A família Alagha processou mesmo a administração de Joe Biden por não ter tomado as medidas necessárias para retirar os seus cidadãos de Gaza.

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão deverá viajar para o Líbano e para a Síria, noticiou a agência Reuters, citando os meios locais.

Segundo a imprensa iraniana, Hossein Amirabdollahian é esperado no Líbano na sexta-feira.

Já os órgãos de comunicação sírios adiantam que o ministro estará em Damasco “no início da semana”. Segundo o jornal Al-Watan, durante a sua visita serão discutidos os desenvolvimentos no conflito, incluindo os ataques israelitas em locais na Síria.

Segundo a Al Jazeera, mais de duas dúzias de mísseis foram disparados do sul do Líbano contra a região da Alta Galileia, em Israel.

Aquela fonte garante que a informação foi confirmada pelo Exército israelita, que adiantou ainda que as sirenes de ataque aéreo soaram na região e foram avistados “dezenas de mísseis”.

Um drone israelita atacou esta quinta-feira o hospital de Khan Younis, matando um civil palestiniano e causando vários feridos.

Segundo fontes hospitalares consultadas pela agência Wafa, o drone atacou um grupo de pessoas que estava num andar superior do hospital à procura de aceder à Internet.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestou hoje perplexidade por a operação militar israelita em Gaza causar “tantas mortes” e “destruição” e considerou impossível substituir a Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNRWA).

Numa conferência de imprensa na sede da ONU, em Nova Iorque, na qual falou em quatro línguas – inglês, francês, espanhol e português -, Guterres admitiu “não entender” o nível de destruição em Gaza, se a guerra no enclave é, como diz o Governo israelita, uma operação apenas contra o Hamas.

“Se fosse esse o caso, não consigo entender como é que a conduzem de tal forma que causou a morte de 28 mil pessoas, 75% da população deslocada e um nível de destruição de bairros inteiros tal como o registado”, respondeu Guterres a uma jornalista israelita.

O Exército israelita confirmou ter hoje efetuado um ataque aéreo ao sul do Líbano contra um “comandante” do grupo pró-iraniano Hezbollah, apoiante do movimento islamita palestiniano Hamas, com o qual Israel está em guerra na Faixa de Gaza.

Ao início da noite de hoje, uma fonte da segurança libanesa tinha indicado que um responsável militar do Hezbollah tinha sido gravemente ferido num bombardeamento que hoje atingiu a sua viatura em Nabatiyé, no sul do Líbano.

O responsável do grupo xiita libanês “ficou gravemente ferido, e uma pessoa que o acompanhava ficou igualmente ferida”, precisou a fonte citada pela agência de notícias francesa AFP a coberto do anonimato.

O alvo do bombardeamento é um comandante do Hezbollah envolvido em vários disparos sobre o norte de Israel, perto da fronteira libanesa, indicou um porta-voz do Exército israelita, sem fornecer mais pormenores.

Um porta-voz do Departamento de Estado norte-americano disse que Washington não apoiaria uma operação militar israelita em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, sem a existência de um plano para proteger civis.

“Conduzir tal operação neste momento e sem qualquer planeamento ou ponderação numa área na qual se estão a abrigar um milhão de pessoas seria um desastre”, sublinhou Vedant Patel, citado pela CNN.

O porta-voz acrescentou que o secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken, que partiu hoje do Médio Oriente, deixou essa posição clara ao primeiro-ministro israelita.

O Hezbollah reivindicou a autoria de ataques com rockets ao norte de Israel. A notícia é avançada pela Al Jazeera, que cita o canal de Telegram do grupo libanês. O ataque terá ocorrido às 16h35 locais (14h35, em Portugal).

Um representante do Crescente Vermelho Palestiniano disse hoje à Al Jazeera que o hospital Al-Amal, na cidade de Khan Younis (sul) ficará sem combustível dentro de “quatro dias”.

A organização tem denunciado ataques israelitas muito próximos do hospital e que têm ferido os pacientes e os palestinianos que se estão a abrigar no local.

Numa publicação na rede social X (antigo Twitter), o Crescente Vermelho disse hoje que se voltaram a registar bombardeamentos muito próximos da unidade de saúde e que destroços atingiram as instalações.

