Em 2003, ninguém terminava os e-mails com “cumprimentos”. Toda a gente preferia fechar os textos com expressões como “obrigado” ou “lembranças”. Pelo menos segundo um estudo efetuado na altura pelos investigadores da Universidade da Pensilvânia.

Eram outros tempos: os e-mails eram ferramentas de trabalho com cerca de uma década e todos as empresas olhavam para o ecrã como uma fuga para a formalidade das cartas. Tudo se escrevia com o menor número de letras possíveis. Até as mensagens de texto no telemóvel, já que se pagava o serviço por caracter.

Hoje não é assim: toda a gente quis recuperar os protocolos menos liberais e a palavra “cumprimentos” apareceu como o encerramento perfeito para regressar à formalidade. Nada mais errado: é uma expressão tão neutral que “dá a impressão que não se sabe o que dizer”, diz Judith Kallos, consultora de etiqueta de e-mails, à Bloomberg. É como desligar o telemóvel na cara assim que se obtém aquilo que se pretende.

Certo, “cumprimentos” está fora de questão. Então vamos todos escrever “atenciosamente”? É má ideia, exceto se estiver a dirigir-se a um familiar. Talvez “saudações”? Não, também é de riscar da lista de possibilidades: é muito efusivo. E se escolher o simples “obrigado”? Mais uma vez, é como se estivesse a despachar o e-mail sem grande preocupação.

Não desespere, há uma solução: simplesmente não ter essa ideia que é preciso acabar os e-mails. Não escreva nada que o finalize realmente: os e-mails são utilizados com tanta regularidade que já funcionam como mensagem instantâneas. E, sendo assim, não se pode exigir muita formalidade. Até porque “não reflete a forma como nós acabamos uma conversa normal desenrolada cara a cara”, explica a consultora Judith Kallos.

Portanto é simples. Ponto final. Ou nem isso. E carregar no “send”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR