Momentos-chave
- "A clarificação está dada. Saio daqui presidente de todos os militantes do partido"
- Aprovada moção de confiança com 54% dos votos. Francisco Rodrigues dos Santos fica como líder
- Adolfo Mesquita Nunes diz que se líder do CDS queria mobilizar figuras para as autárquicas tinha de ser candidato também
- Um déjà vu madrugada dentro: Montenegro não vota a favor da moção de confiança ao líder
- Vice-presidente do CDS, Laplaine Guimarães: "Deixem-nos trabalhar"
- João Gonçalves Pereira: "Ainda vamos a tempo de virar a página"
- Cecília Meireles: "A existência do partido está em risco. As coisas correram pior até do que eu esperava"
- Nuno Magalhães pede Congresso. Diz que líder tem "legitimidade formal", mas precisa de "legitimidade política"
- Pedro Pestana Bastos, da comissão política nacional, defende Congresso
- João Almeida: "Nas seitas é que somos obrigados a acreditar. Tenham noção do ridículo"
- Nuno Melo: "Este clima de guerra interna não cessará amanhã"
- Os 14 membros do novo órgão consultivo de Francisco Rodrigues dos Santos
- Adolfo Mesquita Nunes: "O pior que podemos fazer é negar a crise do CDS. Temos de mudar agora"
- “Assumo com humildade que cometi erros”
- “Não queremos ser a coqueluche da esquerda”
- Francisco Rodrigues dos Santos acusa Mesquita Nunes de "vaidade" e "taticismo"
- Telmo Correia faz críticas à "agressividade" de Francisco Rodrigues dos Santos e acusa Anacoreta de falar "80% do tempo"
- Moção de confiança vai ser decidida por voto secreto
- Rodrigues dos Santos: "Sou favorável ao voto secreto"
- Nuno Melo acusa Anacoreta Correia de ser "pouco transparente" e "pior que Ferro Rodrigues"
- Presidente da Mesa rejeita críticas e diz que não está "ao serviço de ninguém, nem de nenhuma fação"
- Adolfo Mesquita Nunes e João Almeida explicam porque não votaram. Deputado fala em "ilegalidade inequívoca"
- 143-98: é este o primeiro saldo do duelo entre Rodrigues dos Santos e Mesquita Nunes?
- João Gonçalves Pereira: "Houve uma violação clara dos estatutos"
- Ordem de trabalhos foi aprovada com 143 votos a favor, 25 abstenções e 20 votos contra
- Apoiantes de Adolfo Mesquita Nunes recusam participar em votação da ordem dos trabalhos
- O que dizem os estatutos do partido?
- Duas horas depois ainda se anda à volta da primeira votação: a ordem de trabalhos
- Como vai decorrer a votação eletrónica
- Hipótese de impugnação do Conselho Nacional não está descartada
- João Almeida acusa Filipe Anacoreta Correia de criar "incidente processual" que nunca existiu no CDS
- Vice-presidente do CDS propõe à Mesa que reunião seja aberta
- Cecília Meireles também quer saber se voto da moção de confiança será secreto
- Nuno Melo insiste que precisa de saber se voto é secreto para conseguir votar ordem de trabalhos
- Filipe Anacoreta Correia insiste que só abordará tema da votação após aprovação da ordem de trabalhos
- Adolfo Mesquita Nunes quer saber já como vai ser a votação e se será respeitada decisão da jurisdição
- Gonçalves Pereira quer saber se Mesa acata decisão da jurisdição sobre voto secreto. Anacoreta Correia atira que discussão para mais tarde
- Filipe Anacoreta Correia elogia "elevada participação" e diz que "independentemente do que for decidido" o partido vai ser fortalecido
Histórico de atualizações
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"Aqueles que julgam que o CDS é irrelevante não podiam ter tido hoje ter melhor resposta", defende Francisco Rodrigues dos Santos
Conselho Nacional do CDS dá moção de confiança a Francisco Rodrigues dos Santos.
Na reação, o líder centrista acredita que é uma “resposta” para aqueles que “julgam que o CDS é irrelevante” e um “pedido de paz” para os militantes.
Ouça aqui a reportagem do Observador, com a reação do líder do CDS à vitória desta noite.
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Bom dia,
dezassete horas e meia depois de o termos iniciado chega ao fim este liveblog. Se quiser ler mais sobre o CDS, o Miguel Santos Carrapatoso escreve sobre o day after deste embate centristas, em que as tropas de Adolfo Mesquita Nunes se galvanizaram por quase terem derrubado o líder em funções.
