Momentos-chave
- Durão Barroso duvida de "solução definitiva de paz" e avisa que UE deve preparar-se para guerra
- Dezenas de soldados ucranianos desertaram formações em França
- Varsóvia defende “regresso às fronteiras internacionalmente reconhecidas”
- Zelensky diz que Rússia já sofreu mais de 38 mil baixas em Kursk
- Rússia quer "reação clara" da comunidade internacional após ataque ucraniano a central nuclear
- Ucrânia atacou maior porto comercial na Rússia
- Macron defende que Kiev seja realista sobre questões territoriais
- Presidência bielorrussa desmente Zelensky: "Não há nada pelo qual possamos pedir desculpa"
- Agência Internacional de Energia Atómica alerta para explosões e tiros junto a central nuclear
- Forças russas afirmam que controlam a totalidade da cidade de Kurakhove no Donbass
- Medvedev sobre entrevista: "Todo o povo russo despreza o bastardo Zelensky"
- Estados Unidos vão aplicar um novo e "pesado" pacote de sanções contra frota fantasma russa
- Blinken considera que avanços ucranianos em Kursk são importantes para possíveis negociações de paz
- "Putin não ama o povo, só o seu circulo próximo", acusa Zelensky
- Zelensky não sabe se vai concorrer a um segundo mandato
- Zelensky diz que Lukashenko lhe pediu desculpa ao telefone: "Foram lançados mísseis da Bielorrússia, mas foi Putin. Eu não estou no comando"
Histórico de atualizações
-
Bom dia.
Este liveblog será arquivado. Pode continuar a acompanhar os desenvolvimentos da guerra na Ucrânia nesta nova página, que agora abrimos.
Fique connosco!
Líder da Igreja Ortodoxa Russa diz que o Ocidente está a tentar “sufocar” Moscovo
-
Enviado de Trump à Ucrânia adia visita a Kiev para depois de tomada de posse
O enviado especial de Donald Trump para o conflito na Ucrânia, Keith Kellogg, adiou a sua visita a Kiev para depois da tomada de posse do republicano no dia 20 de janeiro, avança a Reuters.
O antigo tenente-general norte-americano tinha anunciado uma viagem à capital ucraniana para o início de janeiro, tal como a outras capitais europeias, mas não revelou as razões do adiamento.
-
Durão Barroso duvida de "solução definitiva de paz" e avisa que UE deve preparar-se para guerra
O antigo presidente da Comissão Europeia José Manuel Durão Barroso disse esta segunda-feira duvidar de uma “solução definitiva de paz” que termine o conflito na Ucrânia e defendeu que a União Europeia tem de estar preparada para a guerra.
“Não acredito, e digo-o com muita pena, que num futuro previsível haja qualquer hipótese de uma paz consolidada, estável, uma arquitetura de defesa e de segurança consolidada, estável, credível, na Europa, que haja uma verdadeira reconciliação entre a Rússia de [Vladimir] Putin e a Ucrânia democrática que temos hoje”, disse hoje Durão Barroso, intervindo em Lisboa na sessão de alto nível, dedicada aos desafios da União Europeia (UE), no primeiro de três dias de Seminário Diplomático.
Para o antigo presidente da Comissão Europeia (2001-2011), “não haverá essa hipótese”.
“Poderá haver, e seria melhor que houvesse do que nada, uma separação de forças, uma trégua, um cessar-fogo, mas parece-me pouco provável, para não dizer quase impossível, uma solução definitiva de paz”, comentou.
A “consequência imediata” é, sustentou, que a Europa “deve continuar a reforçar a sua própria Defesa” e comece a “dar os primeiros passos” para constituir “uma verdadeira política de Defesa europeia”.
-
Dezenas de soldados ucranianos desertaram formações em França
“Dezenas” de soldados ucranianos abandonaram os postos de formação em França, afirma um oficial do exército francês à agência France-Presse.
Contudo, o militar sublinha que o número de desertores continua a ser “marginal”, “dado o volume de pessoas que receberam a formação”.
O oficial francês acrescenta que enquanto o país não “penaliza desertores”, os soldados ucranianos foram sujeitos a um regime disciplinar “imposto pelo comando ucraniano”.
