As Forças Armadas de Israel (IDF) encontraram vários corpos na Faixa de Gaza, que podem ser de reféns raptados pelos Hamas, avança a imprensa israelita. As últimas informações levaram já as famílias dos reféns desaparecidos a prometer uma resposta para este domingo.

“Nesta fase, as forças ainda estão a operar na zona e a realizar um processo de extração e identificação dos corpos, que durará várias horas”, sublinham as IDF, em comunicado, citado pelo Times of Israel.

Depois do anúncio das IDF, Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas emitiu um comunicado, onde promete uma resposta para este domingo.

“Netanyahu abandonou os reféns. Agora, é um facto”, acusam as famílias. “A partir de amanhã, o país vai tremer. Apelamos ao público para que se prepare. O país irá parar”, avisam, remetendo para domingo de manhã a divulgação de mais detalhes.

O governo israelita aprovou uma trégua humanitária em algumas partes da Faixa de Gaza, com o objetivo de facilitar a campanha de vacinação contra a poliomielite nas crianças palestinianas, escreve o jornal Haaretz.

De acordo com as Forças de Defesa de Israel, como parte da trégua humanitária será permitido que a população palestiniana tenha acesso a centros onde se prestem cuidados de saúde, em áreas designadas.

Um soldado israelita morreu e outros três ficaram feridos este sábado na sequência de um tiroteio entre as Forças de Defesa de Israel (IDF) e membros do Hamas na cidade de Jenin, na Cisjordânia, avança o Times of Israel.

O soldado morto é Elkana Navon, de 20 anos, que fazia parte do 906º Batalhão da Brigada Bislamach. O jovem soldado era natural de Petah Tikva.

Para além da vítima mortal, há ainda a registar mais três feridos entre os soldados israelitas, sendo que um deles se encontra em estado grave.

De acordo com uma investigação inicial das IDF, as tropas israelitas realizavam um ataque em Jenin quando encontraram dois homens armados, considerados membros do grupo terrorista Hamas. Os soldados envolveram-se numa troca de tiros com os membros do Hamas, que acabaram por ser abatidos.

O número de vítimas mortais do bombardeamento desta tarde, perto do hospital al-Ahli Arab subiu para um total de três mortes, número que pode continuar a subir, com a atuação das equipas de resgate no local. A Al Jazeera confirma que, entre os muitos feridos, existem crianças que estavam a ser tratadas no hospital, na altura do ataque.

O Ministério da Saúde da Palestina, sob a alçada da Autoridade Palestiniana, relatou hoje que o raide israelita na cidade e no campo de refugiados de Jenin, no norte da Cisjordânia já matou 22 pessoas, adianta o jornal Haaretz. As IDF começaram a operação militar na Cisjordânia na quarta-feira, declarando como objetivo a destruição de “alvos terroristas”. No raide de hoje, com centenas de soldados, o exército israelita já reivindicou a morte de 14 pessoas, sob acusações de terrorismo.

O representante da Palestina no Reino Unido partilhou nas suas redes sociais um vídeo da destruição em Jenin, depois da passagem das IDF, acusando-as de “terem invadido, matado e ferido dezenas e destruído casas e infraestruturas”.

This is not #Gaza. This is #Jenin earlier today after Israel’s occupation army invaded, killing and injuring dozens and destroying homes and infrastructure. pic.twitter.com/QI4XOdlaNS

— Husam Zomlot (@hzomlot) August 31, 2024

A Sociedade do Crescente Vermelho Palestiniano acusou igualmente as IDF de ataques a civis, escrevendo que, “apesar da coordenação com o Comité Internacional da Cruz Vermelha”, as ambulâncias que entraram em Jenin para prestar auxílio humanitário foram alvo de tiros, bloqueios e buscas, “um processo demorado que põe em risco a vida dos pacientes”. A Al Jazeera relata ainda que, devido a estes bloqueios, o hospital da cidade teve de interromper os serviços diários de hemodiálise.

For the fourth consecutive day, Palestine Red Crescent teams continue to provide humanitarian and emergency services to citizens trapped in the city of #Jenin and its refugee camp. Despite being targeted by gunfire, having their work obstructed, and facing ambulance searches and… pic.twitter.com/Ppyc8YZ19y

— PRCS (@PalestineRCS) August 31, 2024

As tropas israelitas bombardearam hoje uma zona residencial nas traseiras do hospital al-Ahli Arab, na Cidade de Gaza, matando pelo menos duas pessoas e deixando outras feridas.

O jornalista da Al Jazeera no local relatou que se trata de uma zona densamente povoada e que jatos de combate das IDF terão lançado um segundo ataque na mesma localização, enquanto as equipas de emergência procediam aos trabalhos de resgate das vítimas.

O antigo responsável dos serviços de informação do exército israelita, Amos Yadlin, deixou hoje duras críticas à aprovação da permanência de tropas israelitas no corredor de Philadelphi, decisão tomada pelo Gabinete de Guerra na quinta-feira, que gerou uma discussão acesa entre Gallant e Netanyahu.

Alinhado com a posição do ministro da Defesa, Yadlin classificou esta decisão como “inaceitável” e acusou o executivo de não cumprir a sua “obrigação moral de trazer de volta os que foram raptados“, em declarações ao Channel 12, citadas pelo Times of Israel.

“Os reféns foram abandonados”, acusou, deixando um apelo claro ao povo israelita para que saia à rua hoje em protesto contra esta decisão “escandalosa”, para exercer pressão sobre o governo de Benjamin Netanyahu.

