A organização Capacetes Brancos concluiu as operações de busca na prisão de Sednaya. “As buscas não descobriram qualquer área por abrir ou escondida dentro das instalações”, é anunciado em comunicado.

A organização refere que as famílias de desaparecidos e sobreviventes acreditavam que poderia haver ainda prisioneiros que não conseguiram sair nos últimos dois dias, “potencialmente porque estavam retidos em áreas fortemente seladas”.

A operação envolveu cinco equipas dos Capacetes Brancos, incluindo dois cães com treinamento policial. “As equipas inspecionaram todas as entradas, saídas, colunas de ventilação, sistemas de esgotos, canos de água, instalação elétrica e cabos de câmaras de vigilância. Apesar dos esforços extensos, não foram identificadas áreas escondidas ou seladas.”

A organização expressa que partilha do “profundo desapontamento” que as famílias de milhares de desaparecidos têm, mas pedem a todas as partes, incluindo às famílias dos desaparecidos, que “evitem buscas não autorizadas ou que interfiram com os locais da prisão”.

“Ações deste género arriscam a destruição de provas físicas cruciais que podem ser vitais para descobrir a verdade e avançar nos esforços de Justiça e responsabilização.”

O fim do “matadouro” de Assad, a mais brutal prisão síria. Os relatos de Sednaya e o mistério das celas subterrâneas

A imprensa libanesa avança que figuras próximas de Bashar al-Assad terão fugido para Beirute com proteção do Hezbollah, cita o jornal Haaretz.

Entre estas figuras estará Ali Mamlouk, um dos conselheiros próximos do líder do regime e antigo líder dos serviços de informação da Síria. Mamlouk é procurado no Líbano por acusações ligadas a terrorismo, acrescenta a imprensa israelita.

Os mediadores do Qatar vão ter conversações amanhã com o grupo sírio HTS, responsável pelo fim do regime de Bashar Al-Assad.

“O foco está na necessidade e o HTS e de outros grupos manterem a calma e preservar as instituições públicas da Síria durante o período de transição”, explica um oficial do Qatar à agência Reuters.

Depois de as equipas dos Capacetes Brancos entrarem na prisão de Sednaya, os repórteres da Anadolu fotografaram salas cheias de sapatos perdidos e roupas.

A Amnistia Internacional descreveu as instalações da prisão como “um matadouro humano”, estimando que dezenas de pessoas tenham sido executadas semanalmente na prisão.

Charles Lister, diretor do Instituto MEI Síria, escreve na rede social X que “as cenas que estão a sair de Sednaya são assustadoras”. “Isto não era só uma prisão e um centro de tortura, era um campo de concentração. Um verdadeiro horror.”

Lister fala em “montanhas de corpos”, “salas cheias de roupas e sapatos perdidos”, “esqueletos” ou “corpos parcialmente destruídos por ácido”.

Reporters from Anadolu, following Syrian White Helmet rescue teams, found rooms filled with hundreds of discarded shoes and other items of clothing in Assad’s Sednaya prison. pic.twitter.com/QhRlDyN6kN

— OSINTtechnical (@Osinttechnical) December 9, 2024

O general Michael Kurilla, líder do Comando Central dos EUA (CENTCOM) encontrou-se com o major-general Yousel al-Huneiti, das Forças Armadas da Jordânia, em Amman.

Num comunicado do CENTCOM, é dito que os dois “discutiram esforços para melhor a cooperação regional e a segurança, fortalecendo a cooperação militar EUA-Jordânia, assim como a situação em rápida mudança no terreno na Síria”.

Os EUA reiteram o compromisso para com a segurança da Jordânia, dizendo que estão disponíveis para ajudar o país se houver alguma ameaça neste período de “transição” na Síria.

O secretário-geral da ONU deixou hoje aberta a possibilidade de reconhecer a legitimidade de um eventual Governo da Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham ou HTS), que liderou o derrube do ex-Presidente sírio Bashar al-Assad.

