Momentos-chave
- Banco Mundial diz que 9 milhões de ucranianos vivem na pobreza
- Biden autoriza uso limitado de armas dos EUA contra alvos na Rússia
- Rússia não está convidada para o 80.º aniversário do desembarque da Normandia
- Vaticano prevê que usos de armas da NATO na Rússia pode levar a ‘escalada incontrolável’
- Secretário-geral da NATO pede revisão das restrições ao uso de armamento ocidental em território russo
- Uso de armas por Kiev na Rússia: que países concordam e que países se opõem?
- Dinamarca a favor do uso de armas por Kiev na Rússia
- Portugal já pagou a sua parte na iniciativa checa de apoio a Kiev com munições
- Rússia acusa NATO de incentivar Kiev a continuar "guerra sem sentido" e alerta para possíveis consequências
- Itália não quer que Ucrânia use armas em solo russo
- Rússia concentra tropas junto à fronteira da região de Kharkiv
- Lituânia é a favor do uso de armas por Kiev em território russo
- Ministros da NATO discutem uso de armas ocidentais pela Ucrânia em cimeira informal
Histórico de atualizações
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Bom dia. Obrigada por nos ter acompanhado neste liveblog que agora arquivamos para atualizar as notícias sobre a guerra neste novo link.
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Banco Mundial diz que 9 milhões de ucranianos vivem na pobreza
Cerca de 9 milhões de ucranianos estão a viver na pobreza, mais 1,8 milhões do que em 2020, revela um relatório do Banco Mundial, divulgado esta semana. A população total da Ucrânia ronda os 32 milhões.
O relatório baseia-se num inquérito feito em colaboração com o Instituto Internacional de Sociologia de Kiev (KIIS). É destacado o papel dos “parceiros internacionais, especialmente os EUA”, cita o Kyiv Independent, no apoio aos gastos sociais.
A perda de emprego foi um dos fatores mais relevantes para este aumento de população na pobreza. Cerca de 20% dos ucranianos disseram ter perdido o emprego desde o início da guerra.
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Biden autoriza uso limitado de armas dos EUA contra alvos na Rússia
O Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, deu autorização à Ucrânia para que use armamento de origem americana para atacar alvos russos, desde que limitados à defesa da cidade de Kharkiv, disseram duas fontes à agência AP.
Os dois responsáveis norte-americanos, que pediram para não serem citados devido à sensibilidade do tema, sublinharam que se mantém a política de Washington de que a Ucrânia não deve utilizar armas provenientes dos Estados Unidos para atacar dentro das fronteiras russas.
De acordo com o jornal ‘online’ Politico, que deu a notícia em primeira mão, a Casa Branca decidiu, nos últimos dias, dar “flexibilidade” à Ucrânia para se defender de ataques na fronteira perto de Kharkiv.
“Na prática, a Ucrânia pode agora usar armas providenciadas pelos Estados Unidos da América para abater mísseis russos em direção a Kharkiv, sobre tropas que se estejam a reunir junto da fronteira ou para atacar bombardeiros que estejam a lançar bombas sobre território ucraniano”, pode ler-se na notícia do Politico, que cita quatro fontes, também sem as identificar.
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Alemanha vai enviar um novo pacote de armamento para a Ucrânia
O ministro da Defesa da Alemanha, Boris Pistorius, anunciou que o país vai enviar um novo pacote de armamento para a Ucrânia, avaliado em 500 milhões de euros.
Este pacote inclui mísseis de cruzeiro para o sistema IRIS-T SLM, sistemas de defesa aéreos e drones, escreve a agência Ukrinform.
“Estamos preparados para disponibilizar mais assistência à Ucrânia”, refere o ministro.
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Rússia não está convidada para o 80.º aniversário do desembarque da Normandia
A Rússia não está convidada para as cerimónias do 80.º aniversário do desembarque na Normandia, anunciou o Palácio do Eliseu. A guerra contra a Ucrânia é a justificação para não haver convite, refere o Le Figaro.
“Não haverá delegação russa. Não estão reunidas as condições em relação à guerra de agressão que a Rússia trava com a Ucrânia e que se intensificou ainda mais nas últimas semanas”, avança a Presidência francesa.
As cerimónias do desembarque da Normandia — também conhecido como Dia D — celebram o dia em que a, 6 de junho de 1944, as tropas aliadas desembarcaram no norte de França para uma operação militar decisiva para a vitória dos aliados na Segunda Guerra Mundial.
