Na Turquia constrói-se um muro, que terá 295 km, para impedir que o cenário de 2015 e 2016 se repita. Os migrantes afegãos andam várias semanas a pé para chegar à fronteira com a Turquia.

Turquia constrói muro para impedir a entrada de migrantes afegãos

A ministra da Defesa espanhola, Margarita Robles, afirmou que há um risco real de um atentado terrorista no aeroporto de Cabul que deve ser encarado como uma ameaça pelas tropas internacionais.

Em entrevista divulgada esta segunda-feira pelo jornal La Sexta, Robles disse que os norte-americanos irão replicar o sistema de transferência de fugitivos do Afeganistão implantado por Espanha, que consiste num transporte aéreo com aeronaves militares entre Cabul e Dubai, complementado por uma linha de voos com aviões comerciais com escala em Atenas.

Sem se expressar claramente a favor ou contra a criação de um exército europeu, a ministra da Defesa de Espanha defendeu a continuação dos trabalhos sobre uma “política de defesa comum”, e destacou: “Todos temos que aprender lições, porque houve um fracasso muito claro”.

Questionada sobre o perfil das pessoas que Espanha está a retirar do Afeganistão, a ministra — sem entrar em pormenores para não colocar em risco as suas famílias que permanecem no seu país — indicou que se trata de “famílias inteiras” com “muitos filhos” e “muitas mulheres”, “poucos homens solteiros” e “algumas mulheres solteiras” que foi possível incluir nos voos.

A ministra espanhola disse que os refugiados afegãos estão a viajar com “pouquíssimos pertences, praticamente apenas com o que trazem vestido e uma pequena mala”.

Os afegãos que quiserem sair do país podem fazê-lo após 31 de agosto em voos comerciais se tiverem a documentação certa, garantem os talibãs.

Respondendo às questões da BBC, o porta-voz do grupo, Suhail Shaheen, esclareceu que os cidadãos poderão continuar a sair do Afeganistão após a retirada de todas as tropas estrangeiras desde que tenham passaporte ou visto emitidos.

“Não vamos colocar obstáculos se tiverem um passaporte emitido. Podem sair em qualquer altura em voos comerciais”, afirmou o responsável, frisando que é o desejo dos talibãs que estes cidadãos permaneçam e ajudem a reconstruir o país.

O aeroporto de Cabul só está funciona para voos militares, o que deverá terminar a 31 de agosto, data limite para todas as tropas estrangeiras deixarem o Afeganistão.

“Queremos que fiquem no país, mas se querem ir, podem ir (…) se tiverem os documentos adequados”, disse ainda.

Suhail Shaheen lembrou que os talibãs não estão disponíveis para alargar o prazo de retirada e que os países que permanecerem no Afeganistão após 31 de agosto irão sofrer as “consequências”.

A Alemanha está à procura de soluções para continuar o processo de retirada do Afeganistão após o fecho do aeroporto.

“Enquanto a situação permitir, queremos manter as linhas aéreas abertas e evacuar pessoas do aeroporto de Cabul”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, em Berlim, citado pela Reuters.

O governo alemão está, no entanto, a pensar já para lá da data limite e à procura de soluções que permitam dar continuidade ao processo de retirada após o encerramento do aeroporto de Cabul.

Os talibãs nomearam um presidente interino para o banco central afegão para tentar combater a instabilidade económica provocada pelos acontecimentos das últimas semanas, foi anunciado.

Haji Mohammad Idris, o escolhido o lugar, irá ajudar a organizar as instituições do estado e a resolver os problemas económicos que afetam a população.

Nas mesmas declarações à TSF, Augusto Santos Silva adiantou ainda que Portugal irá receber mais do que 50 refugiados afegãos.

Os 20 cidadãos portugueses no Afeganistão já foram retirados do país, disse Augusto Santos Silva à TSF.

Segundo o ministro português dos Negócios Estrangeiros, os 20 portugueses, que inicialmente se pensavam serem em menor número, trabalhavam na embaixada da União Europeia e no aeroporto de Cabul.