-
Varsóvia defende “regresso às fronteiras internacionalmente reconhecidas”
O ministro dos Negócios Estrangeiros polaco, Radoslaw Sikorski, defendeu hoje “o regresso às fronteiras internacionalmente reconhecidas” da Ucrânia, deixando a porta aberta a possíveis concessões territoriais “por iniciativa da Ucrânia”.
“A Polónia considera que a solução mais natural e sustentável seria o regresso às fronteiras internacionalmente reconhecidas”, declarou o ministro, durante uma conferência de imprensa com o homólogo francês, Jean-Noël Barrot, em Paris.
“Qualquer outra solução deverá ser da iniciativa da própria Ucrânia”, acrescentou, recordando que o Presidente russo, Vladimir Putin, “negociou pessoalmente e ratificou o tratado de fronteiras entre a Rússia e a Ucrânia em 2004”.
“A Ucrânia merece a paz, precisa da paz. Mas uma paz em condições justas. Não uma capitulação”, sustentou Sikorski.
-
Zelensky diz que Rússia já sofreu mais de 38 mil baixas em Kursk
Exatamente cinco meses depois da ofensiva ucraniana na região de Kursk, Volodymyr Zelensky diz que a Rússia já sofreu mais de 38 mil baixas em combate, “das quais 15 mil são irrecuperáveis”.
Na sua mensagem diária, o Presidente da Ucrânia reforça também a prioridade em defender o território de Pokrovsk, na região de Donetsk. “O exército precisa de mais mudanças sistémicas internas para que, a todos os níveis das Forças de Defesa, a gestão das pessoas se torne eficaz”, afirma Zelensky.
-
Um morto e nove feridos em ataque russo a autocarro em Kherson
Uma pessoa morreu e outras nove ficaram feridas depois de um drone russo ter atacado um autocarro na região de Kherson, na Ucrânia, informa o administrador militar regional, Oleksandr Prokudin, citado pela agência Ukrinform.
-
Rússia quer "reação clara" da comunidade internacional após ataque ucraniano a central nuclear
Moscovo quer uma “reação clara” e uma “avaliação objetiva” da comunidade internacional, depois do ataque ucraniano à central nuclear de Zaporíjia este domingo. O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia acredita que Kiev “vai continuar com práticas tirânicas se não receber uma resposta adequada e decisiva a nível mundial”.
“Esperamos uma avaliação objetiva e uma reação clara sobre este assunto por parte da liderança da IAEA, especialmente porque os ataques de 5 de janeiro tiveram lugar literalmente diante dos olhos dos especialistas da agência na central nuclear de Zaporizhzhya”, afirma Maria Zakharova, na rede Telegram.
-
Ucrânia atacou maior porto comercial na Rússia
Ust-Luga, o maior porto comercial na Rússia, foi alvo de um ataque com drones, orquestrado pelo Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU).
“O terminal de Ust-Luga é um dos principais hubs logísticos no Mar Báltico. É a partir deste porto que a Rússia vende o seu petróleo e gás natural, utilizando a frota sombra”, afirma uma fonte do SBU, citada pela agência Ukrinform.
Um vídeo partilhado no YouTube revela um dos drones a atingir um reservatório de gás, resultado em danos materiais que deverão demorar “pelo menos um mês” a restaurar. O ataque “conduzirá, sem dúvida, a perturbações nas operações do terminal”, escreve a agência.
Os drones ucranianos deslocaram-se mais de 900 km na noite do dia 4 de janeiro e “estiveram muito perto” de São Petersburgo.
-
Macron defende que Kiev seja realista sobre questões territoriais
O Presidente francês defendeu esta segunda-feira que os ucranianos devem “ter discussões realistas sobre questões territoriais” para encontrar uma solução para o conflito desencadeado pela invasão russa em 2022, num momento em que Kiev enfrenta uma situação desfavorável no terreno.
“Os ucranianos devem ter discussões realistas sobre as questões territoriais e só eles as podem liderar”, disse Emmanuel Macron durante a reunião anual com embaixadores franceses no Palácio do Eliseu para definir as principais linhas de política externa, numa altura em que a Rússia, que tomou posse de cerca de 20% do território da Ucrânia, está a intensificar as suas conquistas no leste do país.
Os europeus terão, no entanto, de “criar garantias de segurança” para a Ucrânia, frisou o chefe de Estado francês, acrescentando ainda: “Os Estados Unidos da América têm de nos ajudar a mudar a natureza da situação e a convencer a Rússia a sentar-se à mesa das negociações”.
