O secretário-geral do PCP acusou hoje o PS de estar comprometido com uma estabilidade política que cria instabilidade na vida das pessoas, afirmando que não se pode contar com o partido para enfrentar “quem se acha dono disto tudo”.

Num discurso durante um comício em Alverca, no concelho de Vila Franca de Xira, Paulo Raimundo acusou o PS de estar a “animar o faz de conta”, criticando o partido por estar a “avançar agora medidas que há uns meses atrás chumbou, ao mesmo tempo que jura fidelidade à estabilidade política”.

“Estabilidade a esta política que está em curso, é isso que o PS quer? Do que é que serve a estabilidade desta política que está em curso se a única consequência que tem é a instabilidade na vida das pessoas?”, questionou o líder do PCP.

Interrogada sobre o estado de saúde das gémeas luso-brasileiras, Daniela Martins assinalou que elas estão “bem”. “São crianças super faladoras, alegres, melhoraram a parte respiratória e de movimento”, explicou.

Daniela Martins salientou que as meninas estão a “evoluir”, ao contrário “do que aconteceria se não tivessem tomado” o medicamento Zolgensma.

“Essa grande confusão valeu todo o esforço do Serviço Nacional de Saúde de garantir o acesso a essa medicação para essas crianças”, realçou Daniela Martins.

Na mesma entrevista à RTP, Daniela Martins reconheceu que não tinha conhecido do email mostrado assinado por ela, mas assumiu que não foi uma situação “confortável”.

Quando esteve a ser inquirida, a mãe das gémeas luso-brasileiras “tentou ser o mais clara possível” e respondeu apenas o “que tinha a certeza”.

Sobre “alguns deputados” presentes na Comissão de Inquérito, Daniela Martins considera que houve alguns exageros, extrapolando-se o “limite da civilidade e da humanidade. “Houve coisas desnecessárias”, afirmou, sem nunca especificar quais nem quem as havia pronunciado.

Daniela Martins garantiu ainda que não foi considerada “arguida” pela Polícia Judiciária.

A mãe das gémeas luso-brasileiras, Daniela Martins, reafirmou hoje, numa entrevista ao programa da RTP1 Prova dos Factos, que “algumas pessoas tinham acesso” ao seu e-mail, de modo a “responder a qualquer pessoa que pudesse trazer alguma ajuda”.

Questionada diretamente sobre o email que inclui o nome de António Lacerda Sales e está assinado com o seu nome, Daniela Martins explicou que outra pessoa com acesso ao seu email pode tê-lo escrito.

O objetivo era, segundo a mãe das gémeas, encontrar um “caminho” para que as filhas tivessem um tratamento.

“Visto de fora, pode parece estranho que eu não tivesse controlo da situação ou o controlo do meu whatsapp”, reconheceu Daniela Martins, que recordou, ainda assim, que estava a vivenciar uma “situação totalmente fora de controlo” e uma das fases mais “difíceis da sua vida”.

“Não tinha como responder a toda a gente”, voltou a justificar Daniela Martins.

A mãe das gémeas luso-brasileiras sinalizou ainda que “não tem como desmentir” que alguém que acedeu ao seu email pudesse conhecer a “doutora Juliana ou o doutor Nuno” e enviar o email assinado por ela. “Qualquer pessoa que precisava de informação, dava-se.”

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, considerou hoje que Portugal deve prosseguir uma “estratégia de diversificação do setor turístico”, defendendo, neste âmbito, a “complementaridade entre o setor público e o privado”.

“Já não somos um país apenas procurado pelo sol e pela praia. Temos lutado contra a sazonalidade do nosso turismo e temos de continuar a tirar partido de todo potencial natural, patrimonial, religioso e de várias atividades económicas do nosso país”, disse o governante.

Luís Montenegro partilhou esta ideia num discurso proferido na inauguração de uma hotel em Vila do Conde, distrito do Porto, que resultou na conversão do antigo mosteiro de Santa Clara numa unidade de cinco estrelas, através de um investimento de 19 milhões de euros, ao abrigo do programa Revive, desenhado para valorizar e recuperar o património do Estado sem uso.

O presidente do Governo da Madeira (PSD), Miguel Albuquerque, assegurou hoje não ter dado qualquer garantia de estabilidade ao representante da República, considerando que a conclusão foi tirada por Ireneu Barreto após as audiências com todos os partidos.

