O diretor do Museu do Chiado demitiu-se do seu cargo e a sua demissão já foi aceite pela Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC). David Santos, historiador de arte, estava à frente da instituição há ano e meio e terá saída devido a “pressões em torno do destino da vasta e importante coleção de arte contemporânea atualmente conhecida como Coleção SEC”.
O Público teve acesso à carta de demissão de David Santos e conta que o diretor-geral do Património Cultural, Nuno Vassallo e Silva, e o sub-director, Samuel Rego, deram ordem para omitir os materiais de divulgação relativos a este importante acervo, que deveria ser depositado no Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado (MNAC-MC), que abrirá daqui a uma semana. A coleção SEC pertence ao Estado e inclui obras Júlio Pomar, Lourdes Castro, René Bértholo, Helena Almeida e Julião Sarmento.
À Lusa, a notícia foi confirmada pela tutela. “A Direção-Geral do Património Cultural informa que recebeu hoje o pedido de demissão do diretor do Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado, David Manuel Gargalo dos Santos, o qual foi aceite pelo diretor-geral do Património Cultural”, lê-se no comunicado oficial.
Fonte oficial disse à Lusa que “a decisão foi do próprio [diretor do museu] e que a DGPC estranha esta demissão”. Segundo a mesma fonte, “o cargo de diretor do Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado será assegurado pelo subdiretor-geral [do Património] Samuel Rego, até ser designado um novo diretor, nos termos da lei”.
Samuel Rego tinha anteriormente exercido as funções de diretor-geral das Artes. David dos Santos, de 43 anos, foi nomeado diretor do Museu do Chiado, em dezembro de 2013.