Momentos-chave
Histórico de atualizações
  • O Liveblog de hoje fica por aqui. Obrigada por nos ter acompanhado. Amanha regressaremos antes das 10h para acompanhar em direto o segundo dia da discussão do programa de governo de Passos e Portas e que será também o dia da queda deste Executivo, com a aprovação da primeira moção de rejeição que vier a ser apresentada por parte da oposição de esquerda. Tenha uma boa noite.

  • "Usurpação" e "manigância" face ao silêncio de Costa

    “Usurpação”, acusou Paula Teixeira da Cruz. “Manigância”, chamou Telmo Correia. O primeiro dia do debate do programa de Governo de Passos e Costa ficou marcado pelas acusações do PSD e CDS a António Costa por ter negociado com o PCP e BE para derrubar esta terça-feira o atual Governo e assumir depois, se o Presidente lhe der posse, o comando de um novo Governo.

    António Costa, neste primeiro dia, remeteu-se ao silêncio. Falará apenas na terça-feira depois de apresentar na mesa da Assembleia uma moção de rejeição do atual programa de Governo.

  • No final do debate, o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, afirmou que lhe repugna que o secretário-geral do PS, António Costa, não tenha dado uma palavra ao país no primeiro dia de debate do Programa do Governo.

    “Repugna-me mesmo, e assumo as palavras, repugna-me que algum dirigente político, ainda por cima com a pretensão de ser primeiro-ministro, mesmo perdendo as eleições, não tenha uma palavra ao país num dia como o de hoje. É um atentado à democracia”, declarou Luís Montenegro aos jornalistas, no parlamento, no final do primeiro dia de debate do Programa do Governo.

    O líder parlamentar do PSD considerou que esse comportamento não está “à altura da história do PS” e acrescentou: “Eu acho que hoje aqueles que foram secretários-gerais do PS, que tiveram responsabilidades de liderança no PS, se estão a contorcer todos, estejam lá onde estiverem, a assistir a este comportamento arrogante, prepotente e indigno para a democracia”.

    Lusa

  • Os trabalhos na Assembleia da República terminam por hoje, mas amanhã serão retomados logo pela manhã. Também na sessão de terça-feira serão apresentadas e votadas as moções de rejeição ao programa de Governo. 

  • Mota Soares chama a atenção "das companhias com que [PCP e BE] andam"

    Mota Soares responde agora aos pedidos de esclarecimento colocados pelos deputados.

    Começa por notar que não existem em Portugal só dois setores, o privado e o público. “Há também o setor da economia social”, que procura dar resposta às necessidades da sociedade e que inclui as misericórdias, ipss, cooperativas, etc. E lembra que no governo socialista anterior foram “congeladas todas as pensões, incluindo as mínimas”, mas que nessa altura não ouviu a voz da deputada comunista Rita Rato, como ouviu agora.

    “Quem congelou todas as pensões não foi este governo, foi o governo do PS”, diz, sublinhando que o diz “para chamar a atenção das companhias com que agora [a esquerda] anda”.

  • Rita Rato (PCP): "Desemprego, pobreza e emigração são a marca deste Governo"

    Rita Rato do PCP começa por cumprimentar Pedro Mota Soares que, diz, é “o ministro da pobreza, do desemprego e da caridade”. “Desemprego, pobreza e emigração são a marca deste governo e jamais se livrará desta responsabilidade“, acusa a comunista. “Este Governo e esta política foram derrotados pela luta dos trabalhadores” e pelo povo português.

  • Jorge Falcato, deputado bloquista, faz a sua primeira intervenção em plenário, e escolhe o tema dos lares residenciais e da falta de apoio a pessoas com deficiência que precisam de “mais de 30 horas de assistência” permanente mas que não têm dinheiro para pagar a uma pessoa para cuidar deles. E lembra a greve de fome protagonizada há dois anos pelo tetraplégico Eduardo Jorge, que lutava pelo direito a uma vida independente. Jorge Falcato, também ele paraplégico, nota que o Govenro fala no seu programa de apoio à vida independente, mas não explica como – e nota que há dois anos o Governo prometeu melhorias a Eduardo Jorge, mas nada fez.

