O Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), em Lisboa, vai mostrar, a partir do próximo dia 18, pela primeira vez, ao público, “mais de três centenas de obras de todas as coleções”, foi esta terça-feira divulgado.

“Esta é a grande exposição da próxima temporada, que abrange um período cronológico desde a Antiguidade egípcia ao século XIX, e inclui várias disciplinas artísticas, desde a escultura à pintura, passando pela cerâmica, ourivesaria, têxteis, vidro, etc.”, disse à Lusa o diretor do MNAA, António Filipe Pimentel.

A escultura de uns leões ptolomaicos, que corresponde à dinastia que reinou no Antigo Egipto, entre 305 e 30 antes de Cristo, e um óleo de Columbano Bordalo Pinheiro, do século XIX, constituem as balizas cronológicas da exposição, que inclui autores nacionais e estrangeiros.

Entre o que vai ser mostrado pela primeira vez ao público, o diretor referiu uma coleção de desenhos do ciclo de Rembrandt (século XVII), e outros de autoria de Pietro Perugino e de Raphael (séculos XV e XVI).

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

As 330 peças que constituem a exposição, todas provenientes das reservas do museu, estarão patentes de 18 de maio, Dia Internacional dos Museus, a 25 de setembro.

“As reservas de um museu são, por natureza, um território mítico: um lugar protegido, inacessível aos olhos profanos, onde se acumula e preserva um sem-número de obras de arte”, lê-se no comunicado do Museu, esta terça-feira divulgado.

António Filipe Pimentel afirmou à Lusa que a exposição realça a necessidade de ampliação do museu, cujos constrangimentos físicos do edifício não permitem a exposição de mais peças, mas deposita esperanças no plano de pormenor das Janelas Verdes, recentemente aprovado pela Câmara de Lisboa, que “protege uma área em torno do museu, que pode ganhar uma frente nova na avenida de 24 de julho, o que lhe dará uma outra dimensão”.

O Museu está instalado no palácio mandado construir, em finais do século XVII, pelo 1.º conde de Alvor, mais tarde residência de Paulo de Carvalho, irmão do marquês de Pombal, e posteriormente, do cônsul da Holanda, Daniel Gildemeester, negociante de diamantes, e que promoveu obras de qualificação dos interiores.

O MNAA, procurando adaptar-se ao crescimento das suas coleções e às novas exigências museológicas, tem realizado sucessivas obras de ampliação, tendo integrado, no circuito expositivo, a capela do desaparecido convento de Santo Alberto, edificado entre 1583 e 1598, e, na primeira metade do século XX, com a construção do anexo poente, num projeto do arquiteto Guilherme Rebelo de Andrade, seguindo-se um acrescento à ala oriental, feito entre 1942 e 1947, destinado a auditório, biblioteca e gabinete de estampas.

Recentemente, o MNAA, foi alvo de obras de modernização, em 1983, antes da XVIII Exposição de Arte, Ciência e Cultura, e em 1992-1994, em vésperas de Lisboa – Capital Europeia da Cultura, pelo arquiteto João de Almeida.

O Plano de Pormenor de Reabilitação Urbana das Janelas Verdes foi aprovado na reunião da Câmara de Lisboa, em dezembro do ano passado, e o estabelecimento das Medidas Preventivas nas áreas adjacentes ao MNAA foi aprovado na Assembleia Municipal a 02 de fevereiro último, tendo entrado em vigor a 08 de março passado.