“Penso que estamos todos ansiosos por saber o que o futuro nos reserva, mas penso que temos de levar as coisas aos poucos, vendo como vão progredindo dia após dia e mantendo determinados objetivos”, disse hoje o porta-voz de António Guterres, Stéphane Dujarric, no seu ‘briefing’ diário à imprensa, em Nova Iorque.

Além disso, a Secretaria-Geral da ONU sublinhou que “a Síria, independentemente das mudanças que tenham sido feitas, continua obviamente a ser um Estado membro” da organização.

De momento, o gabinete de Guterres permanece cauteloso, mas informou que tem “contactos operacionais” com o HTS – bem como com outros actores-chave no conflito, como a Turquia – através da missão do enviado especial da ONU para Síria, Geir Pedersen.

O HTS, herdeiro da Frente Al Nusra — ex-afiliada da Al Qaeda na Síria — assumiu o controlo das principais cidades sírias e declarou Damasco “livre da ditadura” de Assad no domingo, após uma ofensiva de apenas 12 dias.

O secretário-geral da ONU deixou hoje aberta a possibilidade de reconhecer a legitimidade de um eventual Governo da Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham ou HTS), que liderou o derrube do ex-Presidente sírio Bashar al-Assad.

“Penso que estamos todos ansiosos por saber o que o futuro nos reserva, mas penso que temos de levar as coisas aos poucos, vendo como vão progredindo dia após dia e mantendo determinados objetivos”, disse hoje o porta-voz de António Guterres, Stéphane Dujarric no seu ‘briefing’ diário à imprensa, em Nova Iorque.

Além disso, a Secretaria-Geral da ONU sublinhou que “a Síria, independentemente das mudanças que tenham sido feitas, continua obviamente a ser um Estado membro” da organização.

De momento, o gabinete de Guterres permanece cauteloso, mas informou que tem “contactos operacionais” com o HTS – bem como com outros actores-chave no conflito, como a Turquia – através da missão do enviado especial da ONU para Síria, Geir Pedersen.

O partido sírio Baas, do ex-Presidente Bashar al-Assad, declarou hoje apoiar a fase de transição no país, após o derrube do regime por uma coligação rebelde.

“Continuaremos a apoiar uma fase de transição na Síria visando defender a unidade do país”, declarou o secretário-geral do partido, Ibrahim al-Hadid, em comunicado.

Aberta a porta para a mobilização de forças israelitas para a porção dos Montes Golã administrada pela Síria, os Estados Unidos da América apoiam a ocupação avançada por Israel e comprometem-se a assegurar que é apenas temporária.

Matthew Miller, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, sublinha a justificação apresentada por Benjamin Netanyahu para explicar esta operação, referindo que se Israel não se mobilizasse, “o espaço vazio poderia ser preenchido por organizações terroristas que ameaçam Israel”, escreve o Times of Israel.

Mais de 16 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária na Síria, alertou hoje a Organização das Nações Unidas (ONU), apelando à comunidade internacional para que aumente o financiamento para custear alojamento, saneamento e alimentação.

Em conferência de imprensa, Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que “mais de 16 milhões de pessoas estão a precisar de ajuda na Síria” e que o número deverá aumentar, tendo em conta os acontecimentos do fim de semana, com a tomada de Damasco pelos rebeldes.

A ONU lembra que “pelo menos um milhão de pessoas, sobretudo mulheres e crianças, estão deslocadas” na Síria e que a ajuda humanitária no país tem sido dificultada pela limitação de circulação nas principais vias ou por saques.

“O plano de resposta humanitária de quatro mil milhões de dólares tem pouco mais de 30% de financiamento obtido”, disse Dujarric em conferência de imprensa.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, defendeu hoje que o regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, caiu, em parte, devido à concentração do exército russo na invasão da Ucrânia.

