É a primeira vez em 10 anos que um primeiro-ministro eleva o nível de ameaça de terrorismo para máximo. Este nível é estabelecido pelo Joint Terrorism Analysis Centre, uma unidade contra-terrorismo dentro dos serviços secretos britânicos. Esta terça-feira, o nível de ameaça de terrorismo passou de grave para crítico, atingindo o seu máximo. Isto significa que há suspeita de um ataque terrorista iminente, o que traz várias implicações:

• Mais de cinco mil soldados vão ser chamados para apoiar as autoridades;
• Os polícias responsáveis por vigiar locais-chave serão substituídos por membros das Forças Armadas. Por exemplo, no Parlamento ou em centrais nucleares. Também nesses locais-chave, o número de oficiais armados irá aumentar;
• Eventos como concertos e jogo desportivos serão vigiados por militares;
• A segurança será reforçada em estações ferroviárias e aeroportos;
• Haverá um aumento de recursos para deter suspeitos e julgá-los em tribunal.

O nível de ameaça de terrorismo só atingiu o seu máximo duas vezes. Uma a 10 de agosto de 2006, quando foi descoberto um plano para explodir aviões que sobrevoassem o Atlântico. Outra a 30 de junho de 2007 quando foram encontrados dois carros-bomba que foram desativados, um perto de um bar na zona oeste de Londres e outro na Rua Cockspur, na mesma zona.

O bombista suicida que matou 22 pessoas na segunda-feira à noite numa sala de concertos de Manchester, no noroeste de Inglaterra, foi identificado como sendo um britânico de origem líbia discreto e reservado, segundo a imprensa britânica.

“Era um jovem muito discreto, sempre muito respeitoso para comigo”, testemunhou um cidadão líbio de Manchester citado pelo jornal The Guardian.

“O seu irmão Ismael era muito sociável, mas Salman [Abedi] era muito reservado”, acrescentou.

A polícia afirmou que o autor do atentado foi Salman Abedi, de 22 anos, morto na explosão que ele mesmo provocou na segunda-feira à noite, no final de um espetáculo da cantora norte-americana Ariana Grande, numa das saídas do Manchester Arena, num espaço coberto que ligava a sala à estação Victoria, muito próxima.

“Posso confirmar que o homem suspeito de ter cometido a atrocidade da noite passada foi identificado com o nome de Salman Abedi”, disse hoje o comissário de polícia Ian Hopkins, sem mais pormenores.

De acordo com a imprensa britânica, Salman Abedi terá nascido em Manchester em 1994, filho de pais líbios fugidos ao regime de Muammar Kadhafi que se refugiaram no Reino Unido, primeiro em Londres e depois no bairro residencial periférico de Fallowfield, no sul de Manchester, nos últimos dez anos.

Nesse bairro, formado por casas modestas de tijolo vermelho, o fim de uma rua foi bloqueado pela polícia hoje ao fim da tarde.

Havia polícias parados à porta de uma pequena casa de tijolo, outros andavam no jardim, levando a pensar que se trata de um local onde Abedi residiu, constatou o jornalista da agência francesa AFP no local.

Na vizinhança, poucos conhecem o suspeito: “Nem tenho a certeza de saber como era o seu rosto, para dizer a verdade. No entanto, devia cruzar-me com ele todos os dias”, comentou Rachel Harding, de 37 anos, que mora numa casa vizinha e se disse “chocada, surpreendida, amedrontada”.

O bairro, “que não é, claramente, um dos mais ricos de Manchester, é muito tranquilo”, garantiu, como outros vizinhos inquiridos pela AFP.

O Daily Telegraph escreveu que Salman era o terceiro de uma família de quatro filhos.

O grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico (EI) reivindicou o atentado que fez 22 mortos, entre os quais uma menina de oito anos e outras crianças, bem como 59 feridos.

“A nossa prioridade continua a ser descobrir se ele agiu sozinho ou no âmbito de uma rede”, recordou o comissário Hopkins.

Os investigadores fizeram buscas também na casa do irmão do suspeito, igualmente no sul de Manchester.

Os dois irmãos frequentavam a mesquita local de Didsbury, noticiou ainda o Guardian. O pai do suspeito é bastante conhecido na comunidade líbia de Manchester, mas encontra-se atualmente em Tripoli, acrescentou o diário.

Um homem de 23 anos foi detido algumas horas antes em Chorlton, no sul de Manchester, por ligação ao atentado, embora a polícia não tenha querido precisar a natureza dessa ligação.

