As posições ucranianas permanecem protegidas em torno da cidade disputada de Avdiïvka, no leste do país, mas a situação é difícil face a numerosos ataques russos, disse hoje o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

“As áreas de Avdiïvka e Marinka são particularmente difíceis. Há numerosos ataques por parte dos russos. Mas as nossas posições estão protegidas”, afirmou Zelensky na sua mensagem diária.

Avdiïvka, uma cidade industrial, tem sido alvo nas últimas semanas de intensos ataques por parte das tropas russas, que procuram cercá-la.

O exército ucraniano, por seu lado, refere-se a “ofensivas repelidas”, especialmente aéreas, em redor de Avdiïvka e de várias outras cidades da região da província de Donetsk.

Na sexta-feira, o exército ucraniano disse ter repelido mais uma vez uma ofensiva russa, alegando ter infligido “perdas catastróficas” ao adversário.

Quase localizada na linha da frente desde 2014, Avdiïvka está localizada a 13 quilómetros a norte da cidade de Donetsk, a capital da região com o mesmo nome e que está sob controlo de Moscovo, cuja anexação o Presidente russo, Vladimir Putin, reivindicou há cerca de um ano.

Construída em torno de um enorme complexo industrial de coque, que empregava até quatro mil pessoas, na cidade permanecem cerca de 1.600 habitantes, em comparação com 30 mil antes da guerra, segundo o município.

A região de Donetsk tem estado em conflito desde o levantamento de milícias pró-russas apoiadas pelo Kremlin em 2014 e que se agravou com a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro do ano passado, mas sem nunca conseguir ocupá-la na totalidade.

O centro de distribuição de correios atingido ontem pelas forças russas publicou um vídeo dos armazéns momentos antes do ataque que matou seis pessoas.

“Os nossos colegas passaram os seus últimos segundos de vida a ajudar a separar pacotes de medicamentos e ajuda humanitária para os civis que sofrem com a guerra”, escreveram, citados no Kyiv Independent.

Ukrainian postal service Nova Poshta published a video on X on Oct. 22 capturing seconds before the Russian missile struck the post office.

????️: Nova Poshta / X pic.twitter.com/1KDgo9gOhz

— The Kyiv Independent (@KyivIndependent) October 22, 2023

As seis pessoas que morreram ontem num ataque russo com mísseis a um centro de distribuição de correio, nos arredores de Kharkiv, eram todas funcionárias do posto, avançou o governador regional.

Sete dos 17 feridos está em estado grave. “As vítimas, com idades entre 19 e 42 anos, sofreram ferimentos de estilhaços e da explosão. Os médicos estão a lutar pelas vidas das mesmas”, afirmou Oleg Sinegubov, citado no The Guardian.

O Ministério da Defesa britânico avançou no seu relatório diário que é provável que, desde o início da guerra na Ucrânia, a Rússia tenha sofrido entre 150 mil e 190 mil baixas, desde mortos a “permanentemente feridos”.

O número “não inclui o Grupo Wagner ou batalhões de prisioneiros que lutaram em Bakhmut”.

Latest Defence Intelligence update on the situation in Ukraine – 22 October 2023.

Find out more about Defence Intelligence's use of language: https://t.co/weRQDP6Fwr

???????? #StandWithUkraine ???????? pic.twitter.com/9eCmqEJw8k

— Ministry of Defence ???????? (@DefenceHQ) October 22, 2023

As forças russas abateram três mísseis ucranianos que tinham como alvo a Crimeia, península anexada em 2014 por Moscovo e regularmente alvo de ataques das forças de Kiev, disse uma autoridade russa.

“Três mísseis inimigos na direção da Crimeia foram abatidos” na região de Kherson ao final da tarde, disse ao Telegram Vladimir Saldo que é governador imposto por Moscovo em Kherson.

Antes, as autoridades da Crimeia emitiram um alerta aéreo e o tráfego na Ponte da Crimeia, que liga esta península ao continente russo, foi temporariamente interrompido.

Esta península está no centro da postura militar russa para a sua ofensiva na Ucrânia, tanto para fornecer tropas no sul da Ucrânia como para realizar ataques com mísseis a partir do mar.

O primeiro grupo de pilotos ucranianos está quase pronto para passar do simulador aos caças F-16 de fabrico norte-americano, avançou um porta-voz da Força Aérea da Ucrânia, citado no Kyiv Independent.

“Esperamos que o primeiro grupo de pilotos de F-16, que hoje já está a treinar em simuladores de voo, seja transferido para o cockpit de um avião de treino e de combate num futuro próximo”, disse Yurii Ihnat.

Os pilotos “fizeram os seus trabalhos de casa” e dominaram rapidamente o programa de treino, acrescentou.

Até fazerem os seus próprios voos independentes, os pilotos serão primeiramente acompanhados por instrutores.

Duas pessoas morreram e três ficaram feridas na sequências de ataques russos contra várias cidades na região de Donetsk, no leste da Ucrânia.