“O regime de al-Assad caiu porque não existem tropas russas realmente poderosas no país. Foram todas transferidas para a Ucrânia, as quase 800.000 tropas russas estão no território da Ucrânia”, disse Zelensky, sublinhando a ligação entre os acontecimentos no Médio Oriente, na Ucrânia e noutras partes do mundo.

“A força da Ucrânia determina se o exército russo é forte. Porque se a Ucrânia cair, [o Presidente russo, Vladimir] Putin regressará à Síria para se vingar, a África e a muitas outras regiões que lhe interessam”, alertou o Presidente ucraniano, num encontro com o primeiro-ministro da Estónia, Kristen Michal.

Benjamin Netanyahu deu uma conferência de imprensa esta noite, em Jerusalém, em que abordou a questão da Síria. Após críticas da comunidade internacional, sobre a ocupação dos Montes Golã, Netanyahu afirma que este território “será sempre uma parte inseparável do Estado de Israel”.

“O colapso do regime sírio é um resultado direto dos golpes que desferimos contra o Hamas, o Hezbollah e o Irão”, cita a Sky News.

O governante considera que está em curso “um isolamento do Hamas” após a queda do regime sírio, o que abre a porta a um acordo sobre os reféns que continuam em Gaza.

Durante a conferência, Netanyahu explicou que uma comissão de inquérito sobre os acontecimentos do 7 de outubro de 2023 só poderá ser criada após o fim da guerra. “Tem tudo de ser feito após a guerra. Não quero os responsáveis da IDF a correr à procura de advogados”, cita o jornal Haaretz.

Há relatos de novos ataques israelitas em território sírio. Segundo o jornal Times of Israel, os ataques tiveram como alvo uma base aérea perto de Damasco, que seria usada pelo exército de Al-Assad.

A base aérea está localizada em Aqraba, a sul de Damasco.

Anthony Blinken, o Secretário de Estado norte-americano, considera que o ISIS vai tentar usar o período de instabilidade na Síria para reforçar a capacidade em território sírio. Em declarações citadas pela Reuters, Blinken afirma que os “EUA não vão permitir que isso aconteça”.

O norte-americano refere que é o povo sírio quem terá de escolher o seu futuro após a queda do regime de Al-Assad, mas que existem riscos associados.

A Reuters avança que foram ouvidas pelo menos duas explosões em Damasco, na Síria, esta segunda-feira.

A agência refere que as explosões foram ouvidas pelos repórteres que tem na cidade.

Em informação atualizada, a agência especifica que as explosões ocorreram na área de Barzeh, onde fica o escritório do SSRC, o Centro Sírio de Estudos Científicos e Investigação.

O SSRC foi anteriormente sancionado e já tinha sido atingido pelas ligações à produção de armas químicas durante o regime de Bashar al-Assad.

(Atualizada às 19h01)

As equipas especializadas das Capacetes Brancos estão a fazer buscas na prisão de Sednaya, perto de Damasco, conhecida por ser uma das prisões mais duras, com milhares de prisioneiros.

“Estão à procura de portas escondidas ou caves por descobrir, que alegadamente estão ligadas às instalações, e que podem potencialmente ainda ter prisioneiros além daqueles que foram libertados ontem”, indica a organização numa publicação na rede social X.

Specialized White Helmets teams are continuing search in Sednaya Prison, notorious for holding thousands of detainees and being one of the world’s most horrendous prisons. They are looking for hidden doors or undiscovered basements reportedly connected to the facility, which… pic.twitter.com/WkZffAzm1M

— The White Helmets (@SyriaCivilDef) December 9, 2024

A companhia aérea ITA Airways anunciou que decidiu prolongar a suspensão dos voos para Israel até pelo menos 1 de fevereiro de 2025. Segundo o jornal Haaretz, a companhia equacionava retomar os voos em janeiro.

Há várias companhias aéreas a anunciar o prolongamento das suspensões de voo para Israel. Na semana passada, a polaca LOT Polish Airlines anunciou o suspensão até 20 de dezembro e a Air Baltic não voará para Israel até 21 de dezembro.