Os pagers do Hezbollah que explodiram faziam parte de uma nova remessa, fabricados em Taiwan pela empresa Gold Apollo, avança o New York Times, citando fontes norte-americanas que foram informadas de uma operação israelita.

As mesmas fontes relatam que Israel teve acesso aos dispositivos antes de chegarem ao Líbano, tendo colocado pequenas cargas de explosivos junto à bateria de cada um. Estas foram detonadas através de uma mensagem, enviada para todos os pagers como proveniente da liderança do grupo libanês. A mensagem ativou um interruptor que detonou os milhares de bombas. Os dispositivos foram ainda programados para apitar durante vários segundos antes de detonar, relataram os três oficiais norte-americanos.

O diretor da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, classificou como “inaceitável” o ataque com tanques israelitas a um comboio humanitário coordenado pelas Nações Unidas, que regressava do hospital de Al-Shifa onde entregou material médico e profissionais da Cruz Vermelha para a rotação das equipas.

“No último sábado, no regresso de uma missão no norte de Gaza e depois de ter obtido permissão e passado o ponto de controlo na estrada, o comboio humanitário encontrou dois tanques israelitas. Tiros foram disparados pelos tanques. Felizmente ninguém ficou ferido”, escreveu o diretor da OMS no X.

Tedros Ghebreyesus escreve que apesar “dos riscos de segurança”, a equipa conseguiu cumprir a missão em Al-Shifa. “Entre o perigo extremo e as condições de risco de vida, os inabaláveis trabalhadores humanitários em Gaza continuam a entregar ajuda crítica, sendo a última esperança para a sobrevivência de 2 milhões de pessoas desesperadas. O mínimo que merecem no seu trabalho é segurança. Têm de aderir ao mecanismo de redução de conflito”, acrescentou na mesma publicação, rematando a mensagem com um apelo ao cessar-fogo.

Last Saturday, on the way back from a mission to the northern #Gaza and after a @WHO-led convoy got clearance and crossed the coast road checkpoint, the convoy encountered two Israeli tanks. Shots were fired from the tanks near the convoy. Luckily nobody was hurt.

This is… pic.twitter.com/jDstTVatyv

— Tedros Adhanom Ghebreyesus (@DrTedros) September 17, 2024

O Ministério da Saúde libanês atualizou o número de vítimas do ataque desta tarde, confirmando a morte de 11 pessoas e cerca de 4.000 feridos.

Nesta nova atualização, citada pelo Haaretz, o número de feridos em estado crítico duplicou e subiu para 400.

A atual vice-presidente e candidata à Casa Branca, Kamala Harris, disse que não se deve reocupar Gaza nem alterar nenhuma linha territorial, durante uma entrevista esta terça-feira, citada pelo Haaretz.

“Precisamos de assinar este acordo imediatamente, é essa a minha posição”, declarou Harris, reforçando a importância do acordo de cessar-fogo para garantir a resolução do conflito.

Avançou ainda que falou com Benjamin Netanyahu e outros líderes aliados, como o do Egito, sobre a urgência do acordo.

O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, condenou veemente a explosão de pagers que aconteceu no Líbano durante a tarde de hoje, declarando-o como uma “ataque terrorista” e atribuindo as culpas a Israel, cita o Haaretz.

O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Matthew Miller, reagiu à explosão de milhares de pagers no Líbano, ataque pelo qual o país responsabiliza Israel, negando qualquer envolvimento dos Estados Unidos.

“Posso dizer-vos que os Estados Unidos não estiveram envolvidos nisto, os Estados Unidos não tinham conhecimento deste incidente antecipadamente e, neste momento, ainda estamos a recolher informações”, declarou Miller aos jornalistas, citado pela Al Jazeera.

O Ministério da Educação do Líbano anunciou hoje que todas as escolas e universidades do país estarão fechadas amanhã, na sequência do ataque de hoje, que fez milhares de vítimas entre mortos e feridos. A informação é citada pelo Haaretz.

Firas Abiad acrescentou uma nona vítima ao total previamente anunciado, de acordo com a Al Jazeera. Adicionalmente, existem, pelo menos, 2.800 feridos.