Apoiantes de Mesquita Nunes galvanizados e de olho no pós-autárquicas. Deputados em xeque
Obrigado por nos ter acompanhado.
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"A clarificação está dada. Saio daqui presidente de todos os militantes do partido"
Aos jornalistas, na sede do CDS, em Lisboa, Francisco Rodrigues dos Santos garante que o partido saiu hoje “legitimado” e “reforçado para fazer uma oposição implacável” ao Governo socialista.
“A clarificação está dada. Saio daqui presidente de todos os militantes do partido”, garante.
Sobre o desafio feito por Adolfo Mesquita Nunes de se candidatar a Lisboa, Rodrigues dos Santos recusa. “O CDS não é um partido de um homem só.”
Quanto às críticas dos deputados, o líder do CDS garante que saberá “interpretar” as sugestões e as críticas que foram feitas. Não se comprometeu com qualquer mexida na bancada parlamentar.
Em relação a um eventual congresso — os apoiantes de Mesquita Nunes ainda podem reunir 4 mil assinaturas –, diz não ter “receio das regras do partido. “Estou disponível para travar as disputas internas que sejam necessárias. Mas acho que esse assunto ficou clarificado”.
Apesar da vantagem curta face a Mesquita Nunes — num órgão onde, em teoria, tinha uma maioria confortável –, Rodrigues dos Santos recusa que o resultado tenha sido “poucochinho”. “O importante aqui era ver confirmada a minha legitimidade”, nota.
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Mesquita Nunes diz que vai respeitar o "resultado" do Conselho Nacional
Adolfo Mesquita Nunes já reagiu a resultado. No Facebook, o challenger de Rodrigues dos Santos garante que vai respeitar “o resultado, assim como a avaliação positiva que o Conselho Nacional faz desta direção e da sua estratégia”.
“Soube desde o começo que o Conselho Nacional era, por natureza e pela sua presente exiguidade, o mais difícil órgão para apresentar uma proposta de marcação de Congresso. Mas foi aquele que escolhi para poder respeitar as regras estatutárias”, nota.
“Quero agradecer a todos os que acreditaram na mudança e que ela seria possível. O nosso resultado, que tantos diziam impossível por conta das inerências, fica a dever-lhes muito. Não tenho palavras para agradecer a motivação, o empenho e esperança que me emprestaram, e que explicam tanto do meu dever de militância.”
“Agora há eleições autárquicas e nelas estarei empenhado, na minha terra”, remata.
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Francisco Rodrigues dos Santos celebra vitória e pede "paz interna"
Fala agora Francisco Rodrigues dos Santos, depois de conhecida a vitória da sua moção de confiança.
“Este foi um Conselho Nacional muito vivo e profundamente democrático em que participaram 300 conselheiros nacionais durante 16 horas de trabalho. O país teve de olhos postos no nosso CDS”, começa por dizer.
“Estou certo que muito há melhorar. Que saibamos todos contribuir para consolidar a alternativa política do CDS. Portugal precisa de uma alternativa de centro-direita, reformista, que só com o contributo do CDS é que poderá ser alcançado”, nota.
Daqui, o presidente do partido parte para as críticas ao Governo socialista. “Não é o CDS que está em crise, é o país que está em crise”, diz.
Rodrigues dos Santos faz um apelo aos adversários: “Que o nosso partido possa finalmente beneficiar de alguma paz interna. Sem nos desviarmos em querelas internas”.
O líder do CDS insiste no convite a Mesquita Nunes para um encontro que ajude a preparar o futuro do partido. “Não desisto do meu partido. Estou convosco”, sublinha.
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Aprovada moção de confiança com 54% dos votos. Francisco Rodrigues dos Santos fica como líder
A moção de confiança apresentada como líder do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos foi aprovada com 144 votos a favor (54,3%), 113 votos contra (42,6%) e 8 abstenções (3%), num total de 265 conselheiros que votaram. A luta foi renhida, mas o atual líder resiste na liderança centrista.
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Secretário-geral do CDS: "Encontrámos um partido perfeitamente desfraldado"
Francisco Tavares, secretário-geral do CDS e um dos mais importantes aliados de Francisco Rodrigues dos Santos, intervém para fazer um balanço muito duro sobre a herança que atual liderança recebeu.