“Segundo a investigação, na manhã de 22 de outubro, as forças de ocupação atacaram a cidade de Kalynivka no distrito de Bakhmut. Um habitante local de 58 anos morreu devido aos ferimentos na sua casa”, avançou o gabinete da procuradoria da região de Donetsk, citado no Pravda.

A segunda vítima mortal é um homem de 61 anos, morto num ataque à cidade de Vasiukivka.

“Na aldeia de Nestailove, no distrito de Pokrovsk, um rapaz de 19 anos ficou ferido e, na cidade de Toretsk, uma mulher de 59 anos e um homem de 60 anos sofreram contusões em resultado do ataque russo”, acrescentou.

O Presidente ucraniano falou hoje com Tamim Bin Hamad, Emir do Qatar, para agradecer a assistência humanitária do país à Ucrânia e pelo “importante papel de mediação no regresso a casa das crianças ucranianas deportadas ilegalmente e transferidas à força”.

“A Ucrânia está determinada a continuar a trabalhar em conjunto para devolver os nossos filhos a casa”, escreveu Volodymy Zelensky na rede social X.

Na passada segunda-feira, Kiev avançou que durante a semana três crianças ucranianas, levadas para a Rússia, iam regressar ao país com a ajuda do Qatar, ao abrigo de um mecanismo criado por Doha com o objetivo de devolver menores à Ucrânia.

Na sua publicação de hoje, o Presidente ucraniano avançou ainda que discutiu com Tamim Bin Hamad a guerra no Médio Oriente e que ambos concordaram na importância de evitar a escalada do conflito, “de procurar a paz e de proteger os civis”.

Zelensky agradeceu ainda ao Qatar pelo envolvimento nas rondas de negociações da Fórmula da Paz e na disponibilidade para participar na cimeira de Malta, que decorre na próxima semana.

I spoke with @TamimBinHamad to thank Qatar for its humanitarian assistance and major mediation role in returning home the illegally deported and forcibly transferred Ukrainian children.

Ukraine is determined to keep working together to return our children home.
 
We also…

— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) October 22, 2023

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo vai visitar Teerão esta segunda-feira. A informação foi confirmada à agência de notícias russa Tass pela porta-voz do ministério, Maria Zakharova.

A Sergey Lavrov, da Rússia, juntar-se-ão o s ministros dos Negócios Estrangeiros do Irão e também a Turquia, a Georgia, a Arménia e o Azerbeijão neste encontro na capital iraniana.

O objetivo é discutir assuntos regionais “sem a interferência de países ocidentais não-regionais”, segundo a agência de notícias iraniana IRNA, citada pela Reuters.

O sistema de defesa aéreo ucraniano conseguiu evitar um ovo ataque russo durante a noite de sábado para domingo, destruindo quatro drones e um míssil cruzeiro, segundo relata o Guardian, com informações da força aérea ucraniana. No total a Rússia terá disparado nove mísseis cruzeiro.

Num ataque a Kharkiv este sábado forma reportados 14 feridos, mas o numero subiu durante a noite para 16. Segundo Oleh Synehubov, governador de Kharkiv, sete estavam “a lutar pela própria vida”, segundo cita o Guardian.

Os mísseis russos atingiram um centro de distribuição de correio e mataram, pelo menos, seis pessoas.

O Presidente Zelensky publicou, na sua conta na rede social X, um vídeo com imagens da destruição e deixou as suas condolências às famílias das vítimas.

Kharkiv region. A Russian missile struck a post terminal. Ordinary civilian object. Unfortunately, there are killed. My condolences to all of their close ones!

As of now, it is known that at least 13 people were injured. First responders and all services are working on the spot.… pic.twitter.com/gN94DOIJtL

— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) October 21, 2023

“Quem são os Redut?”, pergunta o ministério da Defesa britânico numa publicação no X. A resposta vem de seguida: “a mais recente companhia militar a recrutar mercenários”.

Este grupo estará a recrutar antigos membros do grupo Wagner. Serão, provavelmente, financiados pelos serviços secretos russos. O grupo contará já com mais de sete mil pessoas, segundo explica a autoridade britânica.

O ministério da Defesa britânico escreveu ainda que o Redut é “uma Companhia Militar Privada (Private Military Company, PMC) que está a ser utilizada pelo ministério da Defesa russo para aumentar as forças regulares”. Na mesma publicação escrevem ainda que “recrutar através de unidades de ‘voluntários’ ajuda a Rússia a evitar mobilizações impopulares”.

Segundo o site Politico, este grupo já terá estado envolvido em combate na Ucrânia desde o início da invasão, a 24 de fevereiro de 2022, em locais como Donetsk, Kharkiv, Kiev e Luhansk.

Meet Redut, a Private Military Company [PMC] being utilised by the Russian MoD to augment regular forces.

Recruiting through “volunteer” units helps Russia avoid unpopular mobilisations.

????To find out more, visit @RFERL & https://t.co/iCkGYtI2EA

???????? #StandWithUkraine pic.twitter.com/RSpD8MzKYd

— Ministry of Defence ???????? (@DefenceHQ) October 21, 2023