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  • O governo francês caiu. E agora? 5 perguntas e respostas sobre a crise política inédita em França

    Os deputados aprovaram a moção de censura e o governo caiu. Mas Macron não pode convocar eleições e é preciso aprovar o Orçamento de Estado urgentemente. Há vários caminhos — e poucas soluções.

    O governo francês caiu. E agora? 5 perguntas e respostas sobre a crise política inédita em França

  • Le Pen diz que "não havia outra solução" que não a moção de censura

    A líder da União Nacional, Marine Le Pen, explicou que o seu partido votou a favor da moção de censura para “proteger o povo francês” e garantiu que não o fez “de ânimo leve”.

    Em entrevista esta noite à TF1, a líder da extrema-direita francesa considerou que “não havia outra solução”, já que o primeiro-ministro, diz, “não ouviu a oposição para construir este Orçamento”.

    Sobre o futuro, Le Pen desvalorizou os cenários de ingovernabilidade e até a possibilidade de o Estado não conseguir pagar salários e assegurar despesas para o ano: “O catastrofismo que ouvimos ao longo dos últimos dois dias vai envelhecer mal”.

    E também deixou a garantia de que o seu partido irá “deixar” o sucessor de Barnier — que ainda terá de ser nomeado por Emmanuel Macron — “trabalhar”.

  • Michel Barnier vai apresentar a sua demissão a Macron amanhã de manhã

    O primeiro-ministro Michel Barnier vai amanhã ao Palácio do Eliseu para apresentar formalmente a sua demissão a Emmanuel Macron, avança o Le Monde.

    Na prática, esta é apenas uma formalidade, já que a Constituição francesa prevê que, em caso de moção de censura, o primeiro-ministro é obrigado a apresentar a demissão.

  • Líder socialista propõe a Macron que nomeie PM "de esquerda". Em troca, diz, socialistas aceitam novo Orçamento

    O secretário-geral do Partido Socialista francês, Olivier Faure, já reagiu esta noite à moção de censura ao governo — na qual votou favoravelmente —, deixando a mensagem ao Presidente Emmanuel Macron de que “a censura não é um fim em si mesmo”

    Em entrevista à France 2, Faure pediu ao Presidente que “aceite a ideia de um primeiro-ministro de esquerda aberto a consensos”. Em troca, diz, os socialistas aceitariam que o governo pudesse operar sem ter de recorrer ao Artigo 49.3 [que aprova leis por decreto], como aconteceu com este Orçamento — o que levou à apresentação da moção de censura. “Nunca obrigaríamos o governo a forçar [o Orçamento]”, explicou Faure.

    O que não é claro é qual o nome de esquerda consensual poderá ser sugerido, nem se uma solução deste género contaria com o apoio dos restantes partidos de esquerda (verdes, comunistas e membros da França Insubmissa de Mélenchon).

  • Marcelo: Queda do Governo francês é "sinal de como a Europa está cheia de problemas"

    O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou hoje, à margem de uma missa em homenagem a Sá Carneiro, no Porto, que a queda do Governo francês é um “sinal de como a Europa está cheia de problemas”.

  • Presidente Macron falará aos franceses esta quinta-feira

    O Palácio do Eliseu anunciou que o Presidente Emmanuel Macron irá falar ao país amanhã, quinta-feira, às 20h horas (19h em Lisboa).

    O comunicado não inclui qualquer referência à data de nomeação de um novo primeiro-ministro, nota o Le Figaro.

  • Moção de censura aprovada. Governo tem de apresentar demissão

    A moção de censura ao governo de Michel Barnier foi aprovada, com os votos da esquerda — França Insubmissa, socialistas, GDR e ecologistas —, da UDR e da União Nacional de Marine Le Pen, com um total de 331 votos.

    O executivo deve apresentar demissão ao Presidente, mas a lei não prevê um prazo para isso acontecer.

  • Debate termina, votação estará aberta durante 45 minutos

    O debate sobre a moção de censura terminou com a intervenção de Michel Barnier, que deixou muitos agradecimentos ao seu partido e aos que colaboraram com ele.

    A sessão é agora suspensa e retoma às 19h20 (hora portuguesa). Durante esses 45 minutos, os deputados devem proceder à votação da moção de censura, apresentada pela NFP, numa sala separada do hemiciclo. Apenas os deputados a favor da moção de censura são chamados a votar. De relembrar que são precisos 288 votos para a moção ser aprovada e o governo de Barnier cair.