As IDF relataram hoje o ataque de um drone proveniente do Líbano, carregado de explosivos. O aparelho caiu na localidade de Beit Hillel, sem se terem registado feridos ou danos, depois de as sirenes de defesa anti-aérea terem soado em várias localidades da região norte de Israel.

Do lado israelita, o exército reivindicou a destruição de um edifício em Markaba no sul do Líbano, com recurso a jatos de combate. No comunicado citado pelo Times of Israel, as IDF declararam que vários membros do Hezbollah tinham sido identificados dentro do edifício.

O responsável da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos acusou hoje Israel de estar a desacreditar o trabalho da ONU, ao “espalhar desinformação como uma arma de guerra em Gaza“.

“Isto não só afeta a reputação da agência, mas acima de tudo põe as vidas dos nossos funcionários em risco“, escreveu Philippe Lazzarini na sua conta de X. Às acusações a Israel, somaram-se críticas à própria Google por escolher o lucro acima dos factos, apelando ainda a uma maior regulação das plataformas digitais e redes sociais.

The spread of misinformation & disinformation continues to be used as a weapon in the war in #Gaza.

As part of its campaign to undermine & discredit @UNRWA, the Government of Israel has been buying ads on @Google to block users from giving donations to the Agency + undertake a…

— Philippe Lazzarini (@UNLazzarini) August 31, 2024

A compra de anúncios por parte de Israel na Google que apresentam alegadas ligações entre a UNWRA e o Hamas, com o objetivo de dissuadir financiadores de contribuir para as campanhas de ajuda humanitária da ONU no enclave palestiniano, foram reveladas pela revista WIRED no início da semana.

Israel comprou anúncios online para alargar campanha contra agência da ONU

O Diretor-Geral da OMS apelou a um cessar-fogo antes dos planos para vacinar 640 mil crianças em Gaza contra a poliomielite.

“As equipas de vacinação contra a poliomielite devem ser protegidas e autorizadas a realizar as próximas campanhas em Gaza em segurança. Apelamos a todas as partes para que garantam a sua proteção, bem como a das instalações de saúde e das crianças”, escreveu Tedros Adhanom Ghebreyesus no X (antigo Twitter).

“As pausas humanitárias são bem-vindas, mas, em última análise, a única solução para salvaguardar a saúde das crianças de Gaza é um cessar-fogo”, acrescentou.

The #polio vaccination teams must be protected and allowed to conduct the upcoming campaigns in #Gaza safely. We urge all parties to ensure their protection, and that of health facilities and children.

Humanitarian pauses are welcome, but ultimately, the only solution to… pic.twitter.com/B8ftmJn22A

— Tedros Adhanom Ghebreyesus (@DrTedros) August 30, 2024

O Ministério da Saúde de Gaza atualizou hoje o número de palestinianos mortos ao longo dos quase onze meses da ofensiva israelita na Faixa de Gaza. 40.691 pessoas foram mortas e 94.060 ficaram feridas, segundo os números partilhados pela Al Jazeera.

Destes milhares, 89 foram mortos e 205 ficaram feridos durante as últimas 24 horas. Desde esta manhã, 34 palestinianos foram mortos em Gaza, 20 deles no ataque ao campo de refugiados de Nuseirat.

Estes números não incluem os palestinianos mortos na Cisjordânia, onde as IDF começaram esta semana uma incursão e onde um raide está a decorrer na cidade de Jenin.

Deir el-Balah é o primeiro local onde a campanha de vacinação terá início. De acordo com a Al Jazeera, os centros de evacuação afiliados à ONU estão a ser equipados com o material médico essencial para iniciar o processo de vacinação no domingo, dia 1 de setembro.

O processo de vacinação terá lugar nos centros de cuidados de saúde primários e em alguns hospitais. A vacinação consistirá em duas gotas de vacina oral e realiza-se em três fases. A primeira terá início na zona central, com a duração de três dias, a segunda em Khan Younis e na parte sul, e a terceira no norte da Faixa.

O ministério da Saúde palestiniano anunciou que Muhammad Ihsan Yaqin Marqa e Zahdi Nidal Abu Afifa foram mortos a tiro pelas forças israelitas no norte da província ocupada da Cisjordânia.

Antes, as forças armadas israelitas já tinham afirmado que as suas tropas mataram a tiro dois palestinianos em dois incidentes distintos no território ocupado.

O raid em Jenin continua. Há relatos de tiroteios entre as forças israelitas e os combatentes palestinianos. De acordo com a Al Jazeera, vídeos provenientes do campo de refugiados mostram danos consideráveis, incluindo numa mesquita.

Os residentes palestinianos continuam a pedir acesso a alimentos, água e paramédicos, que estão a ser obstruídos.

Um bombardeamento israelita matou pelo menos duas pessoas na zona de Shakoush, a oeste de Rafah, informa a Al Jazeera.

Este bombardeamento surge após uma série de ataques mortíferos no sul de Gaza, em particular em Khan Younis, onde várias casas foram atingidas.

A defesa civil de Gaza diz que seis corpos foram recuperados no campo de Nuseirat, avança a Al Jazeera.

A organização afirma no Telegram que as suas equipas recuperaram os corpos de seis palestinianos que foram mortos num ataque de madrugada na área de Al-Hasayna. Do ataque resultaram vários feriados.

A defesa civil extinguiu ainda um incêndio, recuperou dois corpos e auxiliou vários feridos, depois de as forças israelitas terem atacado de madrugada a casa da família Hamad, na zona do Campo 1.