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  • Boa noite,

    termina aqui mais um dia de cobertura do liveblog das Legislativas. Regressamos dentro de algumas horas.

    Até amanhã

  • Ventura: "António Costa teve vergonha de andar nas ruas do Algarve e tem medo de andar pelas ruas do Algarve"

    No Algarve, depois de uma arruada em Portimão, André Ventura esteve num jantar-comício em Faro para prometer dois deputados no Algarve que não estejam “quase sempre calados” como é “tradição” e para criticar a forma como o Governo de António Costa lidou com a região em tempos de pandemia.

    “António Costa teve vergonha de andar nas ruas do Algarve e tem medo de andar pelas ruas do Algarve”, atirou o líder do Chega, argumentado que tanto PS como PSD têm feito “absolutamente zero” pela região.

    E mais, prosseguia o líder do Chega: “O Algarve é a região mais abandonada pelo Governo do PS.” Num cenário de pandemia e tendo em conta a importância do setor do turismo, da restauração e da mobilidade no Algarve, Ventura não entende como não foi aprovado um apoio especial para a região.

    “No dia 30 não vamos só escolher entre direita e esquerda, vamos escolher que tipo de direita queremos em Portugal. A direita que cortou salários, pensões e que mandou pessoas emigrar ou uma direita que obrigue governo a acabar com portagens, a lutar contra corrupção e a devolver o estatuto ao Algarve”, concluiu.

    André Ventura disse ainda que os algarvios estão “fartos de ouvir promessas”, mas garantiu que com o Chega como terceira força política será diferente e, para isso, deixou um repto aos possíveis parceiros: “Desafio todos os outros partidos à direita a comprometerem-se num grande programa nacional chamado ‘portagens zero.'”

  • João Ferreira voltou e o alvo do dia foi o PSD (e o Chega)

    Um regresso por pouco tempo, num dia em que o discurso da CDU tem como foco a direita, com António Filipe a endurecer os termos. Foi assim o dia D (de direita) de João Ferreira na frente da caravana comunista.

    Depois de uma viagem de elétrico de manhã, uma passagem pelas oficinas da CP (antiga EMEF) no Entroncamento, um comício em Samora Correia, no distrito de Santarém onde António Filipe volta a ser cabeça de lista.

    Com o deputado escalabitano a deixar preto no branco a classificação que a CDU faz do partido Chega (“racista, xenófobo, saudosista com o fascismo”), a plateia no centro cultural de Samora Correia animava-se para ouvir a intervenção de Ferreira.

    E quanto a Rio, Ferreira acusou-o de “rematada hipocrisia” e de “desfaçatez” quando fala agora na hipótese de aumentar o salário mínimo nacional: “Rui Rio e todos os deputados do PSD votaram contra a possibilidade de aumentar o salário mínimo nacional, adiaram a hipótese de aumentar o salário mínimo dos trabalhadores”.

    Com o programa do PSD a fazer depender o cumprimento das promessas da situação do país no momento concreto, aponta João Ferreira que “a experiência mostra que com eles nunca há” condições para avançar.

    “É tempo de campanha eleitoral, voltam as promessas. São tão vazias como a carteira dos trabalhadores quando se aproxima o fim do mês”, atira o substituto de Jerónimo que devolve a Rio a responsabilidade pela “situação de indignidade” que o líder do PSD considerou existir: “Há trabalhadores em situação de indignidade, segundo as palavras de Rui Rio, quem impôs essa indignidade foi Rui Rio”.

  • "A cola da comunidade é o Estado Social". Pedro Nuno entra em campo num comício de afirmação política (sem referir Costa)

    Pedro Nuno Santos era o discurso mais aguardado da noite, em Aveiro. Os 17 minutos da sua intervenção centraram-se no que é o PS e em golpes e críticas à direita. Em todo o discurso, o cabeça de lista do PS em Aveiro não referiu António Costa, apenas apontou para o lugar onde estava sentado o líder socialista quando falou na necessidade de “lideranças mobilizadoras” — mas logo a seguir falou de uma das áreas que tutela no Governo: “A ferrovia voltou a ser um desígnio nacional”, disse apontando a reabertura da oficina de manutenção em Matosinhos ou o concurso para a aquisição de comboios.

