Num encontro entre Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, e o primeiro-ministro do Qatar, Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani, determinou-se que a primeira fase de um cessar-fogo de seis semanas entre Israel e o Hamas começaria com a libertação dos doentes, feridos, mulheres e idosos, de acordo com um documento emitido hoje pela Casa Branca, citado pelo The Times of Israel.

“A primeira fase de um cessar-fogo permitiria uma onda de assistência humanitária para as pessoas de Gaza, e providenciaria tempo e espaço para assegurar acordos mais seguros e suster a calma”, lê-se no documento da Casa Branca.

O Comando Central dos Estados Unidos (CENTCOM) diz que conseguiu intercetar esta terça-feira um míssil balístico disparado pelos rebeldes houthis contra o USS Carney no Mar Vermelho. As forças norte-americanas destruíram ainda três mísseis anti-cruzeiro disparados pelo grupo apoiado pelo Irão.

Em comunicado citado pela Al Jazeera, a Resistência Islâmica no Iraque reivindicou um ataque a uma central elétrica no aeroporto de Haifa. No ataque terão sido utilizados drones.

Na reunião da Organização para a Cooperação Islâmica em Jeddah, na Arábia Saudita, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão pediu para Israel ser expulso da Assembleia Geral da ONU e apelou à necessidade de “impedir que [Israel] se junte a outras organizações internacionais”.

“Romper as relações diplomáticas com este regime, parar a exportação de bens para os territórios ocupados e boicotar completamente os produtos israelitas podem ser considerados algumas medidas práticas para apoiar a Palestina”, escreveu o ministro no X (antigo Twitter).

A MIFTAH, Iniciativa Palestiniana para a Promoção do Diálogo Global e Democracia, partilhou um vídeo nas redes sociais onde denuncia a “depravação” dos soldados israelitas, que exibem peças de lingerie de mulheres palestinianas como se fossem “troféus”, considerando estes atos “uma parte integrante do genocício”.

As peças de lingerie de mulheres palestinianas que estão deslocadas, ou mesmo mortas, são usadas pelos soldados das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla inglesa) para “celebrarem”, inserindo-se este ato na tentativa de “domínio psicológico sobre Gaza”, exemplo da sua “depravação e impunidade”, acusa a instituição.

O vídeo é apresentado como prova da “fetichização” das mulheres palestinianas, cujas peças de roupa são exibidas “como troféus”, continua a MIFTAH, que apela pelo “cessar-fogo agora”.

Footage of Israeli soldiers celebrating with the lingerie of Palestinian women who have been displaced or killed by them is an integral part of the genocide and attempted psychological domination over Gaza, and a key example of their depravity and impunity. #CeasefireNOW pic.twitter.com/3F9Gfz9JUS

— MIFTAH #CeasefireNOW #GazaGenocide (@miftahpal) March 5, 2024

O Presidente da Turquia disse esta terça-feira que a guerra em Gaza está a decorrer com o “apoio ilimitado das potências ocidentais”.

“Nos últimos 151 dias, temos testemunhado uma das maiores barbaridades do século passado”, afirmou Recep Tayyip Erdogan em conferência de imprensa.

O Presidente turco acusou ainda Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, de cometer um “genocídio flagrante contra os palestinianos”.

Os houthis atacaram esta terça-feira dois navios de guerra dos Estados Unidos no Mar Vermelha, segundo afirmou Yahya Sarea, porta-voz militar do grupo, num discurso na televisão, aqui citado pela Al Jazeera.

Uma criança foi salva com vida após passar mais de 40 horas sob os escombros da sua casa de família em Gaza, na sequência de um bombardeamento israelita. Este ataque resultou na morte de “todos os membros da sua família”, de acordo com o Crescente Vermelho Palestiniano, que lamentou o sucedido na rede social X (antigo Twitter).

Urgent: Palestine Red Crescent ambulance crews evacuate the child Hala Hamada from under the rubble of her family's destroyed home in the city of Hamad, west of Khan Yunis governorate. #Gaza

— PRCS (@PalestineRCS) March 5, 2024

O Hezbollah usou a sua conta na rede social X (antigo Twitter) para justificar o ataque com cerca de 30 mísseis sobre a cidade israelita de Kiryat Shmona. De acordo com o grupo terrorista libanês, esta contra-ofensiva foi uma resposta aos bombardeamentos das IDF de hoje, que atingiram uma casa de três andares em Houla, no sul do Líbano, resultando na morte de três elementos da mesma família.

