Momentos-chave
Histórico de atualizações
  • Bom dia,

    Este liveblog fica por aqui. Continue a acompanhar as notícias sobre a guerra na Ucrânia neste novo liveblog.

    Turquia espera uma visita de Putin a 12 de fevereiro

  • Primeiro-ministro da Eslováquia diz que vai vetar adesão da Ucrânia à NATO para evitar Terceira Guerra Mundial

    O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, que tem tido opiniões críticas face à Ucrânia, disse este sábado que vai bloquear a adesão do país à NATO. Para Robert Fico, a adesão poderia provocar “o início da Terceira Guerra Mundial”.

    “Usarei o direito de veto porque [a adesão] poderia provocar o início da Terceira Guerra Mundial”, afirmou, numa entrevista, em que voltou a rejeitar enviar armas para Kiev. Já sobre a adesão da Ucrânia à UE disse não ter objeções, desde que o país cumpra os critérios.

    No que toca à guerra entre a Ucrânia e a Rússia, Robert Fico defende que “tem de haver algum tipo de acordo, que será muito doloroso para ambas as partes” e diz que “não é realista” pensar que a Rússia vai deixar a Crimeia, o Donbass e Lugansk.

    Com Lusa

  • Eslováquia levanta proibição de artistas trabalharem com Rússia e Bielorrússia

    A ministra da Cultura da Eslováquia, Martina Šimkovičová, levantou a proibição implementada pelo anterior governo logo após o início da guerra na Ucrânia que impedia artistas de trabalharem com a Bielorrússia e a Rússia.

    A proibição será revertida a partir de 22 de janeiro, segundo o The Kyiv Independent, que cita o eslovaco Pravda. Martina Šimkovičová defendeu que os artistas não devem ser prejudicados pelos conflitos internacionais.

    O governo de Robert Fico tem tido posições críticas em relação à Ucrânia e defendeu, por exemplo, suspender a ajuda militar a Kiev ou vetar a adesão do país à NATO.

  • Rússia destrói drone ucraniano que sobrevoou região de Smolensk

    As forças de Defesa Russas destruíram um drone ucraniano que sobrevoava a região de Smolensk, segundo o Ministério da Defesa russo, citado pela Tass.

    “Cerca das 23h50 hora de Moscovo, a 20 de janeiro, a tentativa do regime de Kiev de levar a cabo um ataque terrorista com um drone contra infraestruturas em território russo foi frustrada. O veículo aéreo não tripulado ucraniano foi destruído por forças de defesa aérea de alerta sobre a região de Smolensk”, afirmou o ministério em comunicado.

  • Zelensky. "Na próxima semana, haverá mais trabalho internacional, incluindo com os nossos parceiros da UE"

    No seu discurso diário, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou que “na próxima semana, haverá mais trabalho internacional, incluindo com os parceiros da União Europeia (UE)”.

    “Aumentaremos as nossa atividade e compromissos de segurança assumidos pelos nossos parceiros. Estamos a elaborar novos e sólidos acordos bilaterais. Janeiro e fevereiro devem produzir mais resultados neste domínio”, acrescentou.

    Já podemos ver datas específicas em que esses novos e poderosos documentos poderão ser assinados. Estou grato a toda a nossa equipa que participa nas negociações relevantes, bem como a todos os líderes e nações que estão preparados para dar passos verdadeiramente ambiciosos.”

    O Presidente ucraniano disse ainda estar a “trabalhar com parceiros importantes em pacotes específicos de ajuda militar que serão entregues agora mesmo – nas próximas semanas e meses”.

    Para rematar, Zelensky agradeceu “a todos os amigos da Ucrânia em todo o mundo que compreendem que o campo de batalha não pode simplesmente esperar”.

  • Putin deverá visitar a Turquia em meados de fevereiro

    As autoridades turcas estão a preparar a visita do Presidente russo, Vladimir Putin, a 12 de fevereiro, noticiou o jornal Türkiye, citado pela agência TASS, não tendo fornecido mais pormenores.

    Na sexta-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse aos jornalistas que o calendário de visitas de Putin à Turquia e à Coreia do Norte ainda não tinha sido definido e que estava ainda a ser negociado através dos canais diplomáticos.

    Antes de Putin, o Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, deverá visitar a Turquia, a 24 de janeiro, tendo esta viagem já sido adiada duas vezes.