  • "Não tenho medo da responsabilização política", garante Barnier, depois de apelar ao sentido de responsabilidade individual dos deputados

    O primeiro ministro continua a elencar medidas que estavam previstas no Orçamento, para além da questão dos pacotes de Segurança Social. Sublinha as medidas na saúde, de alargamento dos serviços de neonatologia, o aumento do investimento nas forças de segurança, a resposta às reivindicações dos agricultores e à crise da habitação, “uma prioridade séria”. Lembra que foi um verão de muitas mudanças políticas, mas que “há projetos concretos em marcha”.

    Michel Barnier acrescenta que não compreende como a “desestabilização institucional pode ser o objetivo da maior parte dos deputados em tempos de crise” e salienta que a vontade dos eleitores deve continuar a ser respeitada. Nesse sentido, apela a uma decisão individual de cada deputado, salientando as consequências dessa escolha, citando Saint-Exupéry: “Cada um é responsável de todos, cada é responsável de cada um”. A declaração é mal recebida do lado esquerdo do plenário e Barnier responde à interrupção: “Não tenho medo. Não tenho medo da responsabilização política”.

  • "Depois de ver as suas medidas, não temos a mesma ideia de soberania", atira Barnier a Le Pen

    Depois dos agradecimentos a Attal, o primeiro-ministro reconhece que “o texto apresentado não é perfeito e precisa de melhoras”. Ainda assim, diz que “prefere distribuir o dinheiro mesmo quando não o tem”, destacando que os problemas orçamentais não vão desaparecer com a moção de censura e a solução seria continuar a trabalhar.

    A primeira crítica direta ficou guardada para a líder da União Nacional. “Depois de ver as suas medidas, acho que não temos a mesma definição de soberania e patriotismo”, declara Barnier.

  • Terminam as intervenções dos partidos. Fala Barnier

    Acabaram as intervenções dos onze partidos e de uma deputada não inscrita. Fala agora o primeiro-ministro Michel Barnier, que começa por agradecer a confiança do seu antecessor, Gabriel Attal. E concorda que França precisa “de mais ação e respeito e menos barulho”.

  • "A política francesa está doente e o antídoto não está nos extremos", declara Gabril Attal

    Gabriel Attal declara apoio pelo governo, critica extrema-direita e extrema-esquerda e apela “ao bom senso” para “escolher outro caminho”, que não passe pela moção de censura, que considera “um erro histórico”. O líder do Juntos pela República mantêm o seu discurso bem no centro, salientando que o apoio a Michel Barnier — que não é do partido — foi uma escolha “pelo interesse dos franceses” que se mantém. E atira críticas à direita e à esquerda. “A política francesa está doente e o antídoto não está na extrema-esquerda ou na extrema-direita. Estão a pedir-nos menos barulho e mais ação”, defende.

    O ex-primeiro ministro deixou ainda longas e duras críticas à União Nacional. “Os deputados de Le Pen estão a mentir quando tentam que as pessoas acreditem que o caos que estão a semear não é culpa deles”, argumenta. “Como podem estar abertos ao compromisso se são fascinados com regimes ditatoriais”, atira. Attal deixa ainda um aviso aos socialistas: “atinem e libertem-se da extrema-esquerda”.

  • UDR vai votar a favor da moção, "contra o texto e não contra o governo"

    O partido da direita conservadora União dos Democratas da República vai votar a favor da moção de censura, por considerar que foi apresentado um “orçamento socialista”. Eric Ciotti justifica a crítica com a falta de medidas para a imigração — “recusa enfrentar os gastos ridículos ligados à imigração”, atira.

    Ainda assim, ressalva que o seu voto não será uma censura ao governo, mas às medidas que apresentaram no orçamento.

  • Aprovar a moção de censura "não é o apocalipse, abre possibilidades", defende o GDR

    O último partido que integra a NFP, o GDR (em que se incluem os comunistas franceses) denuncia o caos na política francesa, mas afirma que o “caos já existia, fruto da política macronista”. Um desses sintomas é a nomeação de Barnier quando “o bloco central foi o óbvio derrotado” nas legislativas, critica Nicolas Sansu. O caos fez-se sentir novamente com a não aprovação do pacote de apoio social, que criou o bloqueio na Assembleia que levou à moção de censura, aponta.

    Sansu acusa “o centro e a direita, Attal e Barnier” de não quererem mudar o sistema e preferirem “misturar-se com a extrema-direita” a olhar para outras possibilidades orçamentais e fiscais. O líder do GDR termina a sua intervenção reafirmando que vão votar a favor da moção de censura: “não é o apocalipse, mas abre possibilidades”.

