O conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, adiantou hoje que Israel ainda não entregou um plano para proteger os civis em Rafah — cidade para onde fugiram mais de um milhão de palestinianos nos últimos meses. De acordo com o New York Times, que cita a conferência de imprensa, a Casa Branca considera que “seria um erro avançar com uma grande operação militar no coração de Rafah”.

Um ataque dessa dimensão “colocaria um grande número de civis em risco, sem um ganho estratégico claro”, acrescentou Jake Sullivan.

Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, disse hoje que o governo de Joe Biden não considera que exista um genocídio em Gaza. “Não acreditamos que o que está a acontecer em Gaza seja um genocídio”, sublinhou.

Em conferência de imprensa, citada pela Reuters, Jake Sullivan disse que os Estados Unidos querem a derrota do Hamas, considerando, no entanto, que uma grande operação militar em Rafah seria um erro.

O primeiro-ministro israelita voltou hoje a prometer vingança pelo ataque do Hamas em outubro do ano passado. “Não esquecemos os reféns, nem por um segundo”, disse Benjamin Netanyahu.

“Não vamos parar até provocarmos o colapso do regime terrorista do Hamas. Vamos vingar-nos daqueles que fizeram o ataque, até ao último membro”, acrescentou.

Netanyahu prometeu que nada vai impedir os próximos ataques de Israel na Faixa de Gaza e considerou ainda que os “assassinos e os seus apoiantes” estão “a sofrer a ira de Israel em toda a Faixa de Gaza”.

O Presidente turco adiantou hoje que mais de mil membros do Hamas estão a receber tratamento em hospitais da Turquia. Em conferência de imprensa, citada pelo jornal The Times of Israel, Tayyip Erdogan voltou a sublinhar que o Hamas é um “movimento de resistência”.

Erdogan falou à saída de uma reunião que aconteceu em Ancara com Kyriakos Mitsotakis, primeiro-ministro grego.

A Força Aérea israelita atacou 120 alvos militares do Hamas na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas, enquanto as suas tropas terrestres operam em Rafah, no sul, e em Zeitun e Jabalia, no norte, informou hoje o Exército.

A 162.ª Divisão está a combater no leste de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, onde dizem ter matado vários combatentes do Hamas, bem como localizado e confiscado armas encontradas numa escola e destruído infraestruturas militares.

Em Jabalia, onde Israel retomou a sua ofensiva militar, a 98.ª divisão combate para impedir que o Hamas se reagrupe naquela cidade do norte de Gaza, onde desde domingo decorrem combates sangrentos.

O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, pediu uma investigação completa ao ataque que resultou na morte de um funcionário da ONU na manhã de hoje na região de Rafah, no sul da Faixa de Gaza.

“O secretário-geral ficou profundamente triste ao saber da morte de um funcionário do Departamento de Segurança e Proteção das Nações Unidas e do ferimento de outro funcionário do mesmo departamento quando o seu veículo da ONU foi atingido ao deslocarem-se para o Hospital Europeu em Rafah, esta manhã”, disse o porta-voz adjunto de Guterres, Farhan Haq.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, apelou hoje aos Estados Unidos para que evitem qualquer influência dos ativistas pró-palestinianos nas universidades norte-americanas, que há várias semanas pedem um cessar-fogo em Gaza, na política externa de Washington.

“Para onde vão os Estados Unidos? Irão sucumbir a esta loucura, a estas multidões nessas universidades, a este antissemitismo flagrante que está a varrer o mundo?”, perguntou Netanyahu durante uma entrevista ao colunista norte-americano Dan Senor, que está a ter repercussão nos ‘media’ israelitas.

Numa chamada com o secretário de Estado norte-americano, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Egipto, Sameh Shoukry, considerou que os ataques em Rafah representam “graves riscos de segurança”. Citado pela CNN, o representante do Egipto disse ainda a Antony Blinken que a situação atual é uma “séria ameaça à estabilidade da região”.

Durante a chamada foram também mencionadas as consequências humanitárias dos ataques em Rafah — nos últimos meses fugiram para esta cidade mais de um milhão de palestinianos. Além disso, a cidade de Rafah, que fica situada na fronteira da Faixa de Gaza com o Egipto, é um ponto fundamental para a entrada de ajuda humanitária.

Um veículo das Nações Unidas foi atingido por vários tiros hoje em Rafah, no sul da Faixa da Gaza, avança o Times of Israel, citando a imprensa palestiniana e a estação pública israelita Kan.

De acordo com os media da Palestina, o condutor palestiniano morreu e um funcionária da ONU ficou ferido. A Kan diz que se encontra em estado grave.

#شاهد| الاحتلال يستهدف مركبة للأمم المتحدة في رفح، ما أدى إلى استشهاد السائق الفلسطيني وإصابة موظفة تحمل جنسية أجنبية pic.twitter.com/dUqC4PTnG4

— شبكة فلسطين للحوار (@paldf) May 13, 2024

O incidente ocorreu perto da passagem de Rafah com o Egipto. Ainda não se sabe se foram as forças israelitas ou os operacionais do Hamas a abrir fogo sobre o veículo. Para já, as Forças de Defesa de Israel (IDF) não comentam o incidente

Já esta segunda-feira, o Hamas reclamou o lançamento de morteiros na direção das forças israelitas na área circundante da passagem de Rafah.

Quatro membros do movimento de extrema-direita Tzav 9 foram detidos por bloquearem a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, avança o Haaretz.

O grupo, compostos por cerca de 100 ativistas, bloqueia a passagem dos camiões perto de Hebron, na Cisjordânia, e esvaziou os veículos, para além de ter danificado nove camiões.

https://twitter.com/mivzakanit/status/1789996950617575859?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1789996950617575859%7Ctwgr%5Eeca8a485198343235af0dbea07f1a75c780db435%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Fwww.haaretz.com%2Fisrael-news%2F2024-05-13%2Fty-article-live%2Fblinken-speaks-to-gallant-reaffirms-u-s-opposition-to-rafah-ground-operation%2F0000018f-6faa-d7ad-abdf-ffbe26780000

A polícia israelita foi chamada ao local e deteve pelo quatro pessoas. Segundo as autoridades, o grupo de extrema-direita não foi informado previamente da passagem dos camiões.

O chefe dos serviços de informações de Israel reconheceu que os serviços de segurança interna “falharam na proteção” dos cidadãos israelitas durante os ataques do Hamas de 7 de outubro de 2023.

Ronan Bar disse ao jornal israelita Haaretz que os ataques “podiam ter sido evitados”.

Todos sentimos o erro, todos sentimos que o poderíamos ter evitado. Como chefe da organização responsável pelas atividades da organização, sinto-o talvez mais do que qualquer outra pessoa”, disse Bar, que reconheceu ter havido uma falha do Shin Bet na proteção dos israelitas durante os ataques.

O responsável afirmou que as autoridades “estão a investigar em profundidade o papel do Shin Bet nos ataques do Hamas a 7 de outubro” e prometeu “corrigir o que precisa de ser corrigido”.

O bispo de Leiria-Fátima condenou hoje, no final da peregrinação de maio ao santuário da Cova da Iria, a guerra na Faixa de Gaza, considerando “escândalo dos escândalos” a morte de milhares de crianças.

Numa alocução aos cerca de 200 mil peregrinos presentes no santuário, José Ornelas disse que a “paz foi um tema bem presente” na peregrinação, referindo que é um “bem necessário” ao mundo.

“Paz para a Ucrânia, aquela cruel guerra que já dura há tanto tempo, paz para a terra de Jesus, a Palestina, onde mais de 35 mil pessoas já perderam a vida, e a maioria, escândalo dos escândalos, crianças e mães que não sabem o que fazer para ajudar e manterem em vida os seus filhos”, disse o também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).

Numa intervenção interrompida por aplausos dos fiéis, José Ornelas sublinhou que, “o pior de tudo” na Faixa de Gaza, “que não se pode admitir, é proibir que chegue ajuda alimentar necessária para mais de um milhão de pessoas que estão a morrer de fome”.

“Daqui da Cova da Iria apelamos à paz. [O conflito] É inconcebível para o coração de Deus, mas é inconcebível para um coração humano que isto esteja a acontecer no nosso mundo”, disse José Ornelas.

Na ocasião, o bispo de Leiria-Fátima deixou também um apelo à solidariedade para com as vítimas das inundações no Brasil, “muitos dos quais perderam tudo”.