“O próprio Presidente norte-americano eleito [Donald Trump] sabe que os Estados Unidos não têm hipótese de ganhar nada se a Ucrânia perder”, disse Macron, argumentando que a capitulação da Ucrânia não é benéfica nem para os europeus nem para os norte-americanos. O líder francês vincou ainda que a “credibilidade” do Ocidente seria “abalada” se aceitasse compromissos devido ao “cansaço” do conflito.
-
Presidência bielorrussa desmente Zelensky: "Não há nada pelo qual possamos pedir desculpa"
A porta-voz da presidência bielorrussa, Natalya Eismo, recusou hoje a versão do Presidente ucraniano de que Alexander Lukashenko pediu desculpa a Volodymyr Zelensky nos primeiros dias de guerra, por causa dos ataques oriundos da Bielorrússia contra a Ucrânia na fase inicial do conflito.
Citada pelo jornal RBC, Natalya Eismo garantiu que Alexander Lukashenko “não apresentou quaisquer pedidos de desculpa a Zelensky, pela simples razão de que não há nada em que possamos pedir desculpa”.
Ainda assim, Natalya Eismo confirmou a chamada telefónica entre Volodymyr Zelensky e Alexander Lukashenko nos primeiros dias de guerra.
No entanto, a porta-voz explicou que a chamada se deveu às “emoções do filho mais novo do Presidente bielorrusso, Nikolai Lukashenko”, que “tinha o contacto pessoal de Volodymyr Zelensky”.
Natalya Eismo afirmou ainda que Alexander Lukashenko aconselhou o Presidente ucraniano a encetar negociações com a Rússia.
-
Berlim vai enviar para a Ucrânia mais de 180 mil munições para armas antiaéreas Gepard
A Ucrânia vai receber 180 mil munições para as armas antiáreas Gepard, anunciou em comunicado a fabricante de armamento alemã Rheinmettal.
A encomenda vai ser financiada pela Alemanha e consiste em munições HEI-T (munições altamente explosivas e incendárias, na sigla em inglês).
Segundo o jornal ucraniano Kyiv Indepedent, desde do inicio da invasão russa, a Alemanha já enviou 55 Gepards para a Ucrânia. O tanque antiáereo que, que já não é usado pelas forças armadas alemãs, tem desempenhado um papel chave na defesa ucraniana, em particular contra ataques de drones.
-
Zhakarova acusa Zelensky de admitir as suas ligações "corruptas" com o Ocidente
A porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros russo acusou esta segunda-feira Zelensky de ter laços corruptos com os Estados Unidos para garantir armamento para “roubar e matar”.
Citada pela agência noticiosa russa TASS, Maria Zhakharova considerou que Volodymyr Zelensky fez declarações “terroristas”,”neonazis” e “delirantes” na entrevista que este concedeu ao podcaster Lex Fridman.
-
Agência Internacional de Energia Atómica alerta para explosões e tiros junto a central nuclear
Um grupo de observadores da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) destacados na Ucrânia relatou ter ouvido ontem fortes explosões perto da central nuclear ucraniana em Zaporijia.
Segundo a AIEA, as explosões coincidem com relatos de um ataque com ‘drones’ contra o centro de treino da central.
Segundo observadores internacionais, a intensidade das atividades militares nas proximidades da maior central nuclear da Europa, aumentou durante o fim de semana. Além das explosões, também foram ouvidos tiros de metralhadora.
O diretor-geral da AIEA apelou à “máxima contenção” para evitar o “perigo claro” contra a segurança.
-
Forças russas afirmam que controlam a totalidade da cidade de Kurakhove no Donbass
O ministério da Defesa da Rússia anunciou esta segunda-feira que as suas forças controlam por completo a cidade de Kurakhove, a 32 quilómetros a sul de Pokrovsk, um dos centros logísticos mais importantes da região, que Moscovo tenta conquistar há meses.
De acordo com a agência Reuters, os militares russos consideram a tomada de Kurakhove, após semanas de intensos combates, uma grande vitória que pode facilitar o avanço russo na região de Donetsk.
As autoridades ucranianas não confirmam a perda da cidade e dizem apenas,que estão a tomar medidas para enfrentar a ofensiva russa na cidade, segundo o Moscow Times.