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Quatro navios russos atingidos na Crimeia
Quatro barcos ligados ao exército russo foram atingidos pelas forças ucranianas durante a noite na região da Crimeia. A agência Ukrinform cita um comunicado dos serviços de informação da Ucrânia, de que “o grupo 13 da unidade de operações especiais destruiu dois navios KS-701 do inimigo na Crimeia e danificou mais duas embarcações”.
As embarcações estariam a ser usadas para fins de logística e patrulha naquela zona, localizada perto da península ocupada pelos russos desde 2014.
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Deputados pedem investigação a suposta censura à comunicação social
Deputados e jornalistas ucranianos pediram esta quinta-feira uma investigação sobre um escândalo ligado à suposta censura na agência de notícias estatal Ukrinform, que levanta a questão da liberdade de imprensa no contexto da invasão russa.
Meios de comunicação ucranianos acusam o antigo diretor da Ukrinform, Oleksiy Matsouka, de ter uma política editorial que apoiou exclusivamente o governo do Presidente Volodymyr Zelensky, em detrimento de qualquer voz da oposição.
As dúvidas sobre a imparcialidade da agência noticiosa estatal ucraniana foram reforçadas pela recente substituição de Matsouka por um porta-voz militar, Sergei Cherevaty, ao ponto de se terem multiplicado os apelos à intervenção do Ministério Público para abrir uma investigação.
“Estou a preparar os apelos apropriados para apresentar ao Conselho nacional de radiodifusão e televisão e à Procuradoria-Geral da República”, disse nas redes sociais Yaroslav Yurchychin, que lidera uma comissão parlamentar sobre a liberdade de expressão.
Em declarações à agência francesa AFP, disse ainda que uma investigação irá determinar se funcionários do governo presidencial pressionaram os media a “apertar o controlo” do espaço de informação.
“Pressionar jornalistas é crime”, disse outra deputada, Iryna Gerashchenko.
De acordo com o jornal Ukrainska Pravda, a renúncia de Matsuka ocorreu depois de embaixadas ocidentais, que apoiam a Ucrânia contra a Rússia, tomarem conhecimento da forma como a Ukrinform era administrada, mas a sua substituição por um porta-voz do exército foi recebida com ceticismo.
A censura é uma questão sensível na Ucrânia, que prometeu levar a cabo reformas, nomeadamente no que diz respeito à liberdade de imprensa, como parte da sua ambição de aderir à União Europeia e à NATO.
A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) observa que o Estado se tornou “um ‘player’ central de media” desde a invasão russa, em fevereiro de 2022.
Muitos outros meios de comunicação social, em particular canais de televisão, são propriedade de grupos privados.
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Vaticano prevê que usos de armas da NATO na Rússia pode levar a ‘escalada incontrolável’
O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, considerou esta quinta-feira que autorizar o uso de armas fornecidas pela NATO à Ucrânia em território russo significaria uma “escalada incontrolável” do conflito.
“Penso que esta possibilidade deve preocupar todos aqueles que têm no coração o destino do nosso mundo”, afirmou, lembrando ser “uma perspetiva muito inquietante” que pode “implicar uma escalada que ninguém será capaz de controlar por mais tempo”.
Parolini acrescentou que o Vaticano está a trabalhar “a nível humanitário, sobretudo na questão do regresso das crianças ucranianas à sua terra natal, um mecanismo que foi lançado com a visita do cardeal Matteo Zuppi a Kiev e a Moscovo e que está a dar frutos”.
O arcebispo de Bolonha, Matteo Zuppi, presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), é o enviado de paz do Papa Francisco para a guerra na Ucrânia.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991, após a desagregação da antiga União Soviética, e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os dois beligerantes mantêm-se irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.
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EUA estarão perto de assinar acordo bilateral de segurança com a Ucrânia
Os EUA estarão perto de assinar um novo acordo bilateral de segurança com a Ucrânia, avança o Financial Times (FT). De acordo com o jornal, o acordo terá como intuito recuperar as relações algo tensas entre os dois países.
A Ucrânia tem assinado vários acordos de segurança ultimamente, incluindo com Portugal.
Ao FT, uma fonte próxima de Zelensky disse que a Ucrânia e os EUA “estão no maior ponto de afastamento desde que a guerra começou”.
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Melo diz que missões no Báltico põem Portugal do “lado certo da história”
O ministro da Defesa, Nuno Melo, realizou esta quinta-feira a primeira visita a missões portuguesas no exterior, afirmando no destacamento de caças F-16 na Lituânia que a presença das forças nacionais na região coloca Portugal no “lado certo da história”.
O ministro aludia à guerra na Ucrânia, iniciada pela invasão russa em fevereiro de 2022, que conferiu uma nova relevância às missões dos F-16 da Força Aérea e do Corpo de Fuzileiros da Marinha, com as suas missões de patrulhamento no Mar Báltico no âmbito da NATO.
