Horas depois de Polónia e Hungria anunciarem que vão bloquear a importação de cereais e outros produtos agrícolas ucranianos, a Comissão Europeia manifesta o seu desagrado e avisa: ações unilaterais de Estados-membros sobre o comércio são inaceitáveis.

“Estamos cientes dos anúncios da Polónia e da Hungria relativamente à proibição da importação de cereais e outros produtos agrícolas da Ucrânia”, disse um porta-voz da Comissão Europeia este domingo, através de um comunicado que está a ser citado pela Reuters.

“Neste contexto, é importante sublinhar que a política comercial é da competência exclusiva da UE e, por conseguinte, as ações unilaterais não são aceitáveis”, continua o texto, enviado por e-mail. “Em tempos tão difíceis, é crucial coordenar e alinhar todas as decisões no seio da UE.”

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia vai encontrar-se esta segunda-feira em Bagdade com o homólogo iraquiano e com o primeiro-ministro Mohamed Shia al-Sudani, está a avançar a AFP.

É a primeira vez desde o início da guerra na Ucrânia que Dmytro Kuleba visita o país, neutro perante o conflito.

A viagem acontece menos de uma semana depois de Volodymyr Zelensky ter falado ao telefone com o PM iraquiano.

Oleksii Dmytrashkivsky, porta-voz do exército ucraniano, acusou este domingo a Rússia de estar a tentar deportar crianças de Zaporíjia, no sul do país, alegadamente para “intimidar a população”.

As acusações, feitas através da televisão nacional, surgem dias depois de, em vários grupos na rede social Telegram, a população de Enerhodar, a cerca de 120 quilómetros, ter feito denúncias idênticas, lembra a Sky News.

De acordo com a televisão britânica, as mensagens partilhadas davam conta de crianças retiradas às famílias e transportadas em autocarros para a Crimeia.

As equipas de busca e salvamento a trabalhar nos escombros do ataque russo desta sexta-feira a um edifício residencial de 5 pisos em Sloviansk, na região de Donetsk, resgataram este domingo uma rapariga de 14 anos, com vida.

Entretanto subiu para 15 o número de mortes registadas na sequência deste ataque, depois de esta tarde terem sido encontrados os cadáveres de mais dois homens.

O Serviço de Emergência do Estado Ucraniano informou ao final do dia que as operações de salvamento foram entretanto concluídas, diz a Sky News.

O jornalista do Wall Street Journal que foi detido na Rússia no início deste mês, sob acusações de espionagem, escreveu uma carta aos pais.

“Quero dizer-vos que não estou a perder a esperança”, diz Evan Gershkovich, de 31 anos, na missiva manuscrita que chegou à caixa de correio da casa da família, em Filadélfia, esta sexta-feira.

A carta, de duas páginas, tem data de dia 5 de abril e está escrita em russo, idioma que Evan Gershkovich fala com os pais, ambos emigrantes da ex-União Soviética nos Estados Unidos.

Ao Wall Street Journal, Ella Milman, a mãe do jornalista, que assina com o diminutivo por que é tratado em casa, Vanya, garantiu que as palavras escritas são efetivamente do filho e não ditadas por alguém. “Leio. Faço exercício. E estou a tentar escrever. Talvez agora escreva finalmente alguma coisa boa”, pode ler-se.

O tom mantém-se ao longo da carta: “Mãe, tu infelizmente, para o bem ou para o mal, preparaste-me para a comida da prisão. De manhã, para o pequeno-almoço, dão-nos trigo com natas quentes, cereais com aveia ou papas de trigo. Estou a lembrar-me da minha infância”.

Detido em Moscovo, na prisão de Lefortovo, gerida pelo Serviço de Segurança Federal da Rússia, o sucessor do KGB, Gershkovich ainda não foi autorizado a receber a visita de amigos ou de funcionários da embaixada dos EUA na capital russa, mas confirmou que recebeu a encomenda que um amigo lhe enviou, com produtos de higiene, chinelos, caneta e papel. “Acho que agora tenho mais coisas do que a mãe e o pai aí em casa”, escreveu.