O porta-voz das Nações Unidas, Stephane Dujarric, revelou que o ataque no Líbano é “extremamente preocupante”, dado o contexto “extremamente volátil”.

Citado pela Reuters, Dujarric acrescenta que a ONU lamenta quaisquer vítimas civis.

O Hezbollah disse que responsabiliza Israel pela detonação coordenada de centenas de pagers no Líbano, segundo um comunicado do grupo libanês, citado pelo Times of Israel.

No comunicado, o Hezbollah afirma que irá retaliar pela “agressão criminosa que também atingiu civis”. Segundo o grupo, a resposta surgirá “de onde o inimigo espera e de onde não espera”.

Adicionalmente, a Reuters avança que o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, não ficou ferido com o ataque.

Um relatório elaborado por organizações que operam em Gaza denuncia que Israel está a bloquear 83% da ajuda alimentar e refere que os habitantes passaram de duas refeições por dia para apenas uma a cada dois dias.

“Estima-se que até ao final do ano 50 mil crianças entre os 6 e os 59 meses necessitarão urgentemente de tratamento para a desnutrição”, alertaram as organizações, incluindo a Save the Children, a Oxfam e o Conselho Norueguês para os Refugiados.

Em 2023, comparativamente, 34% da ajuda alimentar de que o enclave necessitava foi fornecida, permitindo aos habitantes de Gaza, em média, fazer duas refeições por dia.

O relatório alerta que esta “queda drástica” na ajuda que chega à Faixa está a conduzir a um “desastre humanitário” em que toda a população de Gaza “enfrenta fome e doenças”.

Para além do número total de mortos e feridos, o ministro da Saúde do Líbano relatou que uma das vítimas foi uma rapariga de oito anos de Bekaa Valley.

Entre os 2.750 feridos anunciados, Abiad diz que 200 estão em estado crítico. O ministro revelou ainda que os hospitais no sul do país estão sobrelotados e que o Ministério está a trabalhar para transferir os vários feridos para outros estabelecimentos no Líbano.

O ministro da Saúde libanês, Firas Abiad, confirmou a morte de oito pessoas e um total de 2.750 feridos resultantes das explosões de pagers. A informação foi avançada durante uma conferência de imprensa, citado pela Al Jazeera.

O Hezbollah, em comunicado emitido na sequência do ataque no Líbano, anunciou a morte de três pessoas, citado pela Al Jazeera.

“Pelas 13h30 desta terça-feira, explodiram uma série de pagers pertencentes a vários trabalhadores de diferentes setores do Hezbollah”, avança o grupo. “Estas explosões resultaram no martírio de uma rapariga e dois militantes, juntamente com um grande número de feridos”.

Acrescentam ainda que abriram uma investigação para perceber as origens do ataque, apelando para a não propagação de rumores relativamente ao envolvimento israelita. Terminaram o comunicado reassegurando a população que “estão prontos para defender o Líbano e as suas pessoas inabaláveis”.

Alguns dos principais dirigentes do Hezbollah estão entre os mais de mil feridos resultantes da detonação de pagers no Líbano, noticia o Alhadath, citado pelo Times of Israel.

Adicionalmente, o embaixador iraniano, também ferido no ataque, sofreu apenas ferimentos ligeiros e não está em estado grave, acrescenta a Al Jazeera.

Segundo o Times of Israel, o Hezbollah atribui a responsabilidade do ataque a Israel. A fonte anónima do grupo libanês adianta que as explosões resultaram de uma “operação de segurança contra os dispositivos”. Israel ainda não se pronunciou sobre o sucedido.

Mojtaba Amani, embaixador iraniano no Líbano, estará entre os mais de mil feridos que o ataque das forças israelitas que fez detonar pagers do Hezbollah, avança a agência de notícias iraniana Mehr, citada pelo Times of Israel.

Após o ataque levado a cabo pelas forças israelitas que comprometeu e detonou vários pagers pertencentes a membros do Hezbollah, o ministério da Saúde do Líbano aconselhou a população a não utilizar aparelhos de comunicação sem fios.