Há mais de meio ano que o Teatro São Carlos, em Lisboa, não recebia em palco uma ópera encenada. O jejum termina esta segunda-feira, 27 de outubro, com “Werther”, de Jules Massenet, e baseada em “Os Sofrimentos do Jovem Werther”, de Goethe. O Observador falou com Graham Vick, o encenador britânico que já em 2004 tinha estado em Lisboa com esta ópera de amor não correspondido, suicídio e culpa.

“É uma história simples, bela e desoladora sobre as escolhas que fazemos na nossa vida e como vivemos com elas”. Foi assim que Graham Vick descreveu a ópera que parte da paixão do jovem Werther por Charlotte. “A encenação passa-se nos anos seguintes à 2.ª Guerra Mundial. A ópera tem lugar no norte da Europa na altura em que estavam a tentar construir um mundo melhor para os seus filhos. Um mundo que justificasse o horror de duas guerras mundiais nos 50 anos anteriores”.

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Em 2004, Graham esteve precisamente no São Carlos com a mesma ópera, ainda que com protagonistas diferentes. A produção mudou. E a cidade? “É ótimo voltar a Lisboa”, disse Graham Vick, confessando que sente Lisboa mais próspera do que no passado. No entanto, lamenta que o Teatro São Carlos seja uma espécie de “Bela Adormecida”.

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“A tragédia deste teatro maravilhoso e deste edifício fantástico é que não tem os recursos necessários para se manter vivo (…) Lisboa está repleta de pessoas que querem ver esta produção de “Werther”. O objetivo é trazê-las cá e fazê-las perceber o quanto vão adorá-la”.

O elenco é liderado pelo tenor brasileiro Fernando Portari, e ainda por Veronica Simeoni, Wendy Dawn Thompson e pelos portugueses Luís Rodrigues, Cristiana Oliveira, João Merino e Mário João Alves, entre outros. A Orquestra Sinfónica Portuguesa e o Coro Juvenil de Lisboa também se fazem ouvir, todos sob a batuta do maestro espanhol Cristóbal Soler.

“Werther” vai ter cinco récitas: 27 e 29 de outubro, 5 e 7 de novembro, sempre às 20h00, e no dia 1 de novembro às 16h00. Bilhetes a partir dos 20 euros.