O Hezbollah afirma que as suas unidades de defesa aérea enfrentaram e forçaram com êxito dois aviões israelitas a abandonar o espaço aéreo libanês “utilizando armas adequadas” perto das cidades libanesas de Hula e Meiss el-Jabal.

O grupo também atingiu a povoação de Kiryat Motzkin, em Haifa, com rockets e fizeram uma segunda ronda de ataques com mísseis Fadi-1.

Pelo menos nove pessoas morreram e 11 ficaram feridas num ataque aéreo israelita a Younine, na cidade de Baalbek, no sul do Líbano, informa a Al Jazeera.

Estão a decorrer trabalhos de busca e salvamento de sobreviventes nos escombros dos edifícios destruídos.

Durante o Conselho de Segurança das Nações Unidas, convocado para discutir a situação no Líbano, França, em conjunto com os Estados Unidos, apresentou uma proposta de cessar-fogo. “Nos últimos dias, trabalhámos com os nossos parceiros norte-americanos num cessar-fogo temporário de 21 dias que permita negociações. Esta plataforma será tornada pública brevemente e estamos a contar que ambas as partes a aceitem“, afirmou Jean-Noël Barrot, ministro da Europa e dos Negócios Estrangeiros de França.

O chefe da diplomacia francesa insistiu que uma guerra total entre Israel e o Hezbollah não é inevitável, desde que ambas as partes se comprometam “de forma resoluta” com uma solução pacífica, relata o Le Monde.

O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou que “o Líbano não se pode tornar noutra Gaza”, durante uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

“Imploro ao Conselho que trabalhe em sintonia para ajudar a apagar este fogo. As partes devem cessar hostilidades. Os civis devem ser protegidos. As infraestruturas civis não devem ser alvo de ataques. A segurança e a proteção de todos os bens da ONU devem ser garantidas. O direito internacional deve ser respeitado”, disse Guterres.

“A todas as partes, digamos a uma só voz: parem com a matança e a destruição, diminuam o tom da retórica e das ameaças e afastem-se da beira do abismo”. Guterres afirmou ainda que uma guerra total deve ser evitada “a todo o custo”.

O primeiro-ministro pediu hoje ao Conselho de Segurança da ONU que seja ativo para conter a violência no Líbano e defendeu um uso restrito do direito de veto e maior responsabilização deste órgão.

Numa intervenção num debate aberto do Conselho de Segurança sobre liderança para a paz, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova Iorque, Luís Montenegro criticou a inação deste órgão em relação a conflitos violentos.

“Enquanto a guerra prossegue, com consequências terríveis dentro e fora da Ucrânia, o Conselho de Segurança tem estado muitas vezes em silêncio. Em relação a Gaza, pouco diz e sempre demasiado tarde. Esperamos que agora na situação do Líbano o Conselho de Segurança possa ser ativo nos esforços de contenção que evitem uma escalada de violência”, declarou.

Segundo o primeiro-ministro, este órgão da ONU “encontra-se frequentemente paralisado” pelo “uso indiscriminado do direito de veto” — a que podem recorrer os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança: Estados Unidos da América, Federação Russa, França, Reino Unido e República Popular da China.

O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, afirma que o Médio Oriente está perante uma “catástrofe em grande escala” e avisou Teerão que apoiará o Líbano por “todos os meios” se Israel intensificar a sua ofensiva contra o Hezbollah, refere a Al Jazeera.

“A região está à beira de uma catástrofe em grande escala. Se não for controlada, o mundo enfrentará consequências catastróficas”, afirmou nas Nações Unidas, acrescentando que o Irão “apoiará o povo do Líbano com todos os meios”.

O voo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para os Estados Unidos está marcado para as 3h da manhã desta quinta-feira, hora de Israel (menos duas horas em Lisboa).

O Times of Israel destaca que o horário pode ser sujeito a alterações.

O Ministério da Saúde libanês afirma que 72 pessoas morreram e 392 ficaram feridas em ataques aéreos das IDF no Líbano hoje, diz o Times of Israel.

As Forças de Defesa Israelitas afirmam que visaram locais do Hezbollah, incluindo casas onde o grupo terrorista armazenava munições e que avisaram os civis antes de efetuar os ataques.

Israel alargou as zonas alvo do Líbano com ataques pela primeira vez na estância balnear de Jiyyeh, a sul da capital Beirute.

Atingiu também Bint Jbeil, Tebnin e Ain Qana, no sul, a aldeia de Joun, no distrito de Chouf, perto de Sidon, e Maaysrah, no distrito de Keserwan, no norte, diz a Al Jazeera.

Segundo o Ministro dos Negócios Estrangeiros libanês, 500 mil pessoas poderão ter que ser deslocadas no Líbano. Em Beirute, milhares de pessoas deslocadas do sul do país estão a abrigar-se em escolas e outros edifícios.

Em entrevista à Fox News, o porta-voz da segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, afirmou que não há qualquer indicação de que o Irão esteja interessado numa guerra total no Médio Oriente.