O número de mortos no ataque de mísseis russos à cidade de Sloviansk na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, subiu para 13, disseram hoje os serviços de emergência ucranianos.

O gabinete de imprensa dos Serviços de Emergência do Estado (SES) anunciou a descoberta do corpo de uma mulher que estava sob os escombros desde o ataque de sexta-feira, depois de recuperado o corpo de um homem hoje de manhã.

“Na sequência do bombardeamento da cidade de Sloviansk, que teve lugar a 14 de abril, há um total de 35 vítimas a registar, incluindo 13 pessoas mortas e 22 feridas”, afirmaram os SES em comunicado.

Embora 153 toneladas de destroços tenham sido removidas, as buscas ainda estão em curso, pois há duas pessoas que se suspeita estarem sob os escombros e continuam a ser dadas como desaparecidas, informou a agência Ukrinform.

Os mísseis russos S300 atingiram vários blocos e outras infraestruturas civis na cidade oriental ucraniana na sexta-feira. Entre os 13 mortos estava um menino de 2 anos, que morreu na ambulância quando estava a ser levado para o hospital para tratamento.

O balanço de sábado sobre as vítimas do ataque à cidade apontava para 11 mortos, mas as equipas de resgate continuavam a procurar salvar pessoas presas nos escombros de um prédio de apartamentos, disseram na altura as autoridades ucranianas.

Um ataque russo na região de Sumy atingiu este domingo uma clínica de neuropsicologia. Uma mulher de 70 anos ficou ferida, noticiou o jornal The Kyiv Independent, que cita o gabinete do Procurador Geral da Ucrânia.

Uma imagem partilhada pelo jornal no Twitter mostra um edifício parcialmente destruído.

Russian forces dropped an aerial bomb on a psychoneurological boarding house in the Shostka community in Ukraine's northern Sumy Oblast, injuring a 70-year-old woman, the Prosecutor General’s Office said on April 16.

Photo: Prosecutor General's Office/Telegram

— The Kyiv Independent (@KyivIndependent) April 16, 2023

O número de vítimas mortais na localidade de Sloviansk subiu para 12, refere o The Kyiv Independent.

A atualização anterior referia 11 mortes, incluindo uma criança dedois anos, e 22 feridos no ataque russo que atingiu um prédio residencial na cidade.

Os trabalhos de salvamento e resgate continuam no local e os números de vítimas pode ainda vir a subir

A Hungria proibiu a importação de grãos e outros produtos agrícolas da Ucrânia até junho, para proteger os interesses dos produtores locais, à semelhança da Polónia, informou a agência oficial de notícias MTI.

“As tendências atuais do mercado podem causar danos tão sérios à agricultura húngara, e medidas extraordinárias devem ser tomadas para evitá-los”, afirmou o ministro da Agicultura, István Nagy, num comunicado emitido na sábado à noite, no qual citou os baixos preços de importação da vizinha Ucrânia.

O ministro acrescentou que a União Europeia (UE) deve tomar medidas e repensar os corredores de solidariedade, ou seja, uma distribuição equilibrada dos produtos ucranianos entre os países da comunidade.

A proibição húngara é temporária e durará até 30 de junho, o que, segundo o comunicado oficial, pode ser suficiente para adotar medidas duradouras na UE e, assim, encontrar uma solução para o problema.

As relações entre a Hungria e a Ucrânia são tensas, pois Kiev acusa Budapeste de apoiar interesses russos, enquanto os húngaros criticam a suposta redução dos direitos de minorias étnicas no país vizinho, incluindo cerca de 150 mil húngaros.

A Polónia anunciou também, no sábado, uma proibição temporária da importação de grãos e dezenas de outros produtos agrícolas da Ucrânia.

Outros países do leste europeu, como Bulgária e a Roménia, também pediram uma solução a Bruxelas, já que os seus produtores não podem competir com os preços ucranianos.

As forças russas atingiram uma igreja em Nikopol, na região de Dnipro, noticiou a Interfax, que cita o governador local.

“Os russos mostram uma vez que não há nada sagrado para eles. Artilharia pesada atingiu uma igreja em Nikopol. Duas pessoas ficaram feridas”, afirmou Serhiy Lysak.