    “Está na hora de ir embora, amanhã o Governo dará lugar a uma nova esperança para as pessoas com deficiência”, diz.

  • Jorge Machado (PCP): "A realidade, a luta dos trabalhadores e do povo impôs-se à propaganda do Governo"

    É a vez de Jorge Machado do PCP reagir à intervenção de Pedro Mota Soares. O comunista acusa o ministro de ter andado “quatro anos a repetir a mesma conversa. Bom, o senhor ministro tem um problema insanável com realidade” quando diz que “combateu as injustiças e as desigualdades sociais”

    O deputado comunista começou, depois, a enumerar as conquistas deste Governo: 1.100 milhão portugueses desempregados, “80% do emprego criado no nosso país é precário”, promoção de “emprego gratuito” e corte de “direitos dos trabalhadores”. Mais: este Governo é responsável pelo “pior agravamento da pobreza alguma vez registado desde o fascismo”, acusou.

    Por isso, diz Jorge Machado, Pedro Mota Soares “insiste em negar a realidade”. “Mas a realidade, a luta dos trabalhadores e do povo impôs-se à propaganda do Governo”.

  • Agora toma a palavra Adão Silva, PSD. 

    Aproveitando a deixa de Helena Roseta, o deputado afirma que a segurança social pública continua a estar defendida no programa do Governo, apesar de admitir que tem de haver uma contratualização pública com os privados. E pede ao primeiro-ministro para dar mais informação sobre a dinâmica nova entre os Estado e as instituições de solidariedade social. 

    Respondendo a Carlos César, que tinha invocado as questões do combate à pobreza e exclusão social, Adão Silva destaca o aumento das pensões mínimas e rurais proposto pelo Governo, em contraponto com a proposta da esquerda de aumentar “apenas 0,3%” estas pensões.

  • Seguem-se oito pedidos de esclarecimento ao ministro da Segurança Social. Começa Helena Roseta, PS.

    “Aquilo que pretendem não é mais do que promover transferências nunca antes registadas do Estado para instituições privadas na saúde, educação, etc, e isso é a antecâmara da privatização da segurança social”, diz a deputada socialista. Helena Roseta critica o facto de não haver uma única referência a “direitos sociais” no programa de Governo.

  • Mota Soares, ministro da Segurança Social, sobe ao púlpito para discursar à hora dos noticiários da noite para falar sobre o “sólido programa de emergência social” e das IPSS que “ajudaram a ajudar quem mais precisa”.

    Lembrando que o atual Governo aumentou “as pensões mínimas, sociais e rurais para mais de 1 milhão de portugueses”, o ministro do CDS defendeu que este Governo ajudou as pessoas que “mais precisaram” face a um memorando que foi “negociado pelo PS”.

    “Portugal tem níveis de desigualdades sociais inaceitáveis, níveis que conseguimos estancar em valores de 2011. Se as desigualdades não se agravaram isso deve-se a opções políticas claras de pedirmos o esforço adicional de quem mais dispunha”, explicou.

    E elencou as medidas neste âmbito que o programa de Governo contém:

    — aumentar as pensões mínimas, sociais e rurais

    –repor 4º e 5ª escalões do abono de família

    –plano nacional de combate ao insucesso escolar

    –aprofundar a rede local de intervenção social

    –mais contratualização com instituições sociais

    –continuação da devolução dos hospitais às misericórdias

    –combate ao desemprego

    Com a “troika de esquerda”, as pensões serão aumentadas em 0,3% quando o atual Governo promete 1% por ano, sustentou Mota Soares, acusando ainda “o frentismo de esquerda” de “vender gato por lebre” ao querer repor os 4º e 5º escalões de IRS que desapareceram em 2011 ainda com o PS.