    Campanhas para as eleições legislativas de 2022: Comício em Aveiro do candidato pelo Partido Socialista, António Costa, secretário-geral do PS e candidato a primeiro-ministro. As eleições legislativas realizam-se no próximo dia 30 de janeiro de 2022. Com intervenções do cabeça de lista de Aveiro, Pedro Nuno Santos. Aveiro, 25 de janeiro de 2022. JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

    JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

    O socialista que todos apontam à sucessão de Costa no PS — e que a direita aponta como perigo — já tinha estado ao lado do líder na arruada de Espinho, expressando todo o seu apoio, mas esta noite em Aveiro, centrou-se sobretudo nas razões para votar no PS nestas eleições e naquele que é o seu posicionamento no partido. “A cola da comunidade, a casa comum, é o Estado Social”, afirmou neste comício.

    Nestas eleições, começou por dizer Pedro Nuno, “o país vai ter de fazer uma escolha, entre um governo do PS e um governo de direita” e passou ao ataque a propostas concretas do PSD de Rui Rio (sistema misto de pensões), mas também do CDS (cheque-ensino) e da Iniciativa Liberal (a taxa única de IRS). Ainda atacou em concreto a proposta de baixa geral do IRC, do PSD, para contestar que se reduza “uns pontos no IRC a todas as empresas, mesmo àquelas que se limitam a distribuir dividendos”.

    Campanhas para as eleições legislativas de 2022: Comício em Aveiro do candidato pelo Partido Socialista, António Costa, secretário-geral do PS e candidato a primeiro-ministro. As eleições legislativas realizam-se no próximo dia 30 de janeiro de 2022. Com intervenções do cabeça de lista de Aveiro, Pedro Nuno Santos. Aveiro, 25 de janeiro de 2022. JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

    JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

    “O que atravessa todas estas propostas da direita portuguesa é uma visão profundamente individualista da sociedade. É a ideia que as pessoas se devem apenas interessar com as suas vidas”, argumentou para logo depois afirmar o que deve ser o PS: “A casa comum de quem acredita que fazemos todos parte de uma grande comunidade”.

    Pedro Nuno considera mesmo que “os socialistas levam a liberdade mais a sério, são mais exigentes na sua concretização do que a direita”, já que não veem a liberdade como “um valor abstrato, não é um recurso proclamatório”, afirmou.

    E voltou a atirar á direita quando a acusou de falar “em mérito para justificar e aceitar as desigualdades. Mérito? As gaspeadeiras não têm mérito? (…) Os técnicos de manutenção da CP não têm mérito? (…) As técnicas dos lares não têm mérito?”, questionou.

    Campanhas para as eleições legislativas de 2022: Comício em Aveiro do candidato pelo Partido Socialista, António Costa, secretário-geral do PS e candidato a primeiro-ministro. As eleições legislativas realizam-se no próximo dia 30 de janeiro de 2022. Com intervenções do cabeça de lista de Aveiro, Pedro Nuno Santos. Aveiro, 25 de janeiro de 2022. JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

    JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

    Pedro Nuno pediu um PS “forte” e ouviu Costa logo de seguida ir ao encontro desta linha mais à esquerda do partido quando disse reconhecer que “não há economia sem empresas, mas também não há economia sem trabalhadores nas empresas. O que faz uma sociedade se decente e com justiça social é os ganhos da riqueza que o país produz serem justamente repartidos”.

    Costa encerrou o comício a puxar por uma carta de que já não falava há mais de uma semana, a da colagem de Rio à extrema-direita. Sobre o dia seguinte às eleições, o socialista diz que nunca ficará “refém e dependente” do Chega. Vincou mesmo uma fronteira entre si e o PSD: “A nossa fronteira não é não ter ministros do Chega no Conselho de Ministro, é não depender do Chega parta coisa nenhuma”.

    É por isso que, entre a direita e o PS, só o PS, e um PS forte, é que pode e quer responder a estes problemas de forma a melhorar as condições de vida e dar esperança no futuro à esmagadora maioria do povo.

    Campanhas para as eleições legislativas de 2022: Comício em Aveiro do candidato pelo Partido Socialista, António Costa, secretário-geral do PS e candidato a primeiro-ministro. As eleições legislativas realizam-se no próximo dia 30 de janeiro de 2022. Com intervenções do cabeça de lista de Aveiro, Pedro Nuno Santos. Aveiro, 25 de janeiro de 2022. JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

    JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

  • Catarina Martins. "Tenho uma má notícia para Rio: campanha já não é sobre o gato, é sobre o contrato que vamos discutir segunda-feira"

    Catarina Martins dedica agora a sua intervenção à Habitação, argumentando que se tornou “uma limitação em todas as áreas da vida”. “Dois terços das casas para arrendar estão acima dos 650 euros. Não é possível sequer sonhar comprar uma habitação por causa da precariedade do trabalho. É hoje um problema que varre todas as gerações e que já varre todo o país”, denuncia.