“É muito fácil esquecer o que recebemos”, diz. E parte para a enumeração: um passivo de 1.200 milhões de passivo, dívidas a fornecedores, ameaças de execução, penhoras, metade dos carros do partido nas oficinas e sem pneus ou a impossibilidade de enviar cartas por causa das dívidas aos CTT.
Tavares aponta ainda o dedo aos adversários internos, responsáveis por “danos reputacionais” sem precedentes.
Em relação à notícia avançada pelo Expresso de que o BPI tinha recusado um empréstimo para as autárquicas, uma informação já desmentida pela direção do CDS, Tavares voltou a garantir que esse dado é falso. “Há quatro processos de financiamento para as autárquicas em diferentes instituições financeira”, garante.
O secretário-geral do CDS garante ainda que houve mais desfiliações no partido em 2019 do que em 2020, desfazendo aquilo que diz ser mais um “mito”. “Encontrámos um partido perfeitamente desfraldado, com pessoas a quererem sair do partido”.
“O dia amanhã é um dia mais difícil para o dia do partido. O CDS não vai aguentar se continuar com esta atitudes. Temos de nos concentrar no país. Que amanhã nos possamos unir. O partido precisa disso”, apela.
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Adolfo Mesquita Nunes diz que se líder do CDS queria mobilizar figuras para as autárquicas tinha de ser candidato também
Adolfo Mesquita Nunes utilizou a figura do direito de resposta para responder ao líder da distrital de setúbal. Depois de o conselheiro o desafiar para ser candidato autárquico no Barreiro porque lá é que é “difícil”, Adolfo Mesquita Nunes lembrou que na Covilhã também foi muito difícil ser candidato e que é por lá, pela sua terra, que tem de ser “candidato”.
Além disso, diz que se o presidente do CDS quer mobilizar figuras para as autárquicas “tem de ser ele próprio candidato, porque foi o que outros líderes fizeram”.
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O estado da arte às 2:12
Com quase 14 horas de Conselho Nacional é expectável que, dentro das próximas duas horas, se conheça o desfecho da votação da moção de confiança.
Há quem vá fazendo contas às intervenções nesta reunião para perceber para que lado está a pender a balança. De acordo com contas que vão chegando ao Observador, Adolfo Mesquita Nunes teve cerca de 38 intervenções a seu favor contra 37 de Francisco Rodrigues dos Santos.
Vale o que vale — no final da noite, ou da madrugada neste caso, o que contarão são os votos. E, neste momento, Francisco Rodrigues dos Santos parece continuar na frente da corrida.
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Um déjà vu madrugada dentro: Montenegro não vota a favor da moção de confiança ao líder
Montenegro não vai votar a favor da moção de confiança ao líder. Lendo a frase, pode parecer um déjà vu de uma noite idêntica de um partido vizinho, o PSD. Mas a semelhança é só no apelido e em não votar pela confiança no líder. O conselheiro José Maria Montenegro, do CDS, garantiu: “Não votarei favoravelmente a moção de confiança”. Faz lembrar a moção de confiança ao líder do PSD há dois anos, quando um outro Montenegro também não votou a favor da moção de confiança ao líder (desde logo porque não tinha direito a voto, mas acima de tudo porque não concordava com ele).
Neste caso, o conselheiro pode votar, mas não esclareceu se votará contra ou se irá optar pela abstenção.
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Porta-voz do CDS pede "mandato reforçado" para Francisco Rodrigues dos Santos
Cecília Anacoreta Correia, porta-voz do CDS, voltou a descer à sala onde estão os jornalistas para fazer uma espécie de resumo sobre o que está a decorrer ao longo da noite.
“Faremos mais e melhor na oposição ao Governo socialista. Esperamos que a votação de hoje seja um voto seja um voto de confiança”, sublinhou a democrata-cristã, pedindo um “mandato reforçado” para a liderança.
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Vice-presidente do CDS, Laplaine Guimarães: "Deixem-nos trabalhar"
O vice-presidente do CDS, Francisco Laplaine Guimarães, diz que “há muitas preocupações em mandar esta direção embora” e “poucas preocupações em melhorar o partido”.
Laplaine Guimarães diz que a direção “cometeu erros”, mas diz que “durante um ano não houve um CDS a remar para o mesmo lado, não houve um CDS solidário”.
O vice-presidente acredita que o apelo vai cair em “saco roto” e que amanhã vai recomeçar o ataque à direção.