Salman Abedi estudava na universidade de Salford, em Manchester, disse à agência Press Association um responsável do estabelecimento de ensino superior, Sam Grogan.

Lusa

Salvador Sobral apresentou esta terça-feira uma “tese mas cheia de falhas” de não se fazer cobertura noticiosa dos ataques terroristas. O vencedor da edição deste ano da Eurovisão colocou a possibilidade dos meios de comunicação fazerem um acordo e não falarem sobre algum ataque terrorista. Em entrevista à RTP, os irmãos Sobral foram questionados sobre o ataque bombista desta segunda-feira, em Manchester. “Gostava de experimentar um ataque que não fosse noticiado em lado nenhum”, disse o cantor.

Luísa Sobral discorda do irmão, justificando-se com as famílias das vítimas que querem estar informadas mas reconhece: “Já não queremos ir a sítios que tenham muita gente com medo que possa acontecer [ataques terroristas]. Essa é a ideia deles [dos terroristas] e estão a conseguir”, disse Luísa Sobral, acrescentando: “Aqui ainda nos sentimos um bocadinho seguros, não sei até quando”.

Desta vez um ataque terrorista teve como alvo um público muito jovem. Devem os pais falar sobre isso com os filhos? E como? Fomos ouvir um pedopsiquiatra e quatro psicólogas.

Como explicar o terrorismo às crianças?

Theresa May vai estar presente numa nova reunião do comité COBRA, que dá resposta a situações de terrorismo, na próxima quarta-feira pelas 9h30. Será a terceira reunião em dois dias.

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, confirmou que o bombista suicida tinha 22 anos e terá nascido e crescido no país. May falou na possibilidade de haver outras pessoas ligas a Salman Abedi, o bombista suicida, pelo que o nível de ameaça de terrorismo foi elevado para máximo, passando de grave para crítico.

A primeira-ministra acrescentou ainda que está em vigor a Operação Tempura, o que significa que as polícia armada que protege locais como o Parlamento será substituída por membros das Forças Armadas.

Isto [o nível máximo de ameaça] significa que a avaliação não é apenas a de que um novo ataque continua altamente provável mas de que um novo pode estar iminente”, disse May.

Theresa May emitiu uma declaração depois da segunda reunião com o comité COBRA. A Polícia Metropolitana irá fazer uma nova declaração mais tarde com esclarecimentos acerca das mudanças que este nível máximo implica. May pediu à população que não fique alarmada com esta solução e disse que esta é a resposta apropriada.

O treinador do Ajax, Peter Bosz, disse esta terça-feira que a final da Liga Europa de futebol, face ao Manchester United, de José Mourinho, na quarta-feira, “não tem o mesmo brilho” devido ao atentado ocorrido em Manchester. Na conferência de imprensa de antevisão do jogo, marcado para as 19h45 de quarta-feira no Friends Arena, em Estocolmo, Suécia, o holandês, de 53 anos, explicou que “todos os envolvidos na final estarão afetados”.

Quarta-feira à noite, devia ser uma celebração do futebol, mas, por causa do que aconteceu, vamos estar todos afetados, especialmente porque jogamos contra o Manchester United. É horrível”, atirou o treinador.

Lasse Schone, médio dos holandeses, disse, por seu lado, que a notícia foi “terrível” para todo o plantel e recordou um concerto da cantora norte-americana na capital holandesa, em que marcou presença.

A Ariana Grande veio cantar a Amesterdão há duas semanas, levei a minha mulher e os meus filhos. É terrível”, considerou o futebolista.

O Manchester United cancelou a conferência de imprensa de antevisão da partida, devido ao ataque. Antes do início do jogo, a cerimónia de abertura será “consideravelmente reduzida” e será guardado um minuto de silêncio em honra das vítimas, anunciou a UEFA. Antes do treino desta terça-feira, a equipa do Manchester United, treinada por José Mourinho, também guardou um minuto de silêncio em respeito às vítimas, medida igualmente adotada pelos holandeses antes da adaptação ao relvado. “Mesmo estando cá há pouco tempo, sei que as pessoas de Manchester se vão unir”, disse o técnico português.

(Lusa)

O homem detido esta tarde depois de ter interrompido a vigília que estava a ser feita em Manchester em memória das vítimas do ataque bombista de terça-feira tinha um historial de doenças mentais, confirma a polícia. As autoridades confirmaram a detenção através do Twitter e revelaram que o homem de 39 anos carregava uma mala que continha um machado pequeno e um bastão maior.

Vamos interrogar o detido para perceber as suas intenções, depois de especialistas em doenças mentais avaliarem a sua condição”, pode ler-se no comunicado emitido pela polícia de West Midlands.