Citado pela Al Jazeera, o grupo escreveu que os mísseis foram lançados em resposta “ao ataque sobre uma residência civil e à morte de uma mulher, um homem e o seu filho na cidade de Houla.”

As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla inglesa) afirmam esta terça-feira que o Líbano disparou cerca de 30 mísseis em direção à cidade israelita de Kiryat Shmona, tendo o exército israelita sido bem-sucedido a intercetar pelo menos 10, através do sistema de defesa antiaérea Iron Dome.

Não há registo de feridos na sequência desta ofensiva. Na rede social X (antigo Twitter), o correspondente militar do The Times of Israel partilhou alguns vídeos onde podem ver-se as interceções.

Some 30 rockets were fired from Lebanon in the latest barrage on Kiryat Shmona, according to the IDF.

It says that at least 10 were successfully intercepted by the Iron Dome. https://t.co/JMoBjbGk2w

— Emanuel (Mannie) Fabian (@manniefabian) March 5, 2024

Israel passará a autorizar pela primeira vez, desde 7 de outubro, a entrada de ajuda humanitária em Gaza a partir do mar, de acordo com o Channel 13. As embarcações com apoio para a população vão ser financiadas pelos Emirados Árabes Unidos e enviados para o Chipre, onde serão sujeitos a uma inspeção das autoridades israelitas.

A viagem será então concretizada para Gaza, e o desembarque da carga será feito na costa do território. A primeira embarcação fará a viagem nos próximos dias, com o objetivo de chegar a Gaza a 10 ou 11 de março.

A MSC, empresa global de transporte de contentores e logística, confirmou que um dos seus navios foi atingido por um míssil lançado pelos rebeldes houthis na costa do Iémen. O MSC Sky II foi atingido ontem perto de Aden, provocando um incêndio entretanto extinto. Não houve feridos.

“Durante o seu percurso entre Singapura e Djibouti, o MSC Sky II foi atingido por um míssil a 4 de março, pelas 13h20, a 135 quilómetros do sudeste de Aden e a 275 quilómetros a este-sudeste do estreito de Bab el-Mandeb”, informou a empresa num comunicado, citado pelo The Times of Israel.

“O míssil causou um pequeno incêndio que foi extinto, e nenhum elemento da tripulação foi ferido. Continua a sua jornada até Djibouti e vai chegar hoje.”

As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla inglesa) dizem ter lançado hoje vários ataques sobre alvos do Hezbollah no sul do Líbano, incluindo sobre um complexo em Ayta ash-Shab.

מטוסי קרב תקפו אתר צבאי של ארגון הטרור חיזבאללה במרחב עייתא א-שעב, ממנו שוגרו מוקדם יותר היום שני טילי נ״ט לעבר מרחב בירנית, אין נפגעים.

כמו כן, צה״ל תקף מפקדה מבצעית של הארגון במרחב ג׳בל אל-בטם, עמדות שיגור במרחב אל מטמורה ומבנים צבאיים במרחבים מג׳דל זון, חולא וכפרא pic.twitter.com/txRtRqdW4K

— צבא ההגנה לישראל (@idfonline) March 5, 2024

Não houve feridos na sequência dos ataques, de acordo com o exército isrealita, embora o autarca da cidade de Houla, na mesma região, tenha informado hoje que três civis morreram na sequência de um bombardeamento israelita que atingiu uma residência civil.

O Presidente dos EUA, Joe Biden, informou hoje que o acordo de cessar-fogo para a libertação dos reféns está “agora nas mãos do Hamas”, e que “saberemos em poucos dias” se o mesmo vai avançar.

“O acordo dos reféns está agora nas mãos do Hamas. Houve uma oferta racional. Os israelitas concordaram. Saberemos em poucos dias se vai acontecer”, informou, no excerto de um vídeo partilhado na rede social X (antigo Twitter) pela CSPAN, antes de entrar a bordo do Air Force One, no aeroporto de Maryland.

“Tem de haver um cessar-fogo porque se chegarmos a uma circunstância em que isto continua pelo Ramadão… pode tornar-se muito, muito perigoso“, avisa.

