Kiasmos são Ólafur Arnalds e Janus Rasmussen. Ólafur é um conhecido compositor e interprete islandês, Janus é natural das ilhas Faroé e a peça central da banda eletro-pop Bloodgroup. O cruzamento (quiasmo) musical entre os dois já não é novo. Em 2012 editaram um EP mas já antes disso, são colaboradores e amigos que há muito partilham o mesmo fascínio pela música eletrónica — em especial a do início dos anos 2000.

Apesar das agendas preenchidas, no início deste ano decidiram gravar o primeiro álbum. Em abril juntaram-se na casa-estúdio de Ólafur Arnalds em Reykjavík, reuniram o que tinham já gravado, escolheram dois temas e deitaram o resto fora. “Kiasmos” foi então um “fresh start” intencional, porque ambos quiseram que este disco tivesse um só tempo. “As pessoas mudam e as ideias mudam”, disse Janus à revista Paste, daí que este primeiro LP seja o testemunho do momento presente dos dois artistas.

Da amizade sobressai o talento de ambos. Ólafur Arnalds já conhecia o caminho da eletrónica, Janus Rasmussen deu o empurrão que faltava. É possível fechar os olhos e decifrar quem fez o quê, faixa a faixa. Denso, por vezes agressivo, minimal e melódico, “Kiasmos” é mais um álbum para dias com pouca luz, da cor do tempo entre as ilhas Faroé e a Islândia. Um quiasmo feliz, e um dos álbuns fundamentais de 2014.

Kiasmos / Spotify

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