“Neste momento, todos, os 20, já abandonaram Cabul, a maioria deles para Portugal, embora haja pelo menos um caso de um português que não vivia em Portugal, mas na Austrália”, afirmou.

A UNICEF pediu aos talibãs que assegurassem as condições necessárias para continuar a ajudar crianças necessitadas no Afeganistão.

Num comunicado divulgado esta segunda-feira, a diretora-executiva da UNICEF, Henrietta Fore, garantiu que a organização irá manter-se no Afeganistão “hoje e nos próximos dias”, dando continuidade ao trabalho desenvolvido nos últimos 65 anos junto de mulheres e crianças.

Mas para que este trabalho continue a ser possível é necessário que os talibãs que garantam que a UNICEF e os seus parceiros tenham “acesso seguro, oportuno e sem restrições às crianças em dificuldades onde quer que elas estejam”.

“Além disso, todos os agentes humanitários devem ter espaço para operar em concordância com os princípios humanitários de humanidade, neutralidade, imparcialidade e independência”, pediu a responsável.

“O nosso compromisso com as crianças do Afeganistão é muito claro e o nosso objetivo é garantir que os direitos de cada criança são reconhecidos e protegidos.”

Os Estados Unidos evacuaram cerca de 10.400 pessoas nas últimas 24 horas, anunciou a Casa Branca.

Desde 14 de agosto, os norte-americanos retiram ou ajudara a tirar do Afeganistão 37 mil pessoas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) diz que não consegue fazer chegar medicamentos ao Afeganistão devido às restrições aéreas.

Em resposta às perguntas da Reuters, um porta-voz adiantou que a organização tem 500 toneladas de material médico, incluindo equipamento cirúrgico e medicamentos para curar a pneumonia em crianças, prontas para enviar.

“Estão prontas e planeávamos entregá-las esta semana, mas não temos como o fazer por causa do encerramento do aeroporto a voos comerciais”, explicou.

Para tentar resolver o problema, a OMS está a pedir que os aviões vazios que tenham como destino o Afeganistão passem primeiro pelo seu armazém no Dubai para recolher o material.

Os talibãs recuperaram os três distritos conquistados por milícias afegãs no norte do Afeganistão na semana passada, foi anunciado esta segunda-feira.

Segundo o porta-voz do grupo, o domínio de Bano, Deh Saleh e Pul e-Hesar, na província de Baghlan, foi assegurado e as forças talibãs estão agora posicionadas junto ao vale de Panshir, onde a Frente Nacional de Resistência se reúne.

A conquista de Bano, Deh Saleh e Pul e-Hesar foi o primeiro sinal de resistência desde que os talibãs entraram em Cabul e assumiram o governo do país, lembra a Reuters.

A resistência em Panshir está disponível para “negociar” com os talibãs e “procurar a paz” antes de avançar para qualquer tipo de luta armada, disse Ali Nazary à BBC.

O porta-voz da Frente Nacional de Resistência (FNR) apelou aos talibãs para que iniciassem negociações “sinceras”, garantindo que a FNR está pronta para “resistir” caso seja necessário.

Os talibãs anunciaram esta segunda-feira terem cercado as forças da resistência em Panshir, mostrando-se disponível para chegar a um acordo de paz com as forças lideradas por Ahmad Massoud, filho do comandante Ahmed Shah Massoud, que foi assassinado em 2001 pela Al-Qaeda.

O ministro da Defesa britânico diz que é uma questão de “horas” e “não de semanas” até o plano de evacuação de cidadãos britânicos no Afeganistão estar concluído.

Ben Wallace confirmou que o primeiro-ministro Boris Johnson vai tentar convencer os Estados Unidos a alargarem o prazo de retirada das tropas durante a cimeira dos G7, que se realiza esta terça-feira, mas esclareceu que a presença britânica acaba com a norte-americana.

“É importante que as pessoas percebam que os Estados Unidos têm mais de seis mil pessoas no aeroporto de Cabul e que se elas saírem a estrutura sairá com elas. Teremos de ir também”, disse, de acordo com a Sky News.

“Acho que não existe qualquer hipóteses de ficarmos depois dos Estados Unidos”, afirmou ainda.