O ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, disse, este sábado, estar “perplexo” com a atitude do diretor do Museu Nacional de Arte Antiga, que falou de uma “calamidade” naquela instituição, e informou que qualquer decisão só será tomada após a visita ao Brasil.

“Estou um pouco perplexo com a atitude do senhor diretor [do Museu Nacional de Arte Antiga]”, declarou à Lusa Luís Filipe Castro Mendes, referindo que o diretor do Museu Nacional de Arte Antiga, António Filipe Pimentel, já foi chamado para despacho (reunião) para que “esclareça” as declarações que fez no decurso de uma reunião promovida pelo CDS-PP de um certo alarmismo.

O diretor do museu, António Filipe Pimental, falou na sexta-feira em Peniche (Leiria), no evento da Escola de Quadros do CDS-PP, onde alertou que poderia haver uma calamidade no MNAA, referindo-se à falta de recursos humanos.

“Não entendo que o senhor diretor do Museu Nacional de Arte Antiga, sem me dar qualquer conhecimento e tendo reunido comigo na semana passada, venha dar alarme até na comunicação social e dar alarme público, porque não se pode dizer que uma casa não está segura, é quase que o convite ao assalto”, declarou à Lusa o ministro da Cultura, à margem de uma visita que realizou esta manhã à Cooperativa de Atividades Artísticas Arvore, no Porto.

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Questionado pela Lusa sobre se ia haver um afastamento do diretor do Museu Nacional de Arte Antiga, o ministro da Cultura disse que “para já não”.

“Até voltar do Brasil não haverá nada”, informou Luís Filipe Castro Mendes, que vai realizar uma visita oficial ao Brasil, entre domingo e quinta-feira, para vários encontros com agentes culturais, e responsáveis ligados ao ensino e divulgação da língua portuguesa no país.

O ministro da Cultura também adiantou que era “prematuro” estar hoje a falar do projeto piloto que estava previsto avançar no Museu Nacional de Arte Antiga para testar um novo modelo de gestão das entidades culturais.

“É prematuro falar no projeto piloto”, disse Luís Filipe Castro Mendes, que em julho passado havia declarado no Parlamento que o MNAA, em Lisboa, ia testar um novo modelo de gestão das entidades culturais e que hoje mesmo voltou a dizer que o seu ministério tem trabalhado sobre a gestão dos museus, considerando o MNAA “um exemplo interessante, uma espécie de piloto”.

O ministro da Cultura disse que lhe parecia “justificado” o senhor diretor do MNAA ter vindo fazer declarações no decurso de uma reunião promovida pelo CDS-PP de um certo “alarmismo”.

“Tenho com o senhor diretor do Museu nacional de Arte Antiga uma boa relação de trabalho. Temos discutido muito, tenho ido muito ao Museu Nacional de Arte Antiga e conheço os problemas do MNAA, como conheço os problemas de todos os museus do país. Todos os museus nacionais têm problemas, têm falhas, têm carências que nós estamos a procurar responder através de um esforço solidário”, explicou.

Luís Filipe Castro Mendes recordou, esta manhã no Porto, que tem tido “despachos” com o diretor do MNAA e, por isso mesmo, diz não “compreender” que se venha queixar “em reuniões partidárias” de assuntos que sempre tratou com transparência.

“Tanta transparência que tenho levado o assunto ao Parlamento e não me coíbo de falar do assunto”, assumiu, reconhecendo que tanto o MNAA, como todos os museus do País tem “problemas”, “têm falhas” e “têm carências” a que se está a tentar responder através de um “esforço solidário”.

Luís Filipe Mendes Castro adiantou que até ao seu regresso do Brasil não haveria “mais nada previsto” sobre o assunto.