Kurakhove, era antes da guerra uma cidade industrial, com uma população que rondava as 22 mil pessoas e alberga uma central eléctrica.
-
Medvedev sobre entrevista: "Todo o povo russo despreza o bastardo Zelensky"
O antigo Presidente russo e atual vice-presidente do Conselho de Segurança reagiu à entrevista de Zelensky ao podcaster Lex Fridman insultando o líder ucraniano na rede social russa VKontakte (VK).
Medvedev chamou ao Presidente ucraniano “criatura verde” e “bastardo” e afirmou todo o povo russo o odeia. O responsável russo prometeu que o seu povo se vingará do “líder ilegítimo” da Ucrânia, e que as represálias não acabarão com a queda do regime ucraniano.
-
Estados Unidos vão aplicar um novo e "pesado" pacote de sanções contra frota fantasma russa
Os Estados Unidos estão prestes a lançar um “grande pacote de sanções contra a frota fantasma russa e entidades ligadas a esta”.
Segundo a agência Reuters, responsáveis norte-americanos dizem que o novo pacote de sanções vai ser dos maiores desde o início da guerra.
Os norte-americanos pretendem penalizar entidades e indivíduos responsáveis pelos petroleiros que transportam crude russo para o vender acima do limite de 60 dólares (cerca de 58 euros) por barril estipulado pelo G7 em finais de 2022.
-
Blinken considera que avanços ucranianos em Kursk são importantes para possíveis negociações de paz
O secretário de Estado norte-americano defendeu esta segunda-feira, na Coreia do Sul, que a ofensiva ucraniana em Kursk é importante para a posição negocial de Kiev em possíveis conversações de paz.
Antony Blinken espera que seja acordado em breve um cessar-fogo na Ucrânia, mas que tal não será satisfatório para as ambições imperialistas de Putin.
“As suas ambições imperiais mantêm-se inalteradas, e o que ele [Putin] quer é recompor as forças e voltar a atacar a certa altura,” disse Blinken citado pela AFP, apelando ainda ao uso de mecanismos de dissuasão adequados para proteger a Ucrânia de futuras agressões.
Com Mariana Marques Tiago
-
"Putin não ama o povo, só o seu circulo próximo", acusa Zelensky
O Presidente da Ucrânia acusou Vladimir Putin de repetir na Ucrânia o que aconteceu na Chechénia e atirou que os povos da Rússia foram “escravizados”.
Segundo Zelensky, a invasão de Moscovo resultou, até ao momento, em 780 mil baixas russas. O governante ucraniano acusa ainda a Rússia de sacrificar os seus jovens numa invasão injusta.
“Ele [Putin] está a enviar rapazes de 18 anos para morrerem na guerra como se o país dele estivesse a ser invadido por fascistas. Ele é que invadiu o nosso país”, criticou Zelensky na entrevista de 3 horas que deu ao podcaster norte-americano Lex Fridman.
Here's my conversation with Volodymyr Zelenskyy (@ZelenskyyUa).
It was an intense and heartfelt conversation, my goal for which was to do my small part in pushing for peace.
We spoke in a mix of 3 languages: English, Ukrainian, and Russian. It's fully dubbed in each of those 3… pic.twitter.com/2zoxM0FG89
— Lex Fridman (@lexfridman) January 5, 2025
-
Zelensky não sabe se vai concorrer a um segundo mandato
Na mesma entrevista a Lex Fridman, o Presidente da Ucrânia afirmou que não sabe se vai concorrer a um segundo mandato quando forem realizadas as eleições presidenciais. O país devia ter ido a votos em maio do último ano, mas o ato eleitoral não se realizou devido à lei marcial que ainda está em vigor.
O líder ucraniano sublinhou que ter eleições presidenciais em plena guerra só vai dividir os ucranianos e garantiu que os ucranianos terão oportunidade de votar no próximo Presidente “imediatamente após o fim da lei marcial”.
“Não sabemos realmente o que vai acontecer” disse ao podcaster.
Here's my conversation with Volodymyr Zelenskyy (@ZelenskyyUa).
It was an intense and heartfelt conversation, my goal for which was to do my small part in pushing for peace.
We spoke in a mix of 3 languages: English, Ukrainian, and Russian. It's fully dubbed in each of those 3… pic.twitter.com/2zoxM0FG89
— Lex Fridman (@lexfridman) January 5, 2025
Com Mariana Marques Tiago