O Irão terá recusado os apelos dos Estados Unidos e dos países árabes para moderar a resposta a Israel, na sequência do assassinato, em Teerão, do líder político do Hamas, avança o Wall Street Journal.

No sábado, o Irão disse aos diplomatas árabes que não se importava se a resposta desencadeasse uma guerra, de acordo com pessoas familiarizadas com as conversas e que foram ouvidas pelo jornal norte-americano.

Já os Estados Unidos, que não têm relações diplomáticas com o Irão, pediram aos países europeus que transmitissem uma mensagem a Teerão no sentido de evitar a escalada do conflito.

O chefe da diplomacia italiana, Antonio Tajani, organizou uma reunião com os seus homólogos do G7 para abordar a tensão no Médio Oriente e apelou a que se evitem quaisquer gestos que encorajem uma nova escalada.

“Juntamente com os nossos parceiros, manifestámos grande preocupação com os recentes desenvolvimentos que ameaçam provocar uma regionalização da crise, começando pelo Líbano”, afirmou Tajani numa nota após a reunião.

A Itália exerce a presidência rotativa do G7, que junta os sete países mais industrializados do mundo: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 apelaram “às partes envolvidas para que desistam de qualquer iniciativa que possa impedir o caminho do diálogo e da moderação e encorajar uma nova escalada”.

No comunicado divulgado no final, Tajani salientou que o G7 reafirmou o seu apoio ao Plano Biden, reiteraram a prioridade de uma conclusão bem-sucedida das negociações de cessar-fogo em Gaza e da libertação dos reféns.

“E confirmamos o nosso compromisso de intensificar a assistência humanitária às populações da Faixa de Gaza, também no domínio do programa ‘Alimentos para Gaza’”, continuou Tajani.

“Recomenda-se ainda aos nacionais que se encontram no Irão que, em podendo, se ausentem do país até que situação regresse a um clima de menor risco”, lê-se no comunicado publicado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) no Porta das Comunidades Portuguesas.

A pasta liderada por Paulo Rangel vai mais além e indica que os portugueses que estão no país devem “abster-se imperiosamente de participar em qualquer tipo de manifestação ou ajuntamento e afastar-se de ruas e zonas em que decorram”.

O MNE pede ainda aos portugueses que estejam no Irão para “comunicarem a sua presença no país para o email da Secção Consular Embaixada de Portugal em Teerão (sconsular.teerao@mne.pt), dando nota do respetivo itinerário e dos seus contactos de emergência”.

Já no inicio da manhã deste domingo, numa nota enviada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros à Rádio Observador, o Governo desaconselhava qualquer deslocação para esta região, garantindo ainda estar a acompanhar todos os portugueses que se encontram no Médio Oriente.

O número de mortos no ataque às escolas Hassan Salameh e Al Nasr, na cidade de Gaza, já aumentou. Até ao momento, foram retirados pelo menos 30 corpos.

A informação foi avançada pela Defesa Civil de Gaza e citada pela Al Jazeera. De acordo com mensagens das equipas de salvamento partilhadas no Telegram, há cerca de 16 desaparecidos nos escombros da escola Al Nasr.

O ministro da Saúde palestiniano na Cisjordânia, Dr. Maged Abu-Ramadan, disse à imprensa que Gaza está à beira de uma crise de saúde pública. Acrescentou que se há mais de 100 mil casos de hepatite B registados no território, numa grande discrepância perante os 85 que diz ter havido no ano passado, noticia o jornal Haaretz.

O ministro alertou também para a disseminação de outras doenças infecciosas transmitidas por via respiratória, assim como para doença de pele e para a ameaça do vírus da poliomielite.

As Forças de Defesa israelitas ordenaram a evacuação do sul de Khan Younis, no sul da faixa de Gaza, para concretizarem uma operação. Os residentes devem dirigir-se para uma zona humanitária em Muwasi, segundo o Haaretz.

Ataques israelitas às escolas Hassan Salameh e Al Nasr na cidade de Gaza terão causado a morte a 25 palestinianos e vários feridos, segundo dá conta a Aljazeera com informação de meios palestinianos. O jornal Haaretz escreve que o exército israelita já tinha confirmado o ataque às escolas, tendo como alvos membros do Hamas que estariam escondidos naqueles locais.

O exército israelita diz ter descoberto um túnel com dimensões suficientes para a passagem de veículos, entre elas três metros de altura, na fronteira entre Gaza e o Egipto no início da semana passada.

O túnel está a ser estudado por uma unidade especial de engenheiros antes de ser destruído, segundo acrescenta a Aljazeera.

????EXPOSED: 3-Meter-High Terrorist Tunnel in the Area of the Philadelphi Corridor:

In recent operational activity, IDF troops eliminated dozens of tunnel routes in the area of the Philadelphi Corridor, and continue to locate additional ones. A three-meter-high tunnel was… pic.twitter.com/3U0ICFS6Es

— Israel Defense Forces (@IDF) August 4, 2024

O Governo português afirma que está a acompanhar os portugueses que estão no Médio Oriente e desaconselha deslocações para esta região em conflito.

É o que indica uma resposta enviada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros à Rádio Observador, numa altura em que vários países aconselham os respetivos cidadãos a saírem do Líbano o mais depressa possível perante um escalar das tensões no Médio Oriente.

A Rádio Observador contactou o Ministério dos Negócios Estrangeiros português para perceber se também vai emitir uma recomendação no mesmo sentido. A resposta enviada pelo gabinete de Paulo Rangel lembra que desde abril que Portugal desaconselha deslocações para esta zona do Médio Oriente sobretudo para países como Líbano ou Irão.

A nota indica que esta recomendação “mantém-se em pleno”.

Os ataques israelitas mataram hoje 12 pessoas em Gaza, incluindo quatro que estavam abrigadas num campo de deslocados dentro de um complexo hospitalar.

Um ataque israelita atingiu hoje um acampamento de deslocados que no pátio do Hospital dos Mártires de Al-Aqsa, matando quatro pessoas, incluindo uma mulher, e ferindo várias outras, informou o Ministério da Saúde de Gaza.

Um jornalista da agência noticiosa Associated Press (AP) filmou homens a acorrerem ao local para ajudar os feridos e a recolher corpos, enquanto tentavam apagar o fogo. O hospital de Deir al-Balah é a principal instalação médica a funcionar no centro de Gaza, onde milhares de pessoas se abrigaram depois de terem fugido das suas casas no território devastado pela guerra.

Um outro ataque destruiu uma casa no norte de Gaza, matando pelo menos oito pessoas, incluindo três crianças, os seus pais e a avó, segundo o ministério. Outro ataque israelita contra uma escola transformada em abrigo na cidade de Gaza, no sábado, matou pelo menos 16 pessoas e feriu outras 21, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, que anunciou hoje o balanço total de mortos.

Os militares israelitas, que acusam regularmente os militantes palestinianos de se abrigarem em zonas civis, afirmaram ter atingido um centro de comando do Hamas. Israel afirma que tenta evitar ferir civis, mas os militares raramente comentam os ataques individuais, que muitas vezes matam mulheres e crianças.

O Ministério da Saúde de Gaza não faz distinção entre civis e militantes nos seus registos.

Duas pessoas morreram num num atentado palestiniano com faca em Holon, na periferia de Telavive. O agressor, um palestiniano residente na Cisjordânia, foi abatido por um agente da polícia na rua Moshe Dayan, onde o incidente teve lugar, de acordo com um comunicado da polícia israelita.

Segundo o serviço de socorro israelita Magen David Adom e um hospital próximo, uma mulher de 70 anos e um homem de 80 foram mortos no ataque à facada e dois outros homens ficaram feridos. A polícia disse que o ataque foi perpetrado por um militante palestiniano, que foi “neutralizado”, e que estava a decorrer uma busca por outros suspeitos.

Os socorristas disseram que os feridos foram encontrados em três locais diferentes, cada um a cerca de 500 metros de distância, aumentando as preocupações de que mais de um agressor estivesse envolvido.

O ataque ocorreu no auge das tensões no país e na região, na sequência do assassínio do líder do movimento islamita palestiniano Hamas Ismail Haniyeh e depois de o grupo ter apelado para a população da Cisjordânia “fazer com que a ocupação [israelita] e aliados paguem o preço pelos seus crimes”, entre outras mensagens que exaltam o recurso à violência.