O ministério da Saúde de Gaza atualizou os números do ataque israelita à Praça Kuwait, no hospital Al-Shifa, afirmando que morreram 21 palestinianos e 155 ficaram feridos.

“Os feridos estão no chão do Complexo Médico al-Shifa”, cita a Al Jazeera.

O Ministério da Saúde do Hamas na Faixa de Gaza afirma que 11 pessoas foram mortas e pelo menos 100 ficaram feridas quando forças israelitas abriram fogo contra uma multidão de pessoas que se tinham reunido na Praça Kuwait na Cidade de Gaza para receber ajuda humanitária, avança o Hareetz.

O comunicado refere que muitos dos feridos se encontram em estado crítico e que se prevê que o número de mortos venha a aumentar.

O Hamas disse esta quinta-feira ter apresentado aos mediadores uma visão global de um acordo de tréguas que se baseia no cessar da “agressão” israelita contra os palestinianos na Faixa de Gaza, na prestação de socorro e ajuda, regresso dos deslocados de Gaza às suas casas e na retirada das forças israelitas.

A visão também inclui a posição do grupo sobre o acordo de troca de prisioneiros e reféns, acrescentou o Hamas num comunicado, sem entrar em pormenores.

Entretanto Israel confirmou ter recebido a proposta através dos mediadores do Qatar, considerando-a irrealista.

O líder dos Houthis do Iémen, Abdul Malik al-Houthi, disse, citado pela Reuters, esta quinta-feira que as operações do grupo contra navios vão aumentar para impedir que os navios aliados a Israel passem pelo Oceano Índico em direção ao Cabo da Boa Esperança.

“A nossa principal batalha é impedir que os navios ligados ao inimigo israelita atravessem não só o Mar Arábico, o Mar Vermelho e o Golfo de Aden, mas também o Oceano Índico em direção ao Cabo da Boa Esperança. Este é um passo importante e já começámos a implementar as nossas operações “, disse al-Houthi num discurso transmitido pela televisão.

O grupo alinhado tem atacado navios no Mar Vermelho e no Golfo de Aden desde novembro, obrigando os navios a mudar de rota para viagens mais longas e mais caras em torno do sul de África, no que dizem ser uma campanha de solidariedade com os palestinianos durante a guerra de Israel contra o Hamas em Gaza.

Os Estados Unidos emitiram esta quinta-feira sanções contra três colonos israelitas e dois postos avançados de colonos na Cisjordânia, anunciou o Departamento do Tesouro, citado pela Al Jazeera.

O líder democrata do Senado norte-americano, Chuck Schumer, deixou duras críticas ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e ao governo que chefia.

Numa das críticas mais duras a Israel oriunda dos Estados Unidos, Chuck Schumer disse, citado pela NBC News, que o “mundo mudou radicalmente” e que os israelitas continuam a ser governados por alguém “preso no passado”.

O democrata não tem dúvidas de que o primeiro-ministro israelita “perdeu o rumo” e está a colocar a sua sobrevivência política acima dos “interesses de Israel”.

Chuck Schumer lamentou que Benjamin Netanyahu se tenha aliado com a “extrema-direita”, que está a levar a que o apoio a Israel em todo mundo “caia para mínimos”. “Israel não pode sobreviver se se torna um pária.”

Um homem com cerca de 50 anos ficou gravemente ferido quando outro, que se revelou ser um israelita nascido em Gaza, o golpeou com arma branca num posto de gasolina no sul de Israel.

Uma outra vítima deste ataque é um homem de 65 anos que apenas sofreu ferimentos considerados ligeiros. O ferido mais grave foi levado para uma unidade hospitalar naquela região.

A polícia, citada pela imprensa israelita, diz ter “neutralizado” o principal suspeito. Estão, no entanto, a decorrer buscas que tentam encontrar outras pessoas envolvidas no ataque.

O suspeito que foi abatido pela polícia é um homem de 22 anos que nasceu na Faixa de Gaza mas vivia em Israel, em Rahat, desde os seus 18 anos. Obteve cidadania israelita porque se casou, em 2019, com uma mulher israelita.

Os dois pais do suspeito, que se chamava Fadi Abu Altayef, ainda vivem na Faixa de Gaza.

O segundo navio com alimentos e ajuda humanitária está a ser carregado no porto de Lacarna, em Chipre.

Segundo a Reuters, este é o segundo navio do género que está a caminho de Gaza. A bordo estarão 300 toneladas de comida, como legumes, atum, vegetais, arroz e farinha.

Uma sondagem do Índice de Democracia de Israel, citado pela imprensa naquele país, mostra que 86% dos inquiridos confiam nas Forças de Defesa de Israel, o maior valor de sempre.

Em sentido inverso, nota-se uma “declínio” na confiança no governo e no parlamento israelita. Apenas 23% dos inquiridos confiam no governo e 19% no Knesset.

De acordo com o diretor da empresa que fez a sondagem, Yohanan Plesner, notou-se uma “rutura” na confiança das instituições políticas. “O público confia mais nas Forças de Defesa de Israel e nos comandantes, que são um exemplo pessoal, agem com coragem e convicção em todos os aspetos da guerra”.

José Filipe Pinto explica que para Netanyahu o ataque a Rafah faz parte da estratégia para erradicar o Hamas. Tiago André Lopes garante que os EUA estão preocupados com o reforço militar dos Houthis.

Ouça aqui o novo episódio de “Guerra na Terra Santa” da Rádio Observador.

“Israel continua a procurar desculpas para forma como atua”

Numa crítica rara ao governo, o comandante do 98.º batalhão das Forças de Defesa de Israel, Dan Goldfus, pediu ontem para que os governantes “não fujam das responsabilidades” relativamente à gestão política do conflito, apelando igualmente que não tomem atitudes “extremistas” que façam Israel regressar a um cenário antes do conflito.

“Apelo aos líderes de ambos os lados e espero que eles tenham tempo para ouvir o coração de um soldado”, disse Dan Goldfus, durante uma conferência de imprensa na fronteira com Gaza, num aparte que não foi autorizado previamente pelas Forças de Defesa de Israel.

Citado pelo Times of Israel, Dan Goldfus enfatizou, num aparente recado às autoridades, que as pessoas forças armadas, os comandantes e as tropas “estão a ser responsáveis por todas as ações”: “Não vamos fugir, como não fugimos de fogo. Não vamos fugir das responsabilidades”.

Aos governantes, Dan Goldfus pediu que sejam “dignos dos soldados que sacrificaram a vida”: “Devem ser dignos daqueles reservistas que lutam lado a lado”.

Esta quinta-feira, Dan Goldfus foi convocado para ter uma “conversa clarificadora” com o chefe das Forças de Defesa de Israel, Herzi Halevi, noticiou o Times of Israel.

A Ayalon, uma das principais autoestradas de Tel Aviv, foi esta manhã bloqueada, por alguns minutos, pelas famílias de cerca de 40 reféns que continuam detidos pelo Hamas em Gaza.

קרובי חטופים ומפגינים למען שחרורם חוסמים כעת את איילון דרום בסמוך לצומת השלום כחלק ממחאת הנשים שתערך הערב בתל אביב pic.twitter.com/v97OSjiJWp

— Bar Peleg (@bar_peleg) March 14, 2024

A circulação já foi, entretanto, retomada.