No fim da tarde desta segunda-feira, o exército russo atacou a localidade de Bilozerka, em Kherson, na Ucrânia.

De acordo com informação partilhada no Telegram da administração regional da cidade, duas pessoas ficaram feridas depois de serem atingidas pela ofensiva russa — um homem de 74 anos e uma mulher de 64 anos.

Ambos sofreram ferimentos causados por explosões de minas. As vítimas foram hospitalizadas.

Espanha está a preparar um novo pacote de ajuda para a Ucrânia, anunciou a ministra da Defesa espanhola, Margarita Robles, esta segunda-feira, durante a reunião do Grupo de Contacto de Defesa da Ucrânia (GCDU) liderado pelos EUA.

Como informa o The Kyiv Independent, o novo pacote conterá o segundo lote de tanques Leopard, que serão entregues no final de junho. Espanha também fará chegar à Ucrânia projéteis de artilharia, uma nova remessa de mísseis antiaéreos Patriot, sistemas anti-drone e torres de armas remotas.

O Governo austríaco vai atribuir 5 milhões de euros para a recuperação de infraestruturas energéticas na Ucrânia. O financiamento será assegurado pelo orçamento do Ministério da Ação Climática e da Energia no âmbito da Comunidade da Energia, com o objetivo alargar o mercado interno da energia da UE.

“Como país neutro, a Áustria também deve estar do lado da humanidade nesta guerra”, afirmou a ministra austríaca da Energia e da Ação Climática, Leonore Gewessler, citada pelo The Kyiv Independent.

Moscovo intensificou recentemente os ataques com mísseis e drones contra as infraestruturas críticas da Ucrânia, destruindo várias centrais térmicas em todo o país.

O Secretário da Defesa, Lloyd Austin, comprometeu-se, esta segunda-feira, a manter o envio de armas americanas para a Ucrânia, numa altura em que Kiev enfrenta um dos seus momentos mais difíceis contra um novo ataque da Rússia.

“Estamos a reunir-nos num momento de desafio”, afirmou Austin, citado pela Associated Press, salientando que a nova investida russa mostra por que razão o empenho contínuo dos países continua a ser vital.

A Rússia está a tentar criar uma “zona tampão” ao longo da fronteira ucraniana, afirma o secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, que garante que as forças russas vão tentar continuar a fazer novos avanços nas “próximas semanas”.

“Trata-se de uma luta difícil e perigosa, mas os defensores da Ucrânia estão a dar provas de uma coragem e de uma destreza extraordinárias”, afirmou o responsável norte-americano, citado pelo The Guardian.

As forças russas, que tinham feito apenas avanços moderados nos últimos meses, lançaram um ataque surpresa na região de Kharkiv, a 10 de maio, que resultou nos seus maiores ganhos territoriais em ano e meio.

A Índia, país que tem estreitado relações económicas com a Rússia e apelado a uma solução diplomática para a guerra na Ucrânia disse hoje que participará em todas as cimeiras importantes que promovam a agenda da paz mundial afirmou o primeiro-ministro indiano.

Narendra Modi fez as afirmações numa entrevista ao PTI, citada pelo Kyiv Independent, mas ainda não confirmou a sua própria presença na cimeira da paz promovida por Kiev para junho na Suíça.

“O nível de participação dependerá do calendário, da logística e dos compromissos paralelos”, disse Modi.

Enquanto a Rússia intensifica ofensiva na região de Kharkiv, dizendo que fez avanços na zona, as forças ucranianas garantem que controlam cerca de 60% da cidade de Vovchansk. A afirmação foi feita hoje pelo vice-governador Roman Semenukha na televisão nacional e citada pelo jornal Kyiv Independent.

“O inimigo continua a tentar, especialmente dentro de Vovchansk, empurrar as Forças Armadas ucranianas para fora da cidade”, disse Semehukha.

A 15 de maio, recorda o jornal ucraniano, o exército ucraniano disse que tinha impedido a Rússia de estabelecer uma base de apoio em Vovchansk.

O jornal refere ainda que as autoridades ucranianas avançam que a cidade está quase destruída, enquanto a polícia adianta que a Rússia capturou dezenas de civis na cidade e estão a usá-los como escudos humanos.

As tropas de Moscovo adiantaram hoje, de acordo com a Reuters, que conseguiram o total controlo de Bilohorivka, na região ucraniana de Lugansk. Em comunicado, o Ministério da Defesa russo referiu que foram também feitos avanços em Kharkiv.

A primeira-ministra da Estónia garante que os receios dos aliados da NATO de que o envio de tropas para a Ucrânia para treinar os soldados do país possa levá-los a uma guerra com a Rússia “não têm fundamento”.

“Há países que já estão a treinar soldados no terreno”, disse Kaja Kallas numa entrevista ao Financial Times. Mas fazem-no por sua conta e risco, ressalvou.

“Não creio que, se alguém for ferido na Ucrânia, se possa invocar o artigo 5º [que permite a defesa mútua], dizendo que vão bombardear a Rússia. Não é assim que as coisas funcionam. Não é automático”, disse Kallas.

A Marinha ucraniana diz que mísseis ucranianos destruíram ontem um caça-minas russo da frota do Mar Negro na Crimeia mas a Rússia nega que tal tenha acontecido.

“Mais um dia mau para a frota russa do Mar Negro”, afirmou o Ministério da Defesa ucraniano ontem no X, juntamente com uma fotografia do Kovrovets dentro de um visor de mira.

Another bad day for the russian Black Sea Fleet.

Overnight, Ukrainian defenders destroyed a russian minesweeper Project 266M "Kovrovets".
Great job, warriors! pic.twitter.com/ol4reKtuN6

— Defense of Ukraine (@DefenceU) May 19, 2024

Kiev não deu pormenores sobre a forma como o Kovrovets foi destruído, embora o Ministério da Defesa russo tenha afirmado que foram disparados mísseis ATACMS (US Army Tactical Missile Systems) contra a Crimeia ontem.

No entanto, o Ministério da Defesa da Rússia desmentiu que o caça-minas tenha sido destruído no ataque e afirmou que os seus sistemas de defesa aérea tinham abatido todos os mísseis lançados pela Ucrânia contra a Crimeia anexada pela Rússia em 2014.