Atualizado às 22h20 com declarações do INE.

António Costa, numa arruada em Coimbra no âmbito da campanha eleitoral, disse que a economia portuguesa cresceu 4,6% em 2021, o que, a confirmar-se, é um valor inferior ao que o Governo projetava anteriormente, de 4,8%.

O Instituto Nacional de Estatística tem prevista a divulgação dos dados referentes ao quarto trimestre de 2021 no dia 31 de janeiro, a seguir às eleições legislativas.

“Apesar da pandemia o país, o ano passado, já cresceu 4,6%”, declarou António Costa na arruada em Coimbra, um valor abaixo, mas que serviu para o primeiro-ministro realçar que “voltou a convergir com a União Europeia, todos os organismos internacionais que fazem previsões dizem que vai crescer este ano 5,8%”.

Fonte do Partido Socialista diz que o número referido pelo primeiro-ministro é uma projeção e não é  informação antecipada pelo INE.

Fonte oficial do Instituto Nacional de Estatísticas afirmou ao Observador que a entidade “ainda não apurou o resultado do 4º trimestre de 2021 e, consequentemente, a variação média anual ainda não existe. Conforme o calendário habitual, só no próximo dia 31 de janeiro se saberá qual a primeira estimativa do INE”.

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A mesma fonte acrescenta que de acordo com a política de difusão de informação seguida pelo INE não são antecipados resultados aos membros do Governo.  Nem sempre foi assim. Durante o Governo PSD/CDS alguns dados estatísticos eram comunicados antecipadamente a órgãos de soberania, incluindo ministros que estavam obrigados a embargo estatístico. A violação desse embargo por um membro do Governo levou o INE a apertar as regras de divulgação antecipada no final de 2015.

INE. Membro do governo PSD/CDS furou embargo estatistico

A projeção de crescimento do PIB divulgada por António Costa esta terça-feira em campanha difere das declarações feitas na semana passada pelo ministro das Finanças. João Leão manteve a previsão de 4,8% do Governo para a evolução da economia no ano passado.

Apoios à economia e saúde não alteram previsão de subida de 4,8% do PIB, afirma Ministro das Finanças