Em declarações à agência Lusa e à TVI/CNN, na base aérea de Siauliai, na Lituânia, onde estão colocados quatro caças de combate F-16 e 87 militares portugueses, Nuno Melo disse que a missão de vigilância na região do Báltico vai prosseguir no futuro, pelo menos através da Força Aérea.
“A presença portuguesa junto a esta fronteira tão sensível ficará também assegurada em relação ao futuro através da Força Aérea, mas não apenas”, indicou o ministro, sem mais detalhes, em relação às missões nacionais, que são renovadas numa base anual.
Para o ministro da Defesa, esta presença na Lituânia, vizinha do enclave russo de Kalinegrado, “mostra como Portugal consegue estar do lado certo da história”, juntamente com aqueles que “defendem a democracia e a liberdade contra as ditaduras e a opressão”.
Nos últimos dias, vários parceiros da Ucrânia têm defendido o uso de armamento ocidental pelas forças de Kiev contra alvos militares em território russo, mas o assunto continua a dividir os aliados.
Na quarta-feira, Nuno Melo também se mostrou favorável a que as forças ucranianas visem solo russo, quando questionado sobre o assunto à margem do Fórum Schuman em Bruxelas, mas ressalvou que se tratava de uma posição pessoal que não vinculava o Governo.
Hoje não quis adiantar “nem mais uma linha nem mais uma palavra ao que foi dito e reproduzido”, observando apenas que se referiu a “operações defensivas com tudo o que isso implica”, acrescentando: “Quem percebe de contexto militar, sabe do que estou a falar”.
Do mesmo modo, o ministro da Defesa não voltou ao tema da ajuda militar de Portugal à Ucrânia, após o acordo bilateral assinado com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na terça-feira em Lisboa, dando por explicado “o que já foi abundantemente esclarecido pelo senhor ministro dos Negócios Estrangeiros”, relativamente ao montante de 126 milhões de euros de auxílio a Kiev envolvidos no entendimento para 2024 e a 250 milhões que Paulo Rangel assinalou até 2025.
“No que tem a ver com apoio à Ucrânia, e na medida das nossas possibilidades na componente militar, muito tem sido feito no passado, está a ser feito e será feito no futuro”, afirmou, frisando que a ajuda tem um horizonte alargado no tempo e outras preocupações prioritárias como a reconstrução.
Segundo Nuno Melo, “há uma guerra que se tem que vencer e um país que tem que ser reconstruído e que queremos que esteja connosco na União Europeia e isso é que é importante”, sendo o resto “uma certa ‘mercearia’ naquilo que é a dialética na discussão política”.
Para o ministro da Defesa, “a política externa tem a ver com uma grande credibilidade em Portugal”, num contexto das “nações civilizadas”. É nesse sentido que enquadra a primeira visita a missões portuguesas no exterior desde que tomou posse, em abril passado, e particularmente “por causa da circunstância geopolítica” e do que ali se trava, disse, referindo-se à região do Báltico.
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Secretário-geral da NATO pede revisão das restrições ao uso de armamento ocidental em território russo
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, pediu aos aliados que revejam as restrições colocadas ao armamento ocidental usado pela Ucrânia em território russo, sugerindo que as limitações poderiam ser “reconsideradas” dada a evolução da guerra.
“Temos de reconhecer que os Aliados estão a prestar muitos tipos diferentes de apoio militar à Ucrânia. Alguns deles impuseram restrições à utilização dessas armas, outros não impuseram quaisquer restrições às armas que forneceram à Ucrânia, estas são decisões nacionais, mas penso que, à luz da forma como esta guerra evoluiu face ao início, quando quase todos os combates tiveram lugar em território ucraniano, […] creio que chegou a altura de reconsiderar algumas destas restrições”, declarou o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).
Intervindo numa conferência sobre os 75 anos da NATO, que antecede a reunião informal dos chefes da diplomacia da Aliança Atlântica na cidade checa de Praga, Jens Stoltenberg lembrou que, dois anos após a invasão russa da Ucrânia, “a maior parte dos combates pesados tem tido lugar ao longo da fronteira entre a Rússia e a Ucrânia”, com a linha da frente a ser “o lado russo da fronteira”.
O responsável frisou que a reavaliação sobre este alívio de restrições deveria acontecer para “permitir que os ucranianos se defendam efetivamente”. “É preciso lembrar que se trata de uma guerra, de uma agressão lançada por opção de Moscovo contra a Ucrânia”, vincou.
