O Google I/O, conferência anual da tecnológica para anunciar novidades para o futuro, deste ano já terminou. Como esperado, o evento foi marcado, principalmente, por novidades relativas à Inteligência Artificial.

O CEO da Google, Sundar Pichai regressa ao palco para terminar o evento, mostrando-se “orgulhoso” da evolução do Android. Uma vez mais, destacou a necessidade de a Inteligência Artificial evoluir de forma “responsável”.

“A mudança com a IA é tão grande quanto possível, e é por isso que é tão importante tornar a IA tão útil quanto possível”. A Inteligência Artificial “pode transformar a pesquisa”, bem como os restantes produtos, garante o CEO.

Como era expectável, a Google anunciou o lançamento do seu primeiro dobrável: o Pixel Fold. É o telemóvel mais fino da Google e, segundo a empresa, o dobrável mais fino do mercado.

“O melhor dos dois mundos” — não só um smartphone quando é “conveniente”, como também quando aberto se transforma num tablet e permite fazer várias tarefas ao mesmo tempo. Tem resistência à água e, como tinha sido avançado pela imprensa internacional, usa o chipset Tensor G2.

A Google falou ainda sobre o Pixel Tablet, que tinha sido anunciado no ano passado e que, sabe-se agora, estará disponível em três cores, em pré-venda a partir de hoje e começará a ser enviado a partir do próximo mês. Está disponível a partir de 499 dólares.

O Google anuncia que o smartphone Pixel 7A, o mais recente dessa série, fica disponível a partir de hoje, a partir de 499 dólares. Para aqueles que optarem por comprar pelo site há uma cor exclusiva: coral.

De acordo com a empresa, o sensor da câmara principal do 7A é 72% maior do que o do 6A.

As novidades do Android continuam, desta vez relativamente aos telemóveis Pixel que têm, segundo a Google, a “Inteligência Artificial no centro”.

“Provavelmente, não é de surpreender que, à medida que a IA se torna cada vez mais útil, os nossos dispositivos Pixel se tornem cada vez mais populares”, considera a tecnológica.

A partir de agora, será possível colocar diversos emojis como imagem de fundo dos smartphones da Google. Quando o utilizador toca nos emojis (sejam quais forem), eles reagem e mexem-se.

Fazer a monitorização dos seus dispositivos também será mais fácil: agora, no “find my device” será possível adicionar também os seus auriculares e os tablets. Se, por exemplo, deixar os fones no ginásio os outros Android que estejam por perto podem ajudar a localizá-los.

Para combater a utilização indevida de dispositivos de localização por Bluetooth, como AirTags, para perseguir pessoas, a Google anunciou que vai encriptar as informações de localização. E os telefones vão alertar a pessoa quando forem detetados “localizadores desconhecidos”.

“É importante que estas coisas funcionem com o seu telemóvel Android, mas também noutros telemóveis”. Por isso, os alertas de localização desconhecida funcionarão também em iPhones, naquela que é uma parceria entre a Google e a Apple.

O WhatsApp ficará disponível este verão nos relógios inteligentes com o Wear OS, como é o caso do Pixel Watch e do Galaxy Watch.

A Google anunciou que, apesar de o Wear OS 3 ainda não ter sido totalmente lançado, o Wear OS 4 chegará ainda este ano com uma maior duração de bateria e novos recursos de acessibilidade.

Apesar de a apresentação já se encontrar no segmento “Android”, continua a falar-se de Inteligência Artificial. Sameer Samat, vice-presidente de gestão de produtos, revela que o Android utilizou essa tecnologia “para proteger os utilizadores de mais de mil milhões de mensagens e chamadas de spam”.

O segmento de Inteligência Artificial terminou, mais de 1h30 após o início da apresentação. Seguem-se as novidades no Android.

Um tradutor universal — que só estará disponível para parceiros autorizados para evitar que seja utilizado para a criação de deepfakes — também foi anunciado.

Através das imagens que foram mostradas durante a apresentação foi possível ver como um vídeo com um áudio em inglês foi dobrado para espanhol. E o movimento dos lábios da pessoa do vídeo original também foi mudado para ‘acompanhar’ a nova língua.

Uma vez mais para evitar a propagação de desinformação, a Google diz que se vai certificar de que “cada uma das nossas imagens geradas por Inteligência Artificial terá metadados e etiquetas para dar contexto” se os cidadãos se cruzarem com elas fora das plataformas da Google.

“Outros também poderão utilizar estes metadados e marcações”, sendo possível ver uma “etiqueta” em imagens do Google Search em como foram geradas por Inteligência Artificial.

Voltou-se, uma vez mais no evento, a falar na importância de construir uma Inteligência Artificial “corajosa”, mas com uma “abordagem responsável”.

Para combater a desinformação relacionada com a Inteligência Artificial, a Google anunciou duas formas que ficarão disponíveis nos próximos meses para as pessoas avaliarem as imagens com que se cruzam. Com a ferramenta “sobre esta imagem” na pesquisa de imagens do Google será possível ser “informação importante como quando e onde imagens semelhantes apareceram”. A informação foi avançada por James Manyka, responsável pelas áreas de tecnologia e sociedade.

E, ainda este ano, poderá pesquisar uma imagem ou captura de ecrã no Google Lens e nos websites no Chrome.

Além do “Vertex AI” haverá também o “Duet AI”, um novo modelo alimentado por Inteligência Artificial para ajudar os programadores e os utilizadores da Cloud, oferecendo-lhes sugestões e ajudando nas revisões e inspeções do código.

De acordo com a Google, o Duet AI “transforma fundamentalmente a forma como os utilizadores da Cloud constroem novas experiências”.

O CEO da Google Cloud, Thomas Kurian, começa por falar de três novos modelos, além do PaLM2, que estarão disponíveis no “Vertex AI” (uma vez mais com recurso à Inteligência Artificial):

— Codey: modelo de conversão de texto para código, que pode ajudar a os programadores com a geração e o preenchimento de códigos;

— Imagen: o modelo de conversão de texto para imagem;

— Chirp, o modelo de conversão de voz em texto (para mais de 300 línguas), que ajuda as empresas a interagirem, por exemplo, com os seus clientes estrangeiros nas suas línguas “mãe”.

Após as novidades da pesquisa, seguem-se os anúncios relativos à Google Cloud.