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Sundar Pichai deu o pontapé de início para o evento

AFP via Getty Images

Sundar Pichai deu o pontapé de início para o evento

AFP via Getty Images

A inteligência artificial dominou e o ("mais fino") dobrável chegou. As principais novidades da Google para o futuro

O anúncio do primeiro dobrável só chegou no final. A Inteligência Artificial marcou o Google I/O, onde foi anunciado um tradutor capaz de dobrar vídeos e corrigir o movimento dos lábios das pessoas.

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Foi inteligência artificial do início ao fim. São sete palavras que resumem o Google I/O, conferência da tecnológica para anunciar as novidades para o futuro, deste ano. Ainda o evento não tinha começado e aqueles que chegaram mais cedo tiveram direito a uma atuação de um DJ. Mas até aí a tecnologia esteve presente: Dan Deacon tocou músicas que escreveu com a ‘ajuda’ das ferramentas de inteligência artificial (IA) generativas da Google, que transformam texto em imagens.

Cerca de 12 minutos depois do fim do espetáculo e, pontualmente, às 18h, a hora marcada, Sundar Pichai deu o pontapé de partida para o evento garantindo que havia “muito para revelar” no campo da inteligência artificial, que quer tornar “ainda mais útil”, mas de forma responsável. O CEO não perdeu tempo em dar exemplos da utilização dessa tecnologia, salientando, desde logo, algumas novidades.

Será integrada uma nova experiência de escrita assistida no Docs, que conseguirá pegar em palavras inseridas pelo utilizador para escrever sobre um determinado tópico, fazendo com que seja poupado tempo. A ferramenta, que tem o nome “help me write”, recorre à inteligência artificial para ajudar os cidadãos a criar textos ou currículos personalizados.

GoogleI/O docs

A ferramenta “help me write”

E porque decidiu dar não um, mas três exemplos, seguiu-se uma nova ferramenta no Google Maps, que chegará até ao final do ano a 15 cidades (falou-se em Londres ou Tóquio, mas não existiu qualquer menção a Portugal). Sundar Pichai explicou que a inteligência artificial vai ajudar os utilizadores a encontrarem mais facilmente os caminhos para os destinos a que querem chegar através do Immersive View, que foi introduzido no último ano. Ou seja, será possível fazer zoom e ter uma visão 3D do percurso a fazer — bem como perceber o estado do trânsito e da meteorologia no local em tempo real.

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No segmento de pesquisa descobriu-se que os utilizadores terão um maior controlo criativo na edição de imagens, conseguindo fazer alterações em partes específicas como, por exemplo, no céu. Conseguirão não apenas corrigir erros comuns em imagens, como também introduzir elementos ou realinhar a sua posição nas imagens através do Magic Editor, que chegará ao Google Photos ainda no final deste ano. No fundo, será possível, segundo a tecnológica, editar fotos completas e alterar o seu conceito com apenas alguns cliques.

[Reveja no vídeo abaixo o evento de apresentação do Google I/O de 2023]

Apesar da ‘euforia’ vivida relativamente à inteligência artificial, a Google dedicou um segmento do evento a explicar como é necessário existir responsabilidade neste campo. Desta forma, anunciou que para combater a desinformação serão disponibilizadas ferramentas nos próximos meses para que seja possível avaliar as imagens com que o utilizador se cruza. Para verificar a sua veracidade, o recurso “sobre esta imagem” na pesquisa de imagens do Google permite obter “informação importante, como quando e onde imagens semelhantes apareceram”. Por outro lado, a empresa disse que se vai certificar de que “cada uma das nossas imagens geradas por inteligência artificial terá metadados e etiquetas” a identificar que foram criadas com recurso a essa tecnologia.

Além disso, um “tradutor universal”, que consegue dobrar vídeos e corrigir o movimento dos lábios da pessoa presente no vídeo original para ‘acompanhar’ a nova língua, não será de utilização pública, mas para parceiros autorizados para evitar que seja utilizado para a criação de deepfakes, as montagens de vídeo ou fotos que manipulam a verdade.

O “tradutor universal” da Google

Inteligência artificial dominou de B(ard) a W(orkspace)

Foi há menos de dois meses que a Google anunciou o lançamento do Bard, um serviço experimental de conversação que quer rivalizar com o ChatGPT. Inicialmente apenas nos EUA e no Reino Unido, o Bard ficou agora, com o fim da lista de espera, disponível em inglês em mais de 180 países em todo o mundo (mas a empresa promete que chegará a mais em breve). A partir deste momento, os utilizadores passam também a conseguir falar com o Bard em japonês e coreano — mas no futuro o serviço deverá suportar os 40 principais idiomas do mundo.