  • Paula Teixeira da Cruz responde às perguntas. Começa pelo PEV. “Sabe que se há pessoa que conhece a Constituição sou eu. Nenhum de vocês leu a Constituição do princípio ao fim”, afirma, gerando um coro de protestos. Cita o artigo 8ª que leva Portugal a cumprir os tratados internacionais. De seguida, acusa o PEV de nunca terem anunciado uma coligação pós-eleitoral durante a campanha.

    “Vê-se que o sr. deputado não sabe contar porque se soubesse contar contaria 2 milhões de votos na coligação”, acrescentou.

  • Verdes: PSD e CDS estão desorientados e em pânico com a aliança PS/BE/PCP?

    José Luís Ferreira, d’Os Verdes, também acena com a Constituição para dizer que “não tem” de ser o partido mais votado nas eleições a formar Governo. E, por isso, pergunta: as reações de sociais-democratas e centristas são “pânico” e “desorientação?

  • Pedro Delgado Alves: o PS tinha a obrigação de "rejeitar, recusar e derrubar o atual Governo"

    “Conhece a Constituição da República Portuguesa? Nós temos bons indícios de que não conhece”, começa por dizer o socialista Pedro Delgado Alves em resposta a Paula Teixeira da Cruza.

    O deputado rebate as acusações da ministra – que acusou o PS de estar a protagonizar um “embuste eleitoral” – para defender que este era um processo democrático natural. Além disso, o PS tinha de respeitar a vontade dos seus militantes e “rejeitar, recusar e derrubar o atual Governo“.

  • PS, BE e PCP "serão julgados pela história e pelo povo português", diz Paula Teixeira da Cruz

    Paula Teixeira da Cruz, ex-ministra da Justiça, toma agora a palavra para dizer que a “possível rutura de um consenso” tem um “significado político” e um “impacto enorme que se vai sentir a um prazo” durante muito tempo “sobre a vida das pessoas, empresas e da economia” portuguesa.

    A ministra da Justiça aproveitou para lembrar A herança do Executivo de José Sócrates, “uma governação irresponsável do PS”, e os desafios que o Executivo de Pedro Passos Coelho teve de enfrentar nos últimos quatro anos. 

    Agora, se esta aliança se concretizar, continua Teixeira da Cruz, socialistas, bloquistas e comunistas “serão julgados pela história e pelo povo português”, depois de “terem engendrado um dos maiores e mais perigosos embustes da democracia portuguesa”

    Esta “fação que se quer apropriar do poder”, insiste a governante, vai concretizar “um primeiro e fatal passo para a radicalização do país”.

    Paula Teixeira da Cruz lembra o 25 de novembro para fazer um paralelismo com o presente: PS, Bloco e PCP estão a tentar tomar o poder, acusa a titular da pasta da Justiça. Mas “os portugueses não vão deixar” que o país enfrente “um novo resgate” provocado pela governação socialista, apoiada por BE e PCP.

    Sinais de debilidade económica que, para Teixeira da Cruz, já se estão a sentir, com a subida dos juros e a queda na bolsa. Muitos deputados da oposição começaram a rir e a ministra da Justiça reagiu: “Riam, riam, senhores deputados que depois vão chorar”. A aliança entre PS, Bloco e PCP “é uma caixa de pandora” e “uma usurpação eleitoral” que vão hipotecar as chances do país.

  • PAN só anuncia amanhã como vai votar moção

    André Silva, deputado do PAN, fez esta segunda-feira a sua estreia em debate parlamentar. Ao Observador, o deputado diz que só amanhã vai anunciar a sua posição face à moção de rejeição ao Governo. “Queremos dignificar os dois dias de debate e esperamos ainda ter oportunidade de colocar mais questões ao Governo”, disse o deputado do Pessoas-Animais-Natureza, afirmando que é importante conhecer o texto das moções para saber como o partido vai votar.