President Biden: "The hostage deal is in the hands of Hamas right now…there's got to be a ceasefire." pic.twitter.com/470gtcuuwP

— CSPAN (@cspan) March 5, 2024

Biden reiterou ainda estar a trabalhar para que possa entrar mais ajuda humanitária em Gaza. “Estou a trabalhar fortemente com eles. Temos de fazer entrar mais ajuda em Gaza. Não há desculpas. Nenhuma.”

Sobre a sua relação com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, assegurou que a mesma se mantém “como sempre foi”.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, defendeu esta terça-feira ser essencial responsabilizar os autores de “casos atrozes de violência sexual” cometidos nos ataques do grupo islamita palestiniano Hamas em 7 de outubro, conforme um relatório das Nações Unidas.

“O relatório das Nações Unidas demonstra que os bárbaros ataques do Hamas a 7 de outubro incluíram casos atrozes de violência sexual. É essencial que os culpados sejam responsabilizados. Impunidade é incompatível com paz e justiça”, escreveu o chefe da diplomacia portuguesa, numa publicação na rede social X (antigo Twitter).

No relatório, apresentado na segunda-feira, a representante especial da ONU para a violência sexual em conflitos, Pramila Patten, disse que há “motivos razoáveis” para acreditar que o Hamas cometeu violações, “tortura sexual” e outros tratamentos cruéis e desumanos contra mulheres.

Há também “motivos razoáveis para acreditar que essa violência ainda pode estar em curso“, segundo a enviada especial da ONU.

Há cerca de 17 mil crianças orfãs em Gaza, de acordo com a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA), que indica ainda que 1 em cada 6 crianças com menos de 2 anos está “agudamente malnutrida”.

“Bebés morrem lentamente sob o olhar do mundo”, escreve a agência num post na rede social X (antigo Twitter). “As crianças morrem em bombardeamentos, mais ainda morrem agora pelas consequências do cerco. Estas mortes horríficas são inteiramente preveníveis.”

Um ataque israelita atingiu hoje uma residência civil no sul do Líbano, resultando na morte de três civis. De acordo com a Reuters, a casa desabou e a equipa de resgate está a tentar encontrar pessoas sob os escombros.

As vítimas mortais são uma mãe, um pai e o filho de 25 anos.

“Era uma casa de três pisos, agora colapsou completamente e a equipa de resgate ainda está a trabalhar para ver quem ficou lá debaixo“, disse Shakib Koteish, o autarca da cidade de Houla, à Reuters.

Donald Trump, ex-presidente dos EUA, diz que o massacre do Hamas a 7 de outubro nunca teria acontecido se fosse ele, e não Joe Biden, quem estivesse na Casa Branca.

“Nunca teria acontecido se eu fosse Presidente. O Irão estava falido… Eles não tinham dinheiro para o Hamas, para o Hezbollah, estavam falidos”, disse por telefone durante uma entrevista do programa televisivo norte-americano Fox & Friends. O excerto foi partilhado na rede social X (antigo Twitter).

Just a reminder that Fox News instituted a nearly two-year ban on interviewing Trump live on its airwaves, which ended in January with an Iowa town hall.

Now Fox is all the way back to letting Trump do his beloved phoners, which allows him to call into a show and just ramble on. https://t.co/3bCXHxH9tP

— Justin Baragona (@justinbaragona) March 5, 2024

“Não o teriam feito a mim. Garanto-vos. Fizeram isto porque não têm respeito por Biden.” Sobre a agressão israelita em Gaza, afirmou: “Tem de se acabar com o problema. Sofreram uma invasão horrível.”

“Este ataque a Israel e, da mesma forma, o contra-ataque israelita — que é o que é — nunca teriam acontecido se eu fosse presidente.”

Trump estendeu as suas conjeturas à invasão russa da Ucrânia. “Da mesma forma, a Rússia nunca teria atacado a Ucrânia. Nunca. Vocês sabem-no, toda a gente o sabe. Isto foi tudo o Biden. Todas as pessoas que estão mortas na Ucrânia e na Rússia e Israel, todas estas áreas que estão agora destruídas. As pessoas estariam agora a viver vidas incríveis. Vamos acabar na Terceira Guerra Mundial“, avisou.