“A luta é a Fenprof que a determina, não os cretinos da direita.” É assim que Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), arranca o texto de opinião que publicou no site da federação na semana passada. Dirige-se àqueles que “acusavam os sindicatos de banalizar a luta” e que agora acusam os mesmos sindicatos “de não lutar”.
“A esses, só uma coisa pode ser dita: quem determina a ação e a luta que a Fenprof desenvolve, bem como a oportunidade, é a Fenprof, os seus dirigentes e delegados, os professores seus associados e não os dirigentes, deputados, comentadores ou jornalistas que servem quem durante quatro anos tanto castigou os portugueses”, escreveu.
O rosto da luta dos professores diz que a razão pela qual os partidos de direita querem ver os sindicatos na rua é porque estão a perceber que “têm vindo a perder apoio na sociedade portuguesa, como as sondagens têm demonstrado, e quer que outros façam o trabalho que a sua incompetência e políticas tornam impossível”.
Assinalando que em menos de um ano, o atual ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, “já recebeu mais vezes a Fenprof do que Crato em todo o mandato“, Mário Nogueira diz que a federação que dirige “não baixou a guarda”, mas que o que a direita está a tentar fazer é “expor-se ao ridículo, na ânsia de tentar fazer crer que as políticas [do governo atual e do anterior] são iguais, as reações [dos professores] é que diferem”.
Mário Nogueira ressalva, contudo, que apesar de o Governo atual ter resolvido alguns problemas, há outros “de enorme importância”, que estão a ser arrastados e “que urgem ser resolvidos”: reorganizar horários de trabalho, adequando-os às exigências da profissão; distinguir funções letivas de não letivas; criar um regime especial de aposentação; dar estabilidade de emprego e profissional a quantos, há anos, trabalham em situação de precariedade, entre outros.
“Estes são objetivos por que vale a pena lutar e, por eles, os professores, com a Fenprof, irão lutar. Aberta à negociação, a FENPROF apresentará propostas, procurando, pela via negocial, resolver o que até hoje não foi possível. Se por essa via não se encontrarem soluções, então a luta, na rua, será inevitável. Não para fazer o jeito à direita, mas precisamente para, na atual conjuntura, proporcionar melhores condições de trabalho e de vida aos professores”, concluiu.