Antes, em conferência de imprensa ao lado do primeiro-ministro checo, Jens Stoltenberg disse que esta reunião informal dos chefes de diplomacia da NATO em Praga é “um momento importante para continuar a preparar a próxima cimeira em Washington, quando os dirigentes se reunirem em julho para tomarem novas medidas para investir na segurança, reforçar os laços com os parceiros e aumentar o apoio à Ucrânia”.
“A Ucrânia continua a lutar corajosamente, mas os desafios que enfrenta são maiores e crescentes. A Ucrânia ainda pode vencer, mas apenas com o apoio sólido e continuado dos Aliados, por isso, na cimeira de julho, tencionamos reforçar o nosso apoio, nomeadamente através de um papel importante da NATO na coordenação da assistência e formação em matéria de segurança, bem como de um compromisso financeiro plurianual”, disse ainda o responsável da Aliança Atlântica.
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Uso de armas por Kiev na Rússia: que países concordam e que países se opõem?
Esta quinta e sexta-feira decorre em Praga ma reunião informal que conta com a presença dos ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO. O objetivo é discutir o apoio militar à Ucrânia e o tema “quente” em cima da mesa diz respeito à possibilidade de as armas ocidentais fornecidas a Kiev serem usadas em território russo.
A reunião ainda decorre, mas já são conhecidas as posições de alguns países. Até ao momento sabe-se que cinco países concordam com o uso das armas recebidas pela Ucrânia em território russo. São eles: a Finlândia, Canadá, Dinamarca, Lituânia e França.
Por outro lado, há duas vozes que se opõem ao uso das armas envidas fora da Ucrânia, nomeadamente: Itália e Estados Unidos da América.
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Dinamarca a favor do uso de armas por Kiev na Rússia
Depois da Lituânia, também a Dinamarca se mostrou favorável à ideia de a Ucrânia usar armas que recebe deste país em território russo.
O ministro dos Negócios Estrangeiros dinamarquês, Lars Rasmussen, disse que a Dinamarca vai autorizar Kiev a usar aviões de combate F-16 contra alvos militares no território russo.
“Resposta curta: sim [em relação à possibilidade de ataques de F-16 em território russo]. Esta não é uma posição nova, faz parte da nossa contribuição”, disse o ministro numa conferência de imprensa, citado pela CNN.
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Portugal já pagou a sua parte na iniciativa checa de apoio a Kiev com munições
Portugal é um dos cinco países que já pagaram a sua contribuição para a iniciativa da República Checa para enviar munições à Ucrânia, tendo enviado 100 milhões de euros, anunciou esta quinta-feira o governo checo.
“Até à data, apenas cinco países pagaram, de entre 20 contribuintes. São eles a Dinamarca, Alemanha, Portugal, Países Baixos e Canadá”, disse o enviado especial do governo checo para a Ucrânia, Tomas Kopecny.
Num encontro com alguns jornalistas europeus, incluindo a agência Lusa, o responsável avançou que “o problema é o dinheiro e a vontade política”, falando em necessidades ucranianas de sete a 10 mil milhões de munições por ano.
Em declarações à Lusa, o ministro checo dos Negócios Estrangeiros, Jan Lipavský, agradeceu a Portugal “por fazer parte da iniciativa e por ter avançado”.
“Estes são acordos difíceis. Estamos maioritariamente a comprar fora da Europa e, por isso, demora algum tempo, mas posso avançar já que muito em breve haverá entregas físicas à Ucrânia”, anunciou o chefe da diplomacia checa aos jornalistas no arranque da reunião informal dos ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO, em Praga, especificando que essa mobilização avançará a partir de meados de junho.
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Rússia acusa NATO de incentivar Kiev a continuar "guerra sem sentido" e alerta para possíveis consequências
O Kremlin acusou os Estados-membros NATO e alguns países europeus de encorajarem a Ucrânia a continuar uma “guerra sem sentido” com a Rússia, avança o The Guardian.
O porta-voz do Kremlin, DmitryPeskov, acusou ainda alguns países de contribuírem para um aumento da tensão nas últimas semanas ao permitirem que Kiev use em território russo armas por si entregues.
Os Estados-membros da NATO “– os Estados Unidos em particular e outras capitais europeias — embarcaram, nos últimos dias e semanas, numa nova escalada [da tensão]. Fazem isto propositadamente. Estão a encorajar a Ucrânia a continuar esta guerra sem sentido”, disse o porta-voz.
DmitryPeskov alertou ainda que tudo isto irá “inevitavelmente ter consequências e será, em última instância, muito prejudicial aos interesses dos países que contribuíram” para esta escalada de tensão.
