A primeira fase de uma campanha massiva de vacinação contra a poliomielite em Gaza terminou oficialmente.

Cerca de 560.000 crianças receberam a primeira dose durante 12 dias, informou o Ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas, num comunicado, reporta a Aljazeera. Dentro de duas semanas espera-se que seja administrada uma segunda dose às crianças que receberam a primeira dose da vacina.

Um trabalhador da ONU foi “baleado e morto no telhado da sua casa por um atirador furtivo” no campo de Far’a, no norte da Cisjordânia, informou a agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos, UNRWA, reporta a Aljazeera.

A morte de Sufyan Jaber Abed Jawwad vem juntar-se à de seis outros membros do pessoal da UNRWA mortos em Gaza esta quarta-feira num ataque israelita a um abrigo gerido pela ONU, escreve o mesmo meio.

As Forças de Defesa de Israel (IDF, em inglês) afirmam ter localizado um pequeno túnel perto de um hospital na cidade de Tulkarem, na Cisjordânia, reporta o The Times of Israel.

O túnel tinha uma entrada, mas não tinha saída, dizem os militares, o que poderá indicar que ainda estava em construção. As forças israelitas vão investigar o túnel e depois destruí-lo, escreve o mesmo meio.

A Aljazeera continua a divulgar excertos da entrevista a António Guterres.

“O Conselho de Segurança tem falhado sistematicamente no que diz respeito à capacidade de pôr fim aos conflitos mais dramáticos que enfrentamos atualmente: Sudão, Gaza, Ucrânia”, disse o Secretário-Geral das Nações Unidas.

Na mesma entrevista, Guterres alertou para “a divisão geopolítica que existe entre as grandes potências”, que “criou uma situação em que qualquer país ou qualquer movimento em qualquer parte do mundo sente que pode fazer o que quiser porque não haverá castigo.”

“O Tribunal Internacional de Justiça disse claramente e emitiu um parecer em que afirma que existe uma ocupação [israelita na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém], que a ocupação é ilegal (…) e que a ocupação tem de acabar”, afirmou ainda. “Temos de rejeitar em absoluto qualquer perspetiva de anexação da Cisjordânia, a usurpação de terras ou os colonatos ilegais que estão a ser criados. A Cisjordânia, juntamente com Gaza e Jerusalém Oriental, que faz parte da Cisjordânia, deve ser o Estado da Palestina no futuro”.

O Governo espanhol reuniu hoje em Madrid países europeus e árabes para tentar avançar num processo de paz no Médio Oriente e “passar das palavras aos atos” na aplicação da solução dos dois Estados (Israel e Palestina).

Estiveram na “Reunião de Madrid – Pela aplicação dos dois Estados” o responsável da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, assim como ministros e outros representantes da Autoridade Palestiniana, Liga dos Estados Árabes, Organização de Cooperação Islâmica, Turquia, Egito, Arábia Saudita, Qatar, Jordânia, Bahrein, Eslovénia, Noruega, Irlanda e Espanha.

“Hoje em Madrid avançamos para impulsionar uma voz conjunta europeia, árabe e islâmica unida em torno da aplicação da solução dos dois Estados e reforçar a nossa coordenação, tendo em vista momentos e reuniões das próximas semanas em que se decidirá o futuro da região”, incluindo a Assembleia-Geral das Nações Unidas e encontros ministeriais paralelos, em Nova Iorque, no final deste mês, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) espanhol, José Manuel Albares.

Uma gravação de voz feita por um soldado israelita detido pelo Hamas vai ser mostrada, publicamente, numa próxima manifestação em defesa da libertação dos reféns.

Matan Angrest é o nome do soldado que está algures em Gaza e que, há alguns meses, terá gravado uma mensagem de som que foi encontrada pelas Forças de Defesa de Israel durante uma operação naquele território.

A gravação foi entregue à família mas nunca foi revelada publicamente, pelo que será a primeira vez que se irá ouvir aquilo que o soldado disse. A imprensa israelita apenas noticiou que, numa parte da gravação, o soldado implora a Benjamin Netanyahu que o salve, bem como aos outros reféns.

António Guterres gostaria de ver os EUA a pressionarem Israel, de forma mais intensa, para que haja um cessar-fogo em Gaza. No entanto, o secretário-geral das Nações Unidas não está muito confiante de que isso vá acontecer.

“Conheço a vida política norte-americana suficientemente bem para saber que isso nunca vai acontecer“, afirmou Guterres, em entrevista à Al Jazeera, referindo-se à possibilidade de os EUA aumentarem a pressão sobre Israel.

Várias dezenas de familiares de reféns detidos pelo Hamas bloquearam uma das principais estradas de Telavive, a Namir Road, exigindo um acordo para libertar os reféns.

Os manifestantes, que incluem familiares dos reféns e outros apoiantes desta causa, colocaram fitas amarelas ao longo da estrada, enquanto gritavam: “porque é que eles ainda estão em Gaza?”

Estima-se que 97 dos 251 reféns sequestrados pelo Hamas a 7 de outubro ainda continuam na Faixa de Gaza. Esse número inclui os corpos de pelo menos 33 reféns cuja morte já foi confirmada por Israel.

No final de novembro o Hamas libertou 105 civis, durante uma trégua que durou uma semana. Antes disso, já tinham sido libertados quatro reféns. Além destes, oito reféns foram resgatados vivos pelas forças militares de Israel.

O líder do Hamas, Yahya Sinwar, terá enviado uma carta ao chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, para agradecer o apoio desse grupo libanês (apoiado pelo Irão) na luta contra Israel.

A carta foi noticiada pelo jornal libanês (pró-Hezbollah) al-Mayadeen. Sinwar, que se acredita estar escondido algures na Faixa de Gaza, agradece a Nasrallah pelas suas condolências após ter sido morto Ismail Haniyeh, outro responsável do Hamas. Haniyeh foi morto em Teerão, em julho, num ataque atribuído a Israel.

Os “mártires abençoados irão aumentar, em força e poder, no confronto com a ocupação sionista nazista”, promete Sinwar. O combate vai continuar “até que a ocupação seja derrotada e varrida da nossa terra” e que o “estado independente [Palestiniano] com plena soberania seja estabelecido, tendo Jerusalém como capital”.