A peregrinação de domingo e hoje ao Santuário de Fátima foi presidida pelo arcebispo de Barcelona, Juan José Omella, e, segundo números avançados pelos serviços do santuário, contou com 250 mil peregrinos na procissão de velas da última noite, e 200 mil na missa de hoje.

Cerca de 360 mil pessoas já saíram da cidade de Rafah desde que Israel ordenou a evacuação da zona leste da cidade, escreve o Times of Israel, citando a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados palestinianos.

Entretanto, o ministério da Saúde de Gaza alertou que o sistema de saúde da Faixa de Gaza está “a horas” do colapso, por causa dos combates entre as forças israelitas e o Hamas, que terão bloqueado o transporte de combustível.

“Estamos a poucas horas do colapso do sistema de saúde na Faixa de Gaza devido à falta do combustível necessário para operar geradores em hospitais, ambulâncias e (para veículos de) transportar pessoal”, afirma o ministério num comunicado.

O secretário de Estado norte-americano reiterou ao ministro da Defesa de Israel a oposição dos Estados Unidos a uma invasão em larga escala à cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Blinken manifestou a posição dos EUA a Yoav Gallant durante uma conversa telefónica.

“Discutiram a situação em Gaza e os esforços em curso para garantir a libertação dos reféns. O secretário reafirmou a oposição dos EUA a uma grande operação militar terrestre em Rafah, onde um milhão de pessoas se refugiaram”, disse o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, citado pela agência italiana Nova.

Matthew Miller disse ainda que Anthony Blinken reafirmou “o firme compromisso dos Estados Unidos com a segurança de Israel e o objetivo comum de derrotar o Hamas”.

Do lado de Israel, e segundo a Reuters, o ministro da Defesa informou os EUA, na mesma conversa, que a operação em Rafah está a ser conduzida com “precisão”, “contra os restantes batalhões do Hamas”.

Quatro soldados israelitas ficaram feridos na sequência de um ataque do Hezbollah ao norte de Israel.

Segundo o jornal Times of Israel, o grupo islâmico pró-Irão lançou mísseis anti-tanque sobre a zona de Yiftah, junto à fronteira com o Líbano.

Segundo as Forças de Defesa de Israel, um dos soldados ficou ferido com alguma gravidade e os outros três são feridos considerados ligeiros.

O ministro dos Negócios Estrangeiros recusa chamar de genocídio ao que está a acontecer em Gaza, considerando que seria “injusto” dizer que Israel pretende eliminar o povo palestiniano, mas realça a existência de uma catástrofe humanitária.

“O genocídio pressupõe a vontade de eliminar um povo. Seria muito injusto dizer que Israel pretende eliminar o povo palestiniano”, disse Paulo Rangel, numa entrevista ao jornal espanhol El País, onde sublinha que “existe uma catástrofe humanitária que exige condenação, que exige que Israel aceite um cessar-fogo imediato e que precisa de ser reparada o mais rapidamente possível”.

Paulo Rangel recusa genocídio em Gaza, mas diz que catástrofe humanitária exige condenação

Paulo Rangel recorda na entrevista que Portugal expressou esta posição ao Governo israelita e ao seu embaixador em Lisboa. Questionado sobre se a comunidade internacional deveria impor medidas punitivas a Israel, o ministro respondeu que se deve “exercer grande pressão sobre o Governo”.

O líder do Hamas em Gaza, Yahya Sinwar, ainda está escondido nos túneis subterrâneos na zona de Khan Yunis, e não em Rafah. Esta é a convicção das autoridades americanas, segundo informação transmitida ao The New York Times.

A notícia cita fontes não identificadas, do lado norte-americano, que dizem acreditar que provavelmente as ordens de Sinwar ainda estão a ser dadas a partir da zona de Khan Yunis, uma cidade a norte de Rafah da qual as Forças de Defesa de Israel (IDF) se retiraram no início de abril.

Aliás, as fontes citadas acreditam que o líder do Hamas nunca esteve escondido em Rafah, a cidade que está no centro das iniciativas militares mais recentes de Israel.

As mesmas fontes acrescentaram, segundo o The New York Times, que o arquiteto dos ataques de de 7 de outubro estará a tentar proteger-se rodeando-se de um grupo de reféns israelitas que estão a ser usados como escudos humanos, impedindo Israel de atacar ou bombardear o seu esconderijo.