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Itália não quer que Ucrânia use armas em solo russo
O ministro dos Negócios Estrangeiros italianos considera que as armas que o seu país envia para Kiev não podem ser utilizadas em território russo.
“Todas as armas que partam de Itália devem ser usadas dentro da Ucrânia“, disse Antonio Tajani, citado pela Sky News. E acrescentou que Itália nunca irá enviar tropas para a Ucrânia.
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Rússia concentra tropas junto à fronteira da região de Kharkiv
A Rússia está a concentrar tropas junto à fronteira da região de Kharkiv, anunciou o comandante das forças armadas ucranianas, Oleksandr Syrskyi, citado pela CNN.
Syrskyi ressalva, no entanto, que o número de soldados russos não é suficiente para quebrar as defesas ucranianas.
As tropas de Vladimir Putin investiram na conquista da região de Kharkiv a 10 de maio, tendo feito um progresso de cerca de 10 quilómetros em poucos dias. Os militares russos acabaram por ser contidos pelas linhas defensivas da Ucrânia.
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Alemanha termina maior treino militar na Europa de Leste desde o fim da Guerra Fria
O Exercício Grand Quadriga 2024 terminou na passada quarta-feira. O treino militar conjunto realizou-se na Lituânia e envolveu as tropas desse país, assim como as forças da Alemanha e dos Países Baixos.
Segundo o general lituano Valdemaras Rupsys, citado pela Sky News, foi “a primeira vez desde o fim da Guerra Fria que a Alemanha levou a cabo uma operação de treino com esta dimensão no flanco oriental da NATO, incluindo na Lituânia”.
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Lituânia é a favor do uso de armas por Kiev em território russo
O ministro da Defesa da Lituânia, Laurynas Kasciunas, expressou apoio ao uso de armamento ocidental fornecido à Ucrânia contra alvos militares em território russo, sustentando que cada país doador de Kiev é livre de tomar essa decisão.
Em declarações à agência Lusa e TVI/CNN à margem de um encontro em Vílnius com o homólogo português, Nuno Melo, Laurynas Kasciunas descreveu a situação militar na Ucrânia como “muito difícil”, no seguimento da ofensiva russa desde 10 de maio contra Kharkiv, no nordeste do país, junto da fronteira com a Rússia, e que é a segunda maior cidade da Ucrânia.
O ministro lituano frisou que toda a operação das forças de Moscovo contra Kharkiv tem origem em território russo, o que o leva a advogar o uso de armamento ocidental fornecido a Kiev para travá-la.
“Temos de tomar a decisão de que todas as armas que entregamos possam ser utilizadas contra alvos na Rússia se forem usadas contra a Ucrânia. Temos de levantar todas as restrições”, declarou o titular da Defesa da Lituânia, país membro da NATO, onde Portugal mantém um destacamento de F-16 da Força Aérea e outro do Corpo de Fuzileiros da Marinha, em missões de patrulhamento no âmbito da Aliança Atlântica.
Vários países parceiros de Kiev têm sustentado nos últimos dias que não deve haver limites para a utilização do armamento transferido para a Ucrânia, mas o assunto está longe de ser consensual entre os membros da Aliança Atlântica.
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Ministros da NATO discutem uso de armas ocidentais pela Ucrânia em cimeira informal
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO reúnem-se hoje e sexta-feira de maneira informal em Praga para preparar a cimeira de julho, com a discussão a ser dominada pelas limitações impostas ao uso de armamento ocidental pela Ucrânia.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel, vai participar na reunião, assim como o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken. O caráter informal do encontro impossibilita quaisquer decisões e a reunião tem como enfoque preparar a cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) de julho, em Washington.
“É uma discussão mais privada, informal, os ministros vão estar essencialmente sozinhos na sala a debater, e a acabar algum trabalho que ainda está em curso para a cimeira de Washington”, disse na quarta-feira a embaixadora norte-americana para a NATO, Julianne Smith, durante um briefing de antevisão.
Mas na última semana o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fez um apelo para que o país possa utilizar armamento disponibilizado pelo Ocidente para atingir posições militares no território russo.
A questão está longe de ser consensual e há vários países do bloco político-militar que querem continuar a limitar a utilização do armamento ocidental à defesa ucraniana no seu próprio território.
Ataques ao território russo com armamento fornecido pelo Ocidente poderiam ser interpretados pelo Kremlin como um envolvimento direto no conflito e levar a uma escalada.
Finlândia, Canadá e Polónia já anunciaram que não se opõem à utilização do armamento que enviaram para a Ucrânia para atingir o território russo, mas outros, como os Estados Unidos e a Bélgica, limitaram o uso ao território ucraniano.