  • "Putin decretou que o meu marido tem de estar na Ucrânia. Quando decreta que tem de voltar para casa?", questiona mulher de soldado russo

    A mulher de um soldado russo lançou um apelo ao Presidente russo, Vladimir Putin, junto da sede eleitoral, para que o seu marido regressasse a casa.

    “Vladimir Vladimirovich Putin emitiu um decreto segundo o qual o meu marido tem de estar lá [na Ucrânia]. Estou interessada em saber quando é que vai decretar que o meu marido tem de estar em casa”, confessou, citado pelo The Guardian, num gesto arriscado, num país em que são proibidas quaisquer opiniões relativamente à guerra.

    Durante o discurso, Andreyeva envolveu-se numa discussão com outra mulher, que lhe disse que os soldados russos na Ucrânia estão a defender a pátria.

    “O que é que se segue? O Ministério da Defesa gastou o seu dinheiro, agora temos de espremer tudo dos nossos homens, tirar-lhes a última vida? Para que voltem para nós apenas como cepos?”, respondeu.

    O que é que eu vou receber? Um homem sem pernas, sem braços, um homem doente? Não sabem o que está a acontecer?”

    O apelo surgiu numa visita de uma pequena delegação da organização “The Way Home”, que junta diversas mulheres de soldados russos na Ucrânia.

    Terminado o discurso, Andreyeva disse aos jornalistas que a filha estava a sofrer um atraso no desenvolvimento da fala devido à ausência do pai.

    Todos os problemas da minha família só podem ser resolvidos por uma coisa – se o meu marido for desmobilizado. Porque ela é uma criança completamente diferente quando o pai chega a casa“, terminou.

  • Tropas russas voltam a instalar minas na central nuclear de Zaporíjia

    As tropas russas voltaram a instalar minas ao longo do perímetro da central nuclear de Zaporíjia, na região ocupada de Zaporíjia.

    Rússia estará a reduzir presença na central nuclear de Zaporíjia

    A notícia foi avançada pelo site Euromaidan Press, que cita um relatório da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), que explica que estas minas foram removidas em novembro de 2023, tendo sido agora reinstaladas.

    “O diretor-geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi, manifestou a sua preocupação com este desenvolvimento, sublinhando que a presença de minas é contrária às normas de segurança da AIEA”, revelou a Euromaidan Press, citado pelo The Guardian. “Esta área é restrita e não é acessível ao pessoal operacional da central.”

    Apesar de a maior central nuclear da Europa estar sob ocupação russa desde março de 2022, continua a funcionar.

  • Microsoft denuncia ataque informático por parte de grupo de hackers "patrocinado pelo Estado russo"

    A gigante tecnológica norte-americana Microsoft denunciou, num documento divulgado esta sexta-feira, que um grupo de hackers russo teve acesso a algumas contas de e-mail de líderes da empresa.

    “Uma equipa de segurança da Microsoft detetou um ataque de Estado-Nação aos nossos sistemas corporativos, a 12 de janeiro”, pode ler-se no documento, citado pela CNN.

    Ativámos imediatamente o nosso meio de resposta para investigar, interromper as atividades maliciosas, mitigar o ataque e negar ao ator da ameaça acesso adicional”, continuou.

    “A Microsoft identificou o agente da ameaça como Midnight Blizzard, o agente patrocinado pelo Estado russo também conhecido como Nobelium”, terminou.

    Os hackers russos conseguiram aceder a uma “pequena percentagem de contas de e-mails corporativos da Microsoft”, tendo conseguido exportar alguns dos conteúdos e documentos anexados. No entanto, a Microsoft acredita que eles estavam à procura de informações relacionadas com a própria Midnigt Blizzard.

  • Rússia pode "ganhar guerra numa questão de semanas", se Estados Unidos não fornecerem mais armamento à Ucrânia, alertam assessores de Biden

    Os principais assessores do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, alertaram os deputados norte-americanos, numa reunião privada na quarta-feira, que, se o Congresso não aprovar mais ajuda militar à Ucrânia, a Rússia pode “ganhar a guerra numa questão de semanas. Ou meses, na melhor das hipóteses”.

    A informação foi avançada pela NBC News, que cita duas pessoas familiarizadas com a reunião, que diz ainda que o conselheiro de segurança nacional, Jake Sullivan, e a diretora dos serviços secretos, Avril Haines, alertaram os deputados de que a “Ucrânia ficará sem determinadas capacidades de defesa aérea e de artilharia nas próximas semanas”.