“Eu não garanti nada. Isso não tem nenhum sentido”, declarou o chefe do executivo madeirense questionado pelos jornalistas numa visita a um estabelecimento ótico no Funchal.

O responsável social-democrata argumentou que essa foi a “conclusão que o senhor representante tirou” depois de ouvir os vários partidos, sugerindo levar em conta o que os elementos das diferentes forças eleitas afirmaram após os encontros.

O deputado do CDS-PP João Almeida revelou em pormenor o conteúdo do email enviado em dezembro de 2019 por Daniela Martins à mulher de Nuno Rebelo de Sousa, comunicação da qual a mãe das gémeas luso-brasileiras diz não ter memória.

“Isto é que diz o email enviado do seu endereço: ‘Bom dia Dr.Lacerda Sales, gostaria de agradecer toda a atenção que vem sendo dada às minhas filhas’”, citou João Almeida, questionando Daniela Martins sobre quem poderia ter enviado o email a Juliana Drumond, nora de Marcelo Rebelo de Sousa.

“Isto é um agradecimento direto”, sublinhou João Almeida, que detalhou ainda mais o conteúdo do email. “‘Tínhamos o agendamento da consulta com a Dra. Teresa Moreno para o dia 5 de dezembro. Planejámos a nossa visita com antecedência mas infelizmente as meninas pegaram bronquiolite na véspera da viagem, o que nos impossibilitou de embarcarmos’”, citou o deputado do CDS-PP, realçando que “se trata de informação detalhadíssima”.

Daniela Martins reafirmou que várias pessoas tinham acesso à sua caixa de correio eletrónico e que não sabe quem possa ter enviado tal email.

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

O líder do PSD, Pedro Nuno Santos, considerou hoje que as medidas novas do pacote anticorrupção apresentado pelo Governo “são uma cedência do PSD ao populismo” e uma “colagem do Governo” à agenda do Chega.

“O pacote anticorrupção o que tem verdadeiramente de novo são propostas que estavam já no programa do PSD e que são uma cedência do PSD ao populismo”, sustentou o líder do PS, em declarações aos jornalistas quando questionado sobre as medidas apresentadas na véspera pelo Governo de Luís Montenegro.

Para Pedro Nuno Santos, “a prioridade deste Governo em matéria de justiça foi ceder ao populismo, ao Chega e à agenda do Chega e isso sim é preocupante”.

O secretário-geral do PS criticou hoje a aprovação da audição do antigo primeiro-ministro, António Costa, na comissão de inquérito ao caso das gémeas, considerando ser uma tentativa de instrumentalização do parlamento e a criação de “números políticos”.

“O Grupo Parlamentar do PS – entre outros, não foi o único – votou contra e aquilo que me parece é que nós continuamos a querer instrumentalizar o parlamento para objetivos que não têm nada que ver com o inquérito em causa e isso é que é de lamentar”, respondeu Pedro Nuno Santos aos jornalistas quando questionado sobre o facto de a comissão de inquérito ao caso das gémeas ter aprovado uma proposta do Chega para ouvir António Costa.

Para o líder socialista, o parlamento devia estar concentrado “em dar respostas aos problemas do país” e as comissões de inquérito que foram criadas “fazerem o seu trabalho

O advogado de Daniela Martins, Wilson Bicalho, fez um pedido — que o próprio considerou “inusitado” — ao presidente da CPI: a mudança de nome da comissão parlamentar de inquérito.

“Sempre que se fala em gémeas ou gémeas lusobrasileiras, isso remete para a cara da minha cliente e das filhas dela. Gostava de solicitar que estudassem a possibilidade de alterar o nome de ‘gémeas tratadas’ para outro. De cada vez que se fala de gémeas, para este família é um impedimento de poder voltar para casa”, disse o advogado de Daniela Martins.

Rui Paulo Sousa, presidente da CPI, garantiu que o assunto vai ser discutido numa futura reunião de mesa e coordenadores.

Recorde-se que a CPI tem como designação “Gémeas Tratadas com o Medicamento Zolgensma”.

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A audição à mãe das gémeas luso-brasileiras foi retomada depois de mais de 30 minutos de interrupção. Os trabalhos da CPI foram interrompidos quando Paulo Muacho, deputado do Livre, perguntou a Daniela Martins se as gémeas estavam bem de saúde.