    Sobre o programa de Governo apresentado pelo PS, André Silva confirmou que já olhou para ele, mas ainda não teve tempo para o analisar. “Ainda não é um documento final e muitas questões que interessam ao PAN ainda não estão vertidas naquelas medidas anunciadas e que devem resultar do entendimento com outros partidos. Um programa de Governo é muito mais do que aquelas medidas”, disse o deputado.

    O PAN está concentrado na conferência de líderes desta quarta-feira que vai decidir sobre a atribuição de tempos ao partido, já que por ser apenas um deputado, não constitui um grupo parlamentar e, por isso, está limitado na sua intervenção na Assembleia da República – nomeadamente para intervir em plenário. Apesar de ter colocado várias questões ao primeiro-ministro durante o debate desta tarde, André Silva considera Passos Coelho “fugiu” a algumas questões como os espétaculos tauromáquicos ou as alterações climáticas.

  • Carlos César: coligação "deve ter vergonha do programa que já cá está"

    “É pena que esta Assembleia esteja a ser” constantemente “fustigada por considerações pessoais” e “ataques”, começa por dizer Carlos César para responder a Hugo Soares e Telmo Correia. O líder da bancada parlamentar socialista lembra os resultados eleitorais para dizer que a coligação não tem condições para governar depois de não ter conseguido chegar a qualquer acordo. 

    Posto isto, Carlos César insiste: só o PS consegue oferecer ao país “um Governo estável, consistente e com maioria no Parlamento”. E acrescenta: se Telmo Correia está tão interessado em discutir o programa do Governo do PS é porque “deve ter vergonha do programa que já cá está“.

  • Na resposta, Carlos César sintetizou em sete conclusões. São elas:

    1. “O PSD foi o partido mais votado”;
    2. “A coligação de direita teve o segundo pior resultado”;
    3. A coligação de direita “perdeu 700 mil votos”
    4. “Os senhores deixaram de ter maioria para por si só constituírem governo”;
    5. “Para serem Governo, tinham de fazer um acordo com o PS”
    6. “Não conseguiram um acordo nem com o PS, nem com o BE, nem com o PCP”;
    7. “O PS tem a responsabilidade de garantir que o país não fique sem Governo e tem por isso a responsabilidade de assumir uma alternativa de Governo em consonância com os apelos do Presidente da República”.

    Depois, virando-se para Telmo Correia, César ironizou dizendo que o deputado centrista “só pode ter vergonha” do programa que se está a debater uma vez que só questionam sobre o programa do PS.

  • O debate aquece. Telmo Correia conseguiu irritar a esquerda e agora Carlos César faz subir o tom dos protestos das bancadas do PSD e CDS. O presidente do Parlamento, Ferro Rodrigues, deixa correr o debate sem chamar a atenção para os apartes.

  • Telmo Correia: "O vosso resultado foi muito poucochinho, Dr. António Costa"

    É a vez de Telmo Correia do CDS, que começa por acusar de António Costa de “arrogância” por não querer debater com Pedro Passos Coelho.

    O centrista diz que o PS ainda não assumiu duas coisas: que os últimos anos foram “consequência do estado em que o PS deixou o país” e nem tampouco assumiu os resultados eleitorais. Telmo Correia aproveitou para apresentar várias capas de jornais que davam Passos Coelho e a coligação como os grandes vencedores das eleições. “O vosso resultado foi muito poucochinho, Dr. António Costa“. 

    Telmo Correia afirma que nada mudou e que PS, Bloco de Esquerda e PCP continuam tão distantes como sempre. A aliança, diz o centrista, é apenas uma “tentativa desesperada” de Costa para sobreviver no poder. E, para isso, o PS colocou-se “nas mãos do comité central do PS”. Foi uma intervenção dura com várias críticas aos socialistas. “Contem-nos o que diz o acordo”, pede, por fim, Telmo Correia. “Isto parece uma manigância e gostaríamos de conhecer o teor dessa manigância“.

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