Momentos-chave
- Terminou a audição a Catarina Sarmento e Castro
- Vale de Judeus. "Não tive notícia de que as torres fizessem falta", disse Catarina Sarmento e Castro
- Catarina Sarmento e Castro elenco as obras iniciadas pelo governo anterior nas prisões. "São obras concretas, não é um sonho"
- CDS-PP pergunta à ex-ministra se sabia que sistema de infravermelhos da prisão de Vale de Judeus nunca funcionou
- Isabel Moreira volta a recusar conclusões retiradas rapidamente e critica "crónicas de fugas anunciadas"
- Sarmento e Castro diz que o sistema prisional foi das áreas a que mais de dedicou. "Estive no terreno a ver as dificuldades"
- Ex-ministra da Justiça diz que orçamento da DGRSP aumentou quase 20% em 2024
- Começa a audição a Catarina Sarmento e Castro
- "No século XXI, já não há prisões com torres", diz Francisca Van Dunem
- Ex-ministra lembra que foram investidos mais de 4,5 milhões de euros em sistemas de CCTV, incluindo em Vale de Judeus
- Van Dunem defende legado e lembra que entraram quase 400 guardas prisionais em 2017
- "A sobrelotação persegue-nos há anos", diz ex-ministra, que lembra que população prisional foi reduzida enquanto foi governante
- Bloco de Esquerda quer saber por que razão Portugal tem prisões sobrelotadas
- Partido Socialista defende que nada indica que fuga resulte de "responsabilidades passadas"
- Ex-ministra diz que câmaras de Vale de Judeus têm sensores de movimento
- Francisca Van Dunem rejeita responsabilidade na desativação das torres de vigia
- Ex-ministra diz que prisão de Vale de Judeus não tinha falta de guardas nem "problema de segurança"
- Iniciativa Liberal chamou ex-ministra para perceber que medidas foram tomadas perante o estado do sistema prisional
- Ex-ministra da Justiça Francisca Van Dunem já está na sala
- Termina audição de Rui Abrunhosa e de Pedro Veiga Santos
- Rui Abrunhosa: "Não comento as afirmações da senhora ministra"
- Antigo subdiretor: "Houve falhas, tenho de assumir. E essas falhas são minhas"
- Bloco de Esquerda: "Se havia guardas suficientes, como é que isto aconteceu?"
- PSD pede esclarecimentos sobre a discrepância das informações dadas pelos sindicatos e pelos antigos representantes dos Serviços Prisionais
- Antigo subdiretor dos Serviços Prisionais admite erros. "Estas são falhas minhas. Tenho de assumir responsabilidades"
- Rui Abrunhosa: "Não ponho em causa o trabalho e o brio dos senhores guardas prisionais, mas é preciso apurar responsabilidades"
- Rui Abrunhosa defende que o número de guardas no dia da fuga era suficiente
- Chega quer saber se a demora do alerta "comprometeu a recaptura dos indivíduos"
- PS quer saber "se foram instaurados processos judiciais"
- Mariana Leitão fala de fuga em "circunstâncias caricatas" e pede esclarecimentos sobre rede eletrificada
- Rui Abrunhosa e Pedro Veiga Santos já estão na sala
- Sindicatos desmentiram Rui Abrunhosa sobre funcionamento de redes eletrificadas
Histórico de atualizações
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Montenegro responde a Pedro Nuno: “A proposta do PS é radical e inflexível”
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Terminou a audição a Catarina Sarmento e Castro
Hora e meia depois, terminou a audição à ex-ministra da Justiça.
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Vale de Judeus. "Não tive notícia de que as torres fizessem falta", disse Catarina Sarmento e Castro
Já na parte final da audição, a ex-ministra da Justiça referiu que nunca lhe foi comunicada a necessidade de reativar as torres em Vale de Judeus enquanto exerceu funções.
“Não tive notícia de que as torres fizessem falta e nunca me foi solicitado que se construíssem novas torres”, disse Catarina Sarmento e Castro, referindo que falou várias vezes com o ex-diretor-geral de Reinserção e Serviços Prisionais, Rui Abrunhosa.
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Catarina Sarmento e Castro elenco as obras iniciadas pelo governo anterior nas prisões. "São obras concretas, não é um sonho"
A ex-ministra da Justiça salientou, perante os deputados, as obras que foram autorizadas pelo anterior governo nas prisões portuguesas.
“Foi preciso olhar para o estabelecimento prisional de Lisboa, que tem quase 140 anos, e que faz com que sejamos condenados pelas instâncias internacionais. [Por outro lado], hoje em Tires existe um pavilhão novo que ficou pronto –e se não está pronto, a responsabilidade é de quem está agora”, disse Catarina Sarmento e Castro, perante as críticas ruidosas dos deputados do Chega, da IL e do CDS-PP.
“Estão em obra os pavilhões em Alcoentre e em Sintra. No Linhó, o pavilhão está terminado. São obras concretas, não é um sonho. Aqui tratou-se de por as mãos à obra e ser realista”, disse a professora universitária, defendendo o legado que deixou ao atual governo.