    Depois, explica os fatores que pioram o problema da Habitação e que o Bloco quer combater: os vistos Gold, a chamada “lei Cristas” (do arrendamento) que faz com que “a renda expluda” quando “o mercado quer”, a necessidade de um “parque público de habitação, porque em Portugal o Estado detém apenas 2% das casas, sete vezes menos do que a média europeia”, a lei de bases da Habitação que o PS deixa “na gaveta”.

    Campanhas para as eleições legislativas de 2022: Ação de campanha de Catarina Martins, candidato pelo Bloco de Esquerda a primeiro-ministro. Comício com Francisco Louçã, José Maria Cardoso e Mariana Mortágua Braga, 25 de janeiro de 2022. FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

    FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

    Já a direita, continua, “tenta esconder o negócio em período eleitoral” mas “é a direita dos vistos Gold, dos benefícios a fundos em offshore, que vê o mercado nesta bolha especulativa imparável e acha: maravilha, isto sim é economia”. “Sabemos que não contamos com a direita para nada. Há em todo o país um povo que trabalha, que constrói o país, que dirá que não à direita porque quer respostas para a sua vida concreta”. Termina com um tiro que vai direto ao PSD e à leitura que faz desta fase da campanha: “Tenho uma má notícia para o dr Rio: esta campanha já não é sobre o gato Zé Albino, é mesmo sobre o futuro. Sobre o contrato à esquerda que estaremos a discutir segunda-feira”.

  • André Ventura sobre insultos a jornalistas: "Nunca estarei do lado dos insultos"

    Sobre as insultos a jornalistas, André Ventura assegurou que “nunca [estará] do lado dos insultos”. “Trabalhei em comunicação social, fui comentador de televisão”, justificou o líder do Chega.

    “Vão ver-me sempre a criticar isso. (…) Nunca me vão ver a ser agressivo, a promover agressividade e acho que ninguém se pode queixar de promover qualquer tipo de agressividade com jornalistas”, concluiu.

  • Louçã: novo "contrato" com PS será "maior responsabilidade da história do BE". "Mistério" de Costa deixa "campanha empatada"

    Na gelada noite de Braga, o Bloco reuniu-se para mais um comício e para ouvir o fundador Francisco Louçã, numa intervenção muito política que explica a estratégia e os objetivos bloquistas numa altura em que a campanha aquece.

    A primeira parte da intervenção é dedicada a um objetivo: “Vencer a direita”. A direita que, diz Louçã, se “disfarça agora com a fofura do bichano” — mais uma referência ao gato de Rui Rio, Zé Albino, o fenómeno político (?) da campanha — mas com “as garras tão à mostra comum nunca tinha estado”, fazendo-se acompanhar de uma “parada dos embaixadores de tentáculos financeiros”, como se fosse “uma coligação de grandes empresas”.

    Campanhas para as eleições legislativas de 2022: Ação de campanha de Catarina Martins, candidato pelo Bloco de Esquerda a primeiro-ministro. Comício com Francisco Louçã, José Maria Cardoso e Mariana Mortágua Braga, 25 de janeiro de 2022. FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

    FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

    Das “ideias extraordinárias” da direita, Louçã escolhe algumas para ironizar e conclui: “Tudo é negócio. É a lei do mercado e isto chama-se um vendaval contra Portugal”. O tom, que na campanha do Bloco se vai carregando contra a direita, atinge um novo pico de tensão: “Vencer a direita é uma condição de saúde social”.

    Mas para isso acontecer, e aqui chega o segundo ponto de Louçã, é preciso “uma esquerda unida que saiba o que quer” e “capaz de compromisso urgente”. Numa referência a casos como o dos milhões de euros que a EDP não pagou em imposto de sele, resume: “O Governo tem-nos tratado como estúpidos”.

    Depois, a crise — uma crise “provocada pela ambição desmedida do poder absoluto. Quem nos sabe dizer com que descaramento um Governo pode rejeitar a proposta de Arnaut para salvar o SNS com medidas faseadas e ponderadas? A crise é um truque”. O problema, insiste, é que “esse truque criou um vazio e o pesadelo da maioria absoluta morreu, finou-se na passada sexta-feira”.

