Momentos-chave
- Kiev alvo de ataques por drones da Rússia
- EUA confirmam autorização para Ucrânia atacar território da Rússia com mísseis ATACMS
- Reino Unido aplica sanções adicionais contra "frota-sombra" da Rússia
- NATO diz que "qualidade" das forças militares da Rússia baixou e pede preparação para um cenário de guerra
- Ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia presente na reunião do G7 em Itália
- Rússia acusa Ucrânia de utilizar "químicos proibidos" em combate
- Papa critica “arrogância do invasor” na Ucrânia e na Palestina
- Ataque russo com mísseis no centro de Kharkiv fere 23 pessoas
- Eleição de Trump aumenta risco de serem enviados soldados europeus para combater Rússia, dizem fontes conhecedoras ao Le Monde
- Rússia pondera colocar mísseis de maior alcance na Ásia caso os EUA façam o mesmo
- Vizinho da Rússia Cazaquistão vai reforçar defesa territorial
- Rússia não está "familiarizada" com posições de candidato que venceu primeira volta das eleições romenas
- Kremlin demite comandante que terá mentido sobre progressos na guerra
Histórico de atualizações
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Bom dia. Este liveblog fica arquivado, mas o Observador continua esta terça-feira a acompanhar os desenvolvimentos da guerra na Ucrânia aqui.
Rússia avança na Ucrânia ao ritmo mais rápido desde o início da guerra
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Kiev alvo de ataques por drones da Rússia
“Shaheds entraram na capital vindos de diferentes direções”, escreveu o presidente da Câmara de Kiev, Vitali Klitschko, no seu canal de Telegram, fazendo menção aos drones iranianos utilizados pela Rússia, que terão entrado no espaço aéreo da cidade.
De acordo com o autarca, as unidades de defesa anti-aérea estavam a operar no momento inicial da invasão, mas que o ataque continuava. Segundo a Reuters, os alarmes na capital perduravam desde as 21h locais (19h em Portugal).
As autoridades locais não divulgaram dados sobre vítimas ou danos materiais causados pelos drones russos.
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Ucrânia: Rangel alerta que alargamento implicará reforma “crucial para a sobrevivência da UE”
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, alertou hoje que o alargamento da União Europeia (UE) à Ucrânia implicará uma reforma institucional e financeira “muito grande”, que será “crucial para a sobrevivência” do bloco.
Numa intervenção na CNN Portugal Summit em Lisboa, o chefe da diplomacia portuguesa mostrou-se favorável ao alargamento da UE à Ucrânia , que é um dos “celeiros do mundo” e partilha a visão atlântica de Portugal, embora não preveja que possa acontecer enquanto enfrentar a invasão russa.
No entanto, Paulo Rangel avisou que uma adesão da Ucrânia vai “implicar uma reestruturação muito grande e uma reconstrução” da UE, que passa por reformas institucionais e financeiras, sendo uma questão “crucial para a sobrevivência” do bloco europeu.
“A União Europeia não pode continuar a ter um orçamento, que é apenas 1% do PIB europeu”, alertou o governante, que observou que vai ser necessário mais esforço em contribuições dos Estados-membros ou instrumentos de dívida comum.
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EUA confirmam autorização para Ucrânia atacar território da Rússia com mísseis ATACMS
Depois de ter sido noticiado há uma semana pela imprensa norte-americana, o porta-voz do Conselho de Segurança dos Estados Unidos da América confirmou a autorização dada à Ucrânia para atacar alvos em território russo com mísseis ATACMS de longo alcance.
“Neste momento, os soldados ucranianos têm a capacidade de utilizar os ATACMS para se defenderem em caso de necessidade imediata”, revelou John Kirby em conferência de imprensa.
Refere que esta necessidade tem surgido na região de Kursk “e arredores”, mas não indica que a autorização esteja limitada para estes territórios, ou se para o solo russo na sua totalidade.
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ONU registou 376 casos de violência sexual desde o início do conflito
No Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, as Nações Unidas registam um total de 376 casos de violência sexual ao longo dos mais de dois anos de conflito.
De acordo com a missão da ONU para a monitorização dos Direitos Humanos na Ucrânia (HRMMU), em 262 destes casos as vítimas foram homens, cuja maioria esta detida em territórios ocupados ou até mesmo na Rússia. Para além disso, 104 mulheres e ainda 10 crianças entram para as contas da ONU.
“A violência sexual relacionada com a guerra é uma violação dos direitos humanos internacionais, do direito humanitário e do direito penal”, escreve a missão, adiantando que a prevenção destes atos de violência é uma “responsabilidade partilhada com base nas obrigações dos Estados em matéria de direitos humanos”.
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Reino Unido aplica sanções adicionais contra "frota-sombra" da Rússia
30 navios-petroleiros da “frota-sombra” da Rússia foram os mais recentes visados da nova ronda de sanções do Reino Unido, avança o POLITICO.
O ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, David Lammy, antecipa que, com estas restrições, haja uma “limpeza” das rotas de tráfego marítimo pouco seguras e que seja possível travar o “comportamento maligno” que tem permitido a Moscovo continuar a exportação de petróleo, apesar das sanções impostas pelo Ocidente.
“As receitas petrolíferas da Rússia estão a alimentar o fogo da guerra e da destruição na Ucrânia”, acrescenta o chefe da diplomacia britânica, na reunião do G7 em Itália, onde afirmou que irá trabalhar em conjunto com os aliados presentes no evento para “exercer uma pressão implacável sobre o Kremlin, interromper o fluxo de dinheiro para o seu cofre de guerra, desgastar a sua máquina militar e limitar o seu comportamento maligno a nível mundial”.
Volodymyr Zelensky expressou o seu agradecimento ao Reino Unido na rede social X, reforçando a mensagem transmitida por Lammy.
I am grateful to the UK for its strong decision to sanction 30 tankers—a significant part of the shadow fleet transporting Russian oil—and several Russian insurance companies.
This shadow fleet generates tens of billions of dollars, funding Russia’s war machine, while posing…
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) November 25, 2024
Notícia atualizada às 17h15 com a reação do Presidente da Ucrânia
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NATO diz que "qualidade" das forças militares da Rússia baixou e pede preparação para um cenário de guerra
Podem ser mais, mas de acordo com o chefe do comité militar da NATO, a “qualidade” das forças militares da Rússia baixou, mencionando o estado do equipamento e o nível de formação dos soldados russos no terreno.
“Neste momento, os russos não são a mesma ameaça que eram em fevereiro de 2022, pelo que temos algum tempo para nos prepararmos”, afirmou Rob Bauer, citado pela Reuters.
Para além do apelo por investimento adicional na Defesa dos membros da Aliança, o almirante neerlandês pediu às empresas para se prepararem para um cenário de guerra, adaptando as suas linhas de produção e distribuição. “Se conseguirmos garantir que todos os bens e serviços cruciais possam ser entregues, aconteça o que acontecer, então essa é uma parte fundamental da nossa dissuasão”, sublinhou, mencionando as alegadas tentativas de sabotagem avançadas tanto pela Rússia, como pela China.
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Ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia presente na reunião do G7 em Itália
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Andrii Sybiha, confirmou a sua presença em Itália para a reunião dos chefes da diplomacia dos países do G7, hoje e amanhã.
Num comunicado divulgado no Telegram do ministério, Sybiha irá participar “numa série de reuniões bilaterais”, tanto com os vários ministros presentes, assim como o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell e ainda dos representantes do Sul Global.
“O tema central das negociações será o reforço do apoio à Ucrânia no contexto das recentes medidas agressivas da Federação Russa, em especial o envolvimento de tropas norte-coreanas no conflito, o bombardeamento da Ucrânia com um míssil balístico de alcance intermédio, o terror aéreo contra civis, infraestruturas críticas e o sistema de energia”, escreve o ministro.
O G7 é composto pelos EUA, Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália e Japão.
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Rússia acusa Ucrânia de utilizar "químicos proibidos" em combate
A Rússia apresentou pelo menos 30 queixas contra a Ucrânia à Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPCW), de acordo com o vice-ministro russo da Indústria e do Comércio, Kirill Lysogorsky.
Citado pela agência estatal TASS, Lysogorsky afirma que Kiev “continua a utilizar sistematicamente químicos tóxicos e meios químicos de controlo de motins contra as forças armadas russas e civis”. Duas das notas enviadas à OPCW fazem referência a “químicos proibidos”.
Moscovo menciona também as acusações apresentadas pela Ucrânia e pelo Ocidente relativamente a “violações das provisões da Convenção sobre as Armas Químicas”, que considera apenas como “provocações”.
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Papa critica “arrogância do invasor” na Ucrânia e na Palestina
O Papa Francisco criticou hoje no Vaticano “a arrogância do invasor” na Ucrânia e na Palestina, numa rara postura contra a política israelita, uma semana depois de ter mencionado pela primeira vez acusações de genocídio na Faixa de Gaza.
Falando em espanhol durante um discurso por ocasião do 40.º aniversário do tratado de paz entre o Chile e a Argentina, o Papa de quase 88 anos falou dos “numerosos conflitos armados em curso” e das “lágrimas muito dolorosas” que implicam.
“Simplesmente menciono hoje dois fracassos da humanidade: a Ucrânia e a Palestina, onde as pessoas sofrem, onde a arrogância do invasor prevalece sobre o diálogo”, declarou, numa frase improvisada que não aparecia no seu discurso inicial.
Mais uma vez criticando o comércio de armas, o líder católico lamentou “a hipocrisia de se falar de paz enquanto se brinca à guerra”, acrescentando, perante diplomatas e representantes religiosos, que “o diálogo deve ser a alma da comunidade internacional”.
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Ataque russo com mísseis no centro de Kharkiv fere 23 pessoas
A Rússia lançou um ataque dirigido ao centro da província (oblast) ucraniana de Kharkiv, nesta segunda-feira, e o último balanço aponta para 23 feridos.
De acordo com o governador de Kharkiv, Oleh Syniehubov, 13 feridos tiveram mesmo de ser hospitalizados.
As vítimas estavam no trabalho ou a circular na rua, acrescentou Spartak Borysenko, chefe do gabinete do Procurador Regional de Kharkiv, à emissora Suspilne, citado pelo Kyiv Independent.
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Eleição de Trump aumenta risco de serem enviados soldados europeus para combater Rússia, dizem fontes conhecedoras ao Le Monde
A eleição de Donald Trump para um novo mandato como Presidente dos EUA vem aumentar a probabilidade de serem enviados soldados europeus para combater a Rússia, escreve nesta segunda-feira o diário francês Le Monde.
De acordo com as fontes citadas pelo jornal, que não são identificadas, perspetivando-se uma redução do apoio norte-americano à Ucrânia o Reino Unido e França estarão a ponderar a criação de um contingente militar para combater a Rússia – entre soldados e meios de empresas privadas da área da defesa.
O tema terá sido discutido durante a recente visita de Keir Starmer, primeiro-ministro britânico, a França.
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Rússia pondera colocar mísseis de maior alcance na Ásia caso os EUA façam o mesmo
A Rússia admite colocar na Ásia mísseis de maior alcance – de alcance médio, além dos projéteis de curto alcance. É isso que irá acontecer, garante um ministro-adjunto dos Negócios Estrangeiros, se os EUA também aí colocarem projéteis.
A declaração foi citada pela agência RIA, mas outra agência, a TASS, destaca outra mensagem transmitida pelo mesmo responsável: “o memorando assinado entre os EUA e a Rússia, sobre notificação de lançamento de mísseis, continua em vigor”.
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Vizinho da Rússia Cazaquistão vai reforçar defesa territorial
O Presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, ordenou o desenvolvimento das forças de defesa territorial do país vizinho da Rússia a poucos dias de uma visita do homólogo russo, Vladimir Putin, anunciou hoje o seu gabinete.
“O Presidente, comandante supremo das forças armadas do Cazaquistão, confiou ao ministro [da Defesa] a tarefa de desenvolver a defesa territorial e as forças especiais”, disse o gabinete de Tokayev num comunicado citado pela agência francesa AFP.
O Cazaquistão, que partilha cerca de 7.500 quilómetros de fronteira com a Rússia, é aliado próximo de Moscovo e integra uma aliança militar conjunta, a Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO, na sigla em inglês).
Mas a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022 suscitou receios no país da Ásia Central, onde se encontram bases russas, segundo a AFP.
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Rússia não está "familiarizada" com posições de candidato que venceu primeira volta das eleições romenas
A Rússia não está “familiarizada” com as posições políticas de Calin Georgescu, o candidato que terá vencido a primeira volta das eleições na Roménia – uma vitória ainda não confirmada oficialmente, porque ainda não estão contados todos os votos, mas que foi completamente inesperada à luz das últimas sondagens.
O porta-voz do Kremlin, Dmitrii Peskov, comentou nesta segunda-feira que o regime russo não está “intimamente familiarizado” com as posições políticas deste romeno que, agora, deverá disputar a segunda volta (a 8 de dezembro) com um dos outros candidatos mais centristas, onde se inclui o atual primeiro-ministro.
Peskov acrescentou que o Kremlin irá “monitorizar” o andamento do processo eleitoral na Roménia, mas não quer fazer quaisquer “previsões” sobre o resultado final.
Recentemente, Georgescu, que usa sobretudo a rede social TikTok para passar a sua mensagem política, apelou ao fim do apoio da Roménia à Ucrânia e criticou a presença de uma estação de defesa antimíssil da NATO no país, considerando esse facto como uma “vergonha para a diplomacia”.
Nos últimos anos, a Roménia assumiu uma posição claramente pró-Ucrânia, sob a liderança (executiva) de Ciolacu, bem como do presidente cessante Klaus Iohannis. O país é, também, um canal fundamental para as exportações agrícolas da Ucrânia e também entregou forneceu à Ucrânia um sistema de defesa anti-aérea (Patriot).
A Roménia tem uma fronteira de cerca de 610 quilómetros com a Ucrânia e em várias ocasiões foram encontrados destroços de drones russos no lado romeno da fronteira – o que obrigou Bucareste a reforçar as medidas de segurança naquela zona.
Georgescu abandonou o partido a que pertencia em 2022, ano em que a Rússia invadiu a Ucrânia, depois de ter sido criticado pelas suas opiniões abertamente pró-Rússia e anti-NATO. No passado, tinha elogiado o líder fascista romeno da época da Segunda Guerra Mundial, Ion Antonescu, considerando-o um herói nacional.
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Escalada nuclear na Ucrânia seria "injustificável"
Bruno Cardoso Reis sublinha a irresponsabilidade de um cenário de escalada nuclear, sem precedentes, do conflito na Ucrânia. No Médio Oriente, nenhum sistema de armamento militar levará à paz.
Ouça aqui o novo episódio de “Gabinete de Guerra” da Rádio Observador.
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Kremlin demite comandante que terá mentido sobre progressos na guerra
O regime russo demitiu um comandante muito importante na estrutura militar por, alegadamente, ter feito afirmações falsas sobre os progressos russos no terreno. A notícia foi, inicialmente, dada por bloggers ligados ao mundo militar mas também já há meios de comunicação russos a dar conta desta substituição.
O comandante em causa é Coronel-General Gennady Anashkin, que liderava o Grupo de Forças do Sul. De acordo com a informação veiculada pelas mesmas fontes, foi demitido após ter fornecido informações enganosas sobre o progresso da Rússia perto de Siversk, na região oriental de Donetsk.
À medida que o inverno se aproxima, as forças russas têm avançado ao ritmo mais rápido na Ucrânia desde o início da invasão, mas têm tido progressos muito mais lentos em algumas áreas – particularmente nessa região de Siversk.
Meios de comunicação russos como o RBC confirmaram a saída de Anashkin, citando fontes não identificadas do Ministério da Defesa russo. Ainda assim, essas fontes garantiram que Anashkin foi substituído no contexto de uma rotação normal e planeada. As autoridades russas não deram, ainda, uma confirmação oficial.
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Bom dia.
Vamos concentrar neste artigo liveblog todas as últimas notícias relacionadas com a guerra na Ucrânia, ao longo desta segunda-feira.
Deixamos, aqui, a ligação para o liveblog de ontem, domingo, que terminou com a informação de que Zelensky pediu mais ajuda a aliados para que Rússia “perca capacidade para financiar a guerra”.
Zelensky pede mais ajuda a aliados para que Rússia “perca capacidade para financiar a guerra”
Muito obrigado por nos acompanhar.