  • LIOT vai votar contra a moção de censura, que "iria aprofundar a crise democrática"

    O partido LIOT (Libertários, Independentes, Ultramar e Territórios) vai votar contra a moção de censura, anuncia o presidente Charles de Courson. Também ele deixa críticas a Emmanuel Macron, por ter dissolvido a Assembleia no início do ano, mas defende que aprovar a moção seria “entregar o controlo novamente ao Presidente”.

    “Não é tempo de aprovar esta moção”, declara, justificando que isso iria “piorar a crise democrática, enfraquecer a economia e aumentar o desemprego”.

  • "Ainda há tempo, a censura não é inevitável": Horizonte apela a "entendimento cordial"

    Laurent Marcangeli alerta que os deputados franceses estão a escrever História, mas “a censura não é inevitável”. O líder do partido de centro Horizontes defende que a solução passa por “um entendimento cordial e temporário”. Os partidos não precisam “de estar apaixonados”, mas de pensar nos interesses dos franceses, atira.

    Marcangeli foca-se precisamente nas medidas orçamentais que seriam suspensas e na “instabilidade e sufoco da economia” que a moção de censura iria aprofundar. “Vamos inspirar-nos em modelos mais virtuosos do que na censura pavloviana sem alternativa”, remata.

  • "Além do caos, a NFP e a UN não concordam em mais nada": Democratas criticam "aliança da oposição"

    “Independentemente do que nos queiram fazer acreditar, este texto é resultado de um trabalho de blocos opostos”, critica Marc Fesneau, classificando-o como “uma aliança da oposição”. Tal como seria de esperar, o líder dos Democratas — do espectro político de Barnier — classifica a moção como “um risco para o país” e ainda um desrespeito para os eleitores.

    “Governar não é entregar o país à desordem”, declara. Fesneau acusa a Nova Frente Popular e a União Nacional de estarem a fazer isso mesmo. “Além da organização do caos, não concordam em mais nada”, acusa. E deixa um aviso final: “há o risco de perda de confiança dos parceiros e credores na nossa capacidade de pagar a dívida”.

  • "A nossa mão não vai tremer": Verdes declaram apoio a moção de censura e deixam críticas a Macron

    Emmanuel Macron continua a ser o alvo das críticas de vários campos políticos. Cyrielle Chatelain, líder parlamentar dos verdes, acusa-o de ter levado o país “até um beco sem saída”. “Ao confiar num acordo com Marine Le Pen, procurou manter as suas políticas a todo o custo”, critica, críticas que estende a todo o seu mandato, ao elencar várias medidas do Presidente, incluindo a dissolução da Assembleia e a nomeação de Barnier.

    O resultado foi “uma má política feita de cortes orçamentais cegos e concessões à extrema-direita”, acusa. A resposta dos verdes será o apoio à moção de censura, mesmo que isso exija que o trabalho orçamental regresse à estaca 0. “A nossa mão não vai tremer [na hora de votar a moção]”, declara.

  • Direita Republicana diz escolher "a responsabilidade" e acusa a NFP e a União Nacional de escolher "o caos"

    Laurent Wauquiez, presidente da Direita Republicana, é o primeiro a deixar críticas à apresentação da moção de censura. O deputado do mesmo grupo partidário de Barnier considera que a escolha é entre a “responsabilidade ou o caos”. “Os franceses não esperam um milagre, mas fazemos um trabalho útil”, defende. Os agentes do caos são “a extrema esquerda, a França Insubmissa, e a extrema-direita, a União Nacional”, que acusa de se terem juntado.

    Wauquiez acusa os dois partidos de estarem a pensar em interesses partidários em vez dos interesses dos franceses. “As consequências serão pagas pelos franceses e todos aqueles que se deram ao trabalho de jogar este jogo patético hoje, serão responsabilizados”, afirma.

  • "A moção de censura é sinal do falhanço de Barnier", acusa representante dos socialistas

    Boris Vallaud, presidente dos socialistas, reafirma o seu apoio pela moção de censura, que diz ser uma marca do falhanço de Barnier, que acusa de ter dialogado com a extrema-direita, em vez de tentar negociar com a esquerda. “Nunca tentaram dialogar, nunca seguiram nenhuma das nossas propostas”, critica.

    Recusando que uma moção de censura traga instabilidade, Vallaud declara que é uma tentativa de recuperar o diálogo que Barnier não esteve disposto a fazer. “É uma questão de bom-senso e responsabilidade”, considera.

    Vallaud termina com uma questão para os partidos do centro e centro-direita: “Preferem negociar com a União Nacional ou com a responsabilidade republicana”, sublinhando que, apesar de discordarem em muitos tópicos, “partilham os valores republicanos”.

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