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CDS-PP pergunta à ex-ministra se sabia que sistema de infravermelhos da prisão de Vale de Judeus nunca funcionou
O deputado do CDS-PP João Almeida questionou Catarina Sarmento e Castro sobre as declarações feitas hoje pelo ex-diretor-geral das prisões, Rui Abrunhosa, e quis saber se a ex-ministra sabia que “o sistema de infravermelhos” da prisão de Vale de Judeus nunca funcionou.
“Sabia que havia um sistema de vídeo com 200 câmaras, e que um guarda prisional tinha de monitorizar 200 câmaras ao mesmo tempo?”, questinou também o deputado.
João Almeida perguntou também à ex-ministra sobre a taxa de execução do plano de investimentos nas prisões (de 700 milhões de euros) e acusou a ex-ministra de ser responsável pela não aplicação no terreno do reforço de verbas na área da Justiça.
“As verbas não foram aplicadas. Isso só reforça a responsabilidade de quem tutelava a área”, disse o deputado centrista.
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Isabel Moreira volta a recusar conclusões retiradas rapidamente e critica "crónicas de fugas anunciadas"
A deputada do PS Isabel Moreira voltou a recusar (tal como já tinha feito na audição de Francisca Van Dunem) as conclusões em relação às causas da fuga de Vale de Judeus retiradas rapidamente, numa crítica aos partidos que relacionam o incidente com as más condições da prisão e com a segurança da mesma.
“Temos dificuldade em encontrar autenticidade neste debate. A primeira prioridade é perceber o que se passou naquele dia. Não se podem aceitar nexos de causalidade. Tudo o que sejam crónicas de fugas anunciadas, dizendo que as causas estavam estabelecidas (e que os reclusos fugiram por causa das condições do estabelecimento prisional) é inaceitável”, disse Isabel Moreira.
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Sarmento e Castro diz que o sistema prisional foi das áreas a que mais de dedicou. "Estive no terreno a ver as dificuldades"
A ex-ministra da Justiça Catarina Sarmento e Castro garantiu ter “olhado de forma especial” para a área das prisões, tendo aplicado um modelo plurianual de investimentos de 700 milhões de euros a 10 anos.
A atual professora universitária lembrou que fez “30 visitas a estabelecimentos prisionais”. “Eu estive lá. Tive ocasião de provar a comida em Ponta Delgada. Estive no terreno a ver as dificuldades”, salientou a ex-ministra.
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Ex-ministra da Justiça diz que orçamento da DGRSP aumentou quase 20% em 2024
Catarina Sarmento e Castro garante foi feito um reforço orçamental significativo da Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais em 2024, com um reforço do orçamento de 19%.
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Começa a audição a Catarina Sarmento e Castro
A ex-ministra da Justiça Catarina Sarmento e Castro, que exerceu funções entre 2022 e 2024, já está na Assembleia da República para ser ouvida sobre a fuga de Vale de Judeus.
A deputada da Iniciativa Liberal Mariana explica que o objetivo do requerimento apresentado pelo partido é perceber o “que ficou por fazer” na transição de pasta de Francisca Van Dunem e o “que foi feito” durante os últimos dois anos pelo governo anterior.
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Terminou a audição a Francisca Van Dunem
Segue-se agora a audição da antecessora de Rita Júdice, a ex-ministra da Justiça Catarina Sarmento e Castro, que também será ouvida na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias sobre a fuga de Vale de Judeus.
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"No século XXI, já não há prisões com torres", diz Francisca Van Dunem
A ex-ministra da Justiça considera que, em prisões que não sejam de alta segurança, o recurso a torres de vigia para impedir a fuga de reclusos é uma solução “obsoleta”.
“No século XXI já não há prisões com torres, a não ser em prisões de alta segurança. É um sistema obsoleto”, defendeu Francisca Van Dunem.
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Ex-ministra lembra que foram investidos mais de 4,5 milhões de euros em sistemas de CCTV, incluindo em Vale de Judeus
Francisca Van Dunem salientou que os executivos de que fez parte autorizaram o investimento de 4,5 milhões de euros em sistema de videoviglância para as prisões, tal como era sugerido no relatório que foi pedido sobre o estado do sistema prisional.
“Investimos 4,5 milhões de euros entre 2016 e 2020 em todos os estabelecimentos prisionais do país”, incluindo em Vale de Judeus, sublinhou a ex-ministra.
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Van Dunem defende legado e lembra que entraram quase 400 guardas prisionais em 2017
A ex-ministra da Justiça diz que, quando tomou posse, percebeu que o corpo da guarda prisional estava “depauperado” e, por isso, o governo de que fez parte decidiu reforçar o contingente.
“Em 2017, abrimos concurso que permitiu entrada de 400 guardas prisionais. E regulárizámos os efetivos”, sublinhou Francisca Van Dunem, acrescentando que foram preenchidos mais de 380 dessas vagas.
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"A sobrelotação persegue-nos há anos", diz ex-ministra, que lembra que população prisional foi reduzida enquanto foi governante
Francisca Van Dunem reconheceu que a sobrelotação é um problema do sistema prisional mas lembrou que o governo de que fez parte tomou medidas para resolver o problema.
