As 40 horas de Serralves em Festa arrancaram este sábado na sua 12ª edição com o “melhor sábado de sempre” em termos de adesão de público, disse à Lusa Odete Patrício, diretora geral da Fundação de Serralves.

“De facto, o público está a acorrer de uma forma muito significativa”, considerou a diretora, sublinhando que, prestes a “entrar na puberdade”, o Serralves em Festa cresceu ao ponto de “multiplicar quase por quatro” a afluência de público que passou de “40 mil pessoas, na primeira edição, para 140 mil, em 2014.”

Mais relevante, para Odete Patrício, é que “o Serralves em Festa abriu o parque à comunidade, desmistificou a ida a Serralves, tornou-a fácil” ao longo da dúzia de edições em que o evento apostou na missão de “educar para a arte.”

Entre árvores e música, passando por performances de vários ramos da arte contemporânea, quem passeia pelos caminhos dos jardins do Serralves em Festa é quase sempre confrontado com artistas de que nunca ouviu falar.

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Programar um festival para um público de diversas classes e idades constitui para Pedro Rocha, programador de música do Serralves em Festa, “um desafio enorme”, mas que não implica cedências ao nível popularidade da seleção musical, nem “concessões ao nível do trabalho” que Serralves normalmente apresenta.

“Tentamos sempre manter uma linha de programação que seja condizente com o que fazemos durante o ano”, explicou Pedro Rocha, apontando a “veia experimental” da seleção musical, que é acompanhada de “propostas desenhadas para agradar mas também para despertar a curiosidade” dos públicos para novas manifestações artísticas.

Para o diretor musical, parte do fascínio do Serralves em Festa reside na “abertura com que as pessoas vêm, numa expetativa de ver aquilo que não conhecem, nem veem durante o ano”, no âmbito da arte contemporânea.

“É mesmo esse o termo, é educação para a arte”, concordou Odete Patrício, referindo que “a maior parte do público não é habitual em Serralves”, sendo que em cada performance ou instalação artística “acaba por ser um primeiro confronto com a arte ou a música contemporâneas”.

Vinda da Lituânia há quatro anos, Danute Lescinskaite veio também já por quatro vezes às 40 horas de Serralves em Festa, sobretudo “pelo ambiente, pelas pessoas”, mas também pelo “jazz no Prado e pelo circo, à noite.”

Já para Vanda Martins, natural do Porto, só à 12ª segunda edição é que decidiu “averiguar o evento”, com intenções de espreitar “a dança contemporânea, a arte, porque ao estar tudo junto, com música, cativa imenso”.

“Também é bom para mostrar às pessoas a arte que é desvalorizada no nosso país”, considerou a estreante no Serralves em Festa, enquanto se dançava na Clareira das Bétulas e perante a anuência de Nuno Valentim, para quem “é importante poder ver arte e música experimentais que não existem durante o ano”.

A 12ª edição do Serralves em Festa termina à meia-noite de domingo, 31 de maio, depois de 40 horas ininterruptas de concertos, performances, teatro, dança e instalações de arte contemporânea, que incluem a atuação da banda lisboeta “Paus”, na noite de sábado, seguidos da música eletrónica dos “Ninos Du Brasil”.