A Ucrânia anunciou a retirada de crianças e dos seus pais de várias zonas da região de Donetsk, no leste do país, onde a Rússia tem reivindicado avanços nos últimos dias.

“O inimigo está a bombardear cidades e aldeias todos os dias nestas zonas. Por conseguinte, foi decidido retirar as crianças com os seus pais ou outros representantes legais“, afirmou o governador da região de Donetsk, Vadym Filachkine, citado pela agência France-Presse (AFP).

O governador apresentou ainda uma lista de localidades em zonas em que a Rússia diz ter conquistado terreno.

Durante este sábado, Moscovo anunciou que conquistou uma nova aldeia nesta região. No seu relatório diário, o Ministério da Defesa da Rússia afirmou que capturou a aldeia de Novosselivka Persha, na região oriental de Donetsk — palco da maior parte dos combates.

A aldeia está localizada a cerca de 20 quilómetros da cidade de Avdiivka, capturada por Moscovo em fevereiro deste ano.

O Presidente da Ucrânia anunciou este domingo a chegada de aviões caça F16 ao país e disse que se trata do início de “um novo capítulo” para a Força Aérea ucraniana, segundo a CNN Internacional.

“Tivemos centenas de reuniões e negociações para fortalecer as capacidades da nossa aviação e defesa aérea”, disse Volodymyr Zelensky numa base aérea nos arredores de Kiev. “Ouvimos muitas vezes a resposta de era impossível”, continuou. “Agora é uma realidade. F-16 estão na Ucrânia. Estou orgulhoso de todos os nossos homens que estão a lidar com estes aviões e já os começaram a usa,r para o nosso país.”

Desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, que a Ucrânia pede ajuda aos outros países com o fornecimento destes aparelhos para se proteger do ataqe da Rússia. O Presidente agradeceu aos parceiros, em especial à Dinamarca, Países Baixos e Estados Undidos, os primeiros a aceitarem o seu pedido para estes aviões. Este último país aprovou a transferência de F-16 em agosto do ano passado.

“Agora é um novo capítulo para a Força Aérea ucraniana. Fizemos muito para garantir que a Força Aérea ucraniana mudava para um novo padrão de aviação, aviões de combate ocidentais.”

Desde fevereiro de 2022, a Ucrânia já destruiu mais de 8000 alvos aéreos russos, detalhou o Comandante da Força Aérea do país, Mykola Oleshchuk, citado pelo Kyiv Independent.

“Em dois anos e meio, a Força Aérea destruiu mais de 8000 alvos aéreos inimigos: centenas de aviões e helicópteros, milhares de mísseis cruzeiro e drones. Os pilotos ucranianos realizaram mais de 20.000 missões de combate”, escreveu Oleshchuk na aplicação Telegram.

A Rússia tem recrutado voluntários estrangeiros para combater contra a Ucrânia, nomeadamente egípcios, que são enviados para a região de Kharkiv, de acordo com o Grupo Tático Operacional “Kharkiv”, citado pelo Kyiv Independent.

“O inimigo está a recrutar voluntários estrangeiros, em particular cidadãos egípcios, para combater”, garantiu este grupo.

Sabe-se que a Rússia tem como “alvo” de recrutamento países como Cuba, Cazaquistão, Somália e Nepal, devido ao facto de serem países em situações económicas mais fragilizadas.

No final de junho, um prisioneiro de guerra nepalês capturado disse às autoridades ucranianas que mais de 3000 nepaleses poderão ter-se juntado ao exército russo, escreve o Kyiv Independent.

Já em maio, uma investigação da BBC divulgava documentos que indicavam que a Rússia estava a coagir cidadãos cubanos a alistarem-se, atraindo-os com um salário de 2000 dólares mensais e a atribuição de um passaporte russo poucos meses após se alistarem.

O comissário ucraniano para os direitos humanos, Dmytro Lubinets, pediu ao Comité Internacional da Cruz Vermelha e às Nações Unidas que investiguem uma imagem que circulou pela internet no passado sábado.

Isto porque, de acordo com o comissário, na imagem vê-se um prisioneiro de guerra ucraniano a ser morto e desmembrado pelas forças russas, escreve a agência Reuters.

“Uma fotografia, provavelmente de um provavelmente de um prisioneiro ucraniano cuja cabeça e membros foram curados pelos russos, apareceu na internet”, escreveu o responsável numa mensagem enviada pelo Telegram.

O comissário acrescentou que, após ver “estas imagens horríveis” apelou “urgentemente ao Comité Internacional da Cruz Vermelha e à ONU para que registem mais uma violação dos direitos humanos“.

O procurador-geral da Ucrânia anunciou depois que tinha sido iniciada uma investigação urgente a este caso e acusou Moscovo de “repetir constantemente os crimes dos nazis”.