????Urgent: Now, very close artillery shelling to PRCS Al-Amal Hospital, with shrapnel hitting the hospital building amidst continued heavy gunfire, posing a danger to the safety of staff and patients. #NotATarget❌ #IHL #Gaza #AlAmalHospital

— PRCS (@PalestineRCS) February 8, 2024

O líder dos rebeldes iemenitas houthis, Abdelmalek al-Huthi, declarou hoje que o grupo conseguiu impedir a passagem de navios “ligados a Israel” no estreito de Bab al-Mandeb, o que considerou uma “verdadeira vitória” nas suas operações no mar Vermelho.

“Os barcos do inimigo israelita detiveram por completo a sua navegação através de Bab al-Mandeb em direção ao mar Vermelho e isso é um verdadeiro feito e uma verdadeira vitória”, afirmou o líder rebelde num discurso transmitido pela televisão.

Na sua intervenção, Al-Huthi indicou que “os barcos [israelitas] costumavam atravessar constantemente” essa passagem. Agora, “a sua circulação foi completamente interrompida [e] dependem em grande medida de outros navios fretados para transportar as suas mercadorias e passar por ali (…). Estas operações valeram-lhes prejuízos significativos (…) na ordem dos milhares de milhões”, acrescentou.

O Presidente da Argentina, Javier Milei, visitou juntamente com o homólogo israelita, Isaac Herzog, o Kibbutz Nir Oz, alvo de ataques do Hamas no dia 7 de outubro.

“Vemos que foi a indiferença do mundo livre que tornou o Holocausto possível. E, como disse o Presidente Herzog, o mundo livre não pode ficar indiferente a este caso, em que vemos exemplos claros de terrorismo e antissemitismo e aquilo que descreveria como nazismo do século XXI. E quando ouvimos os métodos que foram usados desta vez, lembra-nos das atrocidades do Holocausto”, afirmou, citado pelo Haaretz.

Milei também visitou o Museu do Holocausto Yad Vashem, onde lembrou os reféns mantidos pelo Hamas na Faixa de Gaza. “Escolher a vida é exigir a libertação dos reféns. Não podemos permanecer em silêncio perante o nazismo moderno, hoje mascarado como o grupo terrorista Hamas”, sublinhou.

A Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNRWA) indicou hoje que não consegue entregar alimentos no norte de Gaza há duas semanas, e que os palestinianos que permanecem na zona estão “à beira da fome”.

“A última vez que a UNRWA foi autorizada [pelo exército israelita] a entregar alimentos [na zona norte da Faixa de Gaza] foi a 23 de janeiro”, afirmou o comissário-geral da organização, Philippe Lazzarini, na rede social X (antigo Twitter).

Desde o início do ano, metade dos pedidos da UNRWA para missões de ajuda no norte foram rejeitados.

The last time @UNRWA was allowed to deliver food north or Wadi #Gaza was on 23 January.

Since the beginning of the year, half of our aid mission requests to the north were denied.

The @UN has identified deep pockets of starvation and hunger in northern #Gaza where people are… pic.twitter.com/CuzocLTLAS

— Philippe Lazzarini (@UNLazzarini) February 8, 2024

“Com a vontade política necessária, esta situação pode ser facilmente invertida”, acrescentou o comissário-geral da UNRWA.

Um grupo que tem apoiado a campanha dos Estados Unidos contra o Estado Islâmico na Síria sublinhou a importância de reforçar o nordeste do país com mais sistemas de defesa aéreos depois de seis dos seus combatentes terem morrido num ataque que atribuíram a milícias pró-Irão.

Em declarações à Reuters, Mazloum Abdi, comandante das Forças Democráticas Sírias (SDF, na sigla em inglês), descreveu como um “desenvolvimento perigoso” o facto dos seus campos de treino terem sido “atingidos por fações apoiadas pelo Irão”.

Várias bases na Síria que albergam tropas norte-americanas e combatentes das SDF têm sido alvo de ataques com drones e rockets.

O comandante disse que vão pedir aos EUA mais apoio militar, nomeadamente sistemas de defesa. “Eles confirmaram que iam tentar expandir os esforços para prevenir esses ataques”, acrescentou. Para já o Pentágono não se pronunciou sobre este assunto.