Laplaine Guimarães lembra que a direção levou com a pandemia um mês depois da eleição e que também teve que lidar com “problemas financeiros que não criou”. E deixa um apelo: “Deixem-nos trabalhar”.
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Votação vai começar
Depois de 14 horas de discussão, foi colocada a votação um requerimento para que a votação — em vez de ser aberta no fim da votação — começasse à meia-noite. Só agora houve condições para concluir a votação. Votaram 252 pessoas, 218 das quais a favor. A partir deste momento, está aberta a votação mais importante da noite: a da moção de confiança. Resultados só no fim.
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Martim Borges de Freitas sai em defesa de Francisco Rodrigues dos Santos
O presidente da Mesa do Congresso, Martim Borges de Freitas, pede que se abandone as referências entre “democratas-cristãos, liberais e conservadores”, pois no partido cabem todos.
Na defesa de Francisco Rodrigues dos Santos, lembra que quando o CDS teve, no passado, 4% “demorou oito anos a recuperar do pior resultado de sempre”, não se pode agora pedir que recupere num ano um resultado ainda pior.
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Coordenador autárquico considera Congresso uma "irresponsabilidade" em ano de autárquicas e diz que tem pago deslocações do seu bolso
O coordenador autárquico, Fernando Barbosa, diz que convocar um congresso é “uma irresponsabilidade” em ano de autárquicas. Fernando Barbosa diz que tem “grande mágoa” porque, ao contrário de anos anteriores, tem feito todos os contactos de logística, estadias e deslocações do seu “próprio bolso”.
O coordenador autárquico diz que não “vive de fama”, mas de “resultados”. Insiste que o pedido de Congresso só traz “divisões” e “dificuldade na formação das listas”.
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Votação deve começar agora. Mas resultados só serão conhecidos no final
O Conselho Nacional vai discutir agora o início da votação sobre a moção de confiança ainda durante as intervenções dos conselheiros — algo que é provável que venha a acontecer.
Só no final das intervenções é que serão vistos os votos e só aí é que começa a contagem.
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Galvão Lucas diz que a notícia sobre BPI "não foi colocada" pela direção e que já foi desmentida
António Galvão Lucas, em resposta a João Gonçalves Pereira, diz que a notícia sobre a alegada recusa do BPI em financiar o CDS “não foi colocada pela atual direção”, mas foi prontamente “desmentida”.
O coordenador do gabinete de estudos diz que “nunca falou em público” sobre a situação financeira que a anterior direção deixou. Galvão Lucas questiona ainda os críticos: “Quantos votos são necessários para que a direção seja legitimada?”
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João Gonçalves Pereira: "Ainda vamos a tempo de virar a página"
João Gonçalves Pereira, deputado e líder da distrital do CDS/Lisboa, acusa os adversários internos de falta de coerência, uma vez que nunca criticaram a estratégia ou o programa das últimas legislativas.
O dirigente democrata-cristão acusa ainda a atual liderança de falta de planeamento para as autárquicas.
“O CDS não tem um programa mobilizador. As coisas não estão efetivamente correr bem”, diz. Gonçalves Pereira lembra que já houve demissões na direção de Rodrigues dos Santos.
“Ainda vamos a tempo de virar a página. Adolfo Mesquita Nunes quer chegar à liderança do partido para mudar o país”, remata.
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Cecília Meireles: "A existência do partido está em risco. As coisas correram pior até do que eu esperava"
É agora a vez de Cecília Meireles, deputada do CDS e ex-líder parlamentar de Assunção Cristas.
“A escolha é simples: ou achamos que as coisas estão a correr bem ou achamos que as coisas estão a correr mal.”
“A existência do partido está em risco. Falta conteúdo. Os que defendem a atual liderança o que fazem é uma espécie de ajuste de contas com o passado que não têm nenhuma razão de ser”, critica.
Cecília Meireles sugere ainda que Rodrigues dos Santos é “mais incisivo nas críticas ao passado e aos outros” do que empenhado “no desempenho do seu mandato”.
“Acho que é sinal de amizade dizer cara a cara que as coisas não estão a correr bem. As coisas correram pior até do que eu esperava. Não percebo como é que se pode querer ser presidente de todos lançando uns contra os outros”, atira.
A terminar, a deputada pede ao partido que arrepie caminho: “A linha de rumo não existe. Precisamente por termos autárquicas é que é preciso mudar de rumo”.