As duas vítimas são um homem de 57 anos e uma mulher de 38. A mulher permanece hospitalizada.

Além da igreja, sete edifícios, cinco deles residenciais, ficaram danificados.

A Páscoa ortodoxa celebra-se este domingo.

Volodymyr Zelensky divulgou uma mensagem de Páscoa dirigida aos ucranianos.

No vídeo gravado junto ao Kyiv-Pechersk Lavra, um histórico mosteiro ortodoxo na capital ucraniana, o Presidente mostrou-se confiante na vitória contra as forças russas: “O Céu vê a nossa fé e firmeza”, afirmou Zelensky.

“Hoje celebramos a festa da ressurreição do Senhor. É o principal símbolo da vitória da bondade, da verdade e da vida. Abraçamos a Páscoa com fé inabalável na irreversibilidade dessas vitórias”, disse o Presidente ucraniano.

Declarando que “a Ucrânia verá a luz do dia”, Zelensky acrescentou que a fé nisso une os ucranianos, “mas especialmente neste dia”, “que sempre foi um ferido familiar para os ucranianos”.

Cerca de 130 prisioneiros ucranianos foram libertados e vão passar esta Páscoa em casa, informou o chefe do gabinete do Presidente da Ucrânia, Andriy Yermark.

Numa mensagem publicada na rede social Telegram, Yermark explicou que “a grande troca da Páscoa” ocorreu “em várias fases nos últimos dias”. “A esperança é a essência desta festa”, disse o chefe de gabinete no Twitter.

Entre os prisioneiros libertados encontram-se militares, guardas e outros funcionários das fronteiras, membros da guarda nacional e marinheiros.

O organismo ucraniano responsável por coordenar as trocas de prisioneiros divulgou imagens dos soldados libertados. Estas foram partilhadas por Yermak no Twitter.

The big Easter POW swap. It took place during the last days in several stages. 130 Ukrainians are coming back.

Easter.
Hope is the quintessence of the holiday. This is exactly what the prisoners' relatives felt having waited for so long. pic.twitter.com/YCQwv0lVfe

— Andriy Yermak (@AndriyYermak) April 16, 2023

"Heroes must live" – that's what President @ZelenskyyUa always says.

Our team, the Coordinating Headquarters for the POW Treatment is carrying out his task. It's short: bring everyone back. And we will.

Happy Easter ???????? pic.twitter.com/ihLO1KxTaw

— Andriy Yermak (@AndriyYermak) April 16, 2023

Já o Grupo Wagner comunicou, de acordo com a Reuters, ter enviado para a Ucrânia pelo menos 100 primeiros para marcar a Páscoa ortodoxa, que se celebra este domingo.

O chefe de gabinete de Volodymyr Zelensky não indicou quantos soldados russos foram libertados em troca dos prisioneiros ucranianos.

As forças russas e ucranianas têm feito trocas regulares de prisioneiros desde o início da guerra.

As Forças Armadas ucranianas divulgaram a atualização diária das baixas no Exército russo.

De acordo com os dados do Exército ucraniano, mais de 182 mil soldados russos morreram desde o início da guerra, 520 dos quais nas últimas 24 horas.

Foram destruídos 3.657 tanques, 2.795 sistemas de artilharia, 308 aeronaves e 911 mísseis de cruzeiros, entre outros.

These are the indicative estimates of Russia’s combat losses as of April 16, according to the Armed Forces of Ukraine. pic.twitter.com/HeBM99wYp6

— The Kyiv Independent (@KyivIndependent) April 16, 2023

Será preciso entre dois a três para reconstruir todos os edifícios danificados pela guerra em Kharkiv, afirmou o presidente da câmara, Ihor Terekhov, na televisão nacional, segundo o The Kyiv Independent.

⚡️Mayor: 2-3 years required for complete reconstruction of Kharkiv.

Approximately two-to-three years will be required to fully repair the damage inflicted upon Kharkiv's buildings and infrastructure during wartime, Mayor Ihor Terekhov said on national television on April 15.

— The Kyiv Independent (@KyivIndependent) April 16, 2023