O Reino Unido vai começar a administrar vacinas contra a Covid-19 a jovens entre os 12 e os 15 anos, anunciaram as autoridades de saúde britânicas esta segunda-feira. A administração das vacinas aos adolescentes vai começar “imediatamente”.

A decisão vai ao encontro do parecer do Joint Committee on Vaccination and Immunisation (JCVI), o grupo independente de cientistas que assessora o governo nestas matérias, mas não reúne consenso entre os profissionais de saúde. A médica Caroline Johnson, que também é deputada dos conservadores, disse-se “desconfortável” com os motivos que levaram à aprovação da expansão da vacinação aos jovens: evitar problemas em ambiente escolar.

“Nenhuma criança precisa de se isolar, segundo as regras atuais, se for um contacto — só se for um caso positivo. E o máximo nesse caso seria de oito dias de escolaridade. Isto se eles apanharem [o vírus] durante o período letivo”, disse a deputada e médica. E prosseguiu: “O ministro realmente acredita que vacinar três milhões de crianças para evitar uma média de quatro dias de falta à escola ou menos é realmente razoável?”

A reunião no Infarmed realiza-se esta quinta-feira, dia 16, às 15h, avança o jornal Público.

O encontro entre os representantes do Governo e especialistas em saúde pública vai decorrer no Infarmed, mas com alguns participantes à distância. Em cima da mesa estará a última fase de desconfinamento e as regras a adotar.

A diretora-geral da saúde Graça Freitas anunciou esta segunda-feira que as pessoas imunodeprimidas já estão a receber a terceira dose da vacina contra a Covid-19. Segundo as declarações da dirigente da DGS ao Público, os médicos assistentes, responsáveis por analisar se estes doentes estão “competentes para gerar imunidade”, já “começaram a emitir as indicações para que as pessoas sejam vacinadas”.

Graça Freitas também assumiu ao Público que a DGS está a repensar o esquema de publicação diária de relatórios de situação com o número de novos casos de infeção pelo SARS-CoV-2. “O foco vai tender a ser na doença propriamente dita e não tanto na infeção”, avançou a diretora-geral da saúde, dizendo também que a periodicidade do documento está a ser “equacionada” para “aumentar o intervalo desta publicação”.

Com mais 907 recuperados, o número de casos ativos diminuiu para 37.365, menos 454 que no domingo. Portugal ultrapassa esta segunda-feira o milhão de infetados dados como recuperados da Covid-19 (1.000.811). O total de casos confirmados ascende aos 1.056.042 infetados, com 17.886 a perderem a vida por causa da Covid-19.

O Norte e Lisboa e Vale do Tejo são as únicas regiões cujo número de novos casos está acima dos 100, revela também o relatório de situação. A região capital registou 164 novos casos, enquanto o Norte teve mais 149. Ambas perfazem mais de 68% de todos os novos casos detetados pelas autoridades de saúde.

O Algarve registou mais 58 casos, o Centro mais 45 e o Alentejo mais 29 anos. Fora de Portugal Continental, os Açores registaram mais sete casos e a Madeira outros tantos.

As faixas etárias onde se registaram os cinco óbitos são aquelas que menos novos casos tiveram nas últimas 24 horas: foram mais 16 infetados com 80 anos ou mais, 22 na casa dos 70 anos e 45 com 60-69 anos. Aquela que mais casos registou foi a dos 30-39 anos, com mais 76 casos.

Seguem-se as faixas etárias dos 20-29 anos (68 casos), 40-49 anos (65 casos), crianças até aos nove anos (62 casos), jovens entre os 10 e os 19 anos (55 casos) e, por fim, a faixa etária dos 50 anos (49 casos).

Duas das mortes por Covid-19 foram registadas na região Centro, outras duas no Norte e uma em Lisboa e Vale do Tejo. Todas as vítimas estavam nas faixas etárias a partir dos 60 anos: três tinham 80 anos ou mais, uma entre 70 e 79 anos e outra entre 60 e 69 anos. Tratam-se de três homens e duas mulheres.

A incidência de casos de Covid-19 em Portugal foi atualizada para 208,3 infetados por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, mas é maior se se analisar apenas o Continente: 214 casos por 100 mil habitantes em 14 dias. O R(t) nacional localiza-se agora em 0,85, mas é ligeiramente inferior no Continente: 0,84.

Ambos os parâmetros continuam, portanto, em queda. Aliás, o R(t) assume esta segunda-feira o valor mais baixo desde março, quando a situação epidemiológica estava sob controlo graças ao segundo confinamento.