Ministério da Saúde libanês afirmou que pelo menos 15 pessoas morreram na madrugada de hoje, 11 destas em dois ataques no norte de Beirute, durante os 200 ataques realizados pelas forças de Israel direcionados a alvos do Hezbollah.

Entre os alvos atacados, estão “células terroristas (milícias), lançadores, postos de mísseis antitanque e locais de infraestruturas”, como armazéns de armas, segundo o comunicado militar israelita, que descreveu a ofensiva de guerra no país vizinho como “limitada, localizada e específica”.

A Cruz Vermelha informou que vários dos seus socorristas ficaram feridos hoje num ataque a uma casa no sul do Líbano, para onde foram enviados “em coordenação” com a missão da ONU, que atua como tampão entre Israel e o Líbano.

“Enquanto a equipa procurava vítimas para resgatar, a casa foi atingida pela segunda vez, causando ferimentos aos socorristas e danos em duas ambulâncias”, disse a Cruz Vermelha Libanesa.

O ministro da Defesa israelita garantiu ao seu homólogo norte-americano, Lloyd Austin, que Israel continuaria a tomar medidas para proteger as forças das Nações Unidas destacadas no sul do Líbano, segundo um comunicado hoje divulgado pelo seu Ministério.

Durante a conversa, Yoav Gallant declarou a Austin que, apesar do “desafio operacional” constituído pela presença do grupo xiita libanês Hezbollah nas proximidades das posições da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FINUL), o exército israelita continuaria “a tomar medidas para evitar prejudicar as tropas” da Organização das Nações Unidas (ONU).

Gallant acusou o Hezbollah de “operar e disparar” perto de posições da FINUL, “usando a missão de manutenção da paz como cobertura para as suas atividades terroristas”, segundo o comunicado.

A FINUL acusou, esta semana, o exército israelita de disparar “deliberadamente” contra as suas posições.

Israel já reduziu a lista de alvos na resposta que irá dar ao Irão após os ataques levados a cabo, afirmam fontes dos Estados Unidos, citados pela NBC.

Em cima da mesa estão ataques a infraestruturas militares e energéticas do Irão. De acordo com os americanos, não há indicações de que Israel irá atacar estruturas nucleares.

As fontes americanas ressalvam, no entanto, que Israel ainda não definiu como e quando irá atacar.

Israel quer que seja feita uma investigação “à falha e tragédia” do ataque de dia 7 de outubro, quando o Hamas matou e raptou civis e militares que estavam num festival de música, escreve o Haaretz.

“Temos de agir hoje, sem demora, e investigar de forma completa e abrangente [o que aconteceu a 7 de outubro], de forma fiável, intransigente e independente”, acrescentou.

A 7 de outubro de 2023, o Hamas matou e atacou civis e militares num festival de música que decorria em Israel, dando início a uma operação militar em Israel.

Mas muito antes deste ataque, já o Hamas tinha desenvolvido um ataque maior e mais mortal, divulgou o Washington Post, com base em 59 páginas de documentos recolhidos pelas forças israelitas em Gaza.

O Hamas planeava recorrer a comboios, barco e até carruagens puxadas a cavalo para levar a cabo este plano. Contudo, segundo especialistas ouvidos pelo jornal americano, alguns dos planos estavam mal concebidos e não eram possíveis de executar.

O plano previa um ataque a Israel a partir de três pontos em simultâneo: norte, sul e oeste. E estava ainda a ser pensado um ataque a edifícios israelitas de relevo — ao estilo do ataque às Torres Gémeas, escreve o Washington Post. Na lista constava, por exemplo, um prédio de 70 andares.

Entre os documentos encontrados pelas tropas israelitas incluiam-se também cartas que o Hamas terá enviado aos líderes do Irão em 2021, nas quais pediam financiamento e formação para os soldados do Hamas.

Não se sabe o Irão terá respondido a estas cartas.