Para os próximos tempos foi deixada uma outra garantia: em breve, o Bard será capaz de incluir imagens nas respostas. Se o utilizador lhe perguntar “o que devo visitar em Washington?”, o serviço colocará fotografias retiradas da pesquisa de imagens do Google dos melhores lugares que os turistas devem mesmo ver naquela região. O rival do ChatGPT passará a ter também o “poder do Google Lens”. Na prática, isto significa que aqueles que quiserem divertir-se, por exemplo, com uma fotografia dos seus cães podem carregá-la para o Bard e pedir-lhe para escrever uma “legenda engraçada”. O serviço analisará a imagem, conseguirá detetar a raça dos animais e redigir legendas criativas. Tudo isto leva “segundos”, segundo a tecnológica.

A partir desta quarta-feira, o Bard já pode ser utilizado em “dark mode” para aqueles que preferem ter o ecrã com tonalidades mais escuras. Além disso, terá também integração em serviços de terceiros, como o Adobe. É o caso, em particular, do Adobe Firefly, que, nos próximos meses, ajudará os utilizadores do Bard a transformarem as suas ideias em imagens rapidamente: por exemplo, se quiserem criar uma imagem de “um unicórnio e um bolo”, os utilizadores vão contar com a ajuda dessa plataforma para ver o que imaginaram “tornar-se realidade”.

GoogleI/O Bard

Haverá ainda um botão de exportação através do qual será mais fácil enviar as respostas que o serviço que utiliza a inteligência artificial dá para o Docs ou o Gmail, sem que seja necessário copiar e colar ou até mesmo reformatar. Neste momento, o Bard já está a funcionar totalmente com o PaLM2, um modelo de linguagem de última geração que a Google diz ser mais rápido e mais eficiente do que os anteriores (como o PaLM1). Com “capacidades multilingues melhoradas”, que abrangem mais de 100 idiomas, e recursos de “codificação” e raciocínio aprimorados, está presente em 25 programas e funcionalidades da empresa.

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A inteligência artificial também promete fazer “maravilhas” nos serviços da Google relacionados com o “trabalho”. Nos documentos do Google Sheets será possível os utilizadores “organizarem-se” melhor, por exemplo, através da criação de tabelas personalizadas baseadas em palavras ou alguns prompts dados pelo utilizador. Também no Google Slides — a ferramenta que permite criar apresentações — será possível gerar imagens através de algumas palavras (por exemplo, através de um poema).

GoogleI/O Sheets

No Google Sheets será possível os utilizadores “organizarem-se” através da criação de tabelas personalizadas

Para os utilizadores que se encontram com um bloqueio criativo durante a redação de um texto para o trabalho há também uma ajuda. O “sidekick”, um painel lateral, que sugere — com base no que já está escrito — mudanças que pode fazer à narrativa ou como a avançar. Para aqueles que no Slides se esqueceram de preparar notas para uma apresentação que estão prestes a dar, um painel lateral parecido consegue criá-las rapidamente.

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No Google Slides será possível gerar imagens através de algumas palavras (por exemplo, através de um poema).

O futuro da pesquisa também é a inteligência artificial

“A pesquisa continuará a ser o ponto de partida para o que torna a web tão especial”. É por isso que nesta área também não faltaram, durante o Google I/O, as novidades que fazem parte de um novo sistema chamado Search Labs, que entra brevemente em fase de teste nos Estados Unidos. Ao procurar algo simples como “porque é que o pão de fermento ainda é tão popular”, os resultados normais de pesquisa, os links que costumam aparecer, não são vistos automaticamente.

Acima deles, numa caixa retangular com cor (por exemplo, verde ou cor de laranja) aparece uma resposta gerada pela inteligência artificial. Na realidade, é uma espécie de resumo sobre o tema, com informações que estão disponíveis em diversas fontes (que são apresentadas à direita do ecrã e que corroboram o que é apresentado pela IA).

Além dos resumos, a tecnologia pode fazer sugestões adicionais aos produtos que encontra para uma determinada pesquisa. Foi o que aconteceu quando, durante o evento desta quarta-feira, existiu uma pesquisa sobre uma bicicleta — e o sistema apresentou as vantagens, desvantagens, bem como stocks e preços dos produtos que eram apresentados. Para obter respostas mais direcionadas é possível fazer questões específicas ao modelo, como “onde é que há à venda bicicletas de cor vermelha?”.