    Nesta fase, resume Louçã, em que António Costa ainda não define afinal com quem quer negociar, “o PS está a ser engolido por um mistério”. “Qual é a sua alternativa? Quer que os eleitores escolham sem saberem o que estão a escolher. Política que não seja jogo é dizer o que é que se quer. Este mistério está a confundir a campanha do PS, é de sua inteira responsabilidade. Toda a gente sabe que o vazio e o mistério estão a fazer desta campanha uma campanha empatada, cada dia mais empatada”.

    Campanhas para as eleições legislativas de 2022: Ação de campanha de Catarina Martins, candidato pelo Bloco de Esquerda a primeiro-ministro. Comício com Francisco Louçã, José Maria Cardoso e Mariana Mortágua Braga, 25 de janeiro de 2022. FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

    FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

    No final, o apelo ao voto no BE, com o dramatismo no ponto máximo. “Só há uma certeza absoluta: o voto no BE é o único que pode virar a eleição. Se for a terceira força, o país tem uma certeza: nunca haverá um Governo de direita. É o voto que decide tudo. Vencendo o Chega, e que orgulho para a esquerda toda, e ultrapassando de muito longe a sombra dos votos de IL e Chega, o voto no BE desampata e impede qualquer Governo de direita. Não haverá Governo de Rio. É a forma de proteger o país da direita e de um pântano.”. Para isso, tem de haver “um contrato para Portugal” — e esse, assegura Louçã, “será porventura a maior responsabilidade da história do BE”. Agora, “será uma semana decisiva para um voto decisivo”.

  • O alerta de Ventura para partidos à direita: "Estamos a receber lições à esquerda e à direita é a total irresponsabilidade"

    André Ventura, à chegada ao jantar-comício em Faro, sublinhou que as sondagens mostram uma “mensagem clara do eleitorado” que, para o líder do Chega, “não quer um governo PSD sozinho, quer um governo PSD com os pilares do Chega”.

    “Temos de ter responsabilidade, estar à altura do momento e fazer mais pontes do que ping pongs”, afirmou o líder do Chega, numa clara referência usada, esta terça-feira, por António Costa. E mais: Ventura apelou ainda a um “papel importante” de Marcelo Rebelo de Sousa no pós-eleições.

    Perante este cenário, André Ventura estabeleceu uma linha vermelha: “Não obrigar os portugueses a ir às urnas novamente em seis meses.”

    Ao contrário de Catarina Martins, que pediu uma reunião a António Costa no dia 31 de janeiro, Ventura assegura que não vai “pedir nada” a Rui Rio antes de analisar os resultados. “Se passarmos a barreira dos 7%, ou dos 8% ou dos 10%, aí não á preciso pedir nada, temos de nos sentar e falar”, esclarece.

    “Estamos a receber lições à esquerda de quem não devíamos estar a receber lições, estamos a ouvir partidos à esquerda a dizer que criar pontes é mais importante do que destrui-las, a apelar à responsabilidade e à direita continuamos sem saber que governo vamos ter no dia a seguir, é a total irresponsabilidade à direita”, critica o líder do Chega, alertando que “pode haver uma geringonça de direita morta à nascença”.

  • CDU. António Filipe vai com tudo contra o Chega: "É uma aberração em democracia: Racista, xenófobo, saudosista com o fascismo"

    Em Santarém, António Filipe coloca as fichas todas no discurso contra o Chega e Rui Rio.

    Rui Rio diz que não quer formar governo com o partido da extrema-direita, mas em boa verdade não se incomoda se puder governar com o seu apoio”, aponta António Filipe antes de ir diretamente ao osso.

    Não se pode normalizar esta força política em nome da democracia. Rui Rio e o PSD está a normalizar um partido que é uma aberração em democracia: Racista, xenófobo, saudosista com o fascismo e que faz da campanha eleitoral um palco para o discurso de ódio”, atirou.

    Diz o deputado comunista que se os portugueses derem a Rio a hipótese de formar governo este não vai hesitar: “Se pudesse tudo faria para ter o apoio da extrema-direita”.

    E apresenta o antídoto, naquilo que é também uma tentativa de controlar o crescimento do Chega no distrito onde André Ventura foi o segundo mais votado há precisamente um ano: “A melhor resposta que se pode dar aos saudosistas do fascismo é confiar na força política que deu provas como nenhuma outra contra o fascismo”.