    Para sustentar essas declarações, terão apresentado um “calendário confidencial sobre o momento em que os principais recursos militares da Ucrânia ficarão significativamente esgotados”, tendo também entregue “uma avaliação pormenorizada da atual dinâmica no campo de batalha”.

    Os assessores de Biden avisaram ainda os deputados que o enfraquecimento da posição da Ucrânia na guerra podia levar outros países dependentes dos Estados Unidos, como Japão e Coreia do Sul, a repensar nas suas alianças.

    Segundo as fontes familiarizadas com a questão, a mensagem que Sullivan e Haines quiseram passar na reunião é que, se a vitória russa se dever ao facto de os Estados Unidos não terem ajudado a Ucrânia, isso causará “repercussões no mundo inteiro”.

  • Agricultores e transportadores romenos põem fim a protesto e desbloqueiam posto fronteiriço com a Ucrânia

    Os agricultores e transportadores romenos que, a 13 de janeiro, bloquearam o posto fronteiriço de Porubne-Siret, para manifestar contra os elevados custos comerciais, decidiram por fim ao protesto e desbloquear o posto de passagem com a Ucrânia.

    A informação foi anunciada pelo Serviço de Guarda de Fronteiras ucraniano, que disse que a estrada foi desbloqueada por volta das 00h30 deste sábado.

    Os trabalhadores criticaram os impostos elevados, os tempos de espera na passagem da fronteira e a lentidão no pagamento dos subsídios.

    Além deste, foi desbloqueado outro posto fronteiriço, Vicovu de Sus, esta sexta-feira. Há ainda outros pontos de passagem bloqueados por manifestantes.

  • Rússia foi o principal fornecedor de petróleo bruto da China em 2023

    Apesar das sanções impostas pelo Ocidente, a China importou cerca de 107 milhões de toneladas métricas de petróleo bruto da Rússia, em 2023. Isso levou a que o país invasor da Ucrânia ultrapassasse a Arábia Saudita, tornando-se assim no principal fornecedor de petróleo no ano passado.

    A notícia é avançada pela Reuters, que diz que a China desafiou as sanções ocidentais para obter grandes quantidades de petróleo com desconto, segundo os dados aduaneiros chineses revelados este sábado.

    A quantidade de petróleo exportada pela Rússia foi “muito maior” do que a alguma vez exportada por outros grandes fornecedores, como a Arábia Saudita e o Iraque.

    Segundo a mesma agência, as importações da Arábia Saudita caíram 1,8% para 85,96 milhões de toneladas, após o gigante petrolífero ter perdido quota de mercado para o petróleo russo.

  • Kiev pode ser potência na indústria de armas se sobreviver à Rússia

    Prestes a enfrentar o terceiro ano da invasão russa, a Ucrânia prepara uma nova fase da guerra, tentando manter vivo o apoio ocidental e alargar a sua frente diplomática, enquanto investe numa indústria de defesa a longo prazo.

    Sem avanços de relevo no terreno há meses, e com as partes concentradas na divulgação de proezas diárias nas suas investidas aéreas, a Ucrânia procura colmatar a escassez do seu arsenal e os impasses no envio de ajuda dos seus dois maiores aliados, Estados Unidos e União Europeia (UE), através da produção própria de armamento, não só para sobreviver no imediato à agressão russa, mas com a meta de ser autossuficiente e uma potência a longo prazo.

    “Os Estados Unidos não precisarão de enviar grande ajuda de segurança à Ucrânia indefinidamente se a Ucrânia conseguir produzir as suas armas”, sustenta um relatório divulgado na última semana pelo Instituto para os Estudos da Guerra (ISW, na sigla em inglês), um think tank com sede em Washington.

    A Ucrânia poderia tornar-se num “centro de produção de armas modernas na Europa”, através da cooperação com a indústria internacional, como já sucede com pelo menos dez parcerias europeias, declarou em junho o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, e ultrapassar não só as suas necessidades próprias de mísseis, projéteis e munições, como abastecer a escassez global.