A pesquisa com a Inteligência Artificial generativa

Os modelos de inteligência artificial vão também chegar à Google Cloud. É o caso do Duet AI, descrito pela Google como o “colaborador com tecnologia IA” para “permitir a mais empresas e programadores começarem a ver o impacto que essa tecnologia pode ter”. Desta forma, os utilizadores da cloud terão ajuda, por exemplo, através do preenchimento contextual de código ou nas revisões e inspeções do código. A Google revelou ainda que o Midjourney (gera imagens a partir de prompts) e o Anthropic (especializado no desenvolvimento de modelos de linguagem) vão ser integrados na Cloud.

Além disso, foram apresentados novos modelos para os produtos com essa tecnologia, nomeadamente três recursos que estão disponíveis no Vertex AI:

  1. Codey, o modelo de base de texto para código. “Pode ser incorporado num SDK ou numa aplicação para ajudar a melhorar a velocidade do programador com a geração de código e o preenchimento de código, e para melhorar a qualidade do código.”
  2. Imagen, o modelo base de texto para imagem.
  3. O Chirp, o modelo base de conversão de voz em texto, que ajuda as empresas a interagir de forma com os seus clientes nas suas línguas “mãe”, com legendas e assistência por voz.

As (poucas) novidades no Android

Mesmo quando o evento entrou no segmento de apresentação nas novidades para o Android continuava a falar-se de inteligência artificial, nomeadamente de como tinha sido útil para “proteger os utilizadores de mais de mil milhões de mensagens e chamadas de spam”. De seguida, foi revelado que passará a ser possível colocar emojis como imagem de fundo dos smartphones da Google, com uma surpresa: quando o utilizador tocar nesses ícones, eles “reagem” e mexem-se.

Os fundos com emojis estão a chegar

Depois, a Google passou a explicar como ambiciona combater a utilização indevida de dispositivos de localização via Bluetooth, como os AirTags. Para isso, anunciou que vai encriptar as informações de localização e que os smartphones vão receber alertas quando forem detetados “localizadores desconhecidos” (os alertas que vão funcionar não só em dispositivos com o sistema operativo Android, como nos iPhones).

A partir de agora será também possível monitorizar mais dispositivos: os auriculares e os tablets passam a estar incluídos e a poder ser adicionados na ferramenta “find my device“. No que a tablets diz respeito, a tecnológica, que tinha anunciado o lançamento de um no ano passado, anunciou que o Pixel Tablet ficará disponível em três cores e em pré-venda a partir desta quarta-feira. Estará disponível a partir de 499 dólares. Quanto aos smartwatches, apesar de o Wear OS 3 ainda não ter sido totalmente lançado, foi anunciado que o modelo seguinte (Wear OS 4) chegará ainda este, com novos recursos de acessibilidade e uma maior duração de bateria. O WhatsApp passará a estar disponível este verão nos relógios inteligentes da Google.

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O Pixel Tablet estará disponível a partir de 499 dólares

dpa/picture alliance via Getty I

A categoria mais esperada da noite no que ao Android diz respeito chegou de seguida: os novos smartphones. Primeiro, chegou a confirmação do lançamento do Pixel 7A, que fica disponível a partir de 499 dólares, e que tem uma cor exclusiva para aqueles que o comprarem através do site da Google: coral. De acordo com a tecnológica, o sensor da câmara principal deste telemóvel é 72% maior do que o do 6A. Além da câmara atualizada, tem o processador Tensor G2 e 8 Gigabytes de RAM.

Para chegar a noite e um evento com maior de duas horas, o lançamento daquele que a Google diz ser o seu smartphone mais “fino” e o dobrável “mais fino” do mercado. É a chegada oficial do Pixel Fold, o primeiro dobrável da tecnológica e o “melhor dos dois mundos”, uma vez que não é só um smartphone, porque quando é aberto transformar-se num tablet que permite fazer várias tarefas ao mesmo tempo. O Pixel Fold é resistente à água e tem também o Tensor G2. Tem um ecrã de 5,8 polegadas, sendo que quando está aberto tem um ecrã de 7,6 polegadas. A Google disse que foi criado para “durar”.

Ao contrário do que acontece com o Pixel 7A e com o tablet, o telemóvel dobrável tem um preço mais elevado. São 1799 dólares, sendo que aqueles que o encomendarem na pré-venda recebem uma oferta: um Pixel Watch pelo qual não têm que pagar.

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