A Rússia promete que vai responder ao aparente bloqueio dos meios de comunicação social estatais russos na rede social Telegram em vários países da União Europeia (UE), classificando a situação como um “ato de censura política”.

Os canais na plataforma Telegram da agência de notícias Ria Novosti, dos canais de televisão Rossiya 1, Pervy Kanal e NTV e dos jornais Izvestia e Rossiïskaïa Gazeta estão inacessíveis desde domingo e, segundo os próprios meios de comunicação social, os canais foram bloqueados em França, Bélgica, Polónia, Países Baixos, Grécia e Itália.

“A limpeza sistemática do espaço de informação de qualquer fonte de informação indesejada continua”, denunciou a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova.

Considerando tratar-se de uma “campanha permanente de repressão contra os meios de comunicação russos em quase todos os países da União Europeia”, Maria Zakharova garantiu que “estes e outros ataques semelhantes contra os meios de comunicação social (russos) não ficarão sem resposta por parte da Rússia”.

“Reservamo-nos o direito de responder da mesma forma”, acrescentou, criticando o “ato de censura política” que diz contrariar aos direitos fundamentais.

As autoridades da UE e o Telegram ainda não comentaram os alegados bloqueios, mas desde o início da ofensiva russa na Ucrânia que Bruxelas tem adotado restrições aos meios de comunicação russos.

O Presidente da Ucrânia adiantou, este domingo, que os EUA estão a preparar uma “decisão importante” de apoio à Ucrânia que implicará um “pacote de apoio significativo” para os combatentes. O anúncio, espera Zelensky, deverá ser feito na segunda-feira.

“São medidas que têm efetivamente protegido a Ucrânia ao longo destes anos de guerra. Este apoio é destinado a reforçar os esforços de estabilização nas linhas da frente neste momento”, afirmou, na habitual mensagem de vídeo.

Zelensky indicou também que estão a ser feitos esforços para garantir que a Ucrânia mantém o apoio de outros parceiros internacionais.

A Polónia está disponível para aumentar as exportações de eletricidade para a Ucrânia se a Eslováquia suspender o fornecimento, como ameaçou fazê-lo. A notícia é avançada pela g.

A Eslováquia ameaçou cortar esse fornecimento caso a Ucrânia não renove o acordo que tem com a Rússia (cuja validade terminal no final do ano) que permite o trânsito de gás russo em direção a vários países europeus.

Fonte oficial polaca revelou à Bloomberg que o país estará disponível para substituir-se à Eslováquia no fornecimento de eletricidade de reserva, se for necessário.

Volodymyr Zelensky acusou o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, de estar a cumprir ordens da Rússia ao ameaçar cortar o fornecimento.

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, criticou este domingo a proposta dos EUA para estabelecer a paz na Ucrânia e afastou liminarmente o cenário de forças europeias de manutenção da paz em solo ucraniano.

“Não estamos certamente satisfeitos com as propostas apresentadas pelos representantes da equipa do presidente eleito”, disse Lavrov, citado pela agência russa TASS. No entanto, o governante expressou “vontade” de ver a Rússia se envolver com a nova administração dos EUA para encontrar uma solução para a Ucrânia, desde que Washington dê o “primeiro passo”.

O Wall Street Journal tinha adiantado recentemente que a equipa de Donald Trump poderá impor um prazo de pelo menos 20 anos até à adesão da Ucrânia à NATO, em troca do fornecimento contínuo de armas ocidentais e do destacamento de forças de manutenção da paz europeias.

A ministra alemã dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock, mostra-se preocupada com a ameaça causada pela denominada “frota sombra” da Rússia e apelou a um reforço de sanções contra Moscovo.

“Quase todos os meses há navios que danificam cabos submarinos importantes no Mar Báltico”, referiu Baerbock ao grupo de comunicação social alemão Funke, acrescentando: “As tripulações dos navios lançam âncoras à água, arrastam-nas durante quilómetros pelo fundo do mar sem razão aparente e, depois, perdem-nas quando as puxam para cima”.

Baerbock expressou muitas dúvidas que a série de incidentes registados nos últimos meses com cabos submarinos possa ser coincidência. “É uma chamada de atenção urgente para todos nós. Num mundo digitalizado, os cabos submarinos são as artérias de comunicação que mantêm o nosso mundo unido”, sublinhou.

O ministro da Defesa da Ucrânia, Rustem Umerov, adiantou este domingo que o país conseguiu praticamente 150 milhões de euros (156 milhões de dólares) em financiamento de países parceiros para reforçar a sua indústria de defesa.

O governante ucraniano indicou que os fundos irão apoiar a produção de drones, mísseis e artilharia de longo alcance, considerados fundamentais para a estratégia de defesa da Ucrânia na guerra contra a Rússia.

A Dinamarca contribuiu com a maior fatia desta verba, ao contratualizar acordos no valor de 111 milhões de euros. Por sua vez, França concedeu uma subvenção de 29 milhões de euros para reforçar as capacidades de segurança e defesa da Ucrânia, enquanto a Lituânia atribuiu cerca de 10 milhões para o apoio ao desenvolvimento da indústria militar ucraniana.

“Agradeço aos nossos parceiros pelo seu importante apoio e contribuição para o reforço das capacidades de defesa da Ucrânia”, declarou Umerov.

A Ucrânia registou mais crianças entre as vítimas da guerra com a Rússia nos primeiros nove meses deste ano do que durante todo o ano de 2023, segundo um relatório da Unicef.

A agência internacional das Nações Unidas destacou 2024 como um dos piores anos de sempre ao nível da segurança infantil em zonas de conflito em todo o mundo.

“This must not be the new normal.” – @unicefchief

In 2025, we must do more to turn the tide and save and improve the lives of children.

Full statement: https://t.co/InCsNiXwJi pic.twitter.com/keO0W9hGqU

— UNICEF (@UNICEF) December 28, 2024

A Unicef reportou que mais de 473 milhões de crianças — mais de uma em cada seis a nível mundial — vivem atualmente em zonas afetadas por guerras e que o mundo regista o maior número de conflitos desde a Segunda Guerra Mundial.

O pedido de desculpa do presidente russo, Vladimir Putin, pelo “trágico incidente” que levou à queda do avião da Azerbaijan Airlines representou uma admissão de responsabilidade, considerou Joe Biden.

Questionado pelos jornalistas se Putin devia assumir a responsabilidade pelo desastre de quarta-feira que provocou 38 mortes e 29 feridos, o presidente dos Estados Unidos foi claro: “Aparentemente, ele assumiu, mas não falei com ele nem com a minha equipa”.

As autoridades regionais ucranianas revelaram que múltiplos ataques russos noturnos causaram dois mortos e 14 feridos.

A Rússia lançou 10 drones desde a Crimeia e seis mísseis S-300/S-400 a partir do oblast de Belgorod, segundo a Força Aérea da Ucrânia. Os sistemas antiaéreos e unidades móveis de fogo das defesas ucranianas conseguiram abater nove drones sobre o oblast de Mykolaiv.

A Rússia terá perdido 785.930 soldados na Ucrânia desde o início da guerra em 24 de fevereiro de 2022, segundo avançou este domingo o Estado-Maior das Forças Armadas ucranianas.

Os dados das forças armadas da Ucrânia incluem já 1.730 baixas entre as tropas russas apenas no sábado.

O relatório ucraniano indica ainda que a Rússia terá também perdido 9.656 tanques, 19.981 veículos blindados de combate 21.450 sistemas de artilharia, 369 aviões, 329 helicópteros, 21.038 drones, 28 navios e um submarino.