  • Rússia está a conduzir campanha de informação para classificar ações da NATO como "provocatórias", diz think tank norte-americano

    Enquanto a NATO se prepara para começar, na próxima semana, manobras de militares de grande escala – que deverão envolver cerca de 90.000 soldados –, a Rússia está a desenvolver uma campanha de informação, de forma a classificar estas ações como provocatórias, disse o think tank norte-americano Institute for the Study of War (ISW), na sua última atualização sobre a guerra na Ucrânia, a 19 de janeiro.

    Os exercícios batizados Steadfast Defender 2024, que se prolongarão até maio, contarão com a participação de 50 navios de guerra, 80 aviões e 1.100 veículos de combate de todos os tipos.

    90 mil homens: tropas da NATO vão começar maiores exercícios militares em décadas

    Segundo o think tank norte-americano, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo disse “erradamente que os exercícios da NATO têm sido cada vez mais provocatórios e agressivos por natureza”, tendo sublinhado que a Aliança “continua com uma ‘demonstração de força’ à ‘porta’ da Rússia”.

    “O MNE russo afirmou que a Rússia propôs regularmente iniciativas de desescalada à NATO, apelou para abandonar as suas ações provocatórias e transferiu os exercícios militares russos para o interior do país”, continuou.

  • Ucrânia terá abatido quatro dos sete mísseis russos lançados durante a noite

    A Rússia realizou 23 ataques aéreos e 59 bombardeamentos contra a Ucrânia, nas últimas 24 horas, denunciou o General do Estado-Maior das Forças Armada da Ucrânia.

    Já durante a noite, as tropas russas terão lançado sete mísseis Shahed-136/131, tendo a Ucrânia abatido quatro com os sistemas de defesa aérea.

    Além disso, o general revelou que as zonas de Avdiivka, Orlivka e Novomyhajlivka, na região de Donetsk, foram as as mais afetadas.

  • Bombardeamento russo em Donetsk faz dois feridos e danifica 33 casas

    A Rússia terá bombardeado a região de Donetsk 12 vezes nas últimas 24 horas, segundo denunciou o governador, Vadym Filashkin.

    Segundo uma publicação no Telegram, as tropas russas “dispararam três rockets contra Novohrodivka, ferindo duas pessoas e danificando 33 casas particulares e um edifício administrativo”.

    Além disso, no distrito de Kramatorsk, “uma casa em Yampol foi danificada” e as comunidades de Lyman, Torske e Zarichne foram bombardeadas.

    Já no distrito de Bakhmut, foi destruída uma casa e outras nove ficaram danificadas.

    De acordo com o governador, 214 pessoas, incluindo 46 crianças, foram retiradas da linha da frente.

  • Rússia já terá perdido mais de 357 mil soldados desde início da guerra

    As Forças Armadas ucranianas divulgaram hoje o número de mortes nas tropas russas desde o início da guerra, tendo afirmado que a Rússia já perdeu 375.270 soldados, dos quais 750 foram apenas nas últimas 24 horas.

    Além disso, divulgou ainda o número de veículos de guerra destruídos, tendo dito que a Rússia já perdeu 6171 tanques, 11.455 veículos blindados de combate, 11.848 veículos e tanques de combustível, 8.868 sistemas de artilharia, 967 sistemas de foguetes de lançamento múltiplo, 654 sistemas de defesa aérea, 331 jatos militares 324 helicópteros, 6.934 drones, 23 navios e um submarino.

    Estas informações não foram confirmadas por nenhuma fonte independente.

  • Rússia vive desejo de mudança apesar do bloqueio à oposição nas presidenciais — ativista

    O ativista Timofey Bugaevsky defende que na Rússia se vive um desejo de mudança, resultado do descontentamento com a subida dos preços e guerra na Ucrânia, e apesar dos entraves criados aos candidatos da oposição às presidenciais.

    É possível sentir o desejo das pessoas de mudar alguma coisa, utilizando instrumentos legais para mudar o poder. Infelizmente, uma vez que o poder é usurpado, faz tudo o que precisa de fazer através de leis e qualquer nova forma de resistência torna-se rapidamente ilegal”, destacou este ativista russo, membro da Associação de Russos Livres, radicado em Portugal.

    Timofey Bugaevsky sublinhou um “renascimento notório” na sociedade civil russa, com a apresentação de dois candidatos às presidenciais de março: Ekaterina Duntsova e Boris Nadezhdin.

    Duntsova já viu a sua candidatura excluída e o ativista considera que é provável que Nadezhdin também seja impedido às eleições de março, onde o chefe de Estado Vladimir Putin procura um quinto mandato.

