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O treinador, ou melhor, o futuro treinador — hoje ainda foi o sereno Rui Barros quem se viu no banco –, sentou-se na bancada do estádio Municipal de Famalicão, lado a lado com o presidente Pinto da Costa.
É verdade que, tirando Maicon e Rúben Neves, nenhum dos demais futebolistas que viu no relvado é titular de caras no FC Porto. Mas também é verdade que com treinador novo, vida nova. Ninguém é titular. Ninguém é suplente. Outra verdade é que, vendo o que viu, Peseiro não terá ficado convencido com a segunda linha que herdou da Era Lopetegui. Curiosamente, foi André Silva, que com Lopetegui não era primeira, segunda, nem tão pouco terceira linha, quem mais fez por merecer uma chance do mister. Quando ninguém queria pegar na bola, ele pegou. Quando ninguém o desmarcava, desmarcou ele os outros. Quando ninguém rematava, rematou André.
Mas o FC Porto não marcou. E ao Famalicão, nem um remate se lhe viu na 1.ª parte. Mas no recomeço, com o FC Porto a fazer menos ainda do fez no início — o desaparecimento pouco a pouco de André Silva explica em parte o “apagão” geral –, o Famalicão espevitou-se. Como com a bola a rolar de pé para pé não se chegava à baliza de Helton, o Famalicão fê-lo de livre. Foi um livre para a molhada, ninguém cortou, ninguém cabeceou, a bola chegou a Chico, que lhe tocou só de raspão, mas o suficiente para enganar Helton, que (sendo ele de defesas para o flash) ficou mal, muito mal na fotografia.
Até final, Suk acertou na barra, mas nunca o Famalicão se encostou às cordas. O prémio? Não está garantido nas meias-finais da Taça da Liga, é verdade, mas também não está eliminado a priori. O FC Porto, sim. Está fora. É verdade que precisava de um milagre para continuar na Taça da Liga, mas nem a uma aparição os adeptos em Famalicão tiveram direito. Em Portugal, a Peseiro resta-lhe vencer a Liga e a Taça de Portugal. O primeiro caneco está tremido, o segundo está a duas vitórias do Jamor e mais um de lhe deitar as mãos.
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Não aproveita (nem cria o que se aproveite) o FC Porto, espevita-se o Famalicão. Como com a bola no pé a coisa não vai lá, repetiu-se a fórmula do primeiro e único golo do jogo. Agora, não à direita mas à esquerda. Foi Éder e não Mauro a marcar, quem saltou ao segundo poste foi Luiz Alberto e não Chico, mas desta vez Helton nem precisou de defender — ou tentar. Ergueu as mãos, como que dizendo: já passou. E passou. Ao lado.
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GOLO! 1-0 para o Famalicão
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Helton não ficou nada, nada bem na fotografia — e logo ele, que sempre foi de defesas para o flash. O cruzamento é de canhota, a de Mauro Alonso. O médio do Famalicão cruzou de livre para área, um cruzamento longo para as costas dos defesas, não houve vivalma que desviasse ao primeiro poste, mas Chico, de cabeça e na cara de Helton, desviou o que havia para desviar. A bola tocou primeiro na relva, depois de raspão nas luvas de Helton, mas esperava-se mais e melhor do guarda-redes do FC Porto. O golo é atribuído ao marcador do livre, Mauro, mas ninguém nos tira da ideia que Chico ainda tocou.
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O resumo da 1.ª parte
O Famalicão nada fez por vencer. Conta-se-lhes um cabeceamento, torto, demasiado tordo e nada mais.
O FC Porto demorou a encarrilhar, ia trocando a bola da defesa para o meio-campo, do meio-campo para a defensa, mas ataque nem vê-lo. Serão certamente vícios de Lopetegui, que Peseiro demorará a tirar-lhes das botas. Aos poucos, e muito à custa de André Silva — que de tão novo, tão inexperiente, era quem menos tinha a obrigação de puxar pelos outros dez –, o FC Porto foi-se mostrando em Famalicão. Ora André desmarcou Suk e o sul-coreano falhou o golo. Ora o próprio André Silva, primeiro a solo e depois assistido por Varela, falhou também.
Uma, duas, três ocasiões de golo, mais ou menos claras, mas a verdade é o nulo mantém-se no marcador. Assim, quer Famalicão, quer FC Porto estão fora da Taça da Liga. Se os azuis-e-brancos derem a volta ao texto no recomeço, não estão necessariamente apurados: há uma diferença de seis golos para recuperar ao Marítimo.
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André Silva e Suk. Não se sabe quem deles é o ponta-de-lança e quem é o extremo esquerdo. Agora foi André quem surgiu à esquerda do ataque, avançou no um para um com Joel Monteiro, puxou para dentro, atirou em direção ao ângulo contrário e só o errou porque o remate tocou ainda nas costas de Silvério Silva, o central do Famalicão. O miúdo faz-se.