Depois de agradecer a pergunta, Daniela Martins começou a chorar e não conseguiu responder, o que levou Rui Paulo Sousa (o presidente da CPI) a suspender os trabalhos durante 15 minutos. No entanto, Daniela Martins só voltou à sala 30 minutos depois.

O líder do PS defendeu hoje que a Procuradora-Geral da República deve explicações ao país sobre a “violação da lei” na divulgação de escutas envolvendo o antigo primeiro-ministro António Costa, considerando insuficiente abrir um inquérito.

No final de uma reunião com o presidente do Comité Económico e Social Europeu, Pedro Nuno Santos foi questionado sobre a entrevista da ministra da Justiça à Antena 1 na qual assumiu “um desconforto” com a utilização das escutas em processos judiciais, como as que visaram recentemente o ex-primeiro-ministro António Costa na Operação Influencer, sem que estivessem diretamente ligadas aos factos desse processo.

Segundo Pedro Nuno Santos, a “única coisa” que houve por parte do Ministério Público foi “o anúncio da abertura de um inquérito”, o que “não é suficiente”.

Em resposta ao deputado do PCP Alfredo Maia, Daniela Martins afirmou que as gémeas Maîte e Lorena “foram as crianças que mais esperaram pela medicação”, ou seja, pelo Zolgensma, em Portugal.

A mãe das gémeas luso-brasileiras explica que as filhas tiveram a primeira consulta no Hospital de Santa Maria em janeiro de 2020 e só em junho lhe foi administrado o Zolgensma, à época o medicamento mais caro do mundo.

Daniela Martins justifica o hiato, de seis meses, “tendo em conta toda a burocracia e também por causa da pandemia” de Covid-19.

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Questionada pela deputada da Iniciativa Liberal Joana Cordeiro, que insistiu na importância de se apurar como Nuno Rebelo de Sousa se envolveu no processo ainda que não conhecesse Daniela Martins, a mãe das gémeas luso-brasileiras diz não saber quem foi “o elo ou elos de ligação” ao filho do Presidente da República.

A mãe das gémeas reconhece que, nos “bastidores do hospital” Santa Maria, circulavam “comentários indiretos” de que as filhas estavam a ser tratadas a “mando do Presidente”.

Daniela Martins reconheceu que eram “comentários indiretos” e que não os “questionou na altura”.

“O meu foco era o tratamento das meninas, não como ele foi marcado”, garantiu Daniela Martins.

Além disso, a mãe das gémeas indicou que nunca tentou “fazer amizades no hospital” para ter “algum tipo de privilégio”.

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Daniela Martins revela que, enquanto as crianças estavam hospitalizadas no Brasil (nos cuidados intensivos), os seus irmãos e cunhadas tinham acesso ao seu telemóvel, com o objetivo de “dar seguimento às alternativas de tratamento para as meninas”.

A mãe das gémeas recusa a possibilidade de alguém ter enviado uma mensagem através do Whatsapp a Nuno Rebelo de Sousa, uma vez que, garante, não tinha o contacto pessoal do filho do Presidente da República.

Daniela Martins nega que tenha dito à médica neuropediatra Teresa Moreno que tinha “todas as assinaturas garantidas até à ministra da Saúde” para que o SNS pudesse proceder à administração do medicamento.

Recorde-se que, esta sexta-feira, o Correio da Manhã avança que, à Inspeção Geral das Atividades em Saúde, Teresa Moreno terá dito que Daniela Martins lhe transmitira que “a família dispunha de garantias de que todo o processo administrativo [do medicamento] teria as aprovações necessárias até à ministra da Saúde”. No entanto, essa informação não consta da auditoria da IGAS — segundo aquele jornal, a revelação de Teresa Moreno terá sido feito numa segunda audição perante os inspetores da IGAS.

O presidente da CPI, Rui Paulo Sousa, recusou a exibição do vídeo em que Daniela Martins admite a “cunha” para as filhas, uma vez que o advogado da mãe das gémeas ameaçou recorrer ao artigo 15º, que abre a porta à possibilidade de a audição recorrer à porta fechada.

André Ventura acabou por reproduzir o que é dito no vídeo, questionado Daniela Martins sobre isso.