    Mas este ativista, radicado em Portugal há mais de dois anos, destaca que Duntzova não está a desistir: “Tentou negociar com o antigo partido da oposição Yabloko para ser nomeada por este, mas Grigory Yavlinsky recusou. Atualmente, Ekaterina está a criar um partido. A equipa de Alexei Navalny [opositor russo preso] tentou 10 vezes registar o partido, o que foi recusado sob vários pretextos”.

    “No entanto, tal como todas as outras atividades sob ditadura, este é um exemplo heroico para outros russos de que é possível e necessário resistir. Recordo que Ekaterina tem três filhos”, apontou.

    Por outro lado, Timofey Bugaevsky alertou para o surgimento nos espaços de informação da filha mais velha de Putin, Maria Vorontsova, o que leva a receios de “uma possível transferência hereditária de poder”.

    A sensação de mudança na Rússia, para este ativista, está assente nos problemas que se acumulam: “os preços estão a subir devido às sanções e à queda do rublo, o sistema de habitação e de serviços públicos, que não foi reparado durante décadas devido à corrupção, está a desmoronar-se”.

    Timofey Bugaevsky frisou ainda que “chegam cada vez mais caixões” da Ucrânia, enquanto a frente de batalha, na guerra motivada pela invasão russa do país vizinho, está estagnada. “Já estão a surgir protestos nas regiões”, garantiu.

    Ainda sobre o conflito, que faz dois anos em fevereiro, o ativista russo, de 42 anos, sublinhou que “há esperança de que a ajuda militar à Ucrânia seja aumentada e que Putin perca finalmente e, como já aconteceu na história, perca o que resta do apoio público devido a uma derrota militar”.

    As sanções do Ocidente impostas a Moscovo devido ao conflito no país vizinho estão a surtir efeito, de acordo com Timofey Bugaevsky, e devem “tornar a guerra mais difícil para a Rússia”.

    “O custo da produção de armas e do recrutamento de voluntários para o Exército russo tem de ser aumentado e esperamos que a política de sanções seja revista e que as sanções visem as empresas de fachada que ajudam a contornar as sanções e fornecem componentes de dupla utilização à Rússia”, acrescentou.

    No lado oposto, ativistas que estão na Rússia têm transmitido que a guerra se tornou, para muitas pessoas, “um trabalho que paga muito bem, especialmente para quem morre na guerra”, lembrou Timofey Bugaevsky.

    Para uma verdadeira mudança de poder na Rússia, Bugaevsky defende que é necessário que “as pessoas façam conscientemente a sua escolha e estejam prontas a defendê-la”.

    “Precisamos de uma imagem do futuro, pela qual haja vontade de lutar. Até agora, estamos a lutar contra isso. É necessário, é importante, mas exige uma vontade forte e, mesmo com ela, podemos cansar-nos de lutar sem sucesso. Se houver um sonho, este inspira-nos”, frisou.

  • Centenário da morte de Lenine sem comemorações oficiais previstas

    O Kremlin silenciou o centenário da morte de Vladimir Lenine, que se assinala domingo, cuja figura se tornou um estorvo para as autoridades, ainda que 47% dos russos tenham uma opinião positiva sobre o fundador da URSS, noticia a Efe.

    Segundo uma sondagem publicada esta sexta-feira pelo Centro de Estudos da Opinião Pública (Vtsiom), citada pela Efe, 36% dos russos consideram que o trabalho de Lenine foi benéfico, enquanto 19% consideram que prejudicou o desenvolvimento do país e 30% entendem que fez coisas negativas e positivas em igual medida.

    O primeiro centenário da morte de Lenine vai acontecer sem a realização de eventos públicos, conferências ou exposições, refere a agência de notícias espanhola, que adianta que a única iniciativa que assinala o aniversário é uma exposição comemorativa na biblioteca do Centro de História Sociopolítica, a norte de Moscovo, com fotos e livros para ‘refrescar’ a memória das gerações mais novas.

    “A maioria dos jovens não sabe muito bem que é Lenine”, disse à Efe um dos bibliotecários.

    Apesar de não haver comemorações oficias, os comunistas vão comemorar o aniversário da morte do fundador da URSS, com uma deslocação à Praça Vermelha para prestar homenagem ao “líder do proletariado” e depositar flores no mausoléu, como fazem todos os anos a 21 de janeiro.

