Dinâmica, mas controlada. É esta a voz do poder, segundo um estudo realizado pela Columbia School of Business, citado no Mashable. Porque muda a voz das pessoas que são colocadas em posições de poder? Porque o cérebro também muda quando se sentem poderosas. Os resultados foram os mesmos em homens e mulheres.

O estudo envolveu 161 estudantes, cujas vozes foram analisadas pelos investigadores enquanto liam uma passagem de um texto. Depois, foram divididos em dois grupos, para participaram num exercício de negociação. A um dos grupos foi-lhes dito que teriam mais informações sobre o negócio do que os estudantes do outro grupo, colocando-os numa posição de poder superior.

Os investigadores também pediram que descrevessem o que consideravam ser uma voz poderosa e os estudantes referiram características como “profunda”, muito diferentes daquelas que viriam a utilizar, referiu Sein Ko, psicólogo da Universidade de San Diego e um dos líderes do ensaio.

Quando tiveram de negociar, os investigadores analisaram novamente a voz dos participantes. Conclusão: a voz daqueles que detinham mais poder tinha-se alterado. O resultado permitiu que os investigadores suspeitassem que a mudança era inconsciente. Posteriormente, um grupo de pessoas ouviu a negociação e também foi capaz de identificar quem é que estava numa posição de poder.

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O que acontece é que, basicamente, o poder altera o estado psicológico das pessoas”, explicou Adam Galinsky, professor na Columbia School of Business e coautor do estudo. O especialista também referiu que existe uma razão para que as pessoas digam que alguém está “enfeitiçado pelo poder”. É porque provoca três mudanças no cérebro: reduz uma das principais hormonas do stress, a cortisol, ativa a parte do cérebro que está orientada para a ação e aumenta os níveis de confiança.

Mesmo que tenha uma voz mais tímida, Galinsky refere que não precisa de se preocupar em treinar para ter uma voz mais pronunciada. Por ser um processo de natureza subconsciente, é possível que qualquer pessoa tenha “uma voz controlada e dinâmica”.

Contudo, os investigadores relembram que é possível treinar a voz para que esta transmita uma maior noção de poder e relembra o caso da ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher.