O emirado do Qatar confirmou o acordo entre o Hamas e Israel, detalhando que haverá uma pausa nas hostilidade pelo menos por quatro dias, prazo que está poderá ser estendido.

Todos os membros do executivo do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, votaram a favor da troca e da trégua, exceto os três ministros do Partido do Poder Judaico (Otzma Yehudit), de extrema-direita, e o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir.

Político com posição chave no executivo israelita, Gvir é, segundo a Al Jazeera, um colono de Kiryat Arba, perto de Hebron, um dos colonatos mais radicais da Cisjordânia ocupada. O atual ministro foi já condenado no passado por incitar ao racismo e por apoiar o partido Kach, que foi considerado pelos Estados Unidos uma organização terrorista e cujo fundador, o rabino Meir Kahane, acabou por ser assassinado em Nova Iorque em 1990.

O Kach pretendia retirar a cidadania aos israelitas árabes, segregar os espaços públicos israelitas e proibir os casamentos entre judeus e não judeus. Antes de entrar para a política, Ben-Gvir pendurou na sua sala de estar um retrato de um judeu que matou 29 palestinianos na Cisjordânia em 1994.

*com Lusa

O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), o tenente-coronel Jonathan Conricus, assumiu que os militares israelitas vão usar o tempo da trégua acordada entre Israel e o Hamas “para preparar operações futuras”. Em declarações à CNN, referiu que, apesar de não querer comentar o acordo política, os militares vão permanecer “vigilantes”.

“Após a implementação do acordo dos reféns, vamos continuar a desmantelar o Hamas enquanto respeitamos o direito humanitário no terreno”, alertou ainda.

Pelo menos três cidadãs norte-americanos que foram sequestrados pelo Hamas e estão neste momento na Faixa de Gaza poderão ser libertados nos próximos dias, avança uma fonte do governo norte-americano à agência Reuters.

Uma menina de três anos com o nome Abigail e duas mulheres serão libertadas.

Para além disso, segundo a Sky News, os Estados Unidos garantem que haverá uma inspeção rigorosa para garantir que o Hamas não aproveitam esta pausa humanitária para ter obterem armas e rearmar os militantes.

Ainda não é claro, nem há qualquer menção nos comunicados divulgados por Israel e pelo Hamas, quando é que começará a vigorar o acordo para a troca de reféns.

A imprensa israelita indica que poderá ser vigorar na próxima quinta-feira. Isto porque os juízes do Supremo Tribunal de Israel têm de analisar o acordo e entender se existe problemas legais que inibam a libertação de prisioneiros.

A imprensa israelita dá ainda conta de que os israelitas podem contestar o acordo, junto dos tribunais no prazo de 24 horas.

“O governo israelita está comprometido em trazer todos os reféns para casa. Esta noite, o governo aprovou os contornos da primeira etapa para alcançar esse objetivo. Pelo menos 50 reféns — mulheres e crianças — serão libertados nos próximos quatro dias, durante os quais haverá uma pausa nas hostilidades A libertação de cada dez reféns adicionais resultará num dia adicional de pausa.

O governo israelita, as Forças de Defesa de Israel e as forças de segurança vão continuar a guerra para que todos os reféns regressem a casa, completem a eliminação do Hamas e assegurem que não são mais uma ameaça para o Estado de Israel.”

Depois de serem libertados os 50 reféns, diz o comunicado do primeiro-ministro de Israel, o cessar-fogo será prolongado por mais 24 horas a cada novo grupo de dez reféns colocado em liberdade.

O gabinete do primeiro-ministro israelita confirmou o acordo, avança a CNN internacional, que acedeu a um comunicado elaborado pelo chefe do executivo Benjamin Netanyahu.

De acordo com o documento, serão libertados pelo menos 50 reféns, crianças e mulheres, em troca de quatro dias de cessar-fogo.

O documento foi aprovado por maioria dos membros do governo israelita, mas não foi unânime.

Não há qualquer menção a quantos prisioneiros palestinianos serão libertados, mas deverão ser revelados mais detalhes nos próximos minutos.

A CNN internacional escreve que o acordo do governo israelita foi aprovado, tendo a reunião ministerial já acabado.

O acordo foi aprovado por extensa maioria, diz a mesma estação de televisão.

O Hareetz e o canal estatal também avançam que o governo israelita deu luz verde ao acordo, acrescentando que 30 crianças, oito mães e 12 mulheres serão libertadas ao longo de cinco dias de cessar-fogo.

O acordo entre Israel e o Hamas, mediado pelos Estados Unidos, pelo Qatar e pelo Egito, está ainda a ser discutido pelo governo israelita, mas a imprensa do país avança que há uma elevada probabilidade de que seja anunciado nas próximas horas, havendo já vários detalhes tornados públicos.

• O Hamas libertará pelo menos 50 reféns, podendo esse número chegar aos 80, estando dependente do cumprimento do cessar-fogo.
• Os reféns serão essencialmente crianças (alguns jornais apontam para 30), mães e mulheres.
• Em troca, serão libertados pelo menos 150 palestinianos, ficando de fora condenados de assassínio e terrorismo. Há, no entanto, alguns jornais que sugerem que podem ser até 300 palestinianos libertados, mas dependaria do cumprimento do cessar-fogo temporário.
• O cessar-fogo temporário durará entre quatro e cinco dias, mas Telavive admite estendê-lo.
• A libertação de reféns será feita paulatinamente. Serão libertados, por dia, pelo menos dez pessoas que permanecem em cativeiro na Faixa de Gaza desde 7 de outubro.
• Quando os reféns forem libertados, não vão imediatamente para solo israelita. Inicialmente, o Hamas entregará os reféns à Cruz Vermelha e depois serão enviados para as bases das Forças de Defesa de Israel em Gaza. Numa fase posterior, serão avaliados por profissionais de saúde, indo depois para um hospital em território israelita. Seguidamente, as autoridades de defesa e as médicas vão determinar se os reféns reúnem condições físicas e mentais para serem interrogados. Se sim, serão interrogados pelas autoridades.
• Seis hospitais israelitas já demonstraram disponibilidade para acolher os reféns israelitas.
• Israel permitirá que entre combustível e aumentará a ajuda humanitária que a Faixa de Gaza.
• Prevê-se que aumente a entrada de 300 camiões de ajuda humanitária por dia no posto fronteiriço de Rafah (entre a Faixa de Gaza e o Egito).
• Benjamin Netanyahu e os seus aliados partidários estão a favor deste acordo, ainda que o primeiro-ministro israelita tenha salientando que, após o cessar-fogo, a guerra vai continuar. No entanto, os partidos mais ortodoxos e ligados à extrema-direita estão contra o acordo, porque coloca em causa “a segurança de Israel”.
• Neste momento, não há qualquer previsão para uma suposta divulgação do acordo, nem se sabe se a reunião entre ministros já terminou.

O Times of Israel relata que a reunião entre ministros israelitas foi bastante tensa. Na origem destes desentendimentos estão as posições de ministros mais radicais, como o das Finanças Bezalel Smotrich, que publicamente já se veio manifestar contra o acordo da libertação de reféns.

Houve uma troca de palavras acalorada entre os ministros do Likud (o partido Netanyahu) Miki Zohar e Gila Gamliel, que confrontaram o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, que também é contra o acordo.

O secretário de Estado dos Estados Unidos da América, Antony Blinken, deverá visitar Israel no início da próxima semana para ter conversas com dirigentes palestinianos e israelitas sobre a guerra na Faixa de Gaza, noticia o jornal Axios.

Segundo duas fontes familiarizadas com o assunto, Antony Blinken deverá chegar no início da próxima semana a Israel, numa altura em que se espere que já vigor um cessar-fogo temporário.

Estudantes judeus em França queixam-se de serem ameaçados e alvos de comentários antissemitas desde o início da guerra de Israel contra o grupo terrorista Hamas, em 07 de outubro, denunciou hoje o presidente da União de Estudantes Judeus de França.

“Além dos ‘rótulos’, é sobretudo o clima hostil em relação aos estudantes judeus que queremos denunciar”, afirmou o presidente daquela instituição, Samuel Lejoyeux, acrescentando que os universitários em questão “sentem-se inseguros”.

Na Universidade de Nanterre, a oeste de Paris, os estudantes judeus relataram à imprensa que enfrentam “pressões” e “ameaças” dentro do sistema, apesar de as universidades tentarem combater a situação.

A distribuição de um folheto e de um vídeo considerado antissemita levou a universidade a apresentar duas queixas à Justiça, estando os casos a ser “atualmente investigados”, segundo o presidente da câmara local, Laurent Hottiaux.

A imprensa israelita está a avançar que, a haver acordo, os primeiros reféns poderão ser libertados já no início de quinta-feira.

O governo israelita ainda está reunido a discutir pormenores sobre o acordo.

Uma bebé de nacionalidade portuguesa foi retirada de Gaza em segurança, a última do grupo de cidadãos sinalizados por Portugal para saírem deste território, adiantou hoje à Lusa fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Esta menor estava autorizada a sair, juntamente com os familiares que morreram na quarta-feira num bombardeamento no sul da Faixa de Gaza, na sequência do conflito entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas neste enclave.

Uma outra cidadã portuguesa que estava incluída no grupo prioritário optou por ficar em Gaza, referiu a fonte oficial da diplomacia portuguesa.