Kirby afirmou que os Estados Unidos dispõem de “capacidades de dissuasão e de defesa significativas” na região e que estas foram reforçadas nos últimos dias.

O Médio Oriente não pode permitir-se uma nova crise de deslocações, alertou a agência das Nações Unidas para os refugiados.

“Milhares de libaneses e sírios estão a fugir do Líbano para a Síria em desespero, uma vez que os ataques aéreos israelitas continuam a devastar vidas de civis”, afirmou o chefe do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Filippo Grandi, em comunicado, citado pela Al Jazeera.

O ACNUR está a intensificar os esforços para dar resposta à situação. “Centenas de veículos estão em filas de espera na fronteira com a Síria. Muitas pessoas estão também a chegar a pé, carregando o que podem. Grandes multidões – incluindo mulheres, crianças pequenas e bebés – aguardam nas filas depois de terem passado a noite ao relento, sob temperaturas negativas”, refere o mesmo comunicado.

“É mais uma provação para as famílias que fugiram da guerra na Síria e que agora estão a ser bombardeadas no país onde procuraram abrigo”, disse Grandi. “Temos de evitar repetir estas cenas de desespero e devastação”.

A defesa civil de Gaza afirma que há um morto e que várias pessoas ficaram feridas num ataque aéreo israelita que atingiu uma tenda que abrigava uma família a oeste de Deir el-Balah, segundo refere a Al Jazeera.

O presidente francês Emmanuel Macron apelou ao fim dos ataques israelitas no Líbano, ao discursar na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.

“Exortamos Israel a pôr termo a esta escalada no Líbano e o Hezbollah a cessar os lançamentos de mísseis contra Israel. Apelamos a todos aqueles que fornecem meios ao Hezbollah que deixem de o fazer”, afirmou.

A agência libanesa de defesa civil, citada pela Al Jazeera, afirma ter recuperado o corpo de uma mulher durante os ataques aéreos israelitas a uma casa na aldeia de Maaysra, no distrito de Keserwan.

As equipas de salvamento retiraram também os corpos de outras duas pessoas (um casal) de uma outra residência.

Os três corpos foram levados para as morgues dos hospitais e prosseguem os esforços para retirar mais vítimas e procurar sobreviventes, informou a agência.

O Pentágono anunciou que o exército norte-americano não está a fornecer informação a Israel para operações no Líbano, acrescentando que os Estados Unidos estão a fazer “pressão total” para uma solução diplomática para a crise.

A porta-voz do Pentágono, Sabrina Singh, afirmou ainda aos jornalistas que não parece iminente qualquer incursão terrestre israelita no Líbano, refere o Times of Israel.

A Resistência Islâmica no Iraque apelou à intensificação dos ataques contra Israel, reivindicando a responsabilidade por um ataque de dois veículos aéreos não tripulados contra a cidade de Eilat, no sul do país.

Em comunicado publicado no Telegram, e citado pela Al Jazeera, a resistência islâmica afirmou que os ataques foram “em apoio ao povo palestiniano e libanês e em resposta aos massacres” cometidos por Israel.

O exército israelita disse ter intercetado um drone lançado em direção a Eilat a partir “do leste”, acrescentando que outro caiu dentro da cidade portuária. Duas pessoas ficaram feridas sem gravidade.

O porta-voz das brigadas iraquianas do Hezbollah, Abu Ali al-Askari, lançou um apelo à intensificação das operações contra Israel. “Esperamos que as fações da Resistência Islâmica, que apoiam a Palestina e o Líbano, aumentem o número e a severidade das suas operações”, disse Askari.

Erdogan, presidente da Turquia, disse ao primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, que a comunidade internacional tem de implementar urgentemente uma solução para travar a agressão de Israel, segundo a presidência turca, citada pela Al Jazeera.

“O presidente Erdogan disse que Israel estava a desrespeitar os direitos humanos fundamentais, a cometer um genocídio perante o mundo, sublinhando que parar isto e a crise humanitária que surgiu como resultado dos ataques era um dever humanitário”, informou o seu gabinete.

Os dois líderes encontraram-se à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque.

President @RTErdogan, who is in New York for the 79th session of the United Nations General Assembly, met with Prime Minister Najib Mikati of Lebanon at the Turkish House. pic.twitter.com/bB5XjQ9KCF

— Presidency of the Republic of Türkiye (@trpresidency) September 25, 2024

O exército israelita afirma que os sistemas de defesa intercetaram um drone vindo de “leste” e que outro caiu no interior da cidade portuária de Eilat.

“Dois veículos aéreos não tripulados [UAV] foram detetados a aproximarem-se da zona de Eilat, vindos de leste. Um navio de mísseis da marinha intercetou um UAV, e a queda de outro foi identificada na área de Eilat”, referiu o exército em comunicado, citado pela Al Jazeera.

Os socorristas israelitas registaram dois feridos ligeiros na sequência do ataque, mais um do que inicialmente reportado.