  • Cotrim marca diferenças para o PSD: "Connosco, os debates quinzenais voltam no dia seguinte" e o IRS "desce e desce já"

    O presidente da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo, deixou esta terça-feira à noite alguns avisos ao PSD.

    Numa altura em que endurece o discurso contra os sociais-democratas, para evitar o voto útil em Rio, Cotrim terminou um discurso num jantar no Centro Luso-Venezuelano com a Associação de jovens Jovenex dando um exemplo da “energia” que o PSD “sozinho nunca terá”.

    Ser mais moderno e transparente na forma de gerir o sistema político [é uma exigência]. Connosco os debates quinzenais voltam no dia seguinte. Ir ao Parlamento não é uma maçada, algo sem nexo — é a essência da democracia um Governo ser escrutinado no Parlamento”, apontou o candidato liberal

    Cotrim notou também que o PSD “fica muito assustado” porque diz que a IL vai “privatizar parte da Segurança Social”. E deu uma “novidade”: “Ela já é privada em parte. Mas o atual sistema não assegura a sustentabilidade a longo prazo”.

    Também o “financiamento dos partidos não fica igual” com a IL a participar ou viabilizar o Governo, avisa Cotrim. Nomeadamente, as “isenções fiscais de que os partidos continuam a beneficiar”. Com a IL, “mudam no dia seguinte”.

    O candidato falou ainda do IRS, que o PSD defende que deve descer “mais à frente, se houver dinheiro, se lá chegar”. Para a IL, “desce e desce já”.

  • Rui Moreira entra na campanha do CDS para agradecer ao partido — o "único" que apoiou as suas três candidaturas ao Porto

    Rui Moreira, que recebeu o apoio do CDS nas eleições à Câmara do Porto, juntou-se esta terça-feira à noite à campanha dos centristas, no 47.º aniversário do cerco ao congresso do CDS, no Palácio de Cristal, no Porto.

    O presidente da Câmara do Porto justificou a presença como um “agradecimento” ao CDS por ter sido “a única” força política que apoiou as suas três candidaturas à autarquia. “Espero sinceramente não vos ter desiludido”, apontou, num breve discurso, com Francisco Rodrigues dos Santos na plateia.

    Na primeira candidatura, disse, “a decisão que o CDS tomou foi difícil” porque o partido vinha de “três mandatos consecutivos em aliança com o PSD” e os social-democratas apresentavam uma “candidatura muito forte”. Da segunda vez foi “mais fácil”, mas da terceira o cenário voltou a complicar-se, com o envolvimento no caso Selminho (do qual já foi absolvido). “Caíram sobre mim suspeitas e calúnias complicadas que felizmente se resolveram na passada sexta-feira. Mais uma vez, o CDS esteve comigo”, afirmou.

    Sobre o cerco ao congresso do CDS, Rui Moreira lembrou o acontecimento como uma página “vergonhosa”, mas ao mesmo tempo “gloriosa” — porque “houve os que ficaram dentro e ganharam e os que ficaram fora e perderam e tem perdido sucessivamente”. Só que, diz, alguns dos que perderam ainda “não se esqueceram que perderam”.

    “São eles que têm vergonha de se lembrar deste dia e de celebrar o 25 de novembro. São eles que põem a pele de cordeiro e agora até um ar de pastorinha de Fátima. Se eles pudessem, se nós deixássemos agora, eles estavam ali fora a não nos deixavam sair”, defendeu. Por isso, deseja “muito bons resultados” ao partido de Rodrigues dos Santos, no final de um discurso muito aplaudido.

  • Em Aveiro, Nel Monteiro abre comício para Pedro Nuno Santos e António Costa

    Para aquecer o comício de Aveiro, o cantor Nel Monteiro foi a escolha do PS, antes das intervenções de Pedro Nuno Santos — cabeça de lista pelo distrito –, e de António Costa.

  • Sondagem diária. PS aumenta distância para PSD para cerca de 6 pontos. Chega sobe e BE, CDU e IL descem

    De acordo com a sondagem diária da Pitagórica, o PS voltou a subir e já está com 37% contra 31,4% do PSD. Diferença sobe desde sábado. IL e CDU caem para mínimos. Esquerda perto da maioria (49,8%).