    Falecido em 1924, o corpo de Lenine foi embalsamado e depositado num mausoléu de madeira na praça vermelha, substituído em 1930 por um de pedra vermelha.

    O corpo aí permaneceu, salvo entre 1941 e 1945, em que foi secretamente deslocado para os Urais, como precaução para evitar que caísse nas mãos dos alemães, caso eles conseguissem chegar a Moscovo.

  • Russos protestam domingo em Lisboa e Porto contra “pseudo-eleições” presidenciais

    Um grupo de ativistas russos em Portugal organiza este domingo, em Lisboa e no Porto, comícios de protesto contra o Presidente da Rússia, sendo um dos objetivos denunciar as “pseudo-eleições de março”, em que Vladimir Putin é recandidato.

    Este evento é promovido em pelo menos 120 cidades de 40 países em todo o mundo, pela Fundação AntiCorrupção, fundada pelo opositor russo Alexey Navalny.

    Em Portugal, os comícios são organizados pela Associação de Russos Livres e decorrem este domingo em Lisboa, a partir das 14h, na Praça dos Restauradores, e no Porto, a partir das 13h, na Praça da Batalha.

    Sob o lema “Rússia sem Putin”, além do protesto contra a invasão russa da Ucrânia, os comícios à escala mundial pretendem denunciar as “pseudo-eleições” presidenciais na Rússia, previstas para março e onde o chefe de Estado é recandidato, explicou à agência Lusa Timofey Bugaevsky, um dos membros da associação que nasceu no início de 2023 em Portugal.

    Uma parte importante da campanha contra Putin consiste em difundir a mensagem de que o regime é ilegítimo. Aquilo a que chamam eleições há muito que se transformou numas pseudo-eleições, porque os candidatos da oposição não participam efetivamente, os observadores independentes não são autorizados e os resultados são maciçamente falsificados”, frisou esta ativista.

    Timofey Bugaevsky, de 42 anos, apontou ainda, numa entrevista por escrito à Lusa, que em 2020 a Constituição russa foi alterada e, graças a isso, Putin pôde candidatar-se novamente.

    “Se for eleito este ano, será o seu quinto mandato presidencial. E agora também se realizam nos territórios [ucranianos] ocupados”, alertou.

    Este movimento pretende “envolver o maior número possível de russos na luta ativa contra o regime” e, perante a proximidade das presidenciais na Rússia, os ativistas consideram que “esta é uma ocasião importante para falar”.

    A Associação de Russos Livres organizou em agosto comícios em Lisboa e no Porto sob o lema “Putin é um assassino”, para condenar o regime de Putin e a guerra na Ucrânia.

    Para as manifestações de domingo em Lisboa e no Porto, os ativistas russos esperam uma grande adesão, depois de “quatro meses de trabalho para desenvolver a comunidade”.

    “Há mais pessoas ativas a ajudar a organizar esta manifestação e até conseguimos convidar um famoso convidado do Comité Antiguerra [Marat Gelman]”, frisou Timofey Bugaevsky.

    Para o ativista, há mais de dois anos em Portugal, o principal objetivo do movimento é “aumentar o número de cidadãos ativos” da base da sociedade civil da Rússia. “Em cada grande ação há novas pessoas que se juntam a nós”, garantiu.

    Esta associação de russos em Portugal continua também a organizar protestos semanais junto da Embaixada da Rússia em Lisboa, produzindo vídeos sobre as “iniciativas de luta contra o regime” e difundindo-as ‘online’ para “alcançar o maior número de pessoas”.

    Vladimir Putin está no poder desde 2000 e pretende garantir um quinto mandato presidencial, depois de também ter ocupado o cargo de primeiro-ministro entre 2008 e 2012.

    Segundo as sondagens locais, Putin deverá vencer as eleições presidenciais de março com mais votos face a 2018, quando garantiu cerca de 76% dos sufrágios.

    A oposição russa, cujo líder Alexei Navalny cumpre 30 anos de prisão num estabelecimento penitenciário no Ártico, acusa o Kremlin (Presidência russa) de preparar uma fraude eleitoral através do voto eletrónico, ao qual vão ter acesso um terço dos eleitores recenseados durante os três dias da votação, previstos entre 15 e 17 de março.

1 de 2