A polícia desconfiaram do comportamento suspeito do homem que carregava uma mala e evacuaram a zona onde decorria a vigília durante 15 minutos.

Abedi estudou na Universidade de Salford, frequentando o curso de Economia e Gestão, como explicou uma fonte à Press Association. Começou em 2014, foi dois anos às aulas (sem viver nas acomodações da universidade) mas desistiu antes da conclusão

A estação ferroviária de Victoria, que tem ligação com a Manchester Arena, vai permanecer fechada “por vários dias”, na sequência do ataque bombista da noite passada, lê-se no comunicado da empresa ferroviária Northern.

Estamos a trabalhar para manter o maior número de serviços possível enquanto a estação permanece fechada. Os passageiros precisam de estar cientes de que podem ocorrer cancelamentos e atrasos de última hora”, disse Liam Sumpter, diretor da Northern, à BBC.

A empresa ferroviária divulgou um comunicado com as linhas afetadas e alternativas.

TRAVEL UPDATE: Manchester Victoria to remain closed for several days
https://t.co/Y3zkyefU4Q

— Northern ???? (@northernassist) May 23, 2017

Segundo o Manchester Evening News, a bomba artesanal que explodiu na Manchester Arena continha no seu interior porcas e parafusos para maximizar os danos causados. “Quando os feridos chegaram, um dos pacientes tinha a perna salpicada com metal”, revelou uma das fontes

Man wielding knife and baseball bat interrupts vigil for Manchester terror victims. https://t.co/GpG0MU34cY pic.twitter.com/jRMw9KBv5Z

— LADbible (@ladbible) May 23, 2017

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, está novamente reunida com o comité COBRA, direcionado para situações de terrorismo. Boris Johnson, secretário de estado dos Negócios Estrangeiros, chegou à reunião por volta das 19h40.

Foreign Secretary arrives for second COBR meeting of day re #manchester pic.twitter.com/Vl29Ze31hO

— Faisal Islam (@faisalislam) May 23, 2017

May já tinha estado numa primeira reunião do comité COBRA pouco depois das 11h da manhã desta terça-feira.

A vigília que está a ser feita em Manchester em memória das vítimas do ataque terrorista de ontem à noite, e que conta com milhares de pessoas, foi interrompida por um homem armado, que foi desde logo preso pelas autoridades presentes

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— LADbible (@ladbible) May 23, 2017

Man wielding knife and baseball bat interrupts vigil for Manchester terror victims. https://t.co/GpG0MU34cY pic.twitter.com/jRMw9KBv5Z

— LADbible (@ladbible) May 23, 2017

As autoridades britânicas ainda não encontraram uma ligação entre o alegado autor do ataque de Manchester e um grupo terrorista estabelecido, refere a CNN. De acordo com o canal de televisão, que cita uma fonte oficial da unidade de contraterrorismo do Reino Unido, ainda não há certezas quanto ao tipo de engenho explosivo usado.

O Conselho de Segurança da ONU condenou “nos termos mais fortes” o “ataque terrorista bárbaro e cobarde que aconteceu em Manchester”. “O terrorismo em todas as suas formas e manifestações constitui uma das mais sérias ameaças à paz internacional e segurança”, considerou o conselho, citado pela CNN.

Uma campanha de angariação de fundos para ajudar as famílias das vítimas do atentado, lançada pelo Manchester Evening News, já reuniu mais de 500 mil libras (perto de 580 mil euros).

This is incredible. https://t.co/4IGf25Qa7R pic.twitter.com/ZMr8yjQt5J

— Manchester News MEN (@MENnewsdesk) May 23, 2017

Vários edifícios da Universidade de Salford, em Manchester, foram evacuados depois de ter sido encontrado um pacote suspeito debaixo de um banco.

Num comunicado, citado pelo Independent, o estabelecimento de ensino explicou que a biblioteca principal, o edifico de artes e a faculdade de economia foram encerrados por precaução. A polícia foi chamada ao local, mas tudo não terá passado de um falso alarme.

Os edifícios da Universidade de Salford já foram reabertos. No Twitter, o estabelecimento agradeceu “aos alunos e funcionários pela paciência e cooperação durante a evacuação”.

Police have confirmed we can now reopen buildings with immediate effect and the @createatsalford Fashion Show will go ahead as planned.(1/2)

— University of Salford (@SalfordUni) May 23, 2017

Thanks to students and staff for your patience and co-operation during the evacuation. (2/2)

— University of Salford (@SalfordUni) May 23, 2017