    Sondagem diária. PS aumenta distância para PSD para cerca de 6 pontos. Chega sobe e BE, CDU e IL descem

  • Costa antecipa que PIB cresceu 4,6% em 2021, antes de divulgação do INE

    António Costa avançou que o PIB cresceu 4,6% em 2021, abaixo da projeção anterior do Governo de 4,8%. O INE só vai divulgar os números do quarto trimestre dia 31 de janeiro.

    Costa diz que PIB cresceu 4,6% em 2021. INE ainda não apurou resultado e só divulga após eleições

  • Temido e os ajuntamentos em campanha: "É preciso equilibrar valores"

    Marta Temido apareceu na campanha, no seu círculo eleitoral (Coimbra) ao lado de Costa. Garantiu que mantém “o entusiasmo” e que “a energia é maior”. Também falou no momento da pandemia e numa campanha eleitoral com ajuntamentos. “O que aprendemos desde o início é que é preciso equilibrar valores”, diz.

    “Estamos em mais um momento em que é difícil continuar a levar a vida para a frente e garantir proteção e saúde pública”, disse quando os jornalistas lhe perguntaram sobre a falta de distanciamento que as ações de campanha promovem. “Mas estamos todos de máscara e espero que estejamos todos vacinados e regularmente testados, disse em declarações aos jornalistas.”

    E chutou para canto qualquer resposta à pergunta sobre se está disponível para vir a liderar o PS. “António Costa é o melhor primeiro-ministro que Portugal poderia ter”.

    JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

  • Costa recusa "jogar ping pong" com Rio. E admite ter corrigido estratégia da maioria

    Na Ferreira Borges, em Coimbra, António Costa teve ao seu lado a ministra da Saúde que entrou a concentrar atenções. “Martinha”, “ó Marta”, chamavam duas senhoras que logo abraçaram Marta Temido espetando-lhe beijos com máscara.

    Numa altura em que Costa tem puxado dos galões da gestão da pandemia, a ministra da Saúde apareceu no distrito por onde é cabeça de lista numa arruada sem os apertos da manhã, mais a norte, e onde Costa respondeu a Rui Rio e à provocação da “dignidade”: “Não vou estar a jogar ping pong com Rio. O meu diálogo é com os portugueses”.

    JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

    Seguiu a acusar que o seu “jogo está aberto” com “um programa claro” que diz ser ao contrário do de Rio que “tem um programa escondido”. “No nosso programa não há gato”, rematou,

    E quando questionado sobre o regresso ao diálogo, depois de já ter pedido a maioria, Costa afirmou que o que é preciso “saber ouvir as pessoas” e que o que tem “sentido é que as pessoas querem uma solução de Governo estável, mas assente no dálogo e na criação de consensos”. E não na maioria absoluta que desapareceu de vez dos discursos.

    Maioria absoluta na gaveta. Costa agora “chocalha” todos os partidos (menos o Chega)

  • Catarina diz que Rio "confunde algumas sondagens com os resultados"."Incomodamos a direita, é bom sinal"

    Na rua direita de Barcelos, Catarina Martins despachou uma arruada em vinte minutos e pelo meio ainda teve tempo para mandar uma série de recados — e provocações — a Rui Rio e à direita.

    No mesmo dia em que Rio aconselhou Costa a saber “perder com dignidade”, e com as sondagens a mostrarem um PS e um PSD taco a taco, Catarina atirou: “Tenho ouvido o discurso do doutor Rui Rio, que aparentemente confunde algumas sondagens com os resultados eleitorais. Os resultados são feitos por quem vai votar. E quem vai votar no domingo vai impor uma derrota à direita e permitir que o Bloco tenha força para condicionar uma solução de Governo”.

    Campanhas para as eleições legislativas de 2022: Ação de campanha de Catarina Martins, candidato pelo Bloco de Esquerda a primeiro-ministro. Arruada pelas ruas de Barcelos Barcelos, 25 de janeiro de 2022. FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

    FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

    Se já esta manhã tinha atacado a direita por aquilo a que chamou “o seu projeto de destruição do país”, desta vez voltou a carregar nas tintas e a frisar que Costa já está a “mudar a agulha” e a mostrar-se mais disponível para negociar. “Está-se a falar do que é necessário: entendimentos para o país. Eu bem sei que a direita fica muito incomodada com o Bloco, é bom sinal. Incomodamos a direita? Pois incomodamos, e vamos ser a chave de uma solução que afaste a direita. “. E dramatizou: “Não vamos aceitar que a lei do trabalho não valha e que o país fique todo como uma gigantesca Odemira com contratos de trabalho da lei da selva, três euros à hora. Reparo que a direita fala de qualquer coisa para não falar do seu programa. O que é que vai fazer no dia depois das eleições? Não pode dizer”.

    Se ainda assim os sinais de abertura de Costa chegam com timidez, a líder bloquista deixou um aviso: “Uma governação em ziguezague, à vista, sem direção não serve o país. Acho que o país não abre mão desse contrato forte de governação para Portugal. Eu fiz um desafio e convidei o PS e o doutor António Costa para isso mesmo”. Por fim, o apelo ao voto, sobretudo dos indecisos: “Aqui estamos, aqui estamos. Confiem no Bloco, dizemos ao que vimos, não temos nenhum programa escondido”. A arruada acabou com muitos aplausos da comitiva, onde continuaram os dois deputados — José Maria Cardoso e Alexandra Vieira — que o Bloco quer reeleger em Braga. Para tal, como reforçou Catarina, é importante que o partido mantenha o terceiro lugar como força política.

    Campanhas para as eleições legislativas de 2022: Ação de campanha de Catarina Martins, candidato pelo Bloco de Esquerda a primeiro-ministro. Arruada pelas ruas de Barcelos Barcelos, 25 de janeiro de 2022. FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

    FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

  • De católica para católico, Manuela dá lição a Ventura sobre perdão de Jesus Cristo e militantes insultam jornalistas

    Manuela tem uma t-shirt do Chega vestida, uma bandeira às costas e um saco à tiracolo com as letras do partido. Está vestida a rigor, junto à estrada de calçada onde vai chegar André Ventura, tem uma pergunta para lhe fazer, de católica para católico. Faltavam uns minutos para que o líder do Chega aparecesse junto ao Largo D. João II, em Portimão.

    Ainda antes, no meio da confusão instalada durante uma troca ideias de Manuela com João Graça, líder da distrital de Faro, os ânimos agitaram-se e meia dúzia de apoiantes do Chega insultaram mesmo os jornalistas presentes na arruada e tentaram impedir que a auxiliar de saúde não falasse com a comunicação social. “Isto é que vai passar logo à noite, isso é o que interessa”, gritava um militante do Chega. Enquanto outro prosseguia: “Dona Manuela, veja que eles todos recebem dinheiro do Governo para você fazer essa figura.”

    O foco precisava de sair dali: “O André está a chegar, o André está a chegar.” Estava mesmo, Ventura demorou uns segundos.

    Quando Ventura saiu do carro já ali estava na linha da frente. Queria questionar um debate com mais de um ano, na altura das Presidenciais, em que frente a Ana Gomes o líder do Chega admitiu que “não faria mal” cortar a mão a alguns ladrões. Ambos se lembram do momento e Ventura nem precisa de grandes explicações, sabe bem o que Manuela lhe quer dizer.

    Apresenta-se como “católica praticante” e começa: “Jesus Cristo deu-nos duas vias, a da direita e a da esquerda. O homem é livre para poder decidir.” André Ventura decidiu entrar a brincar ao dizer “é melhor ir pela direita”, mas Manuela não queria esse caminho. Refere-se ao bem e ao mal da doutrina do perdão.

    “Não, não é essa direita que o senhor está a falar, eu também sou da direita. Houve uma coisa que me deixou muito triste na televisão, no momento em que o senhor disse do corte da mão e me lembrou uma parábola da escritura, em que Jesus curou a orelha…” O líder do Chega interrompe, sabe o que está em causa, tanto a parábola como a finalidade da conversa — a prisão perpétua, nunca referida pela mulher. Manuela, sem o dizer, refere-se ao perdão que Jesus Cristo deu a um homem que o ia capturar. Segundo a parábola, um discípulo cortou-lhe a orelha, mas Jesus Cristo aproximou-se, estancou o sangue e curou-o. Perdoou-o.

    Manuela admitia ter ficado “incomodada” com a abordagem de Ventura naquele debate: “Explique-me, por favor, porque isso me incomoda como ser humano, como mulher, como mãe, como filha. O que é que isso quer dizer?”

    E Ventura defende-se, diz que se tratou de “uma imagem”. “Estávamos a dizer é que há bandidagem em Portugal que tem de ter mão pesada da justiça (…) Aqueles que violam, matam, que roubam o país… que têm de começar a sentir a mão forte da justiça e não a vergonha. É no sentido de uma imagem que não permita que a justiça continue a funcionar como tem funcionado”, prosseguiu, em defesa do programa do partido, que defende uma reforma da justiça mais pesada e um aumento de penas para alguns crimes.

    “Então, não acha que essas pessoas são recuperáveis?”, questiona a mulher, ainda de bandeira em riste. Ventura explica que “sim” e justifica que, por essa razão, o partido defende uma “prisão perpétua revista de 25 em 25 anos”. E prossegue: “Imagine que violam a sua filha ou a sua mãe e que a matam depois. Acha justo que ao fim de sete anos ou oito estejam cá fora? Que estejam a conviver e a reincidir no crime? Nós não achamos e por isso achamos que a prisão perpétua é importante revista de 25 em 25 anos.”

    O diálogo ficava por ali, mas Manuela não ficou esclarecida com a resposta, queria mais. A arruada seguiu. Ainda antes, meia dúzia de militantes acusavam a auxiliar de saúde de estar a denegrir a imagem quando “vota Chega”. Não vota e Manuela admite-o. Vota à direita, mas não vai votar no Chega.

    No meio da confusão instalada durante uma troca ideias de Manuela com João Graça, líder da distrital de Faro, os ânimos agitaram-se e meia dúzia de apoiantes do Chega insultaram mesmo os jornalistas presentes na arruada e tentaram que a auxiliar de saúde não falasse com a comunicação social.

  • João Ferreira: "Quanto mais forças tiver a CDU mais as placas tectónicas se irão mover"

    Depois de na primeira semana enxotar os parceiros da esquerda, o fantasma das sondagens com a direita a crescer forçou António Costa a mudar o discurso e a dizer que está disponível para negociar com todos (menos o Chega). E na CDU associa-se também essa alteração do discurso ao crescimento da coligação.

    Na caravana da CDU João Ferreira “constata” que em 2015 foi a força que “se afirmou e criou condições para reescrever a história” e que, neste momento, sente um “crescimento” da coligação.

    João Ferreira faz uso também das analogias e compara a política nacional a placas tectónicas: “Quanto mais forças tiver a CDU mais as placas tectónicas se irão mover”.

    Sobre a mudança no tom de António Costa, João Ferreira diz que “é inevitável” e que “o reforço da CDU traz sinais de entendimento”: “A realidade tem essa força”.

    E contra-ataca as anteriores críticas de irresponsabilidade de António Costa ao chumbo do Orçamento do Estado: “A realidade veio a dar razões às posições que a CDU teve”.

  • Líder do CDS espera vir a ser ministro da Defesa. E já faz promessas para a pasta

    Depois de o Chega se ter reunido com ex-combatentes — e recebido um casaco de camuflado — Francisco Rodrigues dos Santos marcou para esta terça-feira, com um dia de antecedência, uma reunião com a Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra (APVG). Mas recusa ligar um encontro a outro. “Já tinha estado reunido com a Associação antes de o Chega ter feito essa reunião”, disse, aludindo a um outro encontro que a comunicação social não acompanhou porque não foi tornado público.

    Rodrigues dos Santos aproveitou a reunião para, aos jornalistas, enunciar as medidas que quer concretizar, caso seja Ministro da Defesa — um papel em que, aliás, já se vê.

    “As propostas que o CDS propõe — e eu espero cumpri-las quando for, como espero, ministro da Defesa — é um complemento vitalício de dignidade e gratidão de pensão no valor de 300 euros mensais”, disse, acrescentando que quer que os ex-combatentes tenham acesso à rede de hospitais militares, e defendendo a trasladação dos “restos mortais de cerca de 3.000 militares que estão sepultados ainda hoje no Ultramar, para simbolicamente restituir essa paz sentimental às famílias”.

    Esta terça-feira, celebram-se os 47 anos do cerco ao congresso do CDS, no Palácio de Cristal, no Porto. “Vivemos tempos difíceis, hoje em dia. Uma parte da esquerda e até alguma direita quer reescrever a história e se envergonha dela. Da nossa parte, essas políticas de cancelamento cultural nunca irão ter provimento”, indicou. E atirou: “A história deve ser contada por todos aqueles que se sacrificaram por ela e não por Rui Tavares ou Fernando Rosas.”

    Questionado sobre se já fala como ministro da Defesa, responde: “Falo daquilo que poderei cumprir”. E lembra Paulo Portas que, considera, “foi talvez o ministro da Defesa que mais fez pelos nossos ex-combatentes” e “cumpriu todas as promessas que fez”.

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