“A sobrelotação persegue-nos há anos. Há uma incongruência entre a estrutura da sociedade portuguesa e os níveis de encarceramento. Foi nessa altura que fizemos uma primeira intervenção penal que retirou das prisões um conjunto de pessoas que iam presas ao fim de semana. E em resultado dessa medida, a população prisional desceu de 14 para 12 mil, acabando com a sobrelotação global”, disse a ex-ministra.
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Bloco de Esquerda quer saber por que razão Portugal tem prisões sobrelotadas
O deputado do Bloco de Esquerda Fabian Figueiredo está a fazer perguntas à ex-ministra da Justiça, entre as quais por que motivo há zonas do país com prisões sobrelotadas.
“Temos de perguntar por que há zonas do país claramente sobrelotadas e quem são essas pessoas. Em Portugal, cumprem-se penas três vezes superior à media europeia”, sublinhou o deputado, salientando que “um quinto da população prisional está detida por crimes relacionados com a dependência”.
Fabian Figueiredo perguntou ainda se Francisca Van Dunem considera importante reverter a fusão que foi feita dos serviços prisionais e da reinserção na atual Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais.
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Partido Socialista defende que nada indica que fuga resulte de "responsabilidades passadas"
A deputada do PS Isabel Moreira defendeu, na sua intervenção, que não existem factos que indiquem que a fuga de cinco reclusos de Vale de Judeus “resulte de responsabilidades passadas”.
“Os reclusos fugiram agora e não enquanto a senhora ministra foi ministra. E são reclusos perigosos”, sublinhou a deputada socialista, acrescentando que o que é urgente é “a captura destes reclusos” e não o apuramento de responsabilidades.
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Ex-ministra diz que câmaras de Vale de Judeus têm sensores de movimento
Francisca Van Dunem revelou aos deputados que, antes de comparecer hoje no Parlamento, procurou informar-se junto de pessoas no sistema prisional e apurou que “o sistema de CCTV estava dotado de sensores de movimento”.
“É um mecanismo que determina que, sempre que há um movimento, há um alerta”, disse a ex-ministra da Justiça, dizendo desconhecer o que falhou no caso da fuga de Vale de Judeus. A juíza conselheira jubilada ressalvou, ainda assim, que os guardas que estão a operar o sistema de CCTV “não têm de vigiar tudo”.
Van Dunem acrescenta que o sistema instalado em Vale de Judeus prevê que, “em caso de movimento, as câmaras acionem imediatamente a câmara principal” para destacar essas imagens na sala de controlo. “Esta é a técnica normal”, diz a ex-ministra, acrescentando que saber se esse sistema funcionou, ou não, como previsto “é matéria que não está esclarecida” e justifica uma “sindicância técnica” àquele equipamento.
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Francisca Van Dunem rejeita responsabilidade na desativação das torres de vigia
A ex-ministra da Justiça diz que, nos sete anos em que esteve à frente do Ministério da Justiça, “não houve uma decisão política de derrubar torres” e salientou que, quando iniciou funções (em 2015), “a prisão [de Vale de Judeus] já tinha sistema de CCTV mas não havia torres de vigia”.
Francisca van Dunem lembrou que “as torres de vigia têm uma função de vigilância periférica” e que defendeu que “é preciso saber em que medida as funções das torres foram transferidas para as câmaras de vigilância”.
Van Dunem conta que, em 2015, quando assumiu funções, “já não havia torres de vigia em vale de judeus” e que “o que existia, ao fim de muitos anos de degradação”, eram “ruínas, ferros, argamassa” de uma estrutura que representava “risco de utilização”.
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Ex-ministra diz que prisão de Vale de Judeus não tinha falta de guardas nem "problema de segurança"
Francisca Van Dunem diz que, enquanto esteve em funções, não identificou “um problema relacionado com o modelo de segurança do edifício” na prisão de Vale de Judeus e garante que a prisão não tinha falta de guardas prisionais.
“Os dados que temos apontam para que o problema não estava relacionado com o número de efetivos. Não identificámos um problema relacionado com o modelo de segurança do edifício. Não havia torres de vigia, mas havia um sistema de CCTV, mas desconhecemos as características do sistema e as suas qualidades”, disse a ex-ministra da Justiça.
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Iniciativa Liberal chamou ex-ministra para perceber que medidas foram tomadas perante o estado do sistema prisional
A deputada Mariana Leitão, da Iniciativa Liberal (partido que apresentou o requerimento para ouvir Francisca Van Dunem), esclareceu que o partido decidiu chamar a ex-ministra da Justiça para “perceber o que motivou a necessidade do diagnóstico [feito ao sistema prisional], o que foi feito, que medidas foram tomadas e o que está por fazer para que se evite que situações como Vale de Judeus se voltem a repetir”.
Mariana Leitão lembrou que “há problemas estruturais no nosso sistema prisional e diversas fragilidades identificadas ao longo tempo”, como sobrelotação, “não existência de políticas para intervir em certas grupos de reclusos”, condições de habitabilidade degradadas, desinvestimento dos recursos humanos. E lembrou que “parte das soluções passavam pelo encerramento